Baumgartner ultrapassa velocidade do som em queda
livre
O paraquedista austríaco Felix Baumgartner tornou-se hoje
o primeiro homem a saltar em queda livre a mais de 38 quilómetros de altitude,
ultrapassando a barreira do somNa queda livre, que demorou quatro minutos e 19
segundos, o atleta de alto risco chegou a ultrapassar mais de mil quilómetros
por hora na descida, antes de abrir o paraquedas e pousar de pé em solo
norte-americano, num deserto em Novo México.Segundos depois de pousar, Felix
Baumgartner levantou os braços, em sinal de vitória, e ajoelhou-se.O atleta
austríaco estava há cinco anos a preparar esta missão, batendo agora três
recordes: é o primeiro homem a superar a velocidade do som, protagonizou a
maior queda de sempre em altitude com paraquedas e esteve no ponto mais
afastado da Terra. Tudo sem ajuda mecânica.Para efetuar este salto
estratosférico, Félix Baumgartner elevou-se numa cápsula pressurizada suspensa
num gigante balão insuflado com hélio, demorando mais de duas horas até
ultrapassar os 38 mil metros de altitude.
Na ausência de
resistência do ar o paraquedista levaria
cerca de 1,5 min a atingir o solo com a velocidade de 900 m/s, cerca de 2,6 vezes superior à velocidade do
som. Missão impossível !
Felizmente, mal o
paraquedista inicia a queda com uma aceleração igual à aceleração da
gravidade(g) , a resistência do ar, força vertical ascendente,
proporcional ao quadrado da velocidade, começa a “atuar”. À medida que a
velocidade do paraquedista aumenta com a queda, também a resistência do ar
aumenta e como tal, a aceleração da queda vai-se tornando inferior a g.
Senão houvesse
resistência do ar, ao fim de 4 min e 19 s em queda livre a velocidade atingida seria 2590 m/s. Mas graças à resistência do
ar, não chegou a 400m/s, mesmo assim superior à velocidade do som.
A partir desse instante
(4min 19s) abriu-se o paraquedas de Baumgartner. A resistência do ar tornou-se muito elevada e a aceleração de queda diminuiu
ainda mais até se anular. A partir desse momento o movimento passou a ser
uniforme.
O vídeo anexo ajuda a entender melhor o que se passa na queda, que realmente não é livre.
Mais dois vídeos sobre o
funcionamento do paraquedas, um muito elementar, e o outro um pouco mais
elaborado
Se em
verdadeira queda livre o paraquedista se suspendesse dum dinamómetro, este
indicaria um peso zero.
É fácil
constatar que assim seria. Basta que, dentro de um elevador, nos coloquemos em cima de uma balança (das
que usamos em nossas casas para nos “pesarmos”). Se olharmos para a balança
veremos que, no arranque da descida,
o valor indicado desce ligeiramente. Isto porque nesse momento existe uma
aceleração descendente (de valor muito inferior a g). Ver vídeos 1 e 2 que
apresentam de forma elementar o que acontece
num elevador.
É fácil agora de entender que se a
aceleração da descida fosse g, o valor indicado na balança seria zero.
E a
propósito da queda livre coloco aqui mais uma vez o poema para Galileu de
António Gedeão, desta vez na voz do autor
Termino com
o "Retrato de Galileu Galilei", óleo sobre tela de Justus Sustermans,
c. 1635
Obrigada Regina por mais esta lição que me proporcionou.
ResponderEliminarQuanto às razões do salto,oxalá elas possam permitir mais um avanço para a Ciência.
As que consegui encontrar, ou seja a propaganda à bebida energética Red Bull, essa não a posso aceitar.
Um beijo, Regina.