A semana da Ciência e da Tecnologia integra o Dia Nacional da Cultura Científica , 24 de Novembro, que corresponde ao dia de nascimento de Rómulo de Carvalho, notável professor de Física e Química, promotor da cultura científica e do ensino da ciência no nosso país e notável poeta sob o pseudónimo de António Gedeão
quarta-feira, 26 de novembro de 2014
Semana da Ciência e da Tecnologia
Esta semana é dedicada à Ciência e à Tecnologia com várias atividades, nomeadamente uma que decorre no Porto, aberta ao público em geral e cujo programa podem ver aqui
No âmbito das comemorações da Semana
da Ciência e da Tecnologia, o CIIMAR (Centro Interdisciplinar de Investigação
Marinha e Ambiental da Universidade do Porto) vai estar de portas abertas à
comunidade no sábado, 29 novembro. Os visitantes terão oportunidade
de conhecer o centro e contactar diretamente com os investigadores e ainda
participar em atividades especialmente preparadas para melhor dar a conhecer os
trabalhos de investigação.Entre as 10h e as 18h decorrerão
Ateliers de Ciência onde se realizarão atividades experimentais; atividade
práticas onde será possível observar diferentes organismos à
lupa e ao microscópio; palestras sobre temas da atualidade e
ainda visitas guiadas aos laboratórios do CIIMAR. Os mais novos terão
ainda oportunidade de realizar atividades lúdico – pedagógicas e observar
organismos vivos como algas, estrelas-do-mar; ouriços-do-mar, entre outros. Esta iniciativa visa assim
contribuir para o aumento da educação e da literacia científica, despertar a
curiosidade pelas ciências marinhas e ambientais e proporcionar um contacto
direto da população com a investigação desenvolvida num centro de investigação.
Rua dos Bragas nº 289, Porto | 223390607 ciimareventos@ciimar.up.pt
Também várias escolas estão a dinamizar atividades
integradas nesta semana, nomeadamente o
Agrupamento de escolas Vallis Longus em Valongo e o agrupamento de escolas Carolina
Michaelis, no Porto
Ontem desloquei–me a Valongo para fazer quatro apresentações (duas
de manhã e duas de tarde) a alunos de 5
turmas de 9º ano, com base no meu livro “Breve História da Química”.
Fui extraordinariamente bem recebida por
professores bibliotecários e demais professores ligados aos eventos,
nomeadamente professores de Física e de Português bem como pelos funcionários,
muito em particular a funcionária da Biblioteca . Também os alunos foram
genericamente muito agradáveis e reagiram muito bem . Em cada sessão um grupo
de alunos fez a minha apresentação em PP após a qual teve lugar a sessão,
como sempre, complementada com algumas experiências.
Na
sexta-feira vou estar com duas turmas, uma de 3º e outra de 4º ano, na escola
básica da Constituição que agora pertence ao Agrupamento de Escolas Carolina Michaelis.
Ao
consultar o blogue deste agrupamento, encontrei um
vídeo referente à minha visita em Maio, a uma outra escola básica, visita que aqui referi na altura. Embora com atraso, aqui deixo o
A semana da Ciência e da Tecnologia integra o Dia Nacional da Cultura Científica , 24 de Novembro, que corresponde ao dia de nascimento de Rómulo de Carvalho, notável professor de Física e Química, promotor da cultura científica e do ensino da ciência no nosso país e notável poeta sob o pseudónimo de António Gedeão
Em 2006 comemorou-se, por todo o país, o centenário do nascimento de Rómulo de Carvalho. Foi-me pedida a colaboração para vários eventos que tiveram lugar no Porto. Um deles decorreu no Clube Literário, infelizmente já extinto. O texto a seguir é um excerto do que então disse:
(...)Coube-me abrir esta sessão. Começo por dizer que é para mim uma honra enorme poder, com o meu modesto contributo, homenagear RC/AG que conheci quer directa quer indirectamente. O que quero eu dizer com isto?
Em 1960, entrei para o 6º ano do Liceu (equivalente ao actual 10º ano) e um dos livros que me marcou foi este livrinho* (digo livrinho porque é pequeno em tamanho). O autor é Rómulo de Carvalho, cujo nome na altura não me dizia nada em especial. Já o livro, esse disse-me bastante a ponto de o ter conservado até hoje e o ter utilizado muitas vezes, já como professora de FQ.
Em 1962, já estudante universitária deparei com este livro**, numa montra de uma livraria. Associei o autor ao mesmo do tal guia de TP. Comprei-o e achei-o de tal modo interessante que fui comprando os outros da colecção. Na altura não devo ter reparado que alguns eram ilustrados por António Gedeão.
O nome de António Gedeão só me despertaria a atenção quando, em 1964, num nº da revista o Tempo e o Modo, me apercebi dum poema que achei belíssimo. Adquiri então o livro Poesias Completas que na 1ª edição, em 1964, reuniu os poemas de Movimento perpétuo, Teatro do Mundo, Máquina de Fogo. Em 1968, a 2ª edição inclui ainda Linhas de Força e o Poema para Gedeão(...)
*Guia de Trabalhos práticos de Química **História dos balões
O poema a que me refiro é Impressão Digital
Os meus olhos são uns olhos.
E é com esses olhos uns
Que eu vejo no mundo escolhos
Onde outros com outros olhos,
Não vêem escolhos nenhuns.
Quem diz escolhos diz flores.
De tudo o mesmo se diz.
Onde uns vêem luto e dores
Uns outros descobrem cores
Do mais formoso matiz.
Nas ruas ou nas estradas
Onde passa tanta gente,
Uns vêem pedras pisadas,
Mas outros, gnomos e fadas
Num halo resplandecente.
Inútil seguir vizinhos,
Querer ser depois ou ser antes.
Cada um é seus caminhos.
Onde Sancho vê moinhos
D. Quixote vê gigantes.
Vê moinhos? São moinhos.
Vê gigantes? São gigantes.
Ouçamo-lo em jeito de fado, na voz de Carminho
Deixo ainda outros poemas, porventura não tão conhecidos, e outras vozes
Poema da mala das naus
Poema da morte na estrada
Poema do fecho éclair
domingo, 23 de novembro de 2014
Recordações de viagens-egito 3
Retomo a minha "reportagem" sbre a viagem ao Egito em 1990
No 4º dia da viagem, havia uma visita
opcional a Abu Simbel
Não fomos pois éramos quatro e o custo total da viagem tornar-se-ia demasiado
elevado para nós. Para além do templo que podemos ver no vídeo, é
fascinante a forma como o mesmo foi transladado para evitar a sua submersão, quando da
construção da barragem de Assuão
Para os que, como nós, não foram a Abu
Simbel, estava programada, de manhã, uma visita ao souk de Assuão.
Para mim é fascinante passear por estes mercados com toda a exuberância
de cores, sons, odores...Muita da
população é núbia . Os núbios são facilmente reconhecidos no Egito pela
sua pele negra, mas sem os traços da África subsaariana. Os núbios são altos e
esguios, de olhos amendoados, nariz pequeno e lábios finos. As mulheres núbias
andam todas vestidas de negro.
As outras vestem túnicas de outras
cores e usam um lenço, tipo echarpe . Em Assuão alguns desses lenços eram muito
bonitos. Comprei um, embora nunca o tenha usado pois parte da beleza resulta da
forma como o colocam e eu não sei. De qualquer modo aí vai uma amostra do meu.
Comprei ainda uma cassete com música egípcia e núbia.
À tarde fomos visitar vários pontos de interesse junto ao Nilo. Fomos de "feluca, faluca, falua", barco tradicional naquela zona.
La faluca ó falúa es un barco de vela pequeño (por lo general, pueden llevar una docena de pasajeros, más un par de personas como tripulación), que puede tener una o dos velas casi triangulares,1 y uno o dos mástiles ligeramente inclinados hacia la proa. La palabra faluca procede del árabe: فلوکه faluka, pequeño barco, que a su vez proviene del término griego epholkion "paliskermo", barco. Su uso se generalizó en muchas regiones del Cercano Oriente y África del Norte; por su naturaleza son especialmente adecuadas para la navegación de cabotaje (cerca de la costa) o ríos del interior y, de hecho, han se utilizado profusamente en el mar Rojo y el río Nilo. Actualmente han quedado obsoletas y, con fines comerciales, suelen ser sustituidas por las más modernas lanchas de motor, pero aún se siguen utilizando en algunas circunstancias, por ejemplo, para su uso turístico en lugares como Asuán y Luxor, en Egipto. Este tipo de barco se utilizó tradicionalmente en Sicilia, incluso actualmente, para la pesca de pez espada en el estrecho de Mesina. Si vais en pareja os recomiendo un tranquilo paseo por el Nilo en Aswan. Una manera de descansar del bullicioso Egipto mientras se contemplan los paisajes de la zona y las aves que habitan en ella.
En un viaje a Egipto no debe faltar un paseo en faluca; un barco con una o dos velas triangulares que seguro será una delicia. Si el recorrido parte de Asuán, se divisará en la lejanía el Mausoleo del Aga Khan III, palmerales, pequeñas poblaciones de pescadores y el hotel Old Catarat, donde escribió Agatha Christie una de sus novelas y que serviría después para el rodaje de la película "Muerte en el Nilo". La faluca silenciosa recorre las aguas del Nilo sumergiendo a los tripulantes en un alegre sopor, mecidos por la brisa. Una sensación maravillosa.
Ao lado, em barcos improvisados, navegavam crianças lindas, cantando a fim de receberem uma gratificação dos turistas.
Como já referi anteriormente o meu marido fez um filme de várias horas sobre a viagem ao Egito mas não sei como colocar fragmentos desse filme on- line. Nessa impossibilidade tenho procurado na NET e sobre Assuão e respetivos pontos de interesse, encontrei este vídeo
Tenho no entanto algumas fotos tiradas durante o passeio
Na encosta podem ver-se, escavados, túmulos de nobres
Felucas no Nilo
Dentro da feluca
As crianças
A primeira paragem foi na ilha Elefantina (antigo mercado de elefantes), depois numa outra ilha onde visitámos o Jardim Botânico e finalmente a visita ao túmulo de Aga Khan.
Aga Khan é o título hereditário dado ao imã maior dos Ismaelitas, um dos braços da corrente xiita. Aga Khan III foi o 48º a receber o título (em 1877) , e foi um homem muito rico. Pai de Ali Khan, que foi casado com a atriz Rita Hayworth, A sucessão foi para um filho de Ali Khan, Aga Khan IV.
Após a morte de AGa Khan III, em 1957, a viúva iniciou a construção do mausoléu em sua homenagem, na colina acima de sua casa.
Entrando para o mausoléu de AgaKhanPor detrás de nós, uma construção branca, a casa de Aga Khan III.
Segundo consta, a viúva, sempre que estava em Assuão, visitava diariamente o túmulo do marido, depositando ali uma rosa . Tendo falecido em 2000, um jardineiro cumpre agora essa missão.
Finda a viista fomos para o hotel onde jantámos. Dali tirámos uma foto à colina onde estão escavados os túmulos dos nobres.
À noite fomos de novo ao souk.
Tristeza não tem fim....
O título desta mensagem fui buscá- lo a Tristeza não tem fim, felicidade sim ..(Vinícius de Moraes com música de Tom Jobim)
Andava um pouco deprimida com a avalanche de escândalos neste país cujos governantes, pouco escrupulosos, pensam apenas em
governar-se e não em governar, mas na sexta feira passada uma série de felizes acontecimentos bastaram para me levantar o ânimo.
Durante anos, o meu marido sentia sempre uns zumbidos e, de vez em quando, tinha umas crises terríveis com vertigens, vómitos,etc. Foi-lhe diagnosticado síndrome de Meniére e prescrita medicação, que cumpria escrupulosamente. Isso não impediu que na China tivesse ocorrido mais uma crise.Já por várias vezes lhe tinha sugerido ir a um especialista nessa área, o médico "otorrino" que me tem seguido nos meus problemas de garganta,Três pessoas que eu conheço sofriam há anos do problema e o referido médico resolveu-o com uma simples rotação brusca da cabeça que visa repor na posição correta uns cristais dentro do ouvido que, ao atingir uma
determinada zona, provocam um desequilíbrio de posição. No passado, esta doença era
confundida frequentemente com patologias da cervical e com síndrome de Meniére. Na quinta feira passada o meu marido foi a uma consulta e a dada altura lá surgiu a rotação brusca da cabeça. Sentiu-se terrivelmente mal ( tal como me tinham relatado as três pessoas que acima referi). Esteve um pouco tonto todo o dia. Na sexta feira quando acordou, ficou eufórico. Não tinha zumbidos, não tinha tonturas. Há mais de vinte anos que não me sentia tão bem, disse-me .
À tarde foi a minha vez de ir ao médico. Era visita que fazia muito raramente mas, a partir da minha pneumonia em julho, têm-me sido aconselhados exames a tudo e mais alguma coisa....
Na sexta feira fui fazer um ecocardiograma e uma prova de esforço. Os resultados não poderiam ser melhores. Comportei-me como se tivesse trinta anos...
Mas as boas novas não iriam ficar por aqui..
Quando fui buscar o meu neto à escola, a professora de inglês disse-me : Já não parece o mesmo, consegue concentrar-se e está muito motivado e participativo.
Entretanto ele chegou e disse-me, muito satisfeito. A professora (não a professora de inglês mas a professora do 4º ano) hoje elogiou-me por causa do meu cálculo mental muito rápido.
A mudança de escola começa a dar frutos. Está muito mais concentrado e calmo.
À noite, para terminar bem o dia, fui à Casa da Música- " Maravilhas Sinfónicas"com a Orquestra Sinfónica do Porto, Michael Sanderling na direcção musical e Pedro Gomes no piano. Do programa constavam o Concerto para piano e orquestra nº 9, KV 271, "Jeunehomme" de Mozart e a Sinfonia nº 11 em Sol menor, op.103, "O Ano de 1905" de Chostakovitch
Relativamente ao Concerto de Mozart, que já conhecia, pode ler-se no programa “Uma das maravilhas do mundo.” Desta forma
se referiu ao Concerto Jeunehomme, de Mozart, o pianista Alfred Brendel. Com
rasgos de originalidade constantes, desde a entrada inesperada do piano antes
da orquestra até aos diálogos permanentes entre as duas forças concertantes,
este concerto para piano mantém-se como um dos favoritos dos melómanos
Quanto à Sinfonia
nº 11, que eu não conhecia mas de que gostei imenso, foi escrita para assinalar os 40 anos da Revolução de Outubro e relata, ao longo dos seus quatro andamentos, os episódios duma tentativa de revolução em 1905 (daí o título da obra),
Após toda esta sucessão de acontecimentos felizes, a notícia de mais um escândalo a ser investigado...
Lembrei-me então de dois textos que. em tempos, li aqui, um de Lobo Antunes e o outro de Saramago
(...)Quem nos dá este solzinho, quem é? E de
graça. Eles a trabalharem para nós, a trabalharem, a trabalharem e a gente, mal
agradecidos, protestamos.
(...)Deixam de ser ministros e a sua vida um
horror, suportado em estoico silêncio.
(...)Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.( ...)
(...)Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único.
(...)Mais aqueles rapazes generosos, que, não sendo ministros, deram o litro pelo País e só por orgulho não estendem a mão à caridade.( ...)
(...)Veja-se, por exemplo, o senhor Mexia, o senhor Dias Loureiro, o senhor Jorge Coelho, coitados. Não há um único que não esteja na franja da miséria. Um único.
(...)Tenham o sentido da realidade, portugueses,
sejam gratos, sejam honestos, reconheçam o que eles sofreram, o que sofrem. Uns sacrificados, uns
Cristos, que pecado feio, a ingratidão.
(...)Quero o senhor Mexia no Terreiro do Paço,
no lugar de D. José que, aliás, era um
pateta. Quero outro mártir qualquer, tanto faz, no lugar do Marquês de Pombal,
esse tirano. Acabem com a pouca vergonha dos Sindicatos. Acabem com as
manifestações, as greves, os protestos, por favor deixem de pecar.(....)
(...)O resto são coisas insignificantes:
desemprego, preços a dispararem, não haver com que pagar ao médico e à farmácia,
ninharias. Como é que ainda sobram criaturas com a desfaçatez de protestarem?
Da mesma forma que os processos importantes em tribunal a indignação há-de,
fatalmente, de prescrever. E, magrinhos, magrinhos mas com peitos de litro e
beijando-nos uns aos outros com os bifes das bocas seremos, como é nossa
obrigação, felizes.
Portugal visto por António Lobo Antunes
segunda-feira, 17 de novembro de 2014
Intermezzo
Enquanto ganho ânimo para continuar a
reportagem sobre a viagem ao Egito em 1990, faço um “intermezzo” (interlúdio, intervalo...)
Porquê a palavra italiana? Em primeiro
lugar porque é a língua de que mais gosto e em segundo porque intermezzo me
remete para a música...
Mas a razão próxima foi ter encontrado na
NET alguns trabalhos da artista plástica Ana Medeiros.
Deixo dois que pertencem a um conjunto de
telas “Chambre des Couleurs"
Intermezzo 2 -Universo ao inverso
Passando aos “intermezzo musicais”...
Mascagni Intermezzo (Cavalleria Rusticana)
Robert Schumann "Intermezzo " from Carnaval de Vienne op.26
Bizet Carmen Suite No.1, Intermezzo .
Sibelius 'Karelia Suite" - Intermezzo
Termino este meu Intermezzo, falando de cinema
“Interstellar
é uma glosa cinematográfica do tema da morte, neste caso o apocalipse do nosso
planeta devastado por tempestades e pragas. Como ocorre em geral nos seus
tratamentos artísticos, também aqui a morte é recusada. Escreveu um outro
poeta, o alemão Friedrich Hoelderlin: “Onde cresce o perigo, surge também a
salvação.”
Este é um excerto dum belíssimo texto de
Carlos Fiolhais cujo título é um verso de de Dylan Thomas “Odeia, odeia a luz que começa a morrer”.
Não vi o filme mas pretendo vê-lo e possivelmente
voltarei a falar dele.
terça-feira, 11 de novembro de 2014
Recordações de viagem-Egito2
No
3º dia da visita saímos bem cedo para visitar a cidadela de Saladino e a Mesquita de Mohamed Ali
No percurso passámos
por outras mesquitas nomeadamente a do sultão Assan e a
de Rifai onde está enterrado o Xá do Irão (Reza Pahlevi).
Passámos também pelo cemitério Al Qarafa,
conhecido como Cidade dos Mortos e que
data de 642 a.C. A ocupação começou há quase um século.
Não
se sabe ao certo quantas pessoas ali moram– as estimativas variam de 10 mil ao
exagerado meio milhão, que incluiria também moradores dos prédios erguidos ao
redor do cemitério, ausente de muros ou grades.
Os
túmulos são praticamente pequenas casas, com portões e grandes jardins,
conforme dita a tradição local de reverenciar os mortos – antigamente,
familiares passavam semanas de luto dentro dos mausoléus, que têm quartos e
banheiros.
Lado
a lado, as pequenas "casas" formam uma imagem parecida a um vilarejo
do interior: as ruas estreitas e sem asfalto, os balcões improvisados com
salgadinhos e refrigerante vendidos nas janelas e vizinhos conversando nas
calçadas.
Entre a área urbana moderna do Cairo encontra-se uma das cidades islâmicas mais
antigas do mundo, com as suas famosas mesquitas, madraças e fontes. Fundada no
século X, transformou-se no novo centro do mundo islâmico, alcançando a sua idade
dourada no século XIV.Entre os mais de 800 monumentos que abriga encontra-se a
mesquita Al-Azhar, fundada em 970 e considerada a universidade mais antiga do
mundo. Entre os monumentos, a Mesquita Ibn Tulun, que data do
século IX e é uma das maiores do mundo, o Mausoléu de Imam ash-Shafi’i, o maior
túmulo islâmico do Egito, onde um dos santos islâmicos mais importantes foi
enterrado, e a Cidadela, uma fortaleza medieval que foi o centro do poder egípcio
durante 700 anos, com três mesquitas principais e grande quantidade de museus.
A
Cidadela do Cairo (ou Cidadela de Saladino), localizada no Monte Mokattan, é
uma grande fortificação islâmica que nos dá uma vista espetacular da cidade. Foi
um sultão da dinastia Mamluk quem mandou edificar a fortificação da cidadela
(entre 1176 e 1183), para proteger a cidade dos Cruzados. O local serviu de
fortaleza e de Cidade Real .
O Sultão Mamluk, Al Nasir Muhammad,
conseguiu o poder nos anos 1330 e destruiu a maioria das obras de Saladino. Por
volta de 1800, os otomanos derrubaram
muitas das estruturas Mamluk .
Da era Mamluk restam alguns
troços de muralha, a mesquita e uma parte do palácio de Al Nasir
Muhammad. Todas as outras estruturas foram construídas pelos governantes
Otomanos, em particular por Muhammad Ali Pasha, o fundador da última dinastia
que governou o Egito, que mandou construir a mesquita com o seu nome.
Na foto eu, bem como mais duas pessoas, temos uma capa verde sobre os ombros pois não se pode entrar com os ombros descobertos. Todos nós tivemos que calçar uns "chinelos", por cima dos sapatos
A
mesquita é também conhecida como Mesquita de Alabastro por causa do uso
desse material na sua estrutura que, segundo o guia, terá sido retirado das pirâmides . Projetada por um arquiteto turco, tem
semelhanças com as mesquitas turcas e
difere das outras mesquitas egípcias que foram construídas no estilo Mamluk. A tumba de Muhammad Ali Pasha está localizada no
centro dum pátio e é feita de mármore de Carrara.
O grande salão de orações é coberto por uma
cúpula em estilo turco. O parapeito sul oferece vistas do Cairo, da Mesquita do
Sultão Hassan e das Mesquitas de Ibn Tulun.
Hay una torre de reloj de cobre amarillo en el medio del riwak del noroeste, que fue presentado a Muhammad Ali por el rey Louis Philippe de Francia en 1845. El reloj fue intercambiado con el obelisco de Luxor ahora estando parado adentro Place de la Concorde en París. El interior tiene una medida de los metros 41x41 y da una gran sensación del espacio. El uso de dos niveles de bóvedas da un sentido mucho mayor del espacio que hay realmente. La bóveda central se levanta en cuatro arcos que están parados en los embarcaderos colosales. Hay cuatro bóvedas semicirculares alrededor de la bóveda central. Hay cuatro bóvedas más pequeñas en las esquinas también. Las bóvedas se pintan y se embellecen con adornos en la relevación. Las paredes y los pilares se cubren con alabastro hasta 11 metros de alto.
Dali seguimos para o Museu do Cairo onde passámos cerca de 3h, muito pouco tempo para o muito que há para ver
Toutankhamon morreu muito jovem e por isso, o seu túmulo foi muito menos sumptuoso que o de outros faraós. No entanto foi uma das raras sepulturas reais encontradas quase intacta. Ao ser aberta, em 1922, ela ainda continha peças de ouro, tecidos, mobília, armas e textos sagrados que revelam muito sobre o Egito há 3 400 anos.
a extrema qualidadade do buffet.
Ao longo de todo o percurso pudemos aperceber-nos do lixo depositado em cima dos telhados
A este propósito transcrevo um excerto de um texto que li aqui
Da janela vejo telhados carregados de lixo e antenas parabólicas. Trazidos por quem, ou pelo quê? Pessoas ou tempestades? Ou apenas o tempo?
Mas de então para cá algum lixo passou a ser mais reciclado e reutilizado num projeto muito interessante...
Antes de prosseguir viagem, alguns "testemunhos" deste 3º dia
Antes de prosseguir viagem, alguns "testemunhos" deste 3º dia
A meio da tarde saímos do Hotel para seguirmos de avião para Assuão. Ao chegar ali, deparámos com uma temperatura da ordem dos 50º C. Felizmente suporto bem as altas temperaturas. Já o mesmo não posso dizer das baixas...
Levados para o Hotel Isis, tivemos uma agradável surpresa. É um resort com uma série de casinhas em socalcos que descem para o rio. Também em Assuão a nossa opção pelo preço mais baixo, resultou bem.
Levados para o Hotel Isis, tivemos uma agradável surpresa. É um resort com uma série de casinhas em socalcos que descem para o rio. Também em Assuão a nossa opção pelo preço mais baixo, resultou bem.
À chegada fomos recebidos com a bebida carcadé, uma infusão de flores de hibisco, de cor e sabor agradáveis
domingo, 9 de novembro de 2014
Recordações de viagens-Egito 1
Após ter colocado na NET
a minha “reportagem” sobre a viagem à China, vários amigos me
perguntaram se não havia “reportagens” de outras viagens. Enviei as poucas (e breves) que tinha colocado no blogue (só a
partir da sua criação em 2009): Perú, Índia, Côte d´Azur e Grandes Lagos .
Desafiaram-me a falar de outras. Tenho alguns filmes e
postais, bem como algumas fotos de todas
as viagens, mas só do Egito é que tenho
um breve
diário.
Vou tentar reconstituir a viagem, iniciada em
30 de Agosto de 1990, mas já passou muito tempo....
Antes de falar da viagem quero referir que
estávamos em plena guerra do Golfo e tentámos desmarcar, com receio essencialmente do que pudesse
acontecer a nível de voos , aeroportos, etc . Não nos foi possível desmarcar
pelo que fomos (nós e os filhos bem mais jovens que hoje, tal como nós ...)
Começo por colocar o roteiro
O primeiro dia foi passado em viagem. Havia
dois tipos de preços. Escolhemos o mais
baixo . A diferença era apenas nos
hotéis . Ao chegar ao Cairo fomos conduzidos ao Hotel El Salam e outros
companheiros de viagem, ao Hotel Meridien. Jantámos no Hotel que tinha, por
certo, um grande chefe de cozinha pois
nunca comemos tão bem: buffet imensamente variado, muito bem confeccionado,
muito bem apresentado.
Conforme constatou o outro grupo, num dia
em que almoçámos todos no nosso Hotel,
este era melhor que o Meridien. A única
“desvantagem” é que não ficava no centro do Cairo. Em compensação o tinha um
transporte gratuito para os clientes com vários horários disponíveis.
No 2º dia, levantámo-nos muito cedo e após
um fabuloso pequeno almoço, visitámos Memphis
The city of Memphis was the capital of
ancient Egypt. It was the King's residence and the political and administrative
center until around 2,200 BC. It had impressive fortifications and temples,
largely to Ptah, the god of creation and artworks. Estimates of population vary
from 6,000 to 30,000 but either way, it was one of the larger, if not the
largest, cities of its era.
Archaeological digging in the area has
uncovered a Temple of Ptah and sculptures, including a sphinx (smaller than the
one at Giza but still impressive), and the Colossus of Ramses II. In 1979,
UNESCO designated the area a World Heritage Site.
Esfinge de alabastro
De seguida fomos visitar Saqqara (cidade
dos mortos)
A 20 km ao sul de Gizé está Saqqara, o maior sítio arqueológico do Egito. Os seus monumentos contam 3 mil anos de história, desde as primeiras estruturas funerárias do Egito Antigo até aos mosteiros coptas.
Considerado
um dos sítios arqueológicos mais ricos do Egito, possui várias tumbas, templos
e 11 pirâmides, embora nem todas estejam abertas ao público.
Saqqara
é uma imensa necrópole construída pelos reis e nobres do Império Antigo, fundada
como cemitério de Menfis, a capital do Império. À medida que Menfis
crescia, a cidade dos mortos também aumentava, e chegou a ter 7 km de norte a
sul. As tumbas mais antigas datam da 1º Dinastia (3100-2890 a.C) e as últimas da
época persa (c. 500 a.C).
Foi descoberta
em 1850 quando o professor francês Auguste Mariette começou a escavar e
descobriu uma esfinge semienterrada. Nas suas escavações achou uma avenida de
esfinges e encontrou o Serapeum. Desde então foram descobertas muitas
preciosidades na área, mas os arqueólogos acreditam que de Saqqara só se
conhece uma pequena parte.
A
área com mais de seis quilómetros de comprimento e um quilómetro e meio de
largura alberga a primeira pirâmide, bem como estruturas funerárias de um
período por volta de 3000 a.C. até 950 d.C, com
espetaculares pinturas em tumbas,.
Saqqara
tem esse nome devido ao antigo deus da mitologia egípcia, Sokar, considerado
como protetor da necrópole, mas há quem relacione o nome com a tribo Beni Sokar
que viveu ali no passado.
Abrange
pelo menos quatro complexos de pirâmides de períodos diferentes, diversos
túmulos de todas as épocas da história egípcia, assim como necrópoles de
diversos animais. As suas pirâmides são cobertas de inscrições e relevos, que
descrevem como era a rotina no Egito Antigo. O monumento mais importante e impressionante é
a Pirâmide Escalonada de Dsojer (2630 a 2622 a.C)
Para além da referida Pirâmide visitámos também a Mastaba de Horus. Como não tenho foto, recorrià NET e apercebi-me que de 1990 até hoje houve grandes construções na zona
Após a visita a Saqqara fomos visitar uma fábrica de tapetes
Na impossibilidade de colocar o filme que ali fizemos, com umas crianças lindíssimas a trabalhar nos teares, coloco um muito breve que descobri na NET
De seguida fomos ver a esfinge (na altura muito degradada) e as pirâmides de Gizé(ou Giza).
A Grande Esfinge de Gizé é uma estátua composta de corpo de um leão e uma cabeça humana. É uma das maiores estátuas lavradas em uma única pedra em todo o planeta e terá sido construída pelos antigos egípcios no terceiro milénio antes de Cristo, possivelmente no tempo do faraó Kefren. No entanto, alguns investigadores baseando-se na análise do calcário e dos sinais de erosão admitem que seja de cerca de 10.000 a.C.
Não se sabe ao certo qual seria o nome usado pelos egípcios antigos para designar a Esfinge. A palavra "esfinge" foi usada já na Antiguidade clássica baseando-se numa criatura da mitologia grega formada pelo corpo de um leão, a cabeça de uma mulher e asas de águia, embora as estátuas egípcias tenham a cabeça de um homem e sem as asas. A palavra "esfinge" deriva do grego σφινξ, aparentemente do verbo σφινγω, que significa "estrangular", já que a esfinge da mitologia grega estrangulava todos que não conseguissem decifrar suas charadas.
Após o abandono da necrópole de Gizé, a esfinge foi soterrada até aos ombros pela areia do deserto e a primeira tentativa de "desenterrá-la" ocorreu já por volta do ano 1400 a.C., no reinado de Tutmés IV. Mais tarde, Ramsés II, o Grande, pode ter realizado uma segunda escavação.
No ano de 1817 foi realizado um restauro, supervisionado pelo italiano Giovanni Caviglia, descobrindo todo o peito da estátua. Em 1925 a esfinge foi completamente revelada.
Em 1931, engenheiros do governo egípcio repararam a cabeça da esfinge, pois parte de seu turbante caiu em 1926 devido à erosão, que também fez danos profundos no pescoço.
Não se sabe o paradeiro do nariz da estátua, de um metro de largura. Segundo lendas, o nariz teria sido arrancado por balas de canhão da artilharia de Napoleão Bonaparte ou também por tropas britânicas, até mesmo pelos mamelucos. Todavia, desenhos da esfinge feitos por Frederick Lewis Norden no ano de 1737 e publicados em 1755, já ilustram a estátua sem o seu nariz.
Pirâmides de Gizé
A do meio, Pirâmide de Kefren, parece maior mas não o é. À esquerda podemos ver a de Mikerinos e à direita a de Keops, a maior de todas. As fotos que seguem foram aí tiradas
Nunca me tinha sentido tão pequenina....
Estima-se que quando pronta e intacta devia ser formada por dois milhões e 300 mil blocos de pedra, cada um pesando em média duas toneladas e meia, sendo que os maiores deles pesavam 15 toneladas. O peso total do monumento tem sido avaliado em 5.273.834 toneladas. A sua parte interna foi erguida com a rocha de qualidade inferior que se encontra normalmente naquelas vizinhanças e todo seu revestimento foi feito com a pedra calcária branca de excelente qualidade da região de Tura, localidade perto do Cairo. As faces da pirâmide brilhavam com a luz do Sol . Pena que civilizações posteriores tenham arrancado quase todas as pedras calcárias do revestimento para uso em construções modernas, dando atualmente ao monumento essa aparência de vários degraus . Os enormes blocos usados para revestir as câmaras e corredores internos, alguns pesando cerca de 50 toneladas, são de granito e foram extraídos das pedreiras de Assuão, localizadas a 800 quilómetros de distância
A imagem que segue representa um esquema do interior da pirâmide, que visitámos.
Entrámos por 1, e seguimos pelo corredor ascendente (4) que tem 39 m de comprimento, 1m de largura e 1,20 de altura.
Tivemos que subir agachados.
A seguir entrámos na grande galeria(6) com aproximadamente 47m de comprimento e 9m de altura. Esta galeria dá acesso à antecâmara (8) que precede a câmara do faraó (9) onde se pode ver o seu sarcófago.
Sem tampa, feito de granito, totalmente sem
inscrições, deve ter recebido um dia o corpo do faraó
encerrado em um ataúde de madeira. Entretanto, os pesquisadores encontraram-no
vazio. Como a largura
do sarcófago é maior do que a largura da entrada do corredor ascendente,
concluiu-se que ele deve ter sido colocado em seu lugar durante a construção da
câmara do rei.
Não muito longe da pirâmide foram encontradas quatro covas em forma de barco escavadas na rocha. três delas vazias e a quarta contendo um barco de madeira de cedro, parcialmente desmontado, com cerca de 44 m de comprimento, 6 m centímetros de abertura e com capacidade de deslocamento de mais de 40 toneladas. . Para desobstruir a cova onde a barca se encontrava foi necessário mover 41 blocos de calcário que cobriam a fossa, os quais pesavam entre 17 e 20 toneladas. Afirmam os estudiosos que esse barco tinha condições de navegabilidade infinitamente melhores do que qualquer embarcação da época de Cristóvão Colombo. Levou 10 anos para ser reconstruído e hoje está num museu erguido ao lado da pirâmide.
O costume de enterrar barcos junto aos sepulcros existia desde a I dinastia. Alguns deles talvez tivessem sido usados no decorrer do funeral, mas outros destinavam-se a servir de meio de transporte para o morto no além-túmulo.
O costume de enterrar barcos junto aos sepulcros existia desde a I dinastia. Alguns deles talvez tivessem sido usados no decorrer do funeral, mas outros destinavam-se a servir de meio de transporte para o morto no além-túmulo.
A pirâmide de Kefren, é mais baixa que a de Keops, embora visualmente dê a impressão de ser mais alta. A altura original era de 143 metros, o que a tornava três metros mais baixa que a segunda quando ambas estavam intactas. Hoje mede 136 metros e, portanto, é cerca de apenas um metro mais baixa que a Grande Pirâmide em seu estado atual. Cada lado da base mede 215 metros e, portanto, a área que ocupa é cerca de 46 mil metros quadrados. No seu topo existe ainda parte do revestimento de pedras calcárias. À luz do sol do meio-dias ainda brilham de forma deslumbrante.
A Pirâmide de Miquerinos é bastante inferior às outras duas. O faraó reinou poucos anos e não houve tempo para concluir um monumento bem acabado como o de seu pai. Foi usado material de qualidade inferior e grande parte do trabalho foi terminado à pressa.
Não recordo o que comemos mas recordo-me do
café. Serviram-nos um café intragável, cheio de borras(café turco) e muito
doce. Não consegui beber . Além do mais gosto do café sem açúcar ...
Parece que as borras são aproveitadas, pelo
menos na Turquia
A borra que fica no fundo da chávena, após se beber o café, pode ser usada para ler a sina. A chávena é virada ao contrário, com o topo virado para o pires, para que a borra se espalhe e arrefeça. Depois de arrefecer, os padrões que tiverem aparecido podem ser "decifrados".
A borra que fica no fundo da chávena, após se beber o café, pode ser usada para ler a sina. A chávena é virada ao contrário, com o topo virado para o pires, para que a borra se espalhe e arrefeça. Depois de arrefecer, os padrões que tiverem aparecido podem ser "decifrados".
Após o almoço fomos ver trabalhar o papiro.Esta planta é muito comum nas margens de rios da África. As folhas são longas e fibrosas, um pouco semelhantes às folhas de cana-de-açúcar.
No Egito Antigo, o papiro era encontrado nas margens do rio Nilo. Foi muito utilizado pelos egípcios para diversos propósitos. As folhas eram sobrepostas e trabalhadas para serem transformadas em "papel". "Este papel" (papiro) era utilizado pelos escribas egípcios para escreverem textos e registarem as contas do império. Vários rolos de papiro, contando a vida dos faraós, foram encontrados pelos arqueólogos nas pirâmides egípcias.
O papiro tinha outras funções no Egito Antigo. Os artesãos utilizavam a planta para a fabricação de cestos, redes e até mesmo pequenas embarcações. Era também utilizado como alimento pelas pessoas mais pobres e para alimentar o gado .Encontrei na NET dois vídeos feitos precisamente no mesmo local onde nós fomos e onde fotografámos um quadro com a descrição dos hireoglifos
Neste outro vídeo podemos ver vários papiros
Da fábrica de papiros fomos ao mercado Khan el-Khalili
No fim do dia regressámos, exaustos, ao Hotel onde jantámos principescamente.
Após o jantar assistimos à festa de um casamento. O meu marido filmou em VHS como aliás todos os filmes que fez na viagem, num total de 3h, Na impossibilidade de colocar o filme, coloco um vídeo e o texto abaixo que, relativamente à festa, corresponde ao que vimos.
O casamento simultaneamente religioso e civil é feito por um funcionário, Makzun, que reune os responsáveis pelos noivos e faz o contrato do casamento (katb al-kitab). Todo assinam e lêem um capitulo do Corão.
Antes do contrato formal do casamento, a noiva recebe o shabka (presente) do futuro marido, que foi acordado com o pai da mesma. Nessa ocasião é oficializado o noivado, com a leitura da fatihah, capítulo de abertura do Corão.
Mas a consumação do casamento só pode acontecer após a festa, geralmente uns dias mais tarde.
A festa começa com uma “procissão” na rua, a zaffa, com tambores, tamborins e trompetes, que produzem uma música rítmica e ensurdecedora. Mulheres agitando rapidamente a língua emitem um grito, zagharit, semelhante aos gritos dos índios, Na frente da procissão vêm os músicos e dançarinos, vestidos com roupas brancas e vermelhas. As damas de honra, normalmente em número de seis, vestindo roupas brancas e carregando longas velas ou candelabros adornados com fitas e flores, marcham ao lado dos noivos, três de cada lado. Uma criança, à frente da zaffa, joga pétalas de rosas vermelhas sobre os noivos.
A noiva usa um longo vestido e véu brancos. A procissão chega ao local da recepção e o casal troca cumprimentos com os convidados, para depois se dirigir à kosha, poltrona enfeitada com grinaldas de flores, no alto de uma plataforma, para uma melhor vista do salão com os convidados. Após a recepção, os noivos passam juntos a lailat al-dokla (a primeira noite), na mesma cidade onde ocorreu a recepção. Irão passar a noite num hotel ou num apartamento vazio de algum amigo, porém nunca na casa dos pais, o que é considerado de mau agouro. A noiva dá de presente ao marido pijamas de seda, enquanto ele dá uma jóia. Enquanto os mais pobres fazem apenas uma zaffa na rua, os ricos alugam um hotel , com custos muitas vezes superiores de 60 mil dólares. A festa é de arromba: buffet sofisticado, lembranças em ouro para os convidados, bolo gigantesco e a khosha decorada que parece um sonho, com cadeiras ricamente enfeitadas, onde ficam os noivos. A zaffa é feita em pleno salão, com muita música, cantos-solo de cantores populares famosos, além dos gritos estridentes imitando índio. E – ponto alto de toda festa egípcia – não pode faltar a dança do ventre, com dançarinas escolhidas a dedo.
Um costume, um pouco em decadência, é a noite de Henna, uma festa com canto e dança, na véspera do casamento. A noiva pinta mãos e pés com henna, um produto feito de ervas usado desde tempos imemoriais e que representa prosperidade,
Subscrever:
Mensagens (Atom)