sexta-feira, 30 de maio de 2014
Exemplos de vida
Já
por várias vezes dediquei este blogue a figuras que marcaram a humanidade de forma indelével.
Nesta mensagem vou referir-me a mais algumas
Começo
com o venezuelano Jacinto Convit, falecido há pouco tempo com 100 anos de idade e que dedicou toda a sua vida à medicina social .
A
segunda figura escolhida para o post de hoje foi
a polaca Irena Sendler
Personalidades
como estas dão uma outra dimensão à vida.
E
saudando este outra dimensão da vida termino com Beethoven, Schiller e Kandinsky e um óleo (L'autre
dimension) de Edith Cohen Gewerc, uma artista de que gosto muito
segunda-feira, 19 de maio de 2014
Uma tarde diferente
Como anunciei na última mensagem,
ontem fui à Casa Museu Marta Ortigão Sampaio
Já anteriormente tinha visitado o
Museu mas deste vez fui essencialmente pelo programa do evento que a Vivacidade
promoveu para celebrar o Dia dos Museus.
O evento teve início na sala ultimamente
destinada a Biblioteca. Adelaide Pereira começou por apresentar a mesa, onde a
ladeavam Mónica Baldaque e Pedro Freire de Almeida que fez uma intervenção muito
interessante subordinada ao tema Casa-museu.Cultura
urbana.
Seguiu-se uma intervenção do Grupo de
Teatro Ilha Mágica com leituras de poemas de Sebastião da Gama, Mário Cesariny,
Adília Lopes e Agustina Bessa Luís. Foi também lido o texto “Dias contados “de
Mónica Baldaque (filha de Agustina).
Dias contados
Nasci na província, à meia-noite de um domingo de 12 para 13 de maio.
Descia a procissão das velas pela quinta dos meus avós, e a lua em
quarto-crescente brilhava no céu azul-limpo.
Nasci num dos quartos do mirante, sobre o
magnífico vale da Régua. Magnífico, quando tudo eram quintas e caminhos
estreitos entre muros e oliveiras; e as vidas eram secretas; e o canto
compassado dos cavadores me inquietava, como se preparassem um ritual de morte.
Não era uma vila, nem uma aldeia, mas um lugar:
lugar de Godim, antiquíssimo, referido em pergaminhos do tempo de Egas Moniz.
Aquela casa fora dos meus bisavós, e passara para minha avó e a sua
irmã, espanholas de Zamora.
Quando eu nasci, alguém me tirou o coração e o
escondeu na casa. Por isso ele nunca deixou de bater lá, e continua, para
sempre.
A família do Douro era uma gente estranha. Liam muito,
escreviam bem, tinham uma tendência para o teatro, e um temperamento feroz; para
eles, nada era verdadeiramente importante, nem viver nem morrer, nem ser isto
ou aquilo, e geriam com desprendimento as fortunas que vinham e iam.
Eles representavam o mundo fantástico para uma criança.
Eu era feliz, porque não me exigiam mais do que aquilo que era natural eu dar,
o que significava que vivia ali num estado de liberdade e de confiança nos
adultos.
Nas tardes de muito calor, eu lia na sala às escuras as histórias as histórias da Elena Fortún, em espanhol: os dias de Célia e as suas primitas que viviam em Madrid e passavam férias em Santander. Representavam já uma época um pouco antiquada, mas não deixava de me tocar pelas ligações familiares que se esboçavam, divertidas, complexas, agitadas.
Depois de um mês de férias no Douro eu chegava a casa dos meus pais, no Porto, com os deveres por fazer, má pronúncia, feridas no corpo, porque me alimentava de batatas fritas e ovos estrelados. Sempre detestei que chamassem por mim para ir para a mesa!
Depois de um mês de férias no Douro eu chegava a casa dos meus pais, no Porto, com os deveres por fazer, má pronúncia, feridas no corpo, porque me alimentava de batatas fritas e ovos estrelados. Sempre detestei que chamassem por mim para ir para a mesa!
Com os meus pais, as regras mudavam: era a escola, o estudo, as obrigações
de cumprir, de me formar no conhecimento da vida e das pessoas. Exigiam que eu
estivesse atenta e soubesse exprimir-me.
Chorava, quando vinha do Douro, mas enfrentava com coragem e determinação
este outro desafio a vencer.
Mas o tempo da primeira infância,
passei-o em Coimbra. Meu pai concluía Direito, minha mãe escrevia e tratava de
mim e da casa. Vivíamos numa pequena casa dentro de um jardim, próxima da dos
meus avós paternos. Meu avô era militar, e todos os dias o impedido lhe trazia
o cavalo a casa, para ele seguir para o quartel. Levava-me a passear a pé até à
Quinta das Lágrimas ou ao Portugal dos Pequeninos, o que significava andar 5
quilómetros por dia! Muito pequena, já olhava as plantas com imensa delicadeza
e ternura. Chegava a casa sempre com um raminho de alecrim.
Mudámos entretanto para o Porto.
Gostei de fazer a primária na escola pública de Cedofeita.
Lembro-me de todas as amigas que lá
tive, da rua que percorria, das lojas, do recreio da escola com duas enormes
tílias que o ensombravam. E de escrever no caderno - 1952.
Depois o Liceu Michaelis, a que
não consegui adaptar-me. Não gostava do edifício, nem dos corredores, nem dos
recreios. Tudo aquilo era inóspito e hospitalar. O meu rendimento era mau.
Mudaram-me para o Colégio da Paz, das
freiras Doroteias.
Sempre me enfastiaram as aulas.
Bom, era o tempo de férias no Douro! Lá, se moldou a minha alma provinciana e
resistente.
Nunca tive medo de nada. Nem do
escuro, nem dos mortos, nem dos fantasmas, nem dos ladrões. Ficava sempre do
lado dos personagens mais temíveis, não para os catequizar e trazer para o lado
da luz e do bem, mas pelo prazer de os desmontar.
A gente do Paço, de Vila Meã, da
parte do meu avó materno, era uma gente valente e aventureira. E a aventura não
implica forçosamente partir para o Brasil, ou outros lugares distantes. Pode
ser-se aventureiro no espaço limitado do vale onde se nasceu, viveu e morreu,
sem de lá ter saído.
No fim do verão, fazia a viagem de comboio, com a minha avó, da Régua
até Vila Meã. Ia receber rendas, acertar contas, ouvir queixas, despedir uns,
admitir outros.
A minha tia Amélia (a Sibila),
recebia-me à porta da cozinha, sem um sorriso nem um beijo. Punha-me um avental
comprido, e um grosso cordão de ouro ao pescoço. "Aqui todos
trabalham" - dizia-me.
Eu aceitava aquela extravagância
e procurava não me sair mal. Trocava o babeiro de fustão e bordado inglês
branco que usava no Douro pelo avental de chita...Aprendi a fiar linho e a dar
de comer aos porcos, e ouvia em silêncio as conversas cheias de conflitos, dos
adultos, à luz da candeia de azeite.
Só muito mais tarde percebi o
sentido do avental e do cordão de ouro. Era como quem me dizia: - tu és aqui
rainha, podes usar o ouro, mas trabalhas com os outros todos.
Pouco convivi com essas tias,
irmãs do meu avó materno, mas esse ensinamento ficou-me para toda a vida. E a
suspeita, ainda, de que elas consideravam o amor coisa de velhos e ociosos!
Com meu avô, já convivi mais. Não
confiava nele. Vivia ao contrário de todos nós, e transtornava a vida da casa.
Almoçava às três da tarde, saía às cinco, e só voltava de madrugada. O avô jogava e fazia negócios. No jogo ganhava, nos negócios perdia. Lia romances de
capa - e - espada que lhe mandavam em caixotes, da livraria.
Já muito doente, pediu que lhe
pendurassem no quarto, em frente à cama, o relógio da sala de jantar. Queria
saber a que horas ia morrer, o que nos pareceu bem.
1962 - o grande ano de todas as
mudanças.
Fomos viver para Esposende. Uma casa isolada num pinhal, numa terra de
pescadores, deserta no inverno. A mãe fazia uma vida retirada, e eu não podia
ser mais feliz naquela terra sem perigos, onde passeava sozinha com o cão, à
beira-mar, na praia deserta.
Minha mãe dava-me para ler,
Dickens, e mandava-me ir ver os filmes do Bergman. Meu pai desenhava, e
ensinava-me a desenhar.
Aí, comecei a escrever. A
escrever cartas intermináveis, que eram como diários de bordo.
Ainda estive um ano interna no
colégio das Doroteias, na Póvoa, onde andara minha mãe. Mas tendo seguido a
área de Letras, que no colégio não havia, fiquei dois anos em casa a estudar
com um professor particular que lá ia todos os dias dar-me aulas. Um privilégio
fantástico! Era dona do meu tempo.
Entrei em História na Faculdade
de Letras do Porto. Fiz uma única cadeira - Paleografia. A mais interessante,
porque me obrigava a decifrar, e não a decorar. Mudei para Belas-Artes.
Frequentei dois anos a Escola do Porto, e, zangada, pedi a transferência para
Lisboa. Fui viver para casa de uma
senhora judia alemã, mesmo nas traseiras da sinagoga. Ela fazia-me seguir a sua
alimentação Kasher, e contava-me episódios terríveis da guerra, com um
sentimento de uma dor apagada e adormecida.
Não gostei de Lisboa. Demasiada
luz, demasiada gente, demasiadas ruas perpendiculares, demasiado rio, demasiado
pouco do que eu realmente precisava a para seguir o meu destino. Precisava do
nevoeiro a entrar-me pela casa dentro, dos negros e azuis da paisagem, da
pronúncia de corte castelhana, da linha do Douro, e de tudo o que eu já tinha
aprendido e não podia esquecer. É
importante que cada um conheça bem os limites do seu mundo, para que ele
possa crescer como deve, de dentro para fora, e nunca de fora para dentro,
inchando-nos.
Os meus pais compraram a casa do
Gólgota, sobre o rio, e aí se fixaram. Foi uma casa de ingleses, que mantém a
mesma traça e a mesma atmosfera. Já pouco lá vivi, porque casei entretanto. Mas
sinto ser essa, hoje, a casa de família.
Semeou sécias no jardim, e morreu
lá, minha avó materna; e as coisas todas foram tomando conta do seu lugar.
A casa do Douro foi vendida, e eu
dormi lá na última noite com as minhas filhas. Demos uma volta aos quintais
antes de entregarmos a chave, e tive uma pena imensa das galinhas que ficavam
no galinheiro.
Ah! Fiz uma carreira nos
museus, de que já me esqueci. Não por
mágoas, mas porque isso foi a minha vida paralela que ficou para trás, esbatida.
Foi uma tarefa que cumpri, mas não um destino. Esse, é só meu, não partilhável,
e será o que eu deixo em testamento aos meus três filhos
Seguidamente Mónica Baldaque, como introdução à exposição que iria ser visitada
posteriormente, fez uma referência aos três quadros patentes na mesma e que
pintou para este museu, onde foi diretora, e para este evento. Os três quadros
foram “inspirados” numa obra de Aurélia de Sousa tia de Marta Ortigão Sampaio
Seguiu-se um momento musical muito eclético, com José António (voz e viola) e Regina Raposo
(violino).
Uma das obras apresentadas, há muito que a não ouvia: trata-se de uma
canção de embalar, do cancioneiro popular e que a minha mãe cantava com a sua
belíssima voz de soprano
As outras obras foram:
Cantiga para quem sonha de Luís Goes
Cantarei de Pedro Barroso
Silêncio e tanta gente de Maria Guinot
Amigos para sempre aqui na voz de Carreras e Sara Brightman
Finalmente o grupo de teatro fez uma representação humorística com base em
Romeu e Julieta a que, sinceramente, não achei grande graça.
Tudo o resto valeu a pena, nomeadamente a visita, com a presença da artista, à exposição de jóias de Ana
Fernandes, jóias modernas, sempre
lindíssimas. Só tenho uma, mas na generalidade acho-as belíssimas.
domingo, 18 de maio de 2014
Comemorações do Dia Internacional dos Museus
O Dia Internacional dos Museus é celebrado anualmente a 18 de Maio.
A celebração da data é feita desde o dia 18 de Maio de 1977, por proposta do ICOM – Conselho Internacional de Museus (organismo da UNESCO).
Cerca de 450 iniciativas gratuitas, numa centena de museus e palácios em todo o país, estão a decorrer hoje, domingo,
A Vivacidade, como é habitual, associou-se ao Evento.
Um "até logo" aos que decidirem ir
quinta-feira, 15 de maio de 2014
Tempo de valsa
Hoje vou falar de valsas.
Começo pela valsa nº 2 de Shostakovitch ao som da qual "valsam" os anéis de Saturno
Começo pela valsa nº 2 de Shostakovitch ao som da qual "valsam" os anéis de Saturno
Esta valsa integra a Jazz Suite No. 2 do referido compositor
Agora uma das valsas mais
conhecidas, Danúbio Azul de Johan Strauss filho
Devo confessar que na minha
visita a Viena senti alguma deceção porque imaginava a cidade mais ligada ao Danúbio que Strauss imortalizou.
A valsa nº 15 de Brahms
Valsa do adeus de Chopin
Valsa do lago dos cisnes
de Tchaikovsky
Valsa das horas in Coppélia de Delibes
Por fim Valsinha
de Vinícius e Chico Buarque, na voz do segundo
terça-feira, 13 de maio de 2014
Política e Cultura
A ideia de cultura foi
sempre moldada pelas visões políticas de cada tempo.
E quando falamos em
cultura e visão política vem-nos à mente
o reinado de D. João V , monarca seriamente
influenciado pelo
iluminismo e cujos investimentos na cultura são bem conhecidos. A título de exemplo
vejamos
este vídeo sobre a Biblioteca Pombalina
Poderá objetar-se que esses investimentos surgiram
essencialmente à base da economia do
ouro. Se esse
facto é inegável, é inegável também que as opções de investimento
poderiam ter sido outras, tal como poderiam
ter sido outras as opções do atual
governo que, a meu ver, irá deixar marcas
muito negativas, e eventualmente
irreversíveis, na generalidade da governação e
muito em particular nas áreas da educação e cultura
A troika fez diminuir brutalmente a despesa com a
educação em Portugal, tanto no ensino básico e secundário
como no ensino
superior. Os cortes foram em muitos casos cegos, isto é, foram feitos sem
atender a critérios
de qualidade. A troika mandou cortar e o governo cortou em
força rapidamente. Não se pode dizer que a
escola pública esteja esse melhor
com esse assim chamado "reajustamento"(...).
E por falar em educação, deixo imagens do Monumento de Homenagem ao Professor e à Educação em Vila do
Conde
Termino propondo
uma reflexão tendo por base excertos de um texto de Concha Caballero: O dia em que acabou a crise!
Quando terminar a recessão
teremos perdido 30 anos de direitos e salários…
Um dia no ano 2014 vamos
acordar e vão anunciar-nos que a crise terminou. Correrão rios de tinta escrita
com as nossas dores, celebrarão o fim do pesadelo, vão fazer-nos crer que o
perigo passou embora nos advirtam que continua a haver sintomas de debilidade e
que é necessário ser muito prudente para evitar recaídas. Conseguirão que
respiremos aliviados, que celebremos o acontecimento, que dispamos a atitude
critica contra os poderes e prometerão que, pouco a pouco, a tranquilidade
voltará à nossas vidas.
Um dia no ano 2014, a crise
terminará oficialmente e ficaremos com cara de tolos agradecidos, darão
por boas as politicas de ajuste e voltarão a dar corda ao carrossel da economia.
Obviamente a crise ecológica, a crise da distribuição desigual, a crise da
impossibilidade de crescimento infinito permanecerá intacta mas essa ameaça
nunca foi publicada nem difundida e os que de verdade dominam o mundo
terão posto um ponto final a esta crise fraudulenta (metade realidade, metade ficção),
cuja origem é difícil de decifrar mas cujos objectivos foram claros e
contundentes:
Um dia no ano 2014, quando os
salários tiverem descido a níveis terceiro-mundistas; quando o trabalho for tão
barato que deixe de ser o factor determinante do produto; quando tiverem
ajoelhado todas as profissões para que os seus saberes caibam numa folha de
pagamento miserável; quando tiverem amestrado a juventude na arte de trabalhar
quase de graça; quando dispuserem de uma reserva de uns milhões de pessoas
desempregadas dispostas a ser polivalentes, descartáveis e maleáveis para fugir
ao inferno do desespero, ENTÃO A CRISE TERÁ TERMINADO.
Um dia do ano 2014, quando os
alunos chegarem às aulas e se tenha conseguido expulsar do sistema educativo
30% dos estudantes sem deixar rastro visível da façanha; quando a saúde se
compre e não se ofereça; quando o estado da nossa saúde se pareça com o da
nossa conta bancária; quando nos cobrarem por cada serviço, por cada direito,
por cada benefício; quando as pensões forem tardias e raquíticas; quando nos
convençam que necessitamos de seguros privados para garantir as nossas vidas,
ENTÃO TERÁ ACABADO A CRISE.
Um dia do ano 2014, quando
tiverem conseguido nivelar por baixo todos e toda a estrutura social (excepto a
cúpula posta cuidadosamente a salvo em cada sector), pisemos os charcos da
escassez ou sintamos o respirar do medo nas nossas costas; quando nos tivermos
cansado de nos confrontarmos uns aos outros e se tenhas destruído todas as
pontes de solidariedade. ENTÃO ANUNCIARÃO QUE A CRISE TERMINOU. (...)
domingo, 11 de maio de 2014
Partilhar
Há
dias, os meus dois netos mais novos estavam a brincar e o mais velhito, que vai
fazer 5 anos no Dia da Criança, decidiu
atirar com peças de madeira de um jogo. Uma delas atingiu um vidro que poderia
ter quebrado. Ralhei com ele e a pequenita, que vai fazer 4 anos em Setembro,
disse qualquer coisa como “é patiar”. Como é muito “senhora do seu nariz” percebi
que pretendia também atirar e ralhei com ela. Começou a choramingar e o primo
veio descodificar o que ela tinha dito. Queria partilhar as peças do jogo com o primo.
Dei-lhe
beijinho e pedi desculpa pela má descodificação. De vez em quando lembrava-se,
dava uma gargalhada e dizia: Eu só quia patiá.
Pois
eu hoje quero também partilhar convosco várias coisas, nomeadamente uma série de vídeos que me foram
enviados, sobre temas diversos. Aqui vão os endereços:
PORQUE
NÃO VOU À COPA DO MUNDO
AS BAILARINAS DO ‘BEREZKA ENSEMBLE’
A técnica usada,
o ‘passo flutuante’, é um segredo do grupo que as bailarinas guardam até da
própria família.
|
|
|
Para dar ainda mais alguma cor à mensagem partilho imagens de algumas caixas que pintei. Eram caixas de relógios que o meu cunhado, comprador compulsivo, adquiria. Só encontrámos as caixas. Presumimos que os “amigos” terão levado os recheios.
São
muito práticas para guardar adereços porque cada uma tem 10 divisórias.
sábado, 10 de maio de 2014
Escola do Bom Pastor
Ontem, a convite da colega Ângela Tavares, bibliotecária do Agrupamento de Escolas Carolina Michaëlis, visitei a Escola EB1 do Bom Pastor. Estive com alunos do 1º
e do 2º ano, num total de duas sessões.
Fui muito bem
recebida por professores, alunos e funcionários. As sessões correram bem, com alunos muito interessados, alguns deles já com bastantes conhecimentos face à sua idade. Colocaram muitas questões, e participaram muito ativamente.
Entre as duas sessões convivi um pouco com os professores numa salinha onde, como é habitual nas escolas do 1º ciclo, se reúnem para tomar um café que eles mesmos preparam, comer uns bolinhos ,etc
Como sempre, as sessões foram acompanhadas de algumas atividades
experimentais muito simples, algumas das
quais os alunos poderão reproduzir, se quiserem.
No fim brindaram-me com a leitura de textos e desenhos feitos por eles, que carinhosamente me ofereceram
Uma das turmas organizou textos e desenhos numa "brochura"( imagem a seguir).
Uma aluna leu o poema de abertura
Uma outra turma preparou uma nova surpresa. Adaptaram o poema Inventor a uma música (creio que foi Olha a bola Manel) e cantaram todos em conjunto
Inventor
O
João é um grande trapalhão. Usa os
sapatos trocados,
enxuga
as mãos no sabão, come a sopa com o garfo e com a faca o feijão.
Um
mundo de confusão.
A
pesar-lhe na sacola tinha um prego e um martelo em vez dos livros da
escola.
Uma
vez trincou os óculos
enquanto limpava o pão
e
muniu-se dos binóculos para ver televisão.
O
João não é bem um trapalhão, é um menino distraído,
pois
está sempre entretido a pensar numa
invenção.
Até
o Sr. Professor, já lhe chama o inventor.
Há
tempos criou um invento para o
chamar à atenção
sempre
que em algum momento se distrai o
pensamento
e
há muito que anda a pensar numa máquina
capaz de, na vez dele,
estudar .
É
que assim sempre sobrava mais tempo para inventar
(in Ciência para meninos em poemas pequeninos)
Este é um dos poemas que tem uma nova ilustração, a par da anterior
(in Ciência para meninos em poemas pequeninos, Edição Porto Editora)
No final de cada sessão vi-me sempre rodeada por muitas crianças, que se mantinham na sala mesmo após o toque de saída. Uma delas fez questão de tirar uma fotografia ao meu lado. Quando me vinha embora, algumas crianças que estavam no recreio correram ao meu encontro para de novo conversarem comigo. Foi muito gratificante.
domingo, 4 de maio de 2014
Dia da Mãe
No dia da Mãe deixo-vos com imagens da minha MÂE..
Quando andava no Liceu de Bragança, uma colega mais velha disse-me um dia: Sabes, a tua mãe é a senhora mais bonita da cidade.
Quando andava no Liceu de Bragança, uma colega mais velha disse-me um dia: Sabes, a tua mãe é a senhora mais bonita da cidade.
Mas a par da sua beleza exterior, tinha uma enormíssima "beleza interior”.
Num país mesquinho como é por vezes o nosso, a minha mãe ficava feliz com
o bem estar dos outros. Quando alguém de menos posses mandava os filhos
estudar, havia sempre vozes invejosas. Estudar para quê? Que vão apanhar amêndoa e azeitona. Pois a minha mãe
apoiava de imediato as famílias que, por vezes com muito sacrifício, decidiam dar um futuro melhor aos filhos.. Ajudava sempre que podia mas com a preocupação que traduzia através dum provérbio, ela que tantos sabia: Que a mão direita não veja o que dá a mão esquerda.
Tive o enorme privilégio que, por certo não soube merecer, de ter por mãe esta MULHER a quem a doença de Alzheimer atingiu cruelmente aos 58 anos de idade.
sexta-feira, 2 de maio de 2014
De novo peles escolas...
No passado dia 30 e na sequência da reedição, pela Porto
Editora, do livro Ciência para meninos em
poemas pequeninos, estive em duas escolas de Viseu (Póvoa de Abraveses e
Oliveira de baixo) com alunos do 1º ciclo, num total de 4 sessões.
Os livros tinham chegado às escolas no dia anterior, ao fim
da tarde, pelo que para alguns professores e alunos, o primeiro contacto com o
livro foi nas referidas sessões. Duas das professoras tinham levado o livro
para casa e no próprio dia, antes da sessão, tinham feito uma abordagem ligeira
com os meninos.
O poema caleidoscópio tinha suscitado a curiosidade das crianças.
Geralmente levo comigo um caleidoscópio, pelo que todos puderam ver (a maior
parte dos alunos e algumas professoras nunca tinham visto).
Aqui fica o poema caleidoscópio bem como um site onde se ensina a construí-los.
Uma das duas professoras que tinha lido o livro, mal eu
entrei comentou.
Fazia uma ideia
totalmente diferente de si. Pela escrita leve, divertida, muito agradável, pensei
tratar-se de uma autora muito jovem.
Depois da sessão veio falar comigo e disse: Não ficou aborrecida com a minha intervenção
de há pouco? Respondi-lhe: Bem pelo
contrário. Retorquiu: De espírito é
mesmo muito jovem.
Subscrever:
Mensagens (Atom)