Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


sábado, 30 de julho de 2011

Breve História da Química

Sob proposta da IUPAC (International Union of Pure and Applied Chemistry), 2011 é o ano dedicado à Química.

De entre as várias iniciativas destinadas às comemorações da efeméride, surgiu a ideia de dar a conhecer um pouco da história da Química, através de uma peça de teatro, dedicada essencialmente à população escolar. A iniciativa partiu da Dr.ª Lourdes Leitão, professora no Colégio dos Órfãos do Porto. A seu pedido, escrevi o texto que agora se publica. A ideia para o início da peça, entrada em palco de um grupo de saltimbancos, fazendo habilidades com o fogo, foi sugerida pela referida professora. A partir daí a peça surgiu e,” para o bem e para o mal”, o texto, que respeita o novo acordo ortográfico , é da minha inteira responsabilidade


O texto acima é a nota introdutória para o meu novo livro “Breve História da Química”, patrocinado pela Sociedade Portuguesa de Química (SPQ. ) Mais uma vez ilustrado pelo meu filho Nuno é um livro para todos, mas essencialmente dedicado ao público infanto-juvenil. Chegou-me hoje às mãos, editado por 7dias6noites

Com base no livro, o grupo Teatro do Sol, a convite de professores das Escolas Gonçalves Zarco, Inês de Castro e Colégio dos Órfãos, todas no distrito do Porto, assumiu o desafio de pôr em palco a peça “ O Grande Musical da Química”o que teve lugar a 20 e 21 do passado mês Junho, no teatro Rivoli.
A Editora Gatafunho, com a qual publiquei os dois últimos livros, tinha-se comprometido a editar este, de modo a ser apresentado no dia da estreia. Não só o livro não apareceu, como não me foi dada qualquer satisfação. Tentei sem sucesso telefonar;  nunca atendeu. Felizmente encontrei a editora 7dias6noites, disposta a aceitar o desafio e, junto da qual, o livro pode ser adquirido desde já.
Insiro a capa, a contracapa .....

e sugiro uma “espreitadela” a cada um dos quatro actos






 
Termino com os agradecimentos que constam do livro aos quals acrescento mais um à editora 7dias6noites.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mais uma breve...

Não deixem de ler  o "post"  "A Presidenta foi estudanta"  que Deana Barroqueiro colocou no seu blogue

quarta-feira, 27 de julho de 2011

O Sistema Educativo Português: mensagem breve

Em tempos de crise até nas mensagens é preciso poupar...
Mas a crise a que me refiro desta vez resulta da escassez de tempo disponível  nestes últimos tempos
Deixo-vos com um filme que me enviaram. Gostaria de o comentar mas a tal "crise" impede-me

No domingo parto para o meu nordeste por isso não sei quando poderei colocar novas mensagens.
Até sempre...

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Sistema nacional de Saúde: mensagem breve

Considero que o o Sistema Nacional de Saúde em Portugal, apesar de muitos defeitos, nomeadamente má gestão, não é tão mau quanto por vezes nos querem fazer crer. Há bem pior como também há bem melhor.
O filme que anexo, dá conta disso mesmo.

quinta-feira, 21 de julho de 2011

Apelo ao Ministro Nuno Crato


No passado dia 18, foi publicado em De Rerum Natura, um artigo de minha autoria cujo título é Apelo ao Ministro Nuno Crato

Deixo alguns excertos mas aconselho uma visita a De Rerum Natura onde, para além do texto, poderão ler alguns comentários


(…)Depois da aventura voluntarista de Maria de Lurdes Rodrigues e Isabel Alçada, uma aventura que durou seis longos anos marcados pela crispação e desmotivação dos professores, o país está pronto para uma mudança de paradigma educacional(…). Quem o diz é Ramiro Marques no seu blog
(….)

Ainda no mesmo post refere:
Gostaria de tecer algumas considerações tendo por base o que anteriormente destaquei.

No livro Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobra práticas lectivas/Areal Editores, 2000) dou conta da minha paixão pelo ensino em geral e pelo ensino da Física em particular

Foi precisamente a “ aventura voluntarista de Maria de Lurdes Rodrigues”, que me levou a tomar uma decisão muito dolorosa: aposentar-me aos 60 anos de idade e com 39 de serviço. O mesmo aconteceu a muitos professores deste país.

Hoje não estou arrependida. Por um lado encontrei outras formas de ligação ao ensino, fazendo sessões em escolas, bibliotecas, centros culturais. Por outro lado continuo a acompanhar a terrível vida de muitos professores pelo que me apercebo de muitas coisas que gostaria de denunciar, mas faltam-me engenho e arte e, acima de tudo, tempo para tarefa tão árdua.
Atrevo-me, no entanto, a focar alguns aspectos:

(…)

Fez ontem 42 anos ....

Fez ontem 42 anos que o homem pisou a Lua pela primeira vez.


Pensei colocar uma mensagem mas não consegui arranjar tempo para fazê-lo.

Hoje, porque acordei muito cedo, fui pesquisar algo para aqui colocar e deparei com um blog muito interessante http://atomoemeio.blogspot.com/
 onde se dá conta do que aconteceu há 42 anos e se pode fazer uma visita guiada à Lua.


Creio que a melhor forma de terminar esta mensagem é deixar-vos com o Poema do Homem Novo de  António Gedeão…

Niels Armstrong pôs os pés na Lua


e a Humanidade inteira saudou nele

o Homem Novo.


No calendário da História sublinhou-se


com espesso traço o memorável feito.


Tudo nele era novo.


Vestia quinze fatos sobrepostos.


Primeiro, sobre a pele, cobrindo-o de alto a baixo,


um colante poroso de rede tricotada


para ventilação e temperatura próprias.


Logo após, outros fatos, e outros e mais outros,


catorze, no total,


de película de nylon


e borracha sintética.


Envolvendo o conjunto, do tronco até os pés,


na cabeça e nos braços,


confusíssima trama de canais


para circulação dos fluidos necessários,


da água e do oxigénio.


A cobrir tudo, enfim, como um balão de vento,


um envólucro soprado de tela de alumínio.


Capacete de rosca, de especial fibra de vidro,


auscultadores e microfones,


e, nas mãos penduradas, tentáculos programados,


luvas com luz nos dedos.


Numa cama de rede, pendurada


da parede do módulo,


na majestade augusta do silêncio,


dormia o Homem Novo a caminho da Lua.


Cá de longe, na Terra, num borborinho ansioso,


bocas de espanto e olhos de humidade,


todos se interpelavam e falavam


do Homem Novo,


do Homem Novo,


do Homem Novo.


Sobre a Lua, Armstrong pôs finalmente os pés.


Caminhava hesitante e cauteloso,


pé aqui,


pé ali,


as pernas afastadas,


os braços insuflados como balões pneumáticos,


o tronco debruçado sobre o solo.


Lá vai ele.


Lá vai o Homem Novo


medindo e calculando cada passo,


puxando pelo corpo como bloco emperrado.


Mais um passo.


Mais outro.


Num sobrehumano esforço


levanta a mão sapuda e qualquer coisa nela.


Com redobrado alento avança mais um passo,


e a Humanidade inteira,


com o coração pequeno e ressequido,


viu, com os olhos que a terra há-de comer,


o Homem Novo espetar, no chão poeirento da Lua, a bandeira da sua Pátria,


exactamente como faria o Homem Velho.

domingo, 17 de julho de 2011

A morte é a curva da estrada...


A morte é a curva da estrada é o título de um poema de Fernando Pessoa  cujos primeiros versos são:


A morte é a curva da estrada,



Morrer é só não ser visto(…)

Tenho uma péssima relação com a morte. Não com a minha,  que não temo, mas com a dos outros, particularmente com a daqueles cuja partida é para mim demasiado cruel.
Porquê, então,  falar da morte neste blogue? No passado dia 11 faleceu subitamente o Dr. Fernando Augusto Morais, presidente da Fundação Dr. Luís Araújo, instituição dedicada à ação social, formação profissional, investigação científica e promoção da cultura, fundação  no âmbito da qual foram criados o Instituto das Artes e Ciências e  o Clube Literário do Porto
Pelo enorme contributo que deu para a cultura na cidade do Porto, achei que lhe devia prestar a minha modestíssima homenagem. Nesse sentido, publiquei na revista on-line, Textualino,  o texto Os vivos ouvem poucamente

quinta-feira, 14 de julho de 2011

De cor e de silêncio...

Quem me conhece sabe que sou muito “despistada”, desde sempre…
No passado domingo, apercebi-me através da NET, que já deveria ter inaugurado uma exposição no Instituto das Artes e Ciências(IAC).
Marcada há já bastante tempo, nunca mais me lembrei.

Segunda feira liguei para o IAC para esclarecer o que se passara e fui confrontada com uma triste notícia. Tinha falecido há poucas horas, com morte súbita, o Dr. Fernando Augusto Morais, Presidente da Fundação Dr. Luís Araújo, fundação que integra entre outros, o IAC e o CLP (Clube Literário do Porto).
O Porto perdeu uma figura de vulto na cultura da cidade. Sei que tinha como projecto ( a que já tinha começado a dar andamento) um Museu do Livro para a cidade do Porto.

Não pude estar presente nas cerimónias fúnebres. Constou-me e, se assim foi lamento profundamente,  que não teria estado ninguém em representação da CMP e teria sido muito escassa a presença de personalidades ligadas à cultura. No entanto, já há alguns anos a esta parte que o CLP instituiu m prémio a atribuir anualmente a um escritor seleccionado por um júri, prémio esse de 25000 euros. Será que nenhum dos premiados esteve presente?
Infelizmente, situações como esta, são normais neste país.

Mas voltando à exposição.

O IAC esteve fechado segunda e terça feira e onte, quarta feira,  liguei para saber se seria correcto montar a exposição. Responderam-me de imediato  que, certamente, a vontade do Dr. Morais seria o prosseguimento  da sua obra  pelo que faria todo o sentido montar a exposição.

Acordada a data da inauguração, seleccionei vinte trabalhos, preparei um folheto e um pequeno cartaz que entreguei no IAC e enviei também pessoalmente. À noite fui montar a exposição .

Hoje, quando abri a caixa de correio, vi que tinha inúmeras mensagens a pedir uma clarificação quanto à data. É que indiquei dia 16, sexta feira.

É sexta feira, de facto. Logo é dia 15 e não dia 16, até porque dia 16, o IAC só abre de manhã. A todos peço desculpa




Como referi no início sou despistada desde criança, Caso contrário preocupar-me-ia seriamente com o meu estado mental…

Anexo imagens de alguns quadros presentes na exposição






Termino com o silêncio dos "coloridos" sons do capricho espanhol de Rimsky-Korsakov

sexta-feira, 8 de julho de 2011

“Na Kontra “

Ontem, no espaço Vivacidade, decorreu tal como já tinha anunciado, a apresentação do livro “Na Kontra Ka Kontra “ de Fernando Gouveia. Foi também inaugurada uma exposição sua sobre flores sem “pergaminhos” e que são belíssimas.

Estiveram presentes vários amigos, cuja presença agradeço, num "Na Kontra" sempre agradável, numa  sessão no Vivacidade, que considerei muito bonita.  Mas como posso ser considerada suspeita , transcrevo quase na íntegra o que disse a minha amiga Virgínia

Como já disse várias vezes, não sinto especial apelo por eventos sociais, prefiro estar a tomar um café sozinha ou acompanhada na Foz, do que sentada numa sala apertada e cheia de gente a ouvir pessoas, louvando o trabalho deste e daquele, trabalho esse que pode ser apreciado por nós individualmente, sem aparato.


Hoje, porém, o evento a que assisti no Vivacidade impressionou-me. Pelas pessoas envolvidas. Pessoas que sentem e transmitem sem qualquer vedetismo ou petulância o interesse e empenho com que fazem coisas. Pessoas que admiro. De quem gosto muito.


Fernando Gouveia escreveu o seu primeiro livro, Na Kontra , Ka Kontra (Encontros e Desencontros), instado por amigos, que com ele partilharam dois anos de África. O livro é pequeno, apetece ler...provavelmente vou faze-lo logo que acabe de escrever esta entrada.


Apresentou-o com enorme emoção, sem qualquer espécie de orgulho, mas como se tivesse cumprido uma obrigação para com a sua Guiné, que o marcou e que ficará para sempre na sua memória. Dizendo que não sabia escrever e, ainda menos, falar, falou bem e ainda escreveu melhor...

Foi um evento duplo, visto que se inaugurou também uma exposição de fotografia do mesmo autor muito especial: Flores que não existem. Não existem, mas estavam bem palpáveis, ali nas paredes do Vivacidade, enchendo de odores silvestres e cores singulares o ambiente. As fotos falam por si, ainda que as minhas tenham reflexos por causa do vidro. Para quem gosta de flores e de fotografia, a expo éum regalo para os olhos.


Toda a família estava reunida(…). Um dos filhos, Nuno, tocou e cantou 4 canções dos anos 60-70 com uma sonoridade e modéstia notáveis. É bom partilhar estes momentos.


O montante conseguido pela venda dos livros e quadros destina-se a melhorar a vida das crianças guineenses, que estudam em condições muito difíceis, num país ainda marcado por anos de guerras.


O Vivacidade contribui muito para que a Vida seja menos cinzenta. É bom ir lá de vez em quando. A Adelaide e a Helda estão mais uma vez de Parabéns. Obrigada às duas.




E já que a exposição era sobre flores "sem pergaminhos" termino com algums fotos das mesmas e com um poema meu em que falo de coisas belas





Simples e bela
Porque serão as coisas simples geralmente belas?
É bela, embora tão singela,
a gota de orvalho que oscila na flor,
e são belas as flores, mesmo sem pergaminhos,
aquelas que nascem timidamente à beira dos caminhos.
É simples e belo o plátano frondoso,
que derrama a fresca sombra sobre o chão
e são belas as folhas que tombam quando finda o verão.
Também as palavras podem ser simples e belas
como lua , paz, amor .
É simples a palavra maçã e também o fruto, cuja queda,
terá levado Newton a formular a lei da gravitação,
que Feynman considera simples e bela.
Talvez a história da maçã não passe de mera ficção.
Isso não impede que as coisas simples sejam geralmente belas
sejam elas uma gota de orvalho, uma flor,
palavras como, lua, paz, amor,
o plátano frondoso que derrama a fresca sombra sobre o chão,
as folhas que tombam no fim do verão
ou a lei de Newton da gravitação.





domingo, 3 de julho de 2011

A Química nas nossas vidas

Há tempos fui jantar a casa de uns amigos e, a propósito de problemas digestivos, um casal que também estava presente contou que, numa ida a Marrocos, um  problema intestinal de certa gravidade tinha sido resolvido com uma “mezinha” local. Uma colher de cominhos em pó, engolida juntamente com um copo de água.

Há dias estive bastante indisposta e resolvi experimentar a receita. Sugestão ou não, passado pouco tempo estava bem.

Lembrei-me então de um artigo publicado em 23/05/2011 em Ciência Hoje , A química das “Sopas, Caldos e Mezinhas”. Novas histórias da medicina e culinária populares no Museu da Ciência em que dava conta de que o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra,  acolhia o segundo encontro de «Sopas, Caldos e Mezinhas – a Química no tempo dos nossos avós», um projecto de recolha verbal de saberes ligados à culinária e à medicina populares, promovido pelo Museu e pelo Instituto de Estudos de Literatura Tradicional (IELT),
Este projecto, inserido nas comemorações do Ano Internacional da Química, vai continuar a recolher histórias e saberes tradicionais relacionadas com a Química até ao final do ano(…).
E porque, mais recentemente (23/06/2011) foi publicado na mesma revista um artigo muito interessante da autoria do Professor Carlos Corrêa, achei que poderia ser um belíssimo complemento ao que atrás foi dito. (O Professor Carlos Corrêa é Catedrático jubilado do Departamento de Química da Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. Conselheiro do ciência Hoje para o Ano Internacional da Química).
Aqui deixo um excerto do texto, escrito com o humor a que o Professor Carlos Corrêa sempre nos habituou.


A Química nas nossas vidas


Há a ideia generalizada de que o que é natural é bom e o que é sintético, o que resulta da acção do homem, é mau. Não vou citar os terramotos, tsunamis e tempestades, tudo natural, que não tem nada de bom, mas antes certas substâncias naturais muito más, como as toxinas produzidas naturalmente por certas bactérias e os vírus, todos tão na moda nestes últimos tempos.
Dos oito maiores venenos que existem, seis são naturais: a toxina A do butonilium, a toxina A do tétano, toxina da difteria, a ricina (do rícino), a muscarina (dos cogumelos) e a bufotoxina (dos sapos); destes, só o sarin (gás dos nervos, 8º lugar) e as dioxinas (5º lugar) é que são de origem sintética.

Muitos alimentos contêm substâncias naturais que podem causar doenças, como por exemplo o Isocianato de alilo (alho, mostarda) que pode originar tumores, o benzopireno (fumados, churrascos) causador de cancro do estômago, os cianetos (amêndoas amargas, mandioca) que são tóxicos, as hidrazinas (cogumelos) que são cancerígenas, a saxtoxina (marisco) e a tetrodotoxina (peixe estragado) que causam paralisia e morte, certos taninos (café, cacau) causadores de cancro do esófago e da boca e muitos outros.


Podemos então dizer que “Quando um produto natural mata... É natural! Fica a consolação de se morrer... naturalmente” (…)