sexta-feira, 26 de outubro de 2012
A “odisseia” de um cinto…
É um cinto banal comprado há mais de 30 anos numa loja que
existia em Serpa Pinto, a Hertemodel.
Fazia parte de um vestido de que gostei muito, pelo que foi bastante
usado. Aqui há uns anos, já cansada do vestido, transformei-o (eu mesma) num
conjunto saia e jaqueta, acrescentando-lhe uma barra que lhe conferiu um ar
mais étnico. Ainda o uso, especialmente quando viajo para fora.
Aqui, na viagem que fiz a Moscovo em 2007
O cinto é agora mais eclético… Serve para várias “toiletes” pelo que o uso com regularidade. Existe já entre
nós uma relação afectiva…
Na passada terça feira usei-o. Às 14, 15 h fui para a aula
de pintura e quando às 16, 45 h me
preparava para sair, apercebi-me de que o não tinha . Procurei na escola mas não
o encontrei. Fiquei triste, não pelo
valor do cinto, mas por causa da tal relação afectiva…
Regressei a casa a pé,
como sempre, e retomando o mesmo caminho
na ténue esperança de o encontrar algures. Quando já tinha percorrido cerca de
400 m e me encontrava à espera da abertura do sinal verde para atravessar a rua paralela à minha e imediatamente
anterior, vi o meu cinto precisamente no meio da passadeira. Ainda passaram uns
quatro automóveis mas, felizmente, nenhum o beliscou, tal como terá acontecido
com os vários que passaram, por certo, nas duas horas e meia que ali esteve parado.
Parece mentira mas ei-lo, incólume , pronto a ser usado.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
A POESIA (NÃO) VAI ACABAR
A poesia vai acabar, os poetas vão ser colocados em lugares mais úteis, assim começa o poema que Manuel António Pina escreveu (in Poesia, saudade da prosa).
A poesia não vai acabar porque Manuel António Pina e tantos outros poetas Grandes como ele a foram semeando aqui, ali acolá...
Se "os poetas vão ser colocados em lugares mais úteis", não sei. Manuel António Pina, tal como tantos outros poetas Grandes, são aqui muito úteis e mesmo quando parece que partem, eles ficam.
Obrigada Manuel António Pina em meu nome e no de muitas crianças, nomeadamente os meus quatro netos.
Aqui fica um dos muitos poemas a elas dedicados
Fui 5ª feira para Trás-os Montes de onde acabo de regressar. Foi lá que tomei conhecimento da triste notícia. Face às dificuldades que ali tenho em aceder à NET, só hoje pude prestar este modestíssima homenagem ao autor.
Hoje, durante a viagem, ouvi na Antena 2 o concerto nº 1 para piano e orquestra, de Beethoven. Talvez algures, eventualmente "observando pássaros", M. A. Pina o possa escutar.
A poesia não vai acabar porque Manuel António Pina e tantos outros poetas Grandes como ele a foram semeando aqui, ali acolá...
Se "os poetas vão ser colocados em lugares mais úteis", não sei. Manuel António Pina, tal como tantos outros poetas Grandes, são aqui muito úteis e mesmo quando parece que partem, eles ficam.
Obrigada Manuel António Pina em meu nome e no de muitas crianças, nomeadamente os meus quatro netos.
Aqui fica um dos muitos poemas a elas dedicados
Hoje, durante a viagem, ouvi na Antena 2 o concerto nº 1 para piano e orquestra, de Beethoven. Talvez algures, eventualmente "observando pássaros", M. A. Pina o possa escutar.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
De Rerum Natura
De Rerum Natura é o "título" de um blogue incluído desde o início nos meus favoritos.
Não precisa da minha apologia pois é um blogue de grande “audiência”.
No entanto não resisto a sugerir a leitura de duas mensagens recentes
O PAULO PORTAS DE SCHROEDINGER
CONFISSÕES DE UM MERCENÁRIO ECONÓMICO
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Em queda quase livre...
Baumgartner ultrapassa velocidade do som em queda livre
Na ausência de resistência do ar o paraquedista levaria cerca de 1,5 min a atingir o solo com a velocidade de 900 m/s, cerca de 2,6 vezes superior à velocidade do som. Missão impossível !
Felizmente, mal o paraquedista inicia a queda com uma aceleração igual à aceleração da gravidade(g) , a resistência do ar, força vertical ascendente, proporcional ao quadrado da velocidade, começa a “atuar”. À medida que a velocidade do paraquedista aumenta com a queda, também a resistência do ar aumenta e como tal, a aceleração da queda vai-se tornando inferior a g.
Senão houvesse resistência do ar, ao fim de 4 min e 19 s em queda livre a velocidade atingida seria 2590 m/s. Mas graças à resistência do ar, não chegou a 400m/s, mesmo assim superior à velocidade do som.
A partir desse instante (4min 19s) abriu-se o paraquedas de Baumgartner. A resistência do ar tornou-se muito elevada e a aceleração de queda diminuiu ainda mais até se anular. A partir desse momento o movimento passou a ser uniforme.
O vídeo anexo ajuda a entender melhor o que se passa na queda, que realmente não é livre.
Mais dois vídeos sobre o funcionamento do paraquedas, um muito elementar, e o outro um pouco mais elaborado
Se em verdadeira queda livre o paraquedista se suspendesse dum dinamómetro, este indicaria um peso zero.
É fácil
constatar que assim seria. Basta que, dentro de um elevador, nos coloquemos em cima de uma balança (das
que usamos em nossas casas para nos “pesarmos”). Se olharmos para a balança
veremos que, no arranque da descida,
o valor indicado desce ligeiramente. Isto porque nesse momento existe uma
aceleração descendente (de valor muito inferior a g). Ver vídeos 1 e 2 que
apresentam de forma elementar o que acontece
num elevador.
É fácil agora de entender que se a
aceleração da descida fosse g, o valor indicado na balança seria zero.
E a
propósito da queda livre coloco aqui mais uma vez o poema para Galileu de
António Gedeão, desta vez na voz do autor
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Ensino Experimental das Ciências, um guia para professores do ensino secundário
Tal como aqui anunciei há uma semana, na passada 5ª feira, no
Departamento de Física da FCUP, foi
apresentado pela Professora Drª Helena Caldeira (UC), o livro Ensino Experimental das Ciências, um
guia para professores do ensino secundário (Física e Química).
Encontrei amigos, antigos colegas e antigos estagiários, professores do Departamento de Física com quem tive o privilégio de trabalhar em diferentes situações e, obviamente, apresentadora e autores.
Conheço a apresentadora e três dos autores, já há largos anos. Sei do seu
profissionalismo, do seu empenho, da sua dedicação
e da sua competência . Bastaria o seu nome para eu aconselhar o livro, mesmo
sem o ler.
Mas quis lê-lo antes de aqui o referir .
Para além do prefácio, da autoria da apresentadora, e de uma breve introdução feita pelos autores,
o livro desenvolve-se em cinco capítulos:
- O que é a Ciência
- Ensino das Ciências
- Análise e tratamento de dados experimentais
- Ensino da Física
- Ensino da Química
Do prefácio, extraio dois excertos dos últimos parágrafos
Revi-me neste livro pois tentei implementar ( não sei se o
teria conseguido) um ensino da Física e da Química, tal como aqui é defendido.
Parabéns aos autores e, apesar de não mandatada para o
fazer, deixo um muito obrigada em nome
dos professores de Física e Química do ensino secundário.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
Islândia, um país diferente....
Acabo de receber, via e-mail, uma mensagem cujo título é Aconteceu na Islândia.
A Islândia é sem dúvida um país diferente como podemos ver aqui
Gostaria de visitar este país, do sol da meia noite e das auroras boreais. Quem sabe, um dia...
Canción matutina para todo el año (1987) (versão em espanhol)
La mañana promete,
sin descubrirnos nada de lo que traerá el día.
Es humano alegrarse ante la esfera roja
que asoma por las cumbres. Embotado de sueño
y al mismo tiempo ardiendo de interés.
Es algo muy nuestro el preguntarnos por la marcha
de unas masas de nubes en su viaje caótico
a lo ancho y a lo largo
de los puntos cardinales.
¿Qué adónde van? Pregunta inútil.
Nosotros las seguimos.
Steinunn Sigurdardóttir
A Islândia é sem dúvida um país diferente como podemos ver aqui
Gostaria de visitar este país, do sol da meia noite e das auroras boreais. Quem sabe, um dia...
Fiz uma breve pesquisa sobre poesia e pintura islandesa, contemporâneas
Aqui ficam um poema de Steinunn Sigurdardóttir e uma obra de Jóhannes Sveinsson KjarvalCanción matutina para todo el año (1987) (versão em espanhol)
La mañana promete,
sin descubrirnos nada de lo que traerá el día.
Es humano alegrarse ante la esfera roja
que asoma por las cumbres. Embotado de sueño
y al mismo tiempo ardiendo de interés.
Es algo muy nuestro el preguntarnos por la marcha
de unas masas de nubes en su viaje caótico
a lo ancho y a lo largo
de los puntos cardinales.
¿Qué adónde van? Pregunta inútil.
Nosotros las seguimos.
Steinunn Sigurdardóttir
Palácio da Floresta Sveinsson Kjarval
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
Sermão do Bom Ladrão
" Não são ladrões apenas os que cortam as bolsas. Os ladrões que mais
merecem este título são aqueles a quem os reis encomendam os exércitos
e as legiões, ou o governo das províncias, ou a administração das
cidades, os quais, pela manha ou pela força, roubam e despojam os
povos.
Os outros ladrões roubam um homem, estes roubam cidades e reinos; os
outros furtam correndo risco, estes furtam sem temor nem perigo.
Os outros, se furtam, são enforcados; mas estes furtam e enforcam.”
Padre António Vieira, Sermão do Bom Ladrão
terça-feira, 9 de outubro de 2012
Prémio Nobel da Física 2012
O Prémio Nobel da Física de 2012 foi dividido entre um
francês e um norte-americano pelos seus trabalhos experimentais de alta precisão de controlo e
manipulação de sistemas atómicos. Os dois, um em Paris e outro em Boulder, no
Colorado, têm estudado a relação entre matéria e luz: o francês fez uma
"caixa" de luz (radiação de microondas) para onde lança átomos de
matéria e o americano uma "caixa" de matéria, isto é, uma cavidade
contendo iões (chamada "ratoeira" atómica), átomos carregados
electricamente, para onde lança luz laser. Graças a eles, podem ser detectadas
mudanças de um átomo correspondentes, por exemplo, à emissão ou absorção de um
só fotão (grão de luz). Com essas "caixas" podem-se realizar, em cima
de uma mesa, experiências mentais que julgávamos impossíveis e que, sem
excepção, têm confirmado a teoria quântica, hoje uma velhinha com mais de cem
anos mas com excelente saúde. São experiências de grande precisão, mas,
assinale-se, com pouca gente e relativamente pouco dinheiro.
E a propósito da Física quântica vejam este vídeo!
Essa nova forma de compreender e representar a natureza que a
física quântica, a partir da interpretação de Copenhague,
constrói
no início do século XX, em que o formal substitui o real, parece
ser
o mesmo movimento da pintura dessa época rumo à abstração.
Nesse sentido, a arte pode se transformar numa linguagem
apropriada
para se representar um universo físico que não mais segue a
lógica tradicional. Certas obras de Escher – Relatividade (1953), Exlibris
com o Zênite como ponto de fuga (1947), Um outro mundo I (1946),
Um outro mundo II (1947), Belvedere (1958) e Homem com cubóide
(1959) –, apesar de não representarem a arte abstrata, dão boas
pistas para visualizar um novo mundo que as lógicas clássicas já
não
conseguem explicar.
Escher, Um outro mundo, 1947
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Vai acontecer …
Vai
acontecer no dia 11 de Outubro, no Porto.
No próximo dia 11 de Outubro, quinta-feira pelas 18:00, será lançado o livro "ENSINO EXPERIMENTAL DAS CIÊNCIAS: um guia para professores do ensino secundário. Física e Química" da autoria de Adriano Sampaio e Sousa, Paulo Simeão Carvalho, António José Ferreira e João Paiva.
Sinopse:
A obra destina-se especialmente a professores de ciências do ensino secundário, centrando-se no trabalho prático e experimental; o presente volume é dedicado ao ensino da Física e da Química. O livro inicia-se com uma sintética introdução à natureza, estrutura e processos da Ciência, destacando os aspetos com maior relevância para o seu ensino. Segue-se uma visão geral das principais conclusões da investigação em didática do ensino experimental das ciências, pretendendo fornecer aos docentes uma fundamentação mais sólida para as suas práticas letivas, com exemplos concretos em Física e em Química. É dedicado também um capítulo à análise e tratamento de dados que, embora respeitando as normas e recomendações atuais, procura ser acessível e adaptado ao ensino secundário. Os restantes capítulos do livro abordam temas específicos do ensino experimental em Física e Química; estes capítulos possuem secções comuns, como a organização do laboratório e secções específicas, como a medição de grandezas físicas ou as regras de segurança em laboratórios de química. É convicção dos autores que este trabalho de síntese vai de encontro às necessidades do ensino secundário e poderá constituir uma boa ferramenta de apoio complementar aos docentes, tornando a atividade prática e experimental mais adequada à visão atual da epistemologia e da didática das ciências e verdadeiramente relevante para a aprendizagem dos alunos.
A obra destina-se especialmente a professores de ciências do ensino secundário, centrando-se no trabalho prático e experimental; o presente volume é dedicado ao ensino da Física e da Química. O livro inicia-se com uma sintética introdução à natureza, estrutura e processos da Ciência, destacando os aspetos com maior relevância para o seu ensino. Segue-se uma visão geral das principais conclusões da investigação em didática do ensino experimental das ciências, pretendendo fornecer aos docentes uma fundamentação mais sólida para as suas práticas letivas, com exemplos concretos em Física e em Química. É dedicado também um capítulo à análise e tratamento de dados que, embora respeitando as normas e recomendações atuais, procura ser acessível e adaptado ao ensino secundário. Os restantes capítulos do livro abordam temas específicos do ensino experimental em Física e Química; estes capítulos possuem secções comuns, como a organização do laboratório e secções específicas, como a medição de grandezas físicas ou as regras de segurança em laboratórios de química. É convicção dos autores que este trabalho de síntese vai de encontro às necessidades do ensino secundário e poderá constituir uma boa ferramenta de apoio complementar aos docentes, tornando a atividade prática e experimental mais adequada à visão atual da epistemologia e da didática das ciências e verdadeiramente relevante para a aprendizagem dos alunos.
LOCAL e DATA: 11 de Outubro de 2012, às 18:00, no Anfiteatro -120 do Departamento de Física e Astronomia, Faculdade de Ciências da Universidade do Porto.
A sessão,
aberta ao público em geral, contará com
a presença do Sr. Vice-Reitor da UP, Prof. Dr. António Marques, além de outros
convidados para a cerimónia. A apresentação do livro será realizada pela Prof.
Dra. Helena Caldeira, professora aposentada da Universidade de Coimbra e autora
dos Programas Nacionais dos 10 e 11º anos.
Vai
acontecer no dia 11 de Outubro, em Coimbra.
A
propósito da 1st IDPASC PhD Students Workshop
a rede IDPASC, o LIP, e a Universidade de Coimbra promovem, no dia 11 de Outubro de 2012, pelas 18h00 (recepção aos participantes a
partir das 17h30), uma Sessão
Pública IDPASC "Higgs: To be or not to be!"
A participação é gratuita.
A participação é gratuita.
O Doutor Dave Charlton do CERN, Vice-Responsável da Colaboração ATLAS e responsável desta Colaboração a partir de Março de 2013, irá apresentar os últimos resultados nas pesquisas do Bosão de Higgs realizadas no CERN.
Após o anúncio em 4 de Julho último feito pelas Colaborações ATLAS e CMS, da descoberta no CERN de uma nova partícula compatível com o tão procurado Bosão de Higgs, o Investigador Dave Charlton irá apresentar-nos uma revisão desses resultados, discutir as suas implicações, e responder às inúmeras perguntas que temos sobre estes assuntos.
A palestra será muito pedagógica e dirigida ao público em geral (e em especial aos Professores e alunos do ensino secundário)
Vai acontecer no dia 13 de Outubro, no Porto.
domingo, 7 de outubro de 2012
Continuando a falar de sal...
A MULHER DE LOT
A
mulher de Lot, que o seguia, olhou para trás e
transformou-se numa estátua de sal.
Genesis
E o homem justo seguiu o enviado de Deus,
alto e brilhante, pelas negras montanhas.
Mas a angústia falava bem alto à sua mulher:
"Ainda não é tarde demais; ainda dá tempo de olhar
as rubras torres da tua Sodoma natal,
a praça onde cantavas, o pátio onde fiavas,
as janelas vazias da casa elevada
onde destes filhos ao homem amado".
Ela olhou e - paralisada pela dor mortal -,
seus olhos nada mais puderam ver.
E converte-se o corpo em transparente sal
e os ágeis pés no chão enraizaram-se.
Quem há de chorar por essa mulher?
Não é insignificante demais para que a lamentem?
E, no entanto, meu coração nunca esquecerá
quem deu a própria vida por um único olhar.
Genesis
E o homem justo seguiu o enviado de Deus,
alto e brilhante, pelas negras montanhas.
Mas a angústia falava bem alto à sua mulher:
"Ainda não é tarde demais; ainda dá tempo de olhar
as rubras torres da tua Sodoma natal,
a praça onde cantavas, o pátio onde fiavas,
as janelas vazias da casa elevada
onde destes filhos ao homem amado".
Ela olhou e - paralisada pela dor mortal -,
seus olhos nada mais puderam ver.
E converte-se o corpo em transparente sal
e os ágeis pés no chão enraizaram-se.
Quem há de chorar por essa mulher?
Não é insignificante demais para que a lamentem?
E, no entanto, meu coração nunca esquecerá
quem deu a própria vida por um único olhar.
E a propósito de Sodoma, terra natal da mulher de Lot, o
quadro Sodoma e Gomorra de
sábado, 6 de outubro de 2012
A química do sal
Quando pensamos nos
compostos químicos que contribuem para o bem-estar da humanidade, raramente nos
lembramos do cloreto de sódio… o vulgar “sal de cozinha”. Na verdade, o sal é
um dos compostos químicos há mais tempo utilizado pelo Homem pela sua capacidade
para conservar alimentos, o que o tornou numa mercadoria de elevado valor.
De facto, a conservação dos alimentos pelo sal é uma das bases da nossa civilização, pois permitiu libertar o homem da dependência sazonal dos alimentos e armazenar durante o verão as reservas alimentares para o inverno.
De facto, a conservação dos alimentos pelo sal é uma das bases da nossa civilização, pois permitiu libertar o homem da dependência sazonal dos alimentos e armazenar durante o verão as reservas alimentares para o inverno.
Este é um excerto do texto “A química do sal”colocado no blog Uma química
irresistível, um dos que incluo nos meus favoritos
E a propósito deste texto, regressei ao tempo em que na
adega da minha casa na aldeia havia uma salgadeira .
Hoje em dia, existem arcas frigoríficas, mas antigamente
quando se matava o porco em casa, parte da carne era guardada em salgadeiras,
que mais não eram do que arcas de madeira que se enchiam de sal!
E porque estamos a falar de sal (quimicamente cloreto de sódio)
incluo uma imagem de salinas e o poema lágrima de preta de António Gedeão na
voz de Adriano Correia de Olveira
Lágrima de preta
Encontrei uma preta
Que estava a chorar
Pedi-lhe uma lágrima
Para analisar.
Recolhi a lágrimaQue estava a chorar
Pedi-lhe uma lágrima
Para analisar.
Com todo o cuidado
Num tubo de ensaio
Bem esterilizado.
Olhei-a de um lado
Do outro e de frente
Tinha um ar de gota
Muito transparente.
Mandei vir os ácidos
As bases e os sais
As drogas usadas
Em casos que tais.
Ensaiei a frio
Experimentei ao lume
De todas as vezes
Deu-me o que é costume.
Nem sinais de negro
Nem vestígios de ódio
Água quase tudo
E cloreto de sódio.
Houve festa na Química
Na passada sexta-feira, a Faculdade
de Ciências da Universidade do Porto recebeu a última lição de
duas figuras marcantes da história da U.Porto: Adélio Machado e Alberto
Amaral. Os dois professores jubilaram-se perante uma plateia cheia
de nomes ligados ao ensino superior como o ex-Ministro da Ciência,
Tecnologia e Ensino Superior, Mariano Gago,
o administrador da Fundação Calouste Gulbenkian, Eduardo
Marçal Grilo, e o diretor do Centro de Investigação de
Políticas de Ensino Superior, Pedro Teixeira.
De manhã, Salvador
Alegret e Sanromà, da Universidade Autónoma de Barcelona,
e Manuel Nunes da Ponte, da Faculdade de Ciências e
Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, falaram sobre o
papel da Química no Mundo. Às 12 horas, Adélio
Machado proferiu a sua última lição, intitulada “Desenvolvimento?
Sempre Insustentável”Fui aluna do Professor Adélio Machado com quem trabalhei posteriormente na orientação dos estágios do ramo educacional. Por isso, foi com muita pena que não estive presente na cerimónia. Costumava receber notícias da UP on-line mas já há algum tempo deixei de as receber.
Posteriormente enviei as minhas felicitações ao Professor, que muito amavelmente me mandou o texto da sua aula.
Interessantíssima vem na linha da "Química Verde", área relativamente à qual existem várias publicações de Adélio Machado como, por exemplo, O Quadro de classificação periódica da sustentabilidade.Uma metáfora para a química verde e ecologia industrial
Outros artigos podem ser lidos aqui
Às 18h30 “Alberto Amaral – um cientista entre a Academia e a Ágora”, uma obra da U.Porto editorial, foi apresentada por Mariano Gago e António Magalhães, investigador no Centro de Investigação de Políticas do Ensino Superior. Após o lançamento do livro, o reitor da Universidade do Porto, José Marques dos Santos, entregou ao antigo reitor a Medalha de Mérito da U.Porto.
Aqui
ficam breves excertos da intervenção de
Alberto Amaral
“Sinto-me envergonhado pela
herança que a minha geração deixa à futura. Normalmente, uma geração vive
melhor do que a anterior, tal como a minha foi melhor do que dos meus pais e a
deles do que a dos meus avós, etc., mas agora a tendência está a inverter-se e
os meus descendentes vão ter claramente mais dificuldades, piores salários,
falta de emprego e más condições sociais”.
E “hoje, os académicos são uns verdadeiros cornudos das suas instituições”, continuou o também ex-reitor da UPorto, acrescentando que se tornaram em “simples funcionários que perderam prestígio”.
E “hoje, os académicos são uns verdadeiros cornudos das suas instituições”, continuou o também ex-reitor da UPorto, acrescentando que se tornaram em “simples funcionários que perderam prestígio”.
E porque a Química faz parte do Teatro da Vida termino com a obra homónima de Vieira da Silva, a quem dediquei a última mensagem
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O ESPAÇO E OUTROS ENIGMAS.
O ESPAÇO E OUTROS ENIGMAS.
É este o título da exposição que está
patente até 21
de Outubro. na GALERIA FUNDAÇÃO EDP | Rua Ofélia Diogo da Costa, 45 (ao lado da Casa da
Música) | Porto | Terça a Domingo, das 12 às 19h
A obra de Maria
Helena Vieira da Silva é uma vez mais revistada, agora a partir de obras de
colecções particulares e institucionais em Portugal, que nos permitem admirar
as diferentes etapas da pintura da artista e confirmam a sua excepcional
dimensão no panorama internacional da arte contemporânea. A exposição,
organizada em parceria pela Fundação EDP e pela Fundação Arpad Szenes-Vieira da
Silva, procura traçar um registo mais intimista da pintura de Vieira da Silva,
revelando os seus múltiplos caminhos e a sua busca pelo enigma do espaço.
Vieira da Silva encontra-se representada, para além das colecções de museus, em
instituições não museológicas em Portugal, bem como colecções de particulares.
Todas constituem um complemento insubstituível aos acervos dos museus.
Visitei a exposição na passada terça feira e aconselho vivamente a visita.
Outras obras da
artista podem ser vistas aqui
“A pintura de Vieira
da Silva (…)é uma pintura do real no que ele tem de mais fantástico, a sua
espacialidade reverberante, que o mais ínfimo objecto enquanto potência de cor
e luz repercute sem termo e sem fim …) Eduardo Lourenço
Termino com "Memno", obra de 1988 que Luís Cília dedicou a Vieira da Silva
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Se eu fosse mais nova….
Se eu fosse mais nova….
Já aqui referi que até 2000, nunca imaginei pedir a aposentação antes
dos 70 anos ( caso a saúde me permitisse continuar a exercer a profissão que
jamais trocaria por qualquer outra). As barbaridades da ministra MLR levaram a
que me aposentasse aos 60 anos, com 39 de serviço.
Da mesma maneira sempre achei que, para viver, não trocaria Portugal
por qualquer outro país. Agora, estou tão desencantada com tudo o que se passa à minha volta ( e não
é só de agora) que, se fosse mais nova, talvez emigrasse.
Ultimamente tenho reflectido muito sobre isso. Curiosamente hoje tomei
conhecimento do texto Conselho aos Filhos
de Portugal , escrito por um emigrante. Aqui
fica para reflexão
Se és um
jovem português, atravessa a fronteira do teu País
e parte destemido na procura de um
futuro com Futuro
Porque
no teu País a Educação é como uma
licenciatura
tirada sem mérito e sem trabalho,
arquitectada por amigos docentes
e abençoada numa manhã
dominical
Porque
no teu País é mais importante a estatística
dos números
que a competência científica dos
alunos.
O que interessa é encher as
universidades, nem que seja de burros
Porque
no teu País a corrupção faz parte do jogo
onde os jogadores e os árbitros
são carne do mesmo osso
e partilham o mesmo tempero
Porque no teu País a justiça é ela própria uma injustiça
porque serve quem é rico e
influente
com leis democraticamente pobres
Porque no teu País as prisões não são para os ladrões ricos
porque os ricos não são ladrões
já que um desvio é diferente de um
roubo
Porque
no teu País a Saúde é uma doença crónica
onde, quem pouco tem
é sempre colocado na coluna da
despesa
Porque
no teu País se paga a quem nada faz
e se taxa a quem pouco aufere
Porque no teu País a incompetência política
é definida como coragem patriótica
Porque
no teu País o mar apenas serve para tomar
banho
e pescar sardinhas
Porque no teu País um autarca condenado à prisão pela justiça
pode continuar em funções em
liberdade
passeando e assobiando de mãos nos
bolsos
Porque no teu País os manuais escolares são pagos
enquanto a frota automóvel dos
políticos é topo de gama
Porque no teu País há reformas de duzentos euros
e acumulação de reformas de
milhares deles
Porque no teu País a universidade pública deixou cair a exigência
e as licenciaturas na privada
tiram-se ao ritmo das chorudas
mensalidades
Porque
no teu País os governantes, na sua esmagadora
maioria
apenas possuem experiência
partidária
que os conduz pelas veredas do
"sim ao chefe"
Porque no teu País o que é falso, é dito como verdade,
sob Palavra de Honra!
São votos ganhos numa eleição
Porque no teu País as falências são uma normalidade,
o desemprego é galopante, a
criminalidade assusta,
o limiar da pobreza é gritante
e a venda de Porsche e Ferrari ...
aumenta
Porque no teu País há esquadras da polícia em tal estado
onde os agentes se servem da casa
de banho
dos cafés mais próximos
Porque
no teu País se oferecem computadores nas
escolas
apenas para compor as estatísticas
do saber "faz de conta"
em banda larga
Porque
no teu País se os teus pais não forem ricos
por mais que faças e labutes
pouco vales sem um cartão
partidário
Porque
no teu País os governantes não taxam os
bancos
porque, quando saírem do governo
serão eles que os empregam
Porque no teu País és apenas mais um número
onde o Primeiro-Ministro se chama
Alice
que vive no País das Maravilhas
mesmo ao lado do teu.
Foge !
E não
olhes para trás !"
Deixo também um outro texto que reforça algum conteúdo do anterior
Dezassete antigos administradores da CGD
recebem dois milhões em reformas por ano(…)
A CGD é apenas um dos muitos exemplos de empresas com
reformados pelo Estado e/ou pela Segurança Social que regressam ao mercado de
trabalho no sector privado, acumulando desta forma reformas acima dos dois mil
euros com novos e altos salários em empresas ou instituições privadas(…)No caso do banco do Estado foram 17 os antigos administradores que passaram pelo conselho de administração e que recebem actualmente cerca de dois milhões de euros por ano em pensões, que variam entre os 2.710 euros mensais e os 14.352 euros brutos.
Numa altura em que o Governo está a congelar e a cortar as pensões de milhares de portugueses, e já prometeu novas medidas de austeridade nesta área, este leque de reformados, a que se juntam outras personalidades públicas, continuam a poder acumular reformas milionárias com outros rendimentos provenientes do trabalho no sector privado (…)
Em sentido inverso, o Diário Económico escreve, esta terça-feira, que a Caixa Geral de Depósitos não rende dinheiro ao País desde 2007. Nos últimos dez anos, o Estado gastou, no total, 4,35 mil milhões de euros em injecções de capital na CGD e foi remunerado, com o pagamento de dividendos, em 2,21 mil milhões de euros. Contas feitas, o saldo é negativo para os contribuintes em 2,13 mil milhões de euros.
E porque falei de emigração deixo aqui duas canções emblemáticas Ei-los que partem na voz de Manuel Freire e Trova do emigrante ( texto de Manuel Alegre, cantado também por Manuel Freire), aqui na
voz de Cecília de Melo com a guitarra de
Carlos Paredes.
Termino com a obra “Emigrantes” de Lasar Segall pertencente ao acervo da Pinacoteca de S. Paulo
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