Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


segunda-feira, 18 de maio de 2020

Não concebo a minha vida sem música


A música expressa o que não pode ser dito em palavras mas não pode permanecer em silêncio.
Quem ouve música, sente a sua solidão de repente povoada.
Sem a música, a vida seria um erro.
Toda a arte aspira continuamente à condição da música.
Para mim a música é o alimento indispensável ao espírito. Uma das grandes frustrações da minha vida é não saber tocar um instrumento. Tive lições de piano, de acordeão, de ukulele  mas não sei tocar nenhum deles.    Finjo que toco…
Em compensação ouço música sempre que posso
Tenho o privilégio de ser amiga do arquitecto José Resende Dias, colega e amigo do meu marido. Além de arquitecto é músico. A arte está-lhe nos genes- filho do maestro Resende Dias, sobrinho do Mestre Júlio Resende e também de Fernando Lanhas, (arquiteto, pintor, homem de ciência…)
Zé Resende gosta de falar de música, a sua grande paixão. Há dias falou-me de um grande violoncelista de quem eu ainda não ouvira falar- Stjepan Hauser https://pt.wikipedia.org/wiki/Stjepan_Hauser

Hoje passei parte da tarde a ouvi-lo em várias apresentações que partilho convosco


https://www.youtube.com/watchv=p_fprzrHvIM&list=PLdVkHRu3zRbJhoHZa8WEEeginurhA5_xp&index=13 (Excerto de valsa nº 2 de Shostakovich) 

https://www.youtube.com/watch?v=4z-Rc5dHEi8  (excerto da ópera Casta Diva

https://www.youtube.com/watch?v=7mO23ooI4rw (excerto do  Noturno em dó menor de Chopin)

https://www.youtube.com/watch?v=CvglW3KNSsQ (excerto de Air on the G String de Bach)

https://www.youtube.com/watch?v=Sk2yoOY8CTU  (Excerto de Czardas de Monti)

https://www.youtube.com/watch?v=Nb9YqX4iid0 (Excerto de Para Elisa  de Beethoven)

https://www.youtube.com/watch?v=bgv_AHQN7Wg ( Ave Maria  de Gounod/Bach)

https://www.youtube.com/watch?v=gr6QnFmCXzk  (Excerto de Adagio de Albinoni


E porque falo de música, há tempos e, por acaso, “descobri” a pianista Alice Sommer (1903- 2014) cuja vida é um exemplo para todos nós. Partilho convosco o vídeo que segue







terça-feira, 12 de maio de 2020

Leituras em tempo de pandemia


Leituras em tempo de pandemia
Sempre gostei muito de ler. Esta paixão pela leitura foi-me incutida pelos meus pais, muito em particular o meu pai que fundamentalmente lia autores portugueses, alguns brasileiros e o francês Victor Hugo. Ao longo do tempo fui conhecendo e apreciando muitos outros escritores, que vou lendo e  muitas vezes  relendo. É o caso de Albert Camus. O primeiro livro que adquiri foi  O Estrangeiro e a partir daí fui adquirindo vários outros. Um deles A Peste.
Em tempo de pandemia fui relê-lo mais uma vez. Acabei ontem.

A capa do livro. Creio tê-lo comprado  em 1968

Excerto de um pequeno texto introdutório

Aconselho vivamente a sua leitura que espelha, mais uma vez, o humanismo de Camus. A sua infância pobre na Argélia, as vidas dos operários e das crianças do seu bairro povoam a sua escrita e marcam o seu pensamento político e filosófico.
Em 1957 foi-lhe atribuído o Prémio Nobel da Literatura.
Escreveu então uma breve carta a Monsieur Germain, seu professor no ensino primário. numa escola pública de um bairro operário. Nela, o já consagrado escritor e filósofo franco-argelino expõe a sua gratidão àquele que havia sido responsável por uma profunda transformação na sua vida
19 novembre 1957
Cher Monsieur Germain,
J’ai laissé s’éteindre un peu le bruit qui m’a entouré tous ces jours-ci avant de venir vous parler de tout mon cœur. On vient de me faire un bien trop grand honneur, que je n’ai ni recherché ni sollicité. Mais quand j’en ai appris la nouvelle, ma première pensée, après ma mère, a été pour vous. Sans vous, sans cette main affectueuse que vous avez tendue au petit enfant pauvre que j’étais, sans votre enseignement, et votre exemple, rien de tout cela ne serait arrivé. Je ne me fais pas un monde de cette sorte d’honneur. Mais celui-là est du moins une occasion pour vous dire ce que vous avez été, et êtes toujours pour moi, et pour vous assurer que vos efforts, votre travail et le cœur généreux que vous y mettiez sont toujours vivants chez un de vos petits écoliers qui, malgré l’âge, n’a pas cessé d’être votre reconnaissant élève. Je vous embrasse de toutes mes forces.
Albert Camus


quinta-feira, 7 de maio de 2020

Sinto-me privilegiada...



Vivo numa casa independente, com pátio, quintal e jardim pelo que o confinamento a que a pandemia nos obriga, não me tem custado. Custa-me apenas, não poder estar com a família, para além do marido. 
E dentro do afastamento da família, custa-me muito o afastamento dos netos. Mas também nisso sou um pouco privilegiada pois o meu filho  mais velho vive  mesmo ao lado  pelo que são contíguos os espaços ao ar livre das duas asas. 
Preocupados  por pertencermos a uma  população de risco  ( maiores de 70…) temem que nos possamos contagiar. Assim, nunca nos deixam aproximar deles nem dos netos para além dos 2 m recomendados. Mas podemos vê-los e conversar a essa distância.  No dia da Mãe fomos tomar café no  pátio da casa deles, embora numa mesa diferente, e estivemos à conversa  durante algum tempo.
Para além disso temos sempre o whatsap, é certo… E é apenas por whatsap que podemos contactar com os outros dois netos, (filhos do nosso filho mais novo.
Mas é melhor que nada...

Como agora dispomos de muito tempo, podemos acompanhar o evoluir da natureza, nesta fase bonita da Primavera.
Hoje fiz algumas fotos  


     
Um bocadinho da nossa horta...Á frente o diospireiro


Mais um bocadinho de horta....

As framboeseiras floridas


Várias flores silvestres



Termino citando Fernando Pessoa…
Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale  a pena ter nascido.