Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reportagem de férias -conclusão

Na primeira mensagem que deixei sobre a “reportagem” de férias referi-me ao terraço da minha casa da aldeia, um terraço com uma latada, do qual no Verão se vê o pôr do sol


Aqui ficam duas imagens tiradas em Agosto bem como um poema (in Magnetismo terrestre) que nos fala do pôr do sol e não só…
Ilusão


Em pleno estio


os meus olhos vagueiam na ladeira


que exulta em cor, em cheiro e em sons


que me afloram o ouvido, subtis.


Os meus olhos vagueiam na ladeira,


exuberante em todos os seus tons,


tecendo à minha volta mil ardis


É o amarelo das searas, das oliveiras


o verde prateado, dos troncos dos sobreiros


o tom acastanhado, mais além um outro verde,


das figueiras. Pobres figueiras


em terras tão avaras, avaras de água,


que não de encantamento


que esse de há muito me há a mim tomado


enquanto dolente passa o vento


que agita os ramos das amendoeiras.


Os meus olhos vagueiam na ladeira


em pleno estio e sinto um arrepio.


Lá em baixo serpenteia preguiçoso o rio


e o céu, por cima, dum azul sem fim,


parece olhar para mim.


Sinto no ar toda uma fragrância


e volto sem querer à minha infância


de sonhos que nunca mais foram sonhados.


Amoras, mel, uvas e mosto


de repente sinto-lhes o gosto.


Tudo se repete agora e logo, de onde em onde.


Cigarras, besouros, libelinhas,


gaviões, pardais e andorinhas,


urze, giesta, papoilas e tomilho,


tudo se agita; é grande a euforia


nos meus pensamentos enredados,


grávidos de sonho e fantasia


que parecem gerar como que um filho,


envolto em tule, rendas e brocados.


Afaga-me uma onda de alegria


matizada de muita nostalgia,


aproxima-se a noite, ao fim do dia.


No ocaso, o sol vermelho já se esconde,


porém, já lá não está, é ilusão!


Ainda o vemos devido à refracção

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