Chegámos e almoçámos (o almoço já ia feito). À tarde ainda deu para uma caminhada pequena.
A casa na aldeia, que tem vários compartimentos ao nível do 1º andar, tem vindo a sofrer transformações à medida que a família cresce. De três quartos, um escritório, uma sala, uma saleta e uma cozinha, já há muito que passou para quatro quartos, um escritório com um sofá que pode servir de cama, e uma sala cozinha.
Ainda neste piso há um terraço com uma latada, do qual no Verão se vê o pôr do sol (mas isso fica para outra reportagem).
Por baixo de quase todo o 1º andar há uma adega ampla, cheia com as coisas mais diversas (talhas para o azeite, pipas para o vinho, um alambique, arcas, balança para pesar amêndoa, móveis, utensílios variados) que alimentam um sonho: um dia organizar no espaço uma “miniatura” de um museu etnográfico.
A par dessa adega existe um lagar de vinho (hoje transformado num tanque que foi adaptado a uma mini piscina), um pátio coberto, muito fresquinho, cobiçado pelos amigos durante o Verão, um outro pátio coberto que serve de garagem e um compartimento que ao longo do tempo foi tendo várias funções. Durante a minha infância e adolescência era destinada a passar roupa ( a lavagem era feita por uma lavadeira, no rio ou num tanque que ainda existe num prédio rústico que hoje é também meu); ali existia também uma máquina de costura onde a minha mão costurava e mais tarde bordava, quando começou a sentir que bordar à mão (que bem que ela bordava…) lhe perturbava um pouco a visão. Havia ainda um pequeno divã que eventualmente servia para alguém dormir, se necessário.
A dada altura o espaço passou a ser partilhado com o meu pai que montou uma pequena oficina, com aquele material essencial que existe em quase todas as casas.
Mais tarde chegou a luz eléctrica e com ela acabaram por ir parar à saleta/oficina, uma arca congeladora e uma máquina de lavar roupa.
Quando o meu pai faleceu, o meu marido ampliou muito a oficina e o compartimento passou a ser o depósito de tudo o que possam imaginar.
Nas férias, com toda a gente em casa (já somos dez) tornava-se imperioso que a saleta / oficina desse lugar a um espaço funcional. A oficina foi para a adega e será mais tarde integrada no museu ( o sonho comanda a vida…) já que existem peças muito bonitas, algumas com mais de 100 anos.
Depois foi recriar o espaço com móveis e objectos perdidos na adega e na confusão que existia na saleta. Tudo o que era possível fazer sem ajuda masculina, foi feito por mim, com ajuda dos dois netos (essencialmente da neta), nos primeiros 5 dias de Agosto . Queríamos que tudo estivesse pronto quando o resto da família chegasse.
A minha neta trabalhou com um entusiasmo incrível e dizia “Eu sou como tu; entusiasmo-me muito com estas coisas”. Ainda não sei se foi o meu entusiasmo que a contagiou ou se foi o dela que me contagiou a mim…
Quando o resto da família chegou todos ficaram estupefactos com a transformação.
Lamentavelmente não me lembrei de fotografar o “antes” pelo que vos deixo apenas imagens do “depois”.
Por detrás das cortinas, de enrolar, continuam a máquina de lavar, a arca e a tábua de passar....
Até à próxima reportagem.
Também transformei o quarto do meu filho, qu desapareceu este fim de semana, visto que ele mudou para o apartamento, num belo atelier. Ainda andava com dores nas costas de arranjar as coisas dele e ajudar à mudança, já andava aqui à transformar do meu proprio espaço...e o entusiasmo foi mesmo muito. Não parei hoje, vi os livros um por um , escolhi o que pertence ao mundo das artes, revistas, papeis, telas, acrilicos, guaches, aguarelas e quadros, muitos quadros....algus já me tina esquecido que existiam....sinto-me feliz por poder dispor dum espaço só meu, sem computador....
ResponderEliminarBjo
gosto muito desses local, é cosy e bonito. Parabens a Rita.
Já estava com saudades dos teus comentários. Eu ainda continuo com o tempo muito ocupado mas espero que tudo começará a regressar à normalidade a partir do dia 15. Amanhã parto de novo para T.os Montes pois vai ser inaugurada uma exposição do meu marido e vai também ser lançado o seu livro. Tenho ido ao teu blogue mas não tenho comentado essencialmente por falta de tempo.
ResponderEliminarTemos que arranjar um tempinho para tomar uma café
Um grande ab
Regina
Um grande abraço, Regina.
ResponderEliminarÉ linda a sua reportagem e o entusiasmo com que descreve as suas vivências é impressionante.
Sobre a minha infância e juventude não tenho nada de especial a contar.Algumas ilusões, outras tantas desilusões, mas também um tempo de esperança que ainda hoje subsiste em mim.
Um beijo grande.