Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


sábado, 27 de julho de 2019

O drama do povo saharaui


Terminei a última mensagem com a promessa de abordar, nesta, o drama do povo saharaui

Chamado de “última colónia da África”, o Sahara Ocidental é cenário de um dos mais antigos – e menos conhecidos – conflitos do mundo. Após a saída dos colonizadores espanhóis, em 1974, o território foi ocupado porMarrocos, provocando uma guerra intermitente e a dispersão da população nómada nativa, os saharauis – que vivem há mais de 40 anos na condição de refugiados e apátridas em sua própria terra. O prometido referendo sobre a autodeterminação desse povo jamais aconteceu. ..

O mapa ajuda a esclarecer



O drama dos saharauis é também tema do documentário de longa-metragem “O deserto do deserto”, de Samir Abujamra e Tito González Garcia. De seguida  podem ver um pequeno trailer do filme (https://www.cineodeon.com.br/movie/o-deserto-do-deserto/) bem como ouvir uma entrevista com o realizador Samir Abujamra

  “Fui “apresentado” ao Saara Ocidental no apartamento de Tito Gonzalez Garcia, em Paris. Lá ele me mostrou imagens impactantes que havia feito numa rápida visita aos campos de refugiados Saharauis, na Argélia. Tive três reações quase imediatas – a primeira foi de curiosidade e espanto sobre aquele conflito tão duradouro do qual nunca havia ouvido falar. Em seguida fiquei arrepiado ao ver aqueles sofridos beduínos falando Espanhol. Por fim fui invadido pela certeza de que tinha de ir ao encontro do Deserto”, conta Samir.
 Confinados na parte mais inóspita do Deserto do Saara, o povo Saharaui resiste há mais de 40 anos de guerra e exílio. As tentativas de recuperação do território foram bloqueadas pela construção pelo Exército Marroquino de um muro com 2.700 km de extensão guarnecido por 140 mil soldados e sete milhões de minas, isolando os Saharauis das enormes riquezas minerais e pesqueiras do território ocupado. O muro marroquino, conhecido como “Muro de la Vergüenza”, é a maior barreira militar defensiva do mundo.
Os cineastas acabaram fazendo parte do conflito quando o jipe em que estavam explodiu ao passar por sobre uma mina antitanque, a apenas 800 metros do destino final – o Oceano Atlântico.
Em Espanha há várias organizações de solidariedade com o povo saharaui e um dos programas que levam a cabo é “Férias em paz”

https://www.youtube.com/watch?v=kzRva9wE-YE 

É esse o caso do jovem Emhamed que está a passar férias em casa do alcalde de Morille e  na foto está ao lado de Salek, de quem falarei um pouco mais abaixo. 




Mas há também jovens que vivem e estudam em Espanha, com famílias de acolhimento e vão passar as férias coma a família, nos acampamentos. No vídeo podemos ver o testemunho duma jovem saharaui, acolhida em Espanha

Mais um  pormenor da exposição com  que o saharaui, Salek  participou no PAN com uma exposição sobre o deserto, exposição já referida na mensagem anterior .  

Muito gentil, Salek brindou os participantes servindo um chá.
Conhecida pelo aroma especial e temperos característicos, a tradicional cultura marroquina foi uma das principais responsáveis pela disseminação do ritual do chá entre os países árabes.
Tudo começou quando os ingleses surgiram com a ideia de misturar o chá às ervas que os marroquinos estavam acostumados a ingerir. Essa mistura fez com que o sabor das ervas fosse suavizado. O grande destaque foi o chá de hortelã, que, por ser mais consumida pelos nômades, rapidamente se espalhou por todo o Oriente Médio. Desde então, o chá de menta é uma das tradições mais conhecidas no Marrocos.
qualquer hora são bons para se beber chá. O hábito de beber chá está enraizado na cultura marroquina e é muito mais do que uma bebida. O chá é todo um significado e ritual ao qual os visitantes não podem ficar indiferentes. Oferecer um chá faz parte do saber receber do povo marroquino, conhecido pela sua hospitalidade. Quando se visita alguém, numa loja ou mesmo na rua, se lhe oferecerem um chá, manda a etiqueta que não recuse. Há toda uma técnica em torno do chá desde a preparação das folhas, a preparação da infusão em si até à forma como é serviço, despejado do bule bastante distanciado do copo para favorecer a mistura com o ar e criar  uma fina coroa de espuma.
Os chás são servidos em copos pequenos dispostos em bandejas de metal. Porém, quando a preparação é feita no deserto, ela acontece de modo mais simples, em pequenos bules de metal esmaltado.https://thegourmettea.wordpress.com/2011/08/02/o-cha-pelo-mundo-marrocos/

Também, gentilmente, propôs oferecer a cada um dos participantes, a escrita do respectivo nome em árabe.
Pedi-lhe então para escrever sete nomes entre eles os dos meus netos, e ofereci “em troca”, um donativo para a causa do seu povo.
Esta lembrança para os meus netos teve ainda uma outra intenção – mantê-los entretidos a pintar o desenho que emoldura cada nome (qualquer actividade que possa tirar os netos do tablet é sempre providencial…) 
Aqui está o trabalho já iniciado pelo meu neto Bernardo
  


PS (Postsriptum)- Na mensagem anterior esqueci-me de contar que, durante a apresentação de um livro, a dada altura, vi na assistência uma pessoa que me parecia ser Mário Tomé, figura emblemática do 25 de Abril.
Comentei com o meu marido e com um amigo e  a reação foi idêntica; Não pode ser. No entanto é muito parecido com a figura que recordamos de há mais de quarenta anos. 
Na apresentação seguinte um elemento da mesa anunciou o livro "Milando" de Paulo Salgado, apresentado por Mário Tomé, "figura emblemática do 25 de Abril".
Curiosamente esteve na Guiné em locais onde o meu marido também esteve, pelo que ainda conversaram um pouco sobre o assunto. 


quinta-feira, 25 de julho de 2019

Festival PAN em Vilarelhos


Passaram já mais de 15 dias sobre o festival PAN em Vilarelhos, Alfândega da Fé e só hoje tive disponibilidade  para  o referir no blog.
O  PAN é um  Encontro e Festival Transfronteiriço de Poesia, Património e Arte de Vanguarda em Meio Rural. Este festival transfronteiriço de poesia e arte acontece há 17 anos na aldeia de Morille, em Salamanca, tendo chegado a Portugal pela primeira vez em 2015. Começou por se realizar em Carviçais (concelho de Moncorvo) e realiza-se em Vilarelhos desde 2018  


A iniciativa leva arte de vanguarda, poesia, música e cultura aos meios rurais, reunindo diversos artistas de Portugal e Espanha em experiências artísticas e culturais.
Trata-se de uma iniciativa singular, que pretende levar arte a territórios rurais de Portugal e Espanha, promovendo o envolvimento da comunidade e a mostra de artistas de diversas áreas, como a escrita, a pintura, a escultura e as artes performativas e audiovisuais.

Este ano teve lugar nos dias 5, 6 e 7 e Julho de julho em Vilarelhos,  e nos dias 19, 20 e 21 de julho em Morille, Salamanca. 
O programa de 3 dias teve como tema “ECOARTE” e incluiu oficinas de arte, apresentação de livros e projetos culturais, visitas guiadas pelos artistas às exposições, concertos e recitais de poesia.



https://www.youtube.com/watch?v=VvozWPL3unQ


Na primeira  foto estão a Presidente da Câmara de Alfândega da Fé, Dra Berta Nunes, que desde oprimeiro momento apoiou a iniciativa, o alcalde de Morille, Manuel Ambrósio Sánchez Sanchez,diretor do PAN e Francisco José Lopes, um dos subdiretores) O outro era António Sá que está na 2ª foto com  a Presidente da Câmara de Alfândega da Fé e a Presidente da Junta de Vilarelhos.


Eis o programa:






Em 2018, embora o meu nome constasse  no programa, não pude estar presente pois a 2 de julho fui operada à coluna e o Festival teve lugar a 6,7 e 8.
Este ano participei com livros de poesia e alguns trabalhos no âmbito da pintura e o meu marido participou também com o seu último livro. A par das várias exposições e das apresentações de livros houve  sessões de poesia  e de música.
A população cedeu instalações pelo que quem quisesse podia dormir na aldeia a preços módicos (não foi o nosso caso pois quer a minha aldeia, quer a do meu marido, ficam muito perto). As refeições,que incluíam comida transmontana,  feitas no local e servidas na Central Melífera (à exceção do jantar do dia 6), eram gratuitas 



Vilarelhos  é uma aldeia como muitas outras do Nordeste mas onde merecem especial referência o solar dos Morgados de Vilarelhos (pertencente à família de Camilo de Mendonça)
https://www.flickr.com/photos/vitor107/32638782684

Na foto podemos ver o grupo de cantares de Alfândega da Fé a atuar em frente ao referido solar. onde também teve lugar uma sessão de poesia e música

                    https://www.flickr.com/photos/vitor107/32638782684





Outra das sessões de poesia e música teve lugar no dia 6,ao fim da tarde  junto à Capela da Senhora dos Anúncios, um lugar emblemático  perto da aldeia, onde foi servido o jantar.



No que respeita às sessões musicais, há que destacar a atuação de um duo de catalães, Antoni Rossell e Susanna Rafart ,ele músico e ela poeta.




Pesquisando na NET, encontrei várias atuações de ambos ou apenas de Antoni Rossell. Deixo algumas.









Regressando ao programa, e no que respeita às exposições, estavam patentes em vários locais como consta no programa, nomeadamente na Casa do Alpendre onde funciona a Junta de Freguesia e uma escola pré-primária. Foi também aí que decorreram as apresentações de livros. 
Deixo alguma imagens dos vários eventos

Na antiga escola primária:



Exposição de máscaras (feitas a partir de utensílios agrícolas)  da autoria de Vitor Sá 
Machado 



 Representante de Associação Lagarto, que fez uma apresentação sobre um evento muito interessante, o Entrudo em Vilar de Amargo (https://www.mundoportugues.pt/entrudo-lagarteiro-em-vilar-de-amargo-e-uma-festa-da-comunidade/,) e fotos de Renato Roque
Exposição de Helder Carvalho
 
 Na foto, Vitor Sá Machado, a representante da Associação Lagarto,  o fotógrafo Renato Roque autor da maior parte das fotos que aqui apresento e Helder Carvalho.
Um pormenor da escada que conduz ao 1º andar da antiga escola primária

Na Casa do Alpendre:


Nesta primeira sala estava uma exposição de homenagem a Aníbal Nuñez 
(https://es.wikipedia.org/wiki/An%C3%ADbal_N%C3%BA%C3%B1ez)



 Nesta segunda sala estava uma exposição com trabalhos meus


Nesta terceira sala estava uma exposição do saharaui Salek, a quem me referirei na próxima postagem

Havia mais duas exposições na Central Melífera que me esqueci de fotografar mas que aparecem, pouco visíveis mais acima, nas fotos  referentes às refeições.

Finalmente e num espaço próximo da Central Melífera estava uma exposição de escultura de Maria Lino 




No que se refere às apresentações tenho apenas imagens da minha apresentação pois o meu marido não fotografou mais nenhuma em particular e o meu telemóvel estava sem bateria quando foi a sua apresentação.



 
Nesta ultima foto estou na assistência durante a apresentação do meu marido



A finalizar não posso deixar de referir a presença de  dois refugiados saharauis, um  adulto a quem acima me referi e um jovem. O drama destes refugiados, drama que para mim era quase desconhecido, impressionou-me imenso  mas esse será o tema da  próxima  postagem

segunda-feira, 1 de julho de 2019

Correio do Porto


Correio do Porto. O que é ?

É uma revista digital independente do Porto (PT) e sobre o Porto (distrito). Conta histórias de vida (pessoas e coisas) de um mundo à parte (físico e noticioso). Divulga notícias do outro mundo quando falarem do Porto. O Correio do Porto foi concebido para utilizadores com muitas horas de leitura (livros, revistas, jornais, banda desenhada, cartoons, postais, selos, cartazes, folhetos, catálogos, etc). É a geração do papel a navegar no mar digital.

Foi por mero acaso que, em Outubro de 2016,  tomei conhecimento desta revista digital, quando recebi um mail com o seguinte teor:
CONVOCAM-SE todos os interessados a participar na I edição de HISTÓRIAS EM POSTAIS do Correio do Porto, que consiste em escrever uma história (microconto/poema/aforismo/legenda) no verso de um postal. O postal pode ser enviado em branco. O mais importante é a história.
Dimensão do postal: 10 x 15 cm      Tema da história: livre
Sem júri, sem custos, sem devolução    Língua: nativa
 Data limite de envio: 31 de dezembro de 2016
As obras serão alojadas e exibidas no Correio do Porto e divulgadas na página do Facebook. Será realizada uma exposição em espaço público em data e local a anunciar.O Correio do Porto reserva-se no direito de não exibir as obras com caráter ofensivo. As obras farão parte do acervo do Correio do Porto.
Esta iniciativa nasceu da resposta dada pela escritora portuguesa, Alice Vieira, sobre a possibilidade de existir uma literatura postal: Nunca tinha pensado nisso, mas talvez não fosse má ideia… O Gianni Rodari tem um livro com uma série de histórias muito pequenas chamado “Histórias ao Telefone”— por que não “histórias em postais”? A presente convocatória é a concretização daquela possibilidade.

Logo que tomei conhecimento da iniciativa falei nela aos meus netos e o resultado foi referido aqui https://docaosaocosmos.blogspot.com/2016/12/

Em 2017, a convite de Paulo Moreira Lopes, participei em 7  perguntas a…. https://www.correiodoporto.pt/7-perguntas/sete-perguntas-a-regina-gouveia

Também em 2017, eu e dois dos meus netos  participámos em mais uma iniciativa
Em 2018 houve uma nova edição de arte postal mas na altura estava com o meu problema de coluna, que iria prolongar-se por vários meses, pelo que não participámos..

Com curiosidade em saber quem era Paulo Moreira Lopes, pesquisei na NET e fui ter a https://umreinomaravilhoso.blogs.sapo.pt/8975.html . Daí retirei este pequeno excerto postado em 30 de outubro de 2013.

Teve, contudo, desde pequeno uma imaginação muito fértil que gatafunhava em redacções e composições para admiração das preceptoras. No sétimo ano compôs o seu primeiro jornal em stencil (Sentinela). Um sucesso junto dos colegas e uma enorme satisfação pessoal até então desconhecida. Viciou-se em jornais, ou melhor, no “Expresso” e depois no “Público”. Já licenciado em Direito, foi colaborador do jornal “Notícias de Valongo” e do “ Correio do Douro” e director de “O Valongo” e de “O Campo”. Como todo o distinto escritor também teve direito a criar a sua própria revista. A “Factor Local” teve dois números, chegou a esgotar em alguns quiosques e não ficou a dever nada a ninguém. Um prejuízo para o bom jornalismo. Com o advento da internet vem matando o vício no site www.correiodoporto.pt  ……

Este site  passou a figurar entre os meus  favoritos, pelo que ali “vou” com alguma regularidade.

Em 12 de Janeiro último  em À conversa sobre livros evento que referi em https://docaosaocosmos.blogspot.com/2019/01/a-conversa-sobre-livros.html,  entre os presentes estava  Paulo Moreira Lopes, que eu não conhecia pessoalmente, mas que se dirigiu  a mim no fim da sessão. Estava também presente o meu ex- aluno  Luís Filipe Cunha, com quem mantenho um contacto regular, um dos alunos que mais me marcou em todo o meu percurso .
Paulo Moreira Lopes convidou-o para participar num dos seus DESAFIOS… e o resultado pode ser lido aqui https://www.correiodoporto.pt/desafios/ao-desafio-com-luis-filipe-cunha

A BULA é outra “faceta” do Correio do Porto, um” fanzine  de poesia”,  um conjunto de “comprimidos literários”.  
A BULA é mensal e existe já há vários anos. Acaba de sair o nº de Julho. https://www.correiodoporto.pt/prioritario/fanzine-a-bula-de-julho-2019
NESTE sétimo de 2019, a autoria dos comprimidos literários ficou a cargo de Regina Gouveia e a ilustração ao seu filho, Nuno Gouveia.


Para mim é uma distinção, que porventura não mereço.
Obrigada Paulo Moreira Lopes