À falta de melhor, o governo bombardeou-nos com os resultados dos alunos portugueses no PISA
2009
RESULTADOS DOS ALUNOS PORTUGUESES MELHORAM NO PISA 2009
Os resultados dos alunos portugueses no PISA 2009 revelam a mais expressiva melhoria nas três áreas avaliadas - leitura, matemática e ciências -, desde que Portugal participa no PISA
- Entre 2006, data da última avaliação do PISA, e 2009 verificaram-se progressos consideráveis nos resultados de Portugal.
- Portugal é o segundo país que mais progrediu em ciências e o quarto país que mais progrediu em leitura e em matemática.
Quantos partilharão desta euforia?
Júlio Marques Mota, Professor Auxiliar da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra escreveu uma carta aberta ao Presidente da
República cuja leitura vivamente aconselho e da qual retiro um excerto
Carta Aberta ao Presidente da República
Coimbra, 15 de Dezembro de 2010
(...)Escrevo em má altura, numa altura de fanfarra pelos dados da OCDE, na base de inquéritos feitos em escolas, mas faço-o nesta mesma altura em que é evidente que a maioria dos filhos intelectuais de Sócrates e de Maria de Lurdes Rodrigues que entraram nas Universidades com altas notas a matemática, há três anos, mostram uma pobreza intelectual aflitiva. Dada a identificação pretendida, quer pelo Governo quer pela OCDE, dos resultados de PISA com a política de educação do actual primeiro-ministro, seria de esperar que os alunos que há três anos chegaram às Universidades reflectissem a mesma política de ensino. Mas a ser assim, das três uma: ou a selecção das escolas deformou os resultados, ou os alunos bons foram não sei sequer para onde, pois para as engenharias também não foram, a fazer fé no jornal O Público, que nos diz que uma parcela significativa dos estudantes do IST não faz operações algébricas simples, e nas outras Faculdades ninguém os vê, ou a maioria dos "beneficiados" desta política nunca conseguiram chegar à Universidade….
A leitura da carta merece-me, entre outros, os dois comentários a seguir
1º Comentário
Carta aberta ao Presidente da República para quê, se o PR que afirma que a pobreza sempre foi uma das suas preocupações, nada fez de significativo para alterar a situação. Ou será que fez?
- Acaso dispensou alguns dos vencimentos que aufere?
- Acaso sensibilizou o Parlamento para se votar uma lei que proibisse vencimentos e pensões escandalosos ?
- Que posição tomou quanto à injecção de dinheiros no BPN ?
- Etc, etc…
Como diz o povo ,
- Bem prega Frei Tomás. Olhai para o que diz mas não para o que faz.
- De boas intenções está o inferno cheio
2º Comentário
As dimensões dos danos que as políticas de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues trouxeram à educação, a longo prazo serão provavelmente mais gravosas que os caso BPN e similares.
E eesa políticas desatrosas começam logo por algo que é inadmissível, não só na educação mas em todo o funcionalismo público. A avaliação ser secreta.
Se o Ministério da Educação fizesse uma auditoria séria às várias escolas, rapidamente se aperceberia que em muitas delas, os “excelentes” não são os excelentes, mas sim os “lambe botas” que emergem face à prepotência de muitos Directores Executivos ( não sei se ainda assim são designados) criados à imagem e semelhança de muitos reitores no regime salazarista. Sei de situações em que entram por uma aula fora, desautorizam professores excelentes ( não “excelentes”) e por aí fora.
Medíocres, a única solução que lhes resta é mesmo a prepotência. Mas são por vezes os eleitos do sistema.
Acresce que se fosse desfiar todos os danos que políticas de Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues trouxeram à educação, não me bastariam mil postagens…
Regina ,identifico-me totalmente com as suas crítias às conclusões do Pisa.
ResponderEliminarNeste triste país fomentam-se as aparências e as estatísticas seja qual for o processo. Basta ouvir, de vez em quando, uns inquéritos à juventude na TV ou em alguns jornais para se ficar com a ideia da sua pobreza intelectual. E há muito bons Professores de que a Regina é um óptimo exemplo
Mas há exemplos e procedimentos muito maus, a começar com os cursos do "nosso" 1º Ministro.
Um beijo grande, Regina.