sábado, 8 de setembro de 2012
A rua dos balcões…
Regressei
ao Porto após seis semanas no “meu Nordeste”. Como tinha dificuldades em aceder
à NET fui escrevendo várias mensagens que agora vou colocar. A primeira tem por
título “A rua dos balcões” e foi escrita em 11/08
(…)A
Casa com todas aquelas escadas, com o Lar e o forro, com os escanos e as
preguiças exercia sobre mim grande fascínio(…).
Em “Estórias
com sabor a nordeste” refiro-me assim à casa que foi dos meus avós paternos,
que eu não conheci ( o meu avô nasceu em 1863 e a minha avó em 1865…).
Em criança vivi ali alguns meses enquanto
se aguardava a conclusão da nossa casa, hoje minha, construída a partir de uma “curralada” que tinha
sido desses meus avós.
A casa dos meus avós, hoje pertença do filho de um senhor
que era uma espécie de feitor da casa, situa-se na Rua dos Balcões
A rua
mais importante
é a rua dos Balcões
Há padres e padres santos
sargentos e capitões
Esta
quadra foi feita pelo senhor Pedro, personagem que figura (como senhor Antero)
num livro meu , não publicado
(…)O Sr. Antero sempre versejando, a
propósito de tudo e de nada. Versejando
com os seus jes e xes, que
substituíam os ces, os esses, os ses, os zes. Era a versejar que passava os
seus dias, pelo menos desde que dele me lembro(…).
Mas
voltemos à quadra do Sr. Pedro. Em férias juntava-se a família na casa que fora
dos meus avós. Um dos elementos da família era um capitão, outro um sargento, marido de uma tia minha. Paredes meias com os meus avós morava uma
família da qual guardo as mais gratas recordações. Um dos filhos era padre (fiz
a minha primeira comunhão com ele, no dia da sua Missa Nova). Na rua moravam
obviamente outras pessoas, nomeadamente um senhor que era conhecido por ti Padre
Santo. Nunca soube a razão da alcunha…
Como referi no início, em Estórias
com sabor a Nordeste, faço várias referências à casa
dos meus avós: às escadas que sobem e
descem para os mais variados compartimentos,
à ampla cozinha, às escadas de xisto com corrimão de madeira, no cimo
das quais surge o balcão, ao passadiço sobre a canelha…
A casa desenvolve-se depois para trás( na foto não se vê) com aberturas para um logradouro, pertença dos
meus avós e de um irmão da minha avó (na casa deste, bastante abandonada, pode
ver-se ainda uma bonita entrada para um curral).
Por baixo da casa havia a loja
dos machos, a adega, o pio do vinho, o cortelho
dos porcos, o forno e o galinheiro. Na porta da adega podem ler-se ainda as
iniciais do meu avô, Abílio Joaquim de Souza
Por vezes regresso à Rua dos Balcões, pois quem cuida das poucas
propriedades rurais que ainda mantenho, é a pessoa que hoje habita e é dona da
casa, de que começou a restaurar apenas uma parte. Num dia em que ali me
dirigia, no regresso deparei com uma casa pequena restaurada~de uma forma muito sóbria deixando adivinhar mão de arquitecto… A quem pertenceria? Quem habitaria ali
noutros tempos?
Cheguei a casa e comentei com o meu marido mas não voltei a lembrar-me
da casa. Iria ter uma surpresa… mas isso fica para outra mensagem
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Gosto desta rentrée.
ResponderEliminarLamento por todas as razões a tua ausência na Colectiva. Um grande abraço ao Fernando.
Dá-nos mais descrições dessas casas com sabor a nordeste.
É bom reencontrar-te a ouvir Chopin, um maravilhoso programa do MEZZO, comemorativo do seu nascimento.
Bjo amigo
Virgínia
Escrevo no pc da Luisa, daí o anónimo!
Obrigada pelo teu comentário.
ResponderEliminarAinda não fui ver a exposição. Talvez passe por lá na segunda-feira.
Ab para ti e para a Luísa