A todos um Bom Natal....
segunda-feira, 18 de dezembro de 2017
quinta-feira, 14 de dezembro de 2017
E porque é Natal...
E
porque é Natal, deixo alguns presentes.
O
primeiro é um vídeo sobre o Museu da Ciência da Universidade de
Coimbra.
Vale
a pena uma visita “real” ao Museu. Falo por experiênia própria.
O
segundo presente vai também na forma de vídeo
A
canção "Oração das Mães", nasceu do resultado de uma
aliança entre a cantora-compositora Yael Deckelbaum, e um grupo de
mulheres corajosas, liderando o movimento de "Women Wage Peace".
O movimento surgiu no verão de 2014 durante a escalada de violência
entre Israel e os Palestinos, e a operação militar "Tzuk
Eitan". Em 4 de outubro de 2016, mulheres judaicas e árabes
começaram com o projeto conjunto "Marcha da Esperança".
Milhares de mulheres marcharam do norte de Israel para Jerusalém em
um apelo à paz. Uma chamada que atingiu seu pico em 19 de outubro,
em uma marcha de pelo menos 4.000 mulheres metade delas palestinas, e
metade Israelita, em Qasr el Yahud (no Mar Morto do Norte), em uma
oração comum pela paz. Na mesma noite, 15 mil mulheres protestaram
na frente da casa do primeiro ministro em Jerusalém. As marchantes
juntaram-se com a vencedora do Prêmio Nobel da Paz, Leymah Gbowee,
que levou ao fim a Segunda Guerra Civil Liberiana em 2003, pela força
conjunta das mulheres. Na canção, Yael Deckelbaum combinou uma
gravação de Leymah, tirada a partir de um vídeo do youtube em que
ela tinha enviado suas bênçãos para o movimento.
A
luta das liberianas pela paz "não é uma história de guerra
tradicional. Trata-se de um exército de mulheres vestidas de branco,
que se levantaram quando ninguém queria, sem medo, porque as piores
coisas imagináveis já lhes tinham acontecido", escreve Leymah
Roberta Gbowee na sua autobiografia.
"Trata-se
da forma como encontrámos a força moral, a perseverança e a
coragem de levantar as nossas vozes contra a guerra e restabelecer o
bom senso no nosso país", adianta.
Leymah
Gbowee, que fundou ou dirige várias organizações de mulheres,
participou na Comissão Verdade e Reconciliação.
Não
há caminho para a paz, a paz é o caminho.
A paz é o acminho
Este
vídeo sugeriu-me, de imediato, alguns “pensamentos” célebres
Não
existe caminho para a paz. A paz é o caminho
Mahatma
Gandhi
A
paz é a única forma de nos sentirmos realmente humanos.
Com
armas pode vencer-se a guerra mas a paz não se conquista.
Albert
Einstein
A
paz depois da guerra é o silêncio dos mortos e o espanto mudo dos
vivos.
Valter
da Rosa Borges
A
felicidade não é fruto da paz, é a própria paz.
Émile-Auguste
Chartier
A
Paz obtida com a ponta de uma espada não passa de uma simples
trégua.
Pierre-Joseph
Proudhon
Quantas
guerras terei que vencer por um pouco de paz?
Maria
Bethânia
E
a este propósito deixo mais um presente, o próximo vídeo.
Eis
o penúltimo presente- uma carta de Mia Couto datada de 2003 para o
Presidente do Estados Unidos .
Passados
catorze anos a essência da mensagem “assenta “ na perfeição
ao presidente atual.
in Mia Couto, Pensatempos ,2005
E
agora,
o último presente,
uma obra de Tapies artista plástico que, em
1984, recebeu o Prémio da Paz das Nações Unidas.
Esta e outras obras poderão ser vistas aqui
domingo, 10 de dezembro de 2017
Nordeste em Dezembro…
Gosto
muito de passar uns tempos no Nordeste transmontano, onde cresci. Há
já vários anos que ali passo, no Verão, cerca de um mês e meio.
Passo também alguns fins de semana ao longo do ano, mas fujo do
Inverno.
Este
fim de semana tivemos que nos deslocar ali, por causa de umas obras
que urge fazer na casa que o meu marido herdou há seis anos, no
concelho de Moncorvo.
Fomos
5ª feira de manhã, um pouco apreensivos pois na véspera telefonei
para a minha aldeia e disseram-me que as temperaturas rondavam os
zero graus. É certo que, até aos meus 16 anos, dias de Inverno
com temperaturas abaixo de zero eram frequentes. Em Bragança o Liceu
fechou algumas vezes enquanto ali fui aluna. A temperatura mais
baixa que ”suportei” foi 15 graus negativos e apenas uma vez. Mas
à volta de -8º era frequente. Apesar disso, nunca consegui
acostumar-me ao frio. Por isso, no Inverno só ali vou em condições
excecionais.
Por causa da bursite que me surgiu e me tem incomodado bastante, pensei não ir mas na quarta feira senti-me nitidamente melhor e arrisquei.
Por causa da bursite que me surgiu e me tem incomodado bastante, pensei não ir mas na quarta feira senti-me nitidamente melhor e arrisquei.
A primeira coisa que o meu marido fez, foi acender a lareira, ainda com o casacão vestido e de capuz na cabeça...
Entretanto
o tempo foi aquecendo e acabou por ser um fim de semana muito
agradável, embora a minha perna se tenha “queixado” um pouco.
Na
sexta fomos a Alfândega. No jardim, uma exposição alusiva ao Natal
com obras feitas essencialmente por alunos das escolas. Aqui ficam
algumas imagens.
Fomos
também à minha aldeia buscar alguns produtos da terra, nomeadamente
azeite. Mas nem entrei em minha casa. Previa que estivesse muito
fria, como o meu marido viria a confirmar. Fui visitar uns compadres
(uma senhora que trabalhou em casa dos meus pais e o marido) aos
quais me liga uma grande amizade. Fiquei ali à lareira, a conversar
todo o tempo. Enquanto ali estava telefonou uma irmã,
também minha comadre, que vive em França. Fez questão de falar comigo. São pessoas
extremamente genuínas como eram, naquele tempo,quase todas as
pessoas da minha aldeia.
Regressámos hoje, mais uma vez com a Antena 2 por companhia e que me apresentou dois compositores que não conhecia.
Um deles Anton Arensky ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_Arensky)
Regressámos hoje, mais uma vez com a Antena 2 por companhia e que me apresentou dois compositores que não conhecia.
Um deles Anton Arensky ( https://pt.wikipedia.org/wiki/Anton_Arensky)
de que aqui deixo a Sinfonia No. 2, Op. 22 e "Russian Concert" concerto em Fá menor.
de que deixo a composição Barcarolle
in E minor, Op. 14
Em 1881, Franz Xaver Scharwenka funda o Conservatório Scharwenka, em Berlim onde viria a ser professor de Viana da Mota (http://cvc.instituto-camoes.pt/seculo-xx/viana-da-mota.html#.Wi1rSd9l_IU)
De Viana da Mota conheço algumas obras e uma das minha preferidas é também uma Barcarola, a Barcarola nº 1, que aqui deixo interpretada por António Rosado
sexta-feira, 1 de dezembro de 2017
A poesia “clara, límpida, diamantina” de Manuel Alegre
"A
poesia dele é clara,
límpida, diamantina, atravessa todas as camadas sociais, toda a
gente a entende perfeitamente",
foi assim que Lídia Jorge se
referiu à poesia de Manuel Alegre, aquando da atribuição do Prémio
Camões, em Junho passado. Afirmou
ainda
que, ao
saber
da notícia, pensou que o prémio lhe
era atribuído pela segunda vez pois
já há muito tempo o deveria
ter
recebido.
Ora,
no passado dia 22, a
Universidade de Pádua, atribuiu ao português Manuel Alegre um
Doutoramento Honoris Causa. Do
seu discurso, aquando
da
cerimónia, que
pode ser lido aqui, transcrevo
alguns excertos
.
(...)Ninguém
está fora do espaço e do tempo. Ninguém está fora da história. A
escrita e a vida são inseparáveis. A liberdade, afirmou o mexicano
Octávio Paz, “não é uma filosofia e nem sequer uma ideia, é um
movimento de consciência que nos leva em certos momentos, a
pronunciar dois monossílabos: Sim e Não.” A minha
circunstância levou-me a dizer não, e a dizê-lo em verso,
segundo um certo ritmo, uma certa toada, uma certa correspondência
de sons e imagens. Não por qualquer intenção programática,
mas por um impulso, uma energia, uma irresistível confiança na
força da palavra poética. Apesar da idade e dos desenganos,
mantenho, hoje como sempre, a mesma confiança na força libertadora
da palavra. Concordo com Octávio Paz: “A actividade poética é
revolucionária por natureza; exercício espiritual, é um método da
libertação interior.”
Creio que o ritmo da escrita é
inseparável do ritmo da terra e das marés. Está antes da palavra e
a a palavra cantada ou dançada está antes da palavra escrita. Como
o poeta português Teixeira de Pascoaes, eu creio que “a poesia
nasceu da dança e que o ritmo é a substância das coisas.” Como
ele estou convencido que “a palavra liberta e cria: é a própria
terra do Outro Mundo.”
(...)Segundo
Nadejda Mandelstam, viúva do grande poeta russo, “em certas
épocas, só a palavra poética, pela sua natureza cósmica, é capaz
de apreender a realidade.” Por seu lado, para Rainer Maria Rilke
“os versos não são feitos com sentimentos” e “…para
escrever um só verso é preciso ter visto muitas cidades, muitos
homens e muitas coisas. É preciso lembrar caminhos em regiões
desconhecidas, encontros inesperados e despedidas há muito
previstas.” Tudo isso é vida e de tudo se faz o poema.
(...)Tenho por vezes a sensação de ter vivido
várias vidas numa só vida e de ter sido várias pessoas na mesma
pessoa. Conheci os momentos extremos: guerra, prisão política,
exílio. Mas também tive o privilégio de alegrias incomparáveis,
como a vitória da revolução dos cravos e a reconquista da
liberdade. Costumo dizer que a minha vida foi intensa, densa e tensa.
Talvez por isso os meus romances tenham um cunho autobiográfico. Não
posso dizer que tenha sido injustiçado. Recebi os principais prémios
literários da língua portuguesa. A República concedeu-me as mais
altas condecorações. Mas de todos os prémios o mais importante foi
o reconhecimento e carinho dos meus leitores.
Comecei
por conhecer a sua obra através das vozes de Zeca
Afonso, Adriano Correia de Oliveira, Manuel Freire, Luís Cília…
Depois
comecei a adquirir os seus livros. Primeiro Praça
da Canção
e O
canto e as armas, depois vários outros, à medida que foram saindo. Muitos deles estão
autografados pelo autor mas
embora
goste da sua narrativa, aprecio
mais a
sua obra poética, de que gosto
imenso. E
nela incluo um livro que acho fabuloso- A terceira Rosa- que para mim
é prosa poética..
"Olá,
disseste. E a terra tremeu"
“A paixão passa e não passa”
Aqui uma entrevista onde o autor nos fala desse livro
Termino
com alguns poemas do autor.
Sei
que outros ventos outro mar
a
teoria das brumas e o teorema
daquela
ilha sempre por achar.
Seu
nome é Pico. E fica no poema
In
Escrito no mar (2007)
Na
velha casa passou um rio
passou
a cheia o tempo um arrepio.
Quem
eu chamo já não vem.
Tanto
quarto vazio
tanta
sala sem ninguém.
E
frio.
In
Doze naus (2007)
I
Coimbra
era um puro acontecer
uma
vivência de dentro um exercício
um
jogo de metáforas e sintaxes
ó
corpos cintilantes diante dos espelhos
cabelos
loiros sobre os ombros: cidade
por
nossas mãos perdida e reinventada.
Por
fim era um rumor de poesia
uma
frase uma prosódia uma palavra.
E
dessa redacção é que nascia
in
Combra nunca vista (2003)
Uma
árvore floriu por detrás da casa
Uma
árvore dentro de Março
Contra
a rotina
E
contra o espaço
Ela
só capaz de flor
E
golpe de asa
Deixai-me
a árvore
Por
detrás da casa
In
chegar aqui (1984)
Gosto
muito deste poema e lembrei-me muito dele nos últimos dias. Tenho
estado com uma bursite trocantéria que me tem limitado bastante.
Ontem fiz uma infiltração e melhorei um pouco mas...
continuo com dificuldade em caminhar
As
rimas em ar estão porventura a acabar...
Parabéns Manuel Alegre pelo reconhecimento mais que merecido e obrigada pela sua poesia que, tantas vezes, me tem servido de
alento ….
domingo, 26 de novembro de 2017
Dia Nacional da Cultura Científica
A
Semana da Ciência e da Tecnologia, em curso desde 1997, é
uma iniciativa da “ Ciência
Viva” - Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica. Inclui sempre o dia 24 de Novembro- Dia Nacional da Cultura
Científica
O
Dia Nacional da Cultura Científica foi instituído em
1996 pelo
então
Ministro da Ciência e Tecnologia, José Mariano Gago, em homenagem a
Rómulo de Carvalho/António Gedeão, professor, divulgador de
ciência e poeta., nascido
a 24 de Novembro de 1906.
Infelizmente
já nenhum deles está fisicamente entre nós, mas ambos marcaram de
forma indelével o panorama cultural português.
A
ambos, o meu MUITO OBRIGADA.
Em
2012 foi atribuído
pela 1ª vez o
Grande Prémio Ciência Viva, prémio
que distingue
uma intervenção de mérito na divulgação científica e
tecnológica em Portugal.
Em
2013 foram instituídos mais dois prémios:
Prémio
Ciência Viva Montepio Educação- Distingue
um projecto de educação científica e promoção da cultura
científica e tecnológica realizado em escolas portuguesas.
Prémio
Ciência Viva Montepio Media-Distingue um trabalho de mérito
excepcional na divulgação da ciência e da tecnologia num órgão
de comunicação social português.
Todos
estes prémios têm o apoio do Montepio Geral e pretendem
contribuir para o reconhecimento e estímulo do esforço individual e
coletivo na promoção da cultura científica e tecnológica.
Neste
ano, a entrega dos prémio teve lugar no Porto, na galeria da
Biodiversidade.
Os premiados foram:
Carlos
Fiolhais-Grande Prémio Ciência Viva Montepio
Isabel P. Martins- Prémio Ciência Viva Montepio Educação
Isabel P. Martins- Prémio Ciência Viva Montepio Educação
Filomena
Naves e Teresa Firmino- Prémio Ciência Viva Montepio Media
A
entrega de cada prémio foi precedida de brevíssimas intervenções
( no máximo 3 min) sobre os premiados.
Começaram
por ser entregues os prémios às jornalistas Filomena
Naves e Teresa Firmino. Desta última leio, com alguma frequência, os
seus artigos no Públic . O último que li tem por título Um
extraterrestre visitou o nosso quintal e
pode ser lido aqui
As
duas kornalistas têm publicado alguns livros em conjunto, um deles
“Portugal a Quente e Frio” sobre o efeito das alterações
climáticas, nomeadamente em Portugal
Há
peixes tropicais a surgir na costa portuguesa. Há aves que deixaram
de migrar para África e passam cá o Inverno. As amendoeiras estão
a florir quase um mês mais cedo do que há 30 anos. Nas montanhas,
as árvores estão a trepar para fugir ao calor. Na ilha da Madeira,
os mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela chegaram, em
2004, e instalaram-se. Só não transmitem as doenças porque não
estão infectados com os vírus. Há muitas incógnitas sobre o rumo
que o clima do planeta tomará. Não se sabe onde está o ponto de
ruptura do equilíbrio climático. Em parte, vai depender de nós e
da maior ou menor quantidade de gases com efeito de estufa que
atirarmos lá para cima nas próximas décadas. A Europa será dos
continentes mais afectados e Portugal terá de enfrentar uma das
maiores subidas regionais da temperatura. Há quem diga que Lisboa
pode vir a ter a temperatura média actual de Rabat.
Na
entrega dos prémios seguiu-se Isabel Martins. Conheci Isabel Martins
como colega na orientação de estágios. Posteriormente e, como pode
ser lido aqui numa brevíssima resenha curricular, passa a dedicar-se, na
Universidade de Aveiro, à investigação em educação, particularmente à educação em química.
Foi
em Aveiro que voltei a encontrá-la, agora como professora, quando ali fiz
Mestrado.
Por
fim, foi a entrega do prémio ao Professor Fiolhais, desta vez pelo
Ministro da Ciência.
Como
referi anteriormente, a entrega de cada
prémio foi precedida de brevíssimas intervenções sobre os
premiados. A propósito da atribuição
Grande
Prémio Ciência Viva Montepio
ao Prof. Fiolhais, pediram-me para fazer uma dessas intervenções,
focando o seu papel de divulgador junto dos alunos nas escolas.
Tenho
o privilégio de conhecer o Professor há já vários anos pelo que
não me seria difícil falar desse seu papel, mas em tão pouco
tempo, ficou quase tudo por dizer...
O
seu poder de comunicação é notório pois vai, desde crianças do
pré-primário até alunos adultos.
É possível encontrar na Internet algumas dessas suas comunicações em escolas como por exemplo aqui e aqui.
É possível encontrar na Internet algumas dessas suas comunicações em escolas como por exemplo aqui e aqui.
No mesmo refere
que
ciência é liberdade, tal como poesia é liberdade.
E
cita
Gedeão em “Poema
do Alquimista” e Sophia ( Liberdade)
associando o nome da escritora ao belíssimo edifício onde a
cerimónia decorreu
“Eu
não sou o alquimista de Duesseldorf!
Eu
não quero tudo.
Eu
quero apenas,
Apenas
transmutar esta chatice em flores.”
António Gedeão
“Liberdade”:
“O
poema é
A liberdade
[Um poema não se programa
Porém a disciplina
— Sílaba por sílaba —
O acompanha
Sílaba por sílaba
O poema emerge
— Como se os deuses o dessem
O fazemos.”]
A liberdade
[Um poema não se programa
Porém a disciplina
— Sílaba por sílaba —
O acompanha
Sílaba por sílaba
O poema emerge
— Como se os deuses o dessem
O fazemos.”]
Ainda a propósito da Semana da
Ciência e da Tecnologia,, no dia 22 estive na escola Irene Lisboa
com alunos de 8º ano, distribuídos por duas sessões. A propósito
do meu livro Breve História da Química, conversámos e fiz algumas
atividades experimentais. Foi muito gratificante pois os alunos
mantiveram-se interessados durante todo o tempo.
Termino
esta mensagem com poemas de Gedeão e Sophia
Poema das coisas
domingo, 5 de novembro de 2017
Tesouros escondidos
Uma
amiga enviou-me um mail com imagens de
uma mina abandonada,
200 metros abaixo da superfície da cidade de Yekaterinburg, na
Rússia.
Mikhail Mishainik, fotógrafo russo, ouviu falar da mina e, quando viu, “não queria acreditar nos seus olhos”.As cavernas estendem-se por centenas de quilómetros abaixo da superfície.
Mikhail e os amigos passaram a noite nas minas e estão muito longe de a terem explorado na íntegra.
As imagens que captaram podem vir a estar em museus de arte moderna.Deixo duas retiradas daqui onde podem encontrar mais
Qumicamente
a carnalina é um cloreto de potássio e magnésio hidratado´.
Fórmula
Química - KMgCl3.6(H2O) Composição - 14.07 % K, 8.75 % Mg, 4.35 %
H, 38.28 % Cl, 34.55 % O Cristalografia - Ortorrômbico Classe -
Bipiramidal ...
Por
associação, lembrei-me das Montanhas
coloridas do Parque Geológico Zhangye Danxia
na China, que não conheço, mas
das quais se podem ver, na NET, imagens maravilhosas
Essas
imagens já me inspiraram um pequeno poema que consta no meu livro
Quando o mel escorre nas searas…
Em
Danxia, na China,
a
natureza derramou nos montes
uma
miríade de cores.
Por
entre céu e terra,
tropeça
o olhar
embriagado.
sábado, 28 de outubro de 2017
Com Atlântico e Douro por companhia…
Há já
alguns meses que a minha dentista me tratou um dente que, em certas
circunstâncias, continua a doer-me. Como não conseguia detetar o
problema sugeriu-me que fosse a um dentista em Espinho, por este
possuir aparelhagem muito avançada. Fui lá hoje e de fato detetou
algo. Já tenho um CD com o exame que levarei à dentista na próxima
consulta.
Isto para referir que hoje fui a Espinho. O meu transporte
favorito é o comboio e como cada vez gosto menos de conduzir, levantei-me
cedo e apanhei o autocarro 206 (que passe perto de minha casa) e vai
para Campanhã. Ali apanhei um comboio para Espinho. Sentei-me do
lado da costa pelo que pude ir contemplando primeiro o rio e depois
o mar. Cheguei a Espinho ainda não eram 9h. A consulta era às 10 pelo que fui
caminhando lentamente, cerca de 800m, da estação até ao
consultório, cuja localização tinha identificado no Google Maps.
Chegada
ao consultório, tive sorte. Estava aberto. Habitualmente só abre às 10h. Enquanto aguardava a consulta, na parede em frente estava projetado um arco-íris belíssimo.
Após a consulta e, quando retomei o caminho de regresso, o mar ali tão perto tentou-me e, em vez de ir diretamente para a estação, fui até à beira-mar. Vi várias pessoas caminhando, correndo, e perguntei se havia algum passadiço que me levasse até à Praia da Granja. Disseram-me que sim mas que eram cerca de 4 km pelo que nunca demoraria menos de 1h.
Após a consulta e, quando retomei o caminho de regresso, o mar ali tão perto tentou-me e, em vez de ir diretamente para a estação, fui até à beira-mar. Vi várias pessoas caminhando, correndo, e perguntei se havia algum passadiço que me levasse até à Praia da Granja. Disseram-me que sim mas que eram cerca de 4 km pelo que nunca demoraria menos de 1h.
Como
adoro caminhar, não hesitei. Demorei 45 min mas valeu a pena….
Ao chegar, dirigi-me
para a estação, bastante abandonada, embora na foto não se note muito.
Enquanto aguardava o comboio, lembrei-me de Sophia que, na Granja, escreveu alguns dos seus poemas, nomeadamente um em que evoca a casa onde passava férias
Casa
branca em frente ao mar enorme,
Com o
teu jardim de areia e flores marinhas
E o teu
silêncio intacto em que dorme
O
milagre das coisas que eram minhas.
A ti eu
voltarei após o incerto
Calor
de tantos gestos recebidos
Passados os tumultos e o deserto
Beijados
os fantasmas, percorridos
Os
murmúrios da terra indefinida.
Em ti
renascerei num mundo meu
E a
redenção virá nas tuas linhas
Onde
nenhuma coisa se perdeu
Do
milagre das coisas que eram minhas.
A casa
pode ser vista num breve documentário aqui
http://portocanal.sapo.pt/noticia/30717/
http://portocanal.sapo.pt/noticia/30717/
Com os
olhos ainda "inundados" de mar, entrei no comboio apinhado de gente,
na sua maioria jovens. Entre tantos, apenas um (neste caso,uma) me ofereceu o
lugar. Agradeci e elogiei o seu gesto mas não aceitei porque não
precisava. Provavelmente não seria esse o caso de muitos outros
idosos que ali viajavam de pé.
Na minha mente começou a emergir um "soneto", glosando o grande Camilo no seu belíssimo poema "Os amigos" que tantas vezes ouvi dizer ao meu pai.
Regresso à glosa...Há algo que falha na educação da nossa juventude. De “quem” é a responsabilidade? Da família? Da escola? Da sociedade em geral?
Na minha mente começou a emergir um "soneto", glosando o grande Camilo no seu belíssimo poema "Os amigos" que tantas vezes ouvi dizer ao meu pai.
Granja.
No ar, o cheiro a maresia
O
comboio repleto. Jovens sentados,
(nem um
só lugar vago existia),
nada
mais viam, ao celular ligados.
Não
sentiam o cheiro a maresia.
Não
olhavam o mar ali ao lado.
No seu
mundo virtual não existiam
vários
idosos, em pé com ar cansado.
Só
uma, entre tantos reparou
e o
lugar de imediato ofereceu,
gesto
hoje raro, excecional.
Impávidos,
os demais continuaram
sem
olharem mar , dunas ou céu,
concentrados
apenas no mundo virtual.
E agora o belíssimo poema de Camilo. Estou em crer que me desculparia pela glosa...
OS AMIGOS
Amigos,
cento e dez, ou talvez mais,
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
Eu já contei. Vaidades que eu sentia:
Supus que sobre a terra não havia
Mais ditoso mortal entre os mortais!
Amigos, cento e dez! Tão serviçais,
Tão zelosos das leis da cortesia
Que, já farto de os ver, me escapulia
Às suas curvaturas vertebrais.
Um dia adoeci profundamente. Ceguei.
Dos cento e dez houve um somente
Que não desfez os laços quasi rotos.
Que vamos nós (diziam) lá fazer?
Se ele está cego não nos pode ver.
- Que cento e nove impávidos marotos!
Regresso à glosa...Há algo que falha na educação da nossa juventude. De “quem” é a responsabilidade? Da família? Da escola? Da sociedade em geral?
E
lembrei-me da comunicação de Nuccio Ordine sobre esta sociedade em
que importa o ter e não o ser. E a propósito dessa comunicação, para além de poder ser lida on-line como já referi em mensagem
anterior, também pode agora ser ouvida aqui https://ffms.pt/conferencias/detalhe/2324/a-utilidade-dos-saberes-inuteis
Retomo a viagem. Só em General Torres ficou vago um lugar perto
de mim. Sentei-me e ainda tirei mais algumas fotos de dentro do
comboio.
Saí em
S. Bento, por volta do meio dia. Aproveitei para ir à FNAC em Sta
Catarina, porque a prenda de aniversário do meu filho mais novo (e
família) foi um voucher para uma “Fugas a dois”.
Achei a
ideia muito gira mas o meu marido está cada vez com menos vontade de
viajar no país. Excetuam-se as viagens ao Nordeste ( e até mesmo
essas já são muito menos frequentes). Acabei por ir trocar o
voucher. Ia trocar por livros mas, imagine-se, troquei por uma
carteira. Já há muito que andava para comprar uma em tom cinza
esverdeado pois a que tenho, e de que gosto muito, já está a
precisar de substituição. Não fazia a mínima ideia de que na FNAC
se vendiam carteiras, mas ao vê-la não hesitei. E o mais
interessante é que o seu preço foi precisamente o do voucher... ...
Regressei
a casa a pé.
Depois de almoço chegaram os meus netos. Hoje, greve
nas escolas, valeu-nos a empregada que vai à sexta-feira, pois
causar-me-ia muito transtorno ter que adiar a consulta. Até isso
correu bem.
Soube-me bem o dia...
E porque falei de mar e rio cito Heitor Villa Lobos
Sim sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil.(...)Dele a Canção das água claras que podem ouvir aqui https://www.youtube.com/watch?v=GzQ4VlPib0k
Além de músico Dorival Caymni também pintava. Deixo um quadro sobre o mar
E porque também tive por companhia o Douro, deixo um quadro de Abreu Pessegueitro, pintor de que gosto muito
E porque falei de mar e rio cito Heitor Villa Lobos
Sim sou brasileiro e bem brasileiro. Na minha música deixo cantar os rios e os mares deste grande Brasil.(...)Dele a Canção das água claras que podem ouvir aqui https://www.youtube.com/watch?v=GzQ4VlPib0k
Deixo também a canção O Mar de Dorival Caymni https://www.youtube.com/watch?v=WdrytEpMnw8
E porque também tive por companhia o Douro, deixo um quadro de Abreu Pessegueitro, pintor de que gosto muito
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