Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


domingo, 9 de dezembro de 2018

Feliz Natal

















Na mente tudo é possível
até regressar ao primeiro natal de que me lembro
Junto à chaminé , o Menino Jesus,
aquele que estava deitado no presépio,
tão pequenino, que cabia na palma da minha mão,
 tinha descido pela chaminé
arrastando aquele  enorme presente,
que ali estava embrulhado, pousado no chão.
Afinal não fora Ele mas o Outro que vivia no céu.
Desfeita a confusão, desvendou-se o mistério.
Dentro do embrulho, um  triciclo  escondido…
Lá tão longe, o  Menino ouvira o meu pedido…
Hoje , peço-Lhe  uma vida digna para toda a gente
e um  mundo em paz
Se outrora ouviu o  meu pedido inocente
agora, não me ouve mais…
Regina Gouveia 2018


domingo, 25 de novembro de 2018

Associações...



Lembro-me que, nos finais dos  anos 70 quando planeávamos a nossa primeira Borba, Estremoz e Vila Viçosa, recuei aos meus tempos de Liceu, em Bragança. Não posso precisar em qual das disciplinas, Geografia ou Ciências Naturais, ouvi falar em minas de mármore e calcário em Portugal. Recordo os nomes de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Pero Pinheiro e Santo Adrião. A estas últimas, em Vimioso, foi programada uma visita de estudo que não chegou a realizar-se.
A Pero Pinheiro fui uma vez com uns tios meus, que moravam no Gradil, e soube que no convento de Mafra tinha sido usado o calcário da região, a pedra Lioz

Em 1962, tomei pela primeira vez contacto com a poesia de António Gedeão. Gostei tanto que tratei logo de comprar o seu livro Poesias completas. Ali, entre os vários poemas, todos eles belíssimos, fui encontrar o da pedra Lioz, o calcário de Pero Pinheiro, que iria ser usado na construção do convento de Mafra

Poema da Pedra Lioz 
Álvaro Gois,Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Catanhede,
pedreiros de profissão,
de sombrias cataduras
como bisontes lendários,
modelam ternas figuras
na lentidão dos calcários.
 Ali, no esconso recanto,
só o túmulo, e mais nada,
suspenso no roxo pranto
de uma fresta geminada.
Mas no silêncio da nave,
como um cinzel que batuca,
soa sempre um truca…truca…
lento, pausado, suave,
truca, truca, truca, truca,
sob a abóbada romântica,
como um cinzel que batuca
numa insistência satânica:
truca, truca, truca, truca,
truca, truca, truca, truca.
Álvaro Gois,Rui Mamede,
filhos de António Brandão,
naturais de Cantanhede,
ambos vivos ali estão,
truca, truca, truca, truca,
vestidos de sunobeco
e acocorados no chão,
truca, truca, truca, truca.
No friso, largo de um palmo,
que dá volta a toda a arca,
um cristo, de gesto calmo,
assiste ao chegar da barca.
Homens de vária feição,
barrigudos e contentes,
mostram, no riso dos dentes
o gozo da salvação.
Anjinhos de longas vestes,
e cabelo aos caracóis,
tocam pífaros celestes,
entre cometas e sóis.
Mulheres e homens, sem paz,
esgaseados de remorsos,
desistem de fazer esforços,
entregam-se a Satanás.
 Fixando a pedra, mirando-a,
quanto mais o olhar se educa,
mais se estende o truca…truca…
que enche a nave, transbordando-a,
truca, truca, truca, truca
truca, truca, truca, truca.
 No desmedido caixão,
grande sonhor ali jaz.
Pupilo de Satanás?
Alma pura, de eleição?
Dom Afonso ou Dom João?
Para o caso tanto faz.

Gedeão, A. Poesias Completas, 1965

A Pero Pinheiro iria encontrar referência em Memorial do Convento, que li pela primeira vez em 1982 mas que já reli e reli…


Retomo a visita a Borba, Estremoz e Vila Viçosa
Da visita, guardo como recordação um boneco de Estremoz e um cinzeiro comprado em Vila Viçosa
Adicionar legenda


Nessa altura e porque o meu marido é arquiteto, já eu sabia da importância dos mármores portugueses, nomeadamente o verde viana, de Viana do Alentejo e os mármores rosa e branco de Estremoz.

As diferentes cores que o  mármore, rocha proveniente da metamorfização do calcário, pode apresentar dependem essencialmente dos elementos químicos  que entram na composição dos feldspatos.

Muito poucas rochas têm tantas utilizações como o mármore. Pela sua beleza é usado  na arquitetura e na escultura mas, pelas suas propriedades químicas, é também utilizado em produtos farmacêuticos e agrícolas.













Pietà de Michelangelo                                                         TajMahal

Já no tempos dos gregos e romanos se usava o mármore, nomeadamente em estatuária como é o caso da  Vénus de Milo séc ii dC. 


Aliás,a história da exploração do mármore no Alentejo, vem desde os tempos dos romanos, tendo já  sido encontrada uma  zona de extração daquela época, ou seja, "com dois mil anos de história", 

Eis as associações que surgiram a propósito da minha primeira visita a terras alentejanas, nomeadamente a Borba.
Provavelmente, durante muito tempo, iremos associar Borba à trágica derrocada da estrada 255.

Em homenagem às vítimas da tragédia e porque falei no memorial de Convento, onde é referido Domenico Scarlatti, termino com um Kirie do compositor

 
https://www.youtube.com/watch?v=KhtLhMXumzs




quinta-feira, 22 de novembro de 2018

Como não há palavras, fica-nos a música




O título desta mensagem fui buscá-lo ao blog "Contos das estrelas"

https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/
nomeadamente a uma mensagem sobre a tragédia em Borba. Com a devida autorização do autor, uso também  a música "River Flows in You (Yiruma)" - Piano: Luke Faulkner


https://www.youtube.com/watch?v=zrqdtz1x2Po


E como não há palavras, acrescento um excerto do Requiem de Mozart

https://www.youtube.com/watch?v=vIgX450Rd68

domingo, 11 de novembro de 2018

Do Nordeste a Setúbal


No dia 25 de Outubro fomos a Trás- os– Montes. Andamos com umas pequenas obras na casa da aldeia do meu marido pelo que tivemos que nos deslocar ali. Não saí de casa: Embora os dias estivessem razoáveis, as noites estavam já bastante frias.  Regressámos domingo, e apanhámos imensa chuva no caminho. Como a hidroterapia tem sido o único “tratamento” que me tem trazido algumas melhorias ao problema da anca, os meus exercícios no Holmes limitam-se a atividades na água e a duas aulas no âmbito da reabilitação física Na segunda feira,29, tinha actividades na água logo às 8h….

Na ida e no regresso, a antena 2 brindou-me com uma série de obras musicais, desde Samuel Barber a Schubert e Brahms. Deixo excertos de algumas obras dos referidos autores


Adágio para 4 cordas de Samuel Barber


1ª sinfonia de Brahms


Franz Schubert Sinfonia N°8

E porque os dois últimos vídeos mostram imagens de Klint e Rodin, deixo "O beijo", na obra dos dois autores bem como um poema de Adélia Prado






A vida é muito bonita,
basta um beijo
e a delicada engrenagem movimenta-se,
uma necessidade cósmica nos protege
.
Retomando o fio à meada, no dia 30 fui para Setúbal.
Em 13 de Outubro, decorrera na Casa da Avenida, a inauguração de uma exposição da minha amiga Lourdes Sendas, juntamente com Zaia Nascimento Oliveira. Não pude estar na inauguração mas prometi ir e passar uns dias em Setúbal.
Já conhecia parte dos trabalhos de Lourdes Sendas. Alguns já os referi em mensagens anteriores. Gosto muito da sua obra. Quanto a Zaia Oliveira não conhecia nem a autora nem a obra. Fiquei a conhecer ambas. Gostei muito dos seus trabalhos.
Deixo imagens de algumas das obras expostas

Trabalhos de Lourdes Sendas

 



 Trabalhos de Zaia Oliveira


na Avenida Luísa Todi, 286, é um espaço muito agradável que além das zonas dedicadas a exposições tem um bar muito simpático, onde entre outras, se encontram pessoas ligadas à cultura

A casa da minha amiga é ao lado de um parque, muito agradável. Para além disso, e apesar do mau tempo ainda fizemos alguns passeios pela zona na companhia de uma sua amiga franco-alemã, que muito gentilmente nos convidou para almoçar na quinta feira.
Parque ao lado da casa da minha amiga




No Seixal



Em Setúbal, junto ao rio

Para mim, foi muito bom este escape, pois com os  meus problemas de saúde, passo muito mais tempo dentro de casa. Mas tinha que regressar no sábado, pois no domingo tinha toda a família para almoçar cá em casa.

E já que falei na minha saúde, andava um pouco em baixo pois o último ortopedista que consultara, propôs-me uma intervenção à anca.
Na sexta feira passada ouvi outra opinião e a hipótese de operação foi posta de lado. Segundo este médico o processo inflamatório na anca e na coxa, que se arrasta há um ano, é um processo de lenta recuperação e a hidroterapia é o tratamento ideal. Esperemos então…

De qualquer modo, desde que em  de Julho fui operada à coluna, recuperei muito a minha qualidade de vida….
A tal ponto que voltei a escrever e a pintar, algo para que anteriormente não tinha motivação.
O último livro editado é um livro para crianças Há ciência e poesia nas coisas do dia a dia.
 In de Rerum Natura, o Prof. Carlos Fiolhais faz uma apreciação ao livro

Também tenho pintado um pouco, nomeadamente em tecido. Deixo um dos últimos trabalhos.







segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Mais palavras para quê?

Edir Macedo apoia Jair Bolsonaro. Este facto deveria, só por si, fazer pensar quem apoia a candidatura de tal candidato. Bastam alguns episódios da vida de Edir Macedo para  justificar o seu apoio a Bolsonaro. Por outro lado, basta ouvir algumas afirmações de Jair Bolsonaro para perceber  das suas afinidades com Edir Macedo.
Deixo alguns sites com  vídeos para reflexão:


https://www.youtube.com/watch?v=lJCMVX4Ss7s



https://www.youtube.com/watch?v=dpW8SlcP0fo


https://www.youtube.com/watch?v=ZMdic0j5ee8




sábado, 6 de outubro de 2018

“Para que preciso de pés quando tenho asas para voar”


“Para que preciso de pés quando tenho asas para voar”

Foi com esta tenacidade e estoicismo que Frida Kahlo (1907-1954) enfrentou a vida, que lhe foi muito adversa.

Pintora mexicana conhecida por seus auto-retratos de inspiração surrealista e também por suas fotografia, Frida Kahlo é o nome artístico de Magdalena Carmen Frida Kahlo y Calderón, nascida na vila de Coyoacán, no México, no dia 6 de julho de 1907. Filha de pai alemão e mãe espanhola, desde pequena teve uma saúde debilitada. Com seis anos contraiu poliomielite que lhe deixou uma sequela no pé. Com 18 anos sofreu um grave acidente de autocarro que a obrigou  um longo internamento hospitalar.
Apesar de deprimida e incapacitada de andar, Frida passou a pintar a sua imagem, com um espelho pendurado na sua frente e um cavalete adaptado para que pudesse pintar deitada.

Estes e outros  dados sobre a biografia de Frida Kahlo  podem ser vistos aqui. https://www.ebiografia.com/frida_kahlo/
Deixo no entanto mais alguns excertos 

Recuperada, Frida passa a estudar desenho e modelagem na Escola Nacional Preparatória do Distrito Federal do México. Em 1928, filiou-se ao Partido Comunista Mexicano, onde conheceu Diego Rivera, um importante pintor do “Muralismo Mexicano”.

Em 1929, com 22 anos, Frida Kahlo casa com o Diego Rivera e vão morar na “Casa Azul”, onde Frida nasceu. Em 1930, Frida engravida, mas sofre um aborto espontâneo. Nesse mesmo ano, foi com o marido para os Estados Unidos. Nesse período, sofre um segundo aborto. Dedica-se à pintura, realizando um grande número de auto-retratos – de inspiração surrealista, apesar de negar integrar tal corrente: “Nunca pintei sonhos, apenas a minha própria realidade”

Em 1934, o casal retorna ao México. Frida sofre mais um aborto. Tambem, nesa época,sofre uma amputação dos dedos do pé direito . Em 1936 passa por nova cirurgia.

Em 1937, Frida conhece Leon Trotski, que se refugiou em sua casa  no México, juntamente com a esposa Natália Sedova.

Em 1939, já separada do marido, Frida expõe em Nova Iorque e em Paris. Nessa época, entra em contato com Pablo Picasso e Wassily Kandinsky. O Museu do Louvre adquire um de seus auto-retratos.
Apesar de passar por diversas cirurgias e usar um colete de gesso em consequência do acidente, Frida não parava de pintar. Era também aficionada por fotografia, hábito que herdou de seu pai e do seu avô materno, ambos fotógrafos profissionais.

Frida Kahlo lecionou artes na Escola Nacional de Pintura e Escultura, recém-fundada na cidade do México. 

Foi uma defensora dos direitos das mulheres, tornando-se um símbolo do feminismo. 

Em agosto de 1953,devido a uma gangrena, Frida sofre a amputação de uma perna,à altura do joelho .


Morre em 1954,na Casa Azul que, em 1958, passou a abrigar um museu em homenagem à pintora. 

Algumas obras de Frida Khalo, podem ser vistas aqui.

De seguida deixo alguns breves vídeos sobre a sua vida e obra.












Até ao dia 4 de Novembro, os portuenses (e não só...)têm  o privilégio de poder visitar, no Centro  Português de Fotografia,  a exposição "Frida Kahlo. As suas fotografias".
Goste-se ou não se goste da sua obra é, a meu ver,  impossível ficar impassível ...




quinta-feira, 27 de setembro de 2018

IRON MAN ou uma história muito bonita…



Esta mensagem será também postada no meu outro blogue "Reflexões e Interferências"


Iron Man é uma personagem   da Marvel Comics que tem ispirado jogos,filmes, etc. Mas é também uma modalidade de triathlon de longas distâncias, compreendendo natação, ciclismo e corrida. Realiza-se em várias partes do mundo, nomeadamente em Portugal, Cascais. 
Aqui podem ver um pequeno vídeo de uma das provas ali realizadas

Pois então siga o nosso amigo Miguel Ferreira Pinto que irá participar na prova de forma solidária e todo o apoio que conseguir reverte para a APCL (http://diretorio.sector3.pt/Directory/Details/6-associacao-de-paralisia-cerebral-de-lisboa
Imagino que neste momento já se estejam a interrogar. A que propósito surge aqui a referência ao IRON Man?
Miguel Ferreira Pinto é um dos 8 netos de uma prima minha. Tem uma irmã e um irmão, o Pedro, um jovem inteligente e doce, que sofre de  paralisia cerebral.
Aqui https://www.mfpironman.com/ poderão perceber melhor, quer através do texto, quer através das fotos,  quais  as razões que levam Miguel Ferreira Pinto a participar na prova
Sempre pratiquei desporto e fui desafiado para fazer o IRONMAN 70.3.
Na altura achei que era uma loucura, mas o desafio pareceu-me estratosfericamente perfeito.
Depois de uma lesão, que me impediu temporariamente de praticar Crossfit, tive que arranjar um desafio desportivo que me cativasse e que conseguisse conciliar com a minha vida profissional.
Com o início desta nova etapa surgiu a ideia de aliar uma loucura pessoal a uma causa que me é querida: angariar fundos para ajudar a Associação de Paralisia Cerebral de Lisboa. Afinal é a escola que tem sido a casa do meu irmão há mais de 20 anos.
Ficou decidido: vou fazer o IRONMAN no dia 30 de Setembro, dê por onde der, e vou tentar juntar o máximo de dinheiro que aqueles 130km permitirem

Esta é a história bonita que anunciei no título da mensagem.
Que belo gesto, Miguel. Obrigada

Felizmente há outras situações como a que refiro a seguir, em que autores consagrados participaram numa iniciativa da Associação Pais em Rede

E porque abordei o tema “Meninos diferentes” deixo dois poemas,   “Menino Diferente” que, em tempos me foi pedido a propósito de uma acção sobre “Meninos Diferentes”, no âmbito do ensino especial.
O outro, “Diversidade”, que aborda outro tipo de  diferenças, consta do meu livro Ciência para meninos em poemas pequeninos.

Menino diferente

Menino diferente tal como os demais
pois não há no mundo dois meninos iguais.
E cada diferença exige atenção…
Vem comigo, vem.
Menino diferente, dá-me a tua mão
Juntos, de mão dadas,
sigamos em frente para ir mais além
Em troca, menino diferente,
peço-te um sorriso.
Nada mais preciso.





Deixo ainda dois vídeos relacionados com o que acabo de escrever






quarta-feira, 19 de setembro de 2018

Após um longo interregno



Em anos anteriores, em meados de julho rumávamos a Trás-os-Montes e levávamos  alguns dos netos. No primeiro fim de semana que ali passávamos, chegavam  geralmente  filhos, noras e os netos que faltavam. Ao longo da semana preparávamos o nosso habitual teatro de verão que era depois representado. 
No passado Natal  ofereci a todos um livrinho com as “peças “ representadas ao longo de todos esses anos. 



Para o" 2º volume", já temos mais duas. A que foi representada no Natal e a que foi agora representada em agosto, uma peça muito breve, mas que nos divertiu a todos, nomeadamente à amiga da Rita que também participou e a um menino da aldeia que me pediu para também entrar na peça.
Ficou tão feliz´...



Em consequência dos problemas de saúde que aqui fui relatando, só fomos de férias a 9 de agosto. Entretanto os netos fizeram novas experiências. A Marta foi fazer um acampamento com os escuteiros a que pertence,o Bernardo frequentou duas semanas de atividades no parque Biológico, em Gaia, o José foi para um campo de férias na Póvoa de Lanhoso (Diver Lanhoso) e adorou. A Rita teve uma experiência ainda mais “fabulosa” Foi 15 dias para um colégio inglês, perto de Brighton. Além de aperfeiçoar a língua pôde  conviver com jovens de vários países.

Como vem sendo hábito, a Rita levou uma colega  (no ano passado e há dois anos foram duas) para passar uns dias connosco na aldeia. Este ano passámos todos o tempo na minha aldeia porque o ortopedista aconselhou-me hidroterapia. Como já devo ter referido, no antigo lagar de vinho fizemos, há uns anos, uma “piscininha” onde, religiosamente,  todos os dias  fazia exercícios, no mínimo meia hora de manhã e outra meia hora de tarde. Senti que me fizeram bem mas a inflamação de tendões e músculos continua pelo que me foram prescritos mais uns exames e uma consulta de reumatologia. A saga, que começou em princípios de novembro, continua…. Mas sou otimista. Não há mal que sempre dure…
Na última semana que  passámos na aldeia tivemos a companhia, sempre agradável, da minha amiga Lourdes Sendas (amizade que vem desde a escola primária).
O que se pode fazer numa aldeia “perdida” nos confins ? Para mim, as férias que ali passo permitem-me “recarregar baterias”. Infelizmente este ano não  pude fazer as caminhadas de que tanto gosto. Mas pude deleitar-me, quase todos os dias, com um novo pôr do Sol visto do terraço da minha casa. Deixo algumas imagens(infelizmente "conspurcadas" com fios e cabos...)



 



 





 Para além dos pores do sol, também fiz imagens que gostaria de não ter tido oportunidade de fazer.. Embora poupada relativamente a outras zonas do país, também os incêndios ali marcaram presença e, neste caso, perto de minha casa. Fomos fotografar a azáfama dos  aviões num contínuo vai e vem  entre a barragem e o local do incêndio




 


E por falar de incêndios não posso deixar de referir outros, nomeadamente em Monchique, na Grécia, nos EUA e no Brasil. Refiro-me neste caso ao Museu do Rio de Janeiro. Há 200 anos D. João VI fundava, no Brasil, um museu que se tornaria o símbolo da história das ciências no país e um dos maiores da América Latina em História Natural e Antropologia. Do Museu pouco mais resta que ruínas. O incêndio que ali deflagrou terá devorado uma boa parte dos mais de 20 milhões de objetos de valor incalculável
O crânio de Luzia, tido como o mais antigo fóssil humano das Américas, com mais de 11 mil anos, terá sido uma das peças mais valiosas consumidas pelo incêndio.
Havia porém muitos mais tesouros, inclusive o edifício, o Palácio de São Cristóvão onde foi assinada a independência do Brasil e que chegou a ser residência do "Rei João VI.

A perda do acervo do Museu é um dano irreparável para o Brasil e para o todo o mundo (https://pt.euronews.com/2018/09/03/um-acervo-fundado-por-d-joao-vi-ha-200-anos-e-agora-em-cinzas)


Termino com a referência ao incêndio do Parlamento de Londres,  obra de Turner que podem ver aqui (https://arte.laguia2000.com/pintura/incendio-del-parlamento-de-londres-turner)
um poema que encontrei na NET (https://www.escritas.org/pt/t/6754/o-incendio), da autoria de Lucídio de Freitas 
a um poema meu, publicado em 2017 em “Quando o mistério se dilui na penumbra”. Aí aludo ao fogo, e aos demais elementos

Incêndio

O ar queima, o vento queima, a terra queima e abrasa.
ondas rubras de Sol batem fortes na areia...
No espaço nem sequer um leve ruflo de asa,
Passa aos beijos do Sol que fustiga e esbraseia.

Fogo de um lado e de outro e o vento o incêndio ateia,
Da planície a fazer vasto lençol de brasa;
E o fogo sobe e desce, e volta, e mais se alteia,
E abraça e beija, e morde a ossatura da casa.

Nisto um grande rumor pela terra se escuta.
Braços abertos no ar, soluçando, o Castelo,
Se desmorona, enfim, depois de estranha luta.

Velho Castelo Real! ó sombra de outra idade!...
Lembras hoje, depois desse horrível flagelo,
As ruínas de Sol no poente da Saudade!

Freitas.L

  Ponte D. Maria

De granito, as raízes cravadas na
                        TERRA.
De ferro, as vestes rendadas espelhadas na
                        ÁGUA
e os possantes cavalos, galopando outrora,
                        FOGO
nas entranhas, bafo quente e negro desflorando o
                        AR.
Agora, a galope passa só o tempo.
A ele se entrega sem constrangimento.
Vestígios de amor, o ocre das manchas no belo rendado.
A música cósmica flui na
                        QUINTA ESSÊNCIA.
Com lugar cativo, assiste a bailados no palco dos céus,
miríades de estrelas dançando lascivas, nas noites de breu.
    Talvez de uma delas  Eiffel a contemple

 Gouveia, R (2017)