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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Os poetas não morrem...


Maria Teresa Horta afirmou que deve a sua vida literária ao poeta António Ramos Rosa, falecido hoje aos 88 anos, a quem enviou por correio os primeiros poemas.

"Devo muito ao António. A minha vida literária nasceu desse gesto solidário e isso é inesquecível", afirmou a escritora, recordando o dia em que enviou um envelope com vários poemas a Ramos Rosa, há mais de 50 anos.

"Foi a primeira pessoa a quem mostrei os meus poemas. Adorava a poesia dele e eu queria publicar. Telefonou-me a dizer que tinha gostado muito", lembrou Maria Teresa Horta, referindo que foi António Ramos Rosa quem lhe publicou o primeiro livro de poemas, "Espelho inicial".

"Era um excelente poeta e nunca deixámos de manter contacto. Para mim os poetas não morrem", disse

 

 Nas aulas e a propósito da luz,  usei várias vezes um poema seu.

….A luz não procura um lugar

para ser a luz

ela cria o lugar no imediato movimento

de uma lentidão imperceptível

com o seu absoluto olhar sem centro

ela é o próprio mundo

no seu espaço absoluto

mas sem o mundo talvez pudesse deixar de ser a luz que se propaga

para criar na sua solidão autónoma

a ilha de um silêncio branco

que seria inteiramente a sua nudez interior.

António Ramos Rosa, poema inédito publicado em Palavra em Mutação, nº6Zero, 2004/2005

 
Sobre o Poeta podem ler mais aqui

 
 
Até sempre Ramos Rosa

 

 

2 comentários:

  1. Não, há seres que vivem para sempre. E o poeta António Ramos Rosa era um deles.

    Um seu poema

    "Caminho um caminho de palavras
    (porque me deram o sol)
    e por esse caminho me ligo ao sol
    e pelo sol me ligo a mim

    E porque a noite não tem limites
    alargo o dia e faço-me dia
    e faço-me sol porque o sol existe

    Mas a noite existe
    e a palavra sabe-o"

    Um beijo, Regina.

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  2. Muito bonito. Não conhecia.Obrigada
    Bjs
    Regina

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