Sem uma verdadeira contestação externa e operando em circuito fechado, mas como dinheiro fácil dos fundos europeus e do crédito barato, o oligopólio corrompeu-se. O Estado social deu lugar ao Estado dos interesses e das rendas. O problema é que, para sair da crise, o Estado dos interesses e das rendas tem que ser parcialmente, ou mesmo totalmente, desmantelado. Desmantelar esse Estado é negar a essência da própria classe política predatória. Consequentemente não pode haver solução para a crise económica e financeira sem uma ampla reforma do sistema político (…).
domingo, 30 de setembro de 2012
Sobre a crise...
Nuno Garoupa é
Professor de Direito da Universidade do Illinois, EUA. De um artigo seu a propósito da crise, saído no
Diário Económico e republicado em De Rerum Natura deixo alguns excertos
(…) O ponto central é que temos uma classe política dita
predatória, isto é, uma classe política que utiliza o Estado para maximizar as
suas rendas privadas sem grande prestação de contas e com bastante impunidade.
Um Estado pensado, desenhado e estruturado ao serviço dos interesses pessoais
dos políticos. Como aconteceu?
Para evitar a instabilidade e a crise institucional
da l.ª República, a democracia instalou um oligopólio político completamente
fechado que opera em cartel, equilibrando os interesses instalados dos vários
lóbis.
Sem uma verdadeira contestação externa e operando em circuito fechado, mas como dinheiro fácil dos fundos europeus e do crédito barato, o oligopólio corrompeu-se. O Estado social deu lugar ao Estado dos interesses e das rendas. O problema é que, para sair da crise, o Estado dos interesses e das rendas tem que ser parcialmente, ou mesmo totalmente, desmantelado. Desmantelar esse Estado é negar a essência da própria classe política predatória. Consequentemente não pode haver solução para a crise económica e financeira sem uma ampla reforma do sistema político (…).
Sem uma verdadeira contestação externa e operando em circuito fechado, mas como dinheiro fácil dos fundos europeus e do crédito barato, o oligopólio corrompeu-se. O Estado social deu lugar ao Estado dos interesses e das rendas. O problema é que, para sair da crise, o Estado dos interesses e das rendas tem que ser parcialmente, ou mesmo totalmente, desmantelado. Desmantelar esse Estado é negar a essência da própria classe política predatória. Consequentemente não pode haver solução para a crise económica e financeira sem uma ampla reforma do sistema político (…).
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Em total acordo. É urgente uma nova política.
ResponderEliminarUm beijo.