Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


quarta-feira, 9 de outubro de 2019

Revisitando Conimbriga…

Como referi na mensagem do dia 6, após  a visita à serra da Lousã e no regresso ao Porto, decidimos rever Conimbriga que só tínhamos visitado uma vez, quando os filhos eram pequenos.

Ao sair da Lousã, pus Conimbriga no GPS do meu Samsung mas, embora aceitasse, interpretou como Coimbra. Como sabia que fica muito perto de Condeixa, quando apareceu um cruzamento a dizer Condeixa seguimos, mas relutantes, porque admitimos que deveriam também anunciar Conimbriga. Chegados a Condeixa perguntámos e lá nos indicaram o caminho. A partir daí encontrámos setas indicativas.
Quando cheguei à receção, falei com os funcionários, que obviamente não são responsáveis por esta falha. Responderam que está sinalizada na A1. E quem não vai (ou vem) pela A1? Vou fazer este reparo a quem de direito responsável pelo património. Infelizmente não é caso único….
Tive alguma desilusão ao chegar a Conímbriga porque as escavações pouco avançaram desde que lá fui há 40 anos… Sei que é um trabalho muito moroso, que há barreiras muito difíceis (impossíveis?) de transpor…Parte da cidade está soterrada debaixo de terrenos particulares e de vias públicas..
Felizmente existe agora um Museu que gostei de ver.

Em 2017 estivemos em Pompeia. Eventualmente Conímbriga terá sido uma cidade com uma importância idêntica. A fatídica erupção do Vesúvio teve uma “vantagem" . Ao cobrir a cidade de cinzas, permitiu uma preservação muito superior à que existe em Conímbriga. De qualquer modo é possível encontrar ruínas de casas nobres grandiosas, com o chão recoberto de mosaicos e com latrinas para os senhores. ruínas de termas/ ginásios, com caldários, tepidários e frigidários ( piscinas com água quente, tépida e fria), mas também ruas onde, à semelhança de Pompeia existiriam lojas, “restaurantes” ,lupanares…
Ainda é possível ver vestígios  da via Romana que ligava Lisboa a Braga, do sistema de distribuição de água à cidade, do castelo

Seguem algumas fotos


Ruínas de casa nobres grandiosas, com o chão recoberto de mosaicos e com latrinas 

 






Vestígios do sistema de distribuição de água à cidade



Ruínas do castelo e da via romana.
 




 

No Museu é possível ver uma maqueta do que terá sido o fórum e vários objectos, da joalharia à costura..













 


Um objeto que me encantou foi uma balancinha para pesar ouro (no canto inferior direito desta última fotografia, está ampliada em baixo)


A terminar deixo dois vídeos um  deles do youtube https://www.youtube.com/watch?v=YImknjpfHqI e outro que podem  ver em https://www.meetingsinportugal.com/index.php/en/field_collection_item/1279




Depois da vista regressámos a Condeixa onde almoçámos, já passava das 14 h. Comemos num restaurantezinho agradável, com pessoal simpático, um arroz de molho pardo feito com galo caseiro. Uma delícia.
Chegámos ao Porto ao fim da tarde, após um fim de semana muito agradável.

segunda-feira, 7 de outubro de 2019

A propósito de Ambiente....


Na mensagem anterior prometi que nesta iria falar da visita a Conímbriga. Entretanto recebi um mail com um discurso a propósito dos problema ambientais, proferido por Fidel Castro no Brasil, na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento. Goste-se ou não se goste de Fidel, o discurso é de uma imensa lucidez e de uma extrema oportunidade. (https://www.youtube.com/watch?v=I_rPcJIuW44)






domingo, 6 de outubro de 2019

Férias e ambiente



Já há muito que os cientistas vinham alertando para o problema das alterações climáticas, mas  uns mais que outros, genericamente todos fomos “fazendo ouvidos de mercador”. Pela minha parte, têm sido modestos: os contributos para evitar que o problema se agrave cada vez mais.
Embora tenha reduzido bastante o consumismo, faça separação do lixos, recicle  e reutilize várias coisas, evite o desperdício (mas isso sempre fiz pois fui educada assim desde criança), reconheço que , apesar de ter reduzido o consumo doméstico de água, poderia consumir menos ainda. Todos temos que  fazer alguns sacrifícios mas, uma vez por outra ainda gosto de me deliciar com um duche longo e ainda não tenho alguns bons hábitos que muitas pessoas já cultivam. Um deles é aproveitar a água que sai inicialmente do  chuveiro, ainda pouco quente, para lançar depois na sanita, quando necessário.  
Um dos grandes prazeres que eu e o meu marido temos, é viajar. Viajámos um pouco pelo mundo, por quatro continentes e 29 países. Na maior parte destas viagens usámos o avião.
Em 2018, tive problemas de saúde, pelo que ´fizemos férias apenas na aldeia do meu marido e na minha. Este ano, tomámos uma decisão que gostaríamos de manter. Vamos ver se conseguimos….Viagens de avião, apenas ao Brasil, cada três ou quatro anos, para visitar a família.
Assim, em Agosto e como relatei na mensagem anterior, fomos visitar duas aldeias perto de Ciudad Rodrigo . No passado fim de semana fomos visitar algumas aldeias de xisto, no concelho da Lousã.  Em temos visitámos Piódão, aldeia lindíssima na serra do Açor. Ficámos com vontade de visitar as aldeias de xisto na serra da Lousã, mas só agora concretizámos o projecto
Tínhamos reservado um alojamento num turismo rural, em Ceira dos Vales- Quintal Além Ribeiro, a 10min da Lousã
Saímos do Porto, de manhã . Chegámos à Lousã fomos visitar o castelo a 2km de distância do centro da Lousã, na margem do rio Arouce.

O primeiro documento que refere o topónimo Arouce (“Arauz”) data de 943 e consiste num contrato entre Zuleima Abaiud e o Abade do Mosteiro do Lorvão. Nesta altura, Arouce detinha maior importância que a Lousã, tendo recebido a construção de um castelo e, mais tarde, em 1151, o foral de D. Afonso Henriques. A data exata da construção do castelo é desconhecida, apontando-se o século XI como mais provável, aquando das reformas de D. Sesnando, que também povoou esta vila. Séculos mais tarde, após ter ganho importância territorial, a Lousã sobrepôs-se à vila de Arouce, e o castelo passou então a ser conhecido como “Castelo da Lousã”.
Ainda sobre este assunto, existe uma lenda que situa o castelo ainda no período romano. Terá sido mandado construir pelo Rei de Conímbriga, Arunce, como local de abrigo para onde pudesse fugir em caso de ataque à cidade - e nada mais estratégico que um local escondido e inesperado no meio da Serra da Lousã. Certo dia, aquando de uma invasão a Conímbriga organizada pelo príncipe cristão Lausus, o Rei parte para o castelo, levando consigo a sua filha Peralta, que durante a fuga se enamora do príncipe Lausus. A história acabaria por não ter um final feliz, com a morte de Arunce e Lausus, e Peralta chorando-os, isolada no castelo. Crê-se que, por isto, “Lausus” esteja na origem do nome “Lousã” e o rio “Arouce” derive, por sua vez, de “Arunce”. (NET) https://www.on-coimbra.pt/index.php/pt/patrimonio/item/8-castelo-da-lousa
A vista dali é belíssima cheia de vegetação. Em pleno outono deve ser de cortar a respiração. Aqui e ali espreitavam já alguns tons avermelhados, amarelados, acastanhados….
Perto do Castelo existe um conjunto de capelas (ermidas da Sra da Piedade, uma praia fluvial e o restaurante burgo, famoso pela sua comida, mas é necessário fazer reserva.





No meio da vegetação, o restaurante 

Acabada a visita regressámos  à Lousã para almoçar. No percurso fotografámos uma capelinha muito interessante (das poucas coisas interessantes que vimos na vila ).


Tivemos alguma dificuldade em arranjar onde almoçar pois, segundo os disseram, não existe propriamente um centro onde seria suposto haver comércio, restauração, etc. Comemos numa churrascaria uma chanfana que estava boa. Após o almoço decidimos ir procurar uma pastelaria em busca de uns bolinhos de castanha e mel de que nos tinham falado. Não havia, pelo que nos limitámos ao café.
Após o café  dirigimo-nos ao alojamento que é muito agradável.
Entre vales arborizados e leiras cultivadas, o sucumbe serenamente ao murmúrio silencioso do vento entre as árvores e ao correr contemplativo das águas do rio Ceira, que lhe banha os pés há já duas centenas e meia de anos.
A casa setecentista (1752) de traça arquitectónica rústica mas nobre, possui diversas referências cronológicas que nos transportam ao séc. XVIII e ao tempo das invasões napoleónicas. https://aldeiasdoxisto.pt/entidade/2930
  varanda do quarto e vista geral


O mundo é pequeno…
Quando chegámos fomos conduzidos ao nosso quarto por uma empregada peruana, de Lima, e foi agradável conversar um pouco sobre um país que já visitámos. Mas a maior surpresa surgiu quando chegou a proprietária. Dois anos mais nova que eu, fez todo o liceu em Bragança . À diferença de idade acresceu eu ter entrado mais cedo que a normalidade  dos alunos, pelo que a diferença em termos de escolaridade foi de 3 anos. Por outro lado a senhora ia e regressava todos os dias de combóio entre a aldeia e Bragança.  Por tudo isso, nenhuma de nós recordava a outra mas recordámos alguns professores comuns.
Instalámo-nos e, de seguida, iniciámos o nosso périplo por algumas aldeias. A conselho da proprietária do alojamento começámos por Cerdeira. Ali pudemos experimentar os bolinhos de castanha e mel mas o sabor a mel era tão intenso que ocultava o da castanha. Não ficámos clientes…
A aldeia é muito bonita mas hoje vivem ai essencialmente estrangeiros e artesãos.




 Após a visita a Cerdeira visitámos Candal. A aldeia antiga coexiste coma uma parte mais moderna pelo que não tem o mesmo encanto. A par de estrangeiros e artesãos ainda residem alguns naturais da zona.

Por fim visitámos o Talasnal. Tinha grande curiosidade em visitar esta aldeia pois o meu filho Miguel,  quando jovem,  durante alguns anos frequentou os campos de férias do MOCAMFE que continuam a ter lugar ali. Numa lojinha em que entrei os donos perguntaram-me se não queria provar a especialidade da terra. Respondi “ Já provei mas não apreciei”. Para não ser desagradável comprei dois, mas apenas os provámos já no alojamento. Afinal estes eram bolinhos de castanha e amêndoa, una verdadeira delícia Se soubesse teria experimentado lá e comprado mais…
Creio que foi no Talasnal que comprei compota de pimento picante. Não sei se será boa mas achei que o meu filho Miguel e o meu primo “brasileiro”, ligados à cozinha gourmet, devem gostar….

 









Ao fim do dia regressámos à Lousã onde “jantámos”. Pelo caminho fotografámos o Talasnal ao longe...
O meu marido jantou mas, como depois de jantar regressaríamos ao alojamento, só quis tomar meia de leite e meia torrada ou um croissant. Por incrível que pareça, só me arranjavam a meia de leite. Não tinham pão nem croissants, só bolo de fubá. Tomei a meia de leite com uma fatia pequena de bolo de fubá,  que não estava mau, embora muito longe do bolo de fubá que fazia a minha mãe….
No dia seguinte regressaríamos ao Porto mas, fazendo uma paragem em Conímbriga, que só tinha visitado uma vez, quando os meus filhos eram pequenos.
Mas a passagem por Conimbriga fica para a próxima mensagem.
Agora vou votar..