as que deixam cicatrizes na memória dos homens,
por que motivos serão belas?
E belas, para quê?
Derrama cores porque os meus olhos vêem.
Mas por que será belo o pôr do sol?
E belo, para quê?
Se acaso as coisas não são coisas em si mesmas,
mas só são coisas quando percebidas,
por que direi das coisas que são belas?
E belas, para quê?
Se acaso as coisas forem coisas em si mesmas
sem precisarem de ser coisas percebidas,
para quem serão belas essas coisas?
E belas, para quê?
Gedeão, A. in Poesia Completa
Havia no meu tempo um rio chamado Tejo que se estendia ao Sol na linha do horizonte (...)António Gedeão
um rio onde se espelham lua e sol,
os salgueiros nas margens,
também os amieiros e os choupos
que, no verão, derramam sombra fresca
sobre o chão e sobre o rio,
que imagino por detrás da linha do horizonte,
lá onde, ao arrebol, o céu se torna rubro
e o sol já só se vê por refração.
Oculto por detrás da linha do horizonte,
o sol não passa de ilusão.
Onde a realidade? Onde a ficção?
Ser ou não ser, eis a questão.
Onde estão os nossos rios ainda selvagens? O que fazem ao nosso litoral? Porquê tanto betão e tanta floresta destruida? A ambição e a ganância alguma culpa terão.
ResponderEliminarOs poemas são lindos!!
Um beijo.
Tb aprecio os pores do sol ( tal como o Principezinho de St Exupery) e houve anos em que via praticamente o por do sol todos os dias. Vivia no 9º andar da rua 9 de Julho, em que a sala e todos os quartos eram virados para poente. Tenho uma colecção de fotos todas elas diferentes, umas com as casas da Foz em contra luz, outras com Matosinhos a encher-se de luzinhas, o espectáculo era fantástico todos os dias. Por vezes o nevoeiro nada deixava ver, mas havia sempre um tom rosado naquele lado do horizonte. Tenho muitas saudades dessa casa...
ResponderEliminarO poema de Gedeão é muito pessoano, poderia ter sido escrito pelo Poeta...
Já viste o mail que te enviei? Desculpa, sim?
Bjinho!