sexta-feira, 6 de março de 2015
Das artes plásticas à ciência passando pelo jornalismo
Noé Sendas, um artista plástico a quem já
fiz referência em outras mensagens, faz
capa e 16 páginas da Wallpaper
If a picture is worth a thousand words,
then what truth does the manipulated, concealed portrait of a woman really
divulge? In both photography and real life, the masking of identity creates
both panic and intrigue. As art critic Arthur Danto said of Cindy Sherman’s
Untitled Film Stills: ‘The still must tease with the promise of a story the
viewer of it itches to be told.’ The role of art is to provoke rather than to
reveal – to add meaning to an object that could otherwise be meaningless.
Read more
Na edição do Público de 23/02/ pode ler-se:
Um artista, diz Noé Sendas, é um
mistificador: “Alguém que lança um encantamento que afecta o olhar do
espectador, fazendo objectos parecer diferentes do que realmente são.” É a
lógica que preside ao editorial de moda de 16 páginas que este artista plástico
português concebeu para a edição de Março da conhecida revista Wallpaper, de
que faz a capa.
E por falar no Público, ontem o jornal fez 25 anos. Estava no
Hospital de Santo António, na minha manhã de voluntariado, telefona-me um advogado
meu amigo :
Já tens o Público de hoje? Traz
vários artigos que te devem interessar pois estão relacionados com Einstein.
Quando saí, por volta do meio dia, fui tentar
adquirir o jornal. Em todos os quiosques, papelarias, tabacarias por onde passava a resposta era sempre a mesma. Já
esgotou. Achei estranho. Já quase a chegar a casa entrei em mais uma tabacaria
e a menina que estava no balcão
disse-me. Ora veja; acho que ainda há aí algum. Quando me preparava para pagar
o jornal, disse-me. Hoje é gratuito porque o Público faz 25 anos.
Na página 3 a Direcção Editorial esclarece:
No Ano Internacional da Luz e dos 100 anos
da teoria da relatividade geral de Einstein, o PÚBLICO escolheu o Tempo como
tema para celebrar os 25 anos do jornal e convidou o físico teórico João Magueijo
para diretor por um dia desta edição especial.
Parabéns ao Jornal Público, não só pelo seu
25º aniversário, mas pela escolha do tema. Deixo alguns pequenos excertos de alguns
textos:
Celebra-se o centenário da teoria da
relatividade geral, neste ano denominado “da luz”, mas oculta-se do pudor
público o lado negro dessa bonita arte mágica. A relatividade geral pode ter
dado femininas curvas ao espaço e ao tempo, atribuindo-lhes maleabilidade e
vida própria, mas o que raramente se diz é que essa nobre ciência também
retirou ao tempo o seu predicado mais óbvio: o fluir. Ao embrulhar na mesma
trouxa o espaço e o tempo, negando-lhes natureza independente em favor de um
híbrido — o espaço-tempo —, a teoria da relatividade roubou ao tempo o seu
brotar(....) Dando direitos e deveres iguais ao espaço e ao tempo, amalgamando-os
num ser único, a relatividade nega igualmente a existência de um presente que flui
activamente do passado para o futuro. Ordem, sim. Fluir, não. Esse tempo, meus
amigos, morreu (João Magueijo)
Sabemos hoje que o Universo está em
expansão. Que nasceu a partir de um momento zero e, desde aí, tem evoluído. A
descoberta desta expansão, do fi nal dos anos 1920, baseou-se em observações de
que as galáxias se estavam a afastar umas das outras. Na realidade, é o espaço
entre as galáxias que está a aumentar e, em consequência disso, as galáxias
estão a afastar-se entre si. Imaginemos um balão em cuja superfície, o tecido
do espaço-tempo, pintámos vários pontos: à medida que o enchemos de ar,
expandindo-o, o espaço entre os pontos vai aumentado. É isso que está a
acontecer ao Universo. Escolhemos aqui alguns momentos da sua longa existência
ou, por outras palavras, da história de tudo( Teresa Firmino)
.
Se a teoria da relatividade restrita de
1905 tinha juntado a matéria à energia (falamos de matéria-energia) e o espaço
ao tempo (falamos de espaço-tempo), a teoria da relatividade geral reúne todos
esses conceitos ao afirmar que a matéria-energia deforma o espaço-tempo. À volta
de um astro o espaço e o tempo são distorcidos
Atrevo-me a conjecturar que, daqui a dez
mil anos, a descoberta da equação da relatividade geral feita por Einstein há
cem anos será um dos marcos mais notáveis do século XX (Carlos Fiolhais)
Imagino que deve ter sido um grande choque
saber que o Universo está a evoluir e que nós, enquanto parte do Universo,
estamos a caminhar para algum ponto enquanto espécie e enquanto ser vivo no
cosmos. Qual o nosso papel no Universo? Há algum propósito na nossa existência?
Qual o futuro da humanidade? Quem criou o Universo? Estas perguntas devem ter
ganho nova relevância. Mas, cientificamente, ter havido um ponto de partida é
libertador. Não nascemos escravos de um Universo que já cá estava. Pelo
contrário, evoluímos com ele. Se o Universo não é estático e está a mudar,
então talvez possamos compreender as estrelas, como deitam tanta luz cá para
fora, o que acontece no interior delas... Como é que se formaram, como morrem,
como é que a vida nasceu... tudo isto! Tem de ter sido uma coisa bonita saber
que, afinal, há alguma dinâmica no sítio onde vivemos.(Vitor Cardoso)
E porque falámos de tempo, termino com os relógios derretidos de Salvador Dali
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Post interessantissimo. Fascinante.
ResponderEliminarBom fds.
Obrigada. Bom fds também para ti.
EliminarRegina