Aqui ficam duas imagens tiradas em Agosto bem como um poema (in Magnetismo terrestre) que nos fala do pôr do sol e não só…
Ilusão
Em pleno estio
os meus olhos vagueiam na ladeira
que exulta em cor, em cheiro e em sons
que me afloram o ouvido, subtis.
Os meus olhos vagueiam na ladeira,
exuberante em todos os seus tons,
tecendo à minha volta mil ardis
É o amarelo das searas, das oliveiras
o verde prateado, dos troncos dos sobreiros
o tom acastanhado, mais além um outro verde,
das figueiras. Pobres figueiras
em terras tão avaras, avaras de água,
que não de encantamento
que esse de há muito me há a mim tomado
enquanto dolente passa o vento
que agita os ramos das amendoeiras.
Os meus olhos vagueiam na ladeira
em pleno estio e sinto um arrepio.
Lá em baixo serpenteia preguiçoso o rio
e o céu, por cima, dum azul sem fim,
parece olhar para mim.
Sinto no ar toda uma fragrância
e volto sem querer à minha infância
de sonhos que nunca mais foram sonhados.
Amoras, mel, uvas e mosto
de repente sinto-lhes o gosto.
Tudo se repete agora e logo, de onde em onde.
Cigarras, besouros, libelinhas,
gaviões, pardais e andorinhas,
urze, giesta, papoilas e tomilho,
tudo se agita; é grande a euforia
nos meus pensamentos enredados,
grávidos de sonho e fantasia
que parecem gerar como que um filho,
envolto em tule, rendas e brocados.
Afaga-me uma onda de alegria
matizada de muita nostalgia,
aproxima-se a noite, ao fim do dia.
No ocaso, o sol vermelho já se esconde,
porém, já lá não está, é ilusão!
Ainda o vemos devido à refracção
Lindas fotografias,Regina e lindo poema onde a Física tinha que aparecer.
ResponderEliminarUm beijo.
Bravo!
ResponderEliminarAinda me consegues surpreender:)))
Bj