O meu neto Ju já
por várias vezes me tinha dito: queria tanto ir
à neve. Creio que este desejo advinha essencialmente de se comparar com os
primos. O tio (meu filho mais velho) já há alguns anos que reserva uns dias de
férias por ano para fazer uma escapadita à neve com a família. Foi aliás neste
contexto, que há dois anos fui com eles para, de certo modo, tomar conta do mais
pequenino, à data com 20 meses (dei conta disso numa mensagem que então
coloquei)
Em face
dos últimos nevões decidimos ir ontem com o Ju ao Marão. Fomos ele, o pai e eu.
Não levávamos grandes expectativas. Na saída para a Pousada do Marão tomámos a
antiga estrada e, passado 1 km, deparámos com um manto de neve bem razoável,
completamente virgem (só cerca de 1 h depois apareceram outras pessoas).
O miúdo
delirou. Fizemos um boneco de neve, jogámos a pelotada (era assim que se
designava em Bragança a brincadeira de atirar bolas de neve às pessoas) e ele e
o pai andaram de trenó.
Aqui ficam algumas fotos
E por
falar em neve deixo também um poema de Alberto Caeiro e um excerto da Dança
dos copos da ópera A donzela de neve de Rimsky-Korsakoff
A neve pôs uma toalha calada sobre tudo.
Não se sente senão o que se passa dentro de casa.
Embrulho-me num cobertor e não penso sequer em pensar.
Sinto um gozo de animal e vagamente penso,
E adormeço sem menos utilidade que todas as ações do
mundo.
Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos"
Adoro a neve e habituei-me a vê-la em Trás os Montes quando lá vivi e em Munique ou Leeds, onde ia todos os anos no inverno. É suave, silenciosa, lindíssima. Só há dois anos deixei de a ver e faz-me falta. Se guiasse ainda me atrevia a ir perto só para a ver, mas não guio e tenho medo de acidentes.
ResponderEliminarBjo
Nunca vi neve a sério e tenho pena. Não sei porquê sinto um grande fascínio pelo Alaska, sem nunca lá ter ido e ser uma amante do Sol.Provavelmente essa atração resulta de algum filme que vi e que ficou cá gravado no meu subconsciente. Li o libreto da ópera e gostei. Apenas me entristeceu que Sol "derretesse" a Princesa quando ela começava a amar.E logo o Sol "que só peca quando em vez de criar seca".
ResponderEliminarUm beijo, Regina.
O espetáculo da neve é sublime. Tenho pena das pessoas que nunca dele puderam desfrutar. Mas, tendo convivido vários anos com ele, penso sempre no frio a que está associado. Eu dou-me muito mal com o frio pelo que a neve, para além da extrema beleza, não me seduz.
ResponderEliminarBjs às duas
Regina
Não me importo nada com o frio, até acho que aquele frio seco me faz bem, adorava subir de teleférico ao Tegelberg que fica nos Alpes alemães e disfrutar daquele espectáculo, as árvores lindas, as gotinas a brilhar ao sol, o reflexo do sol nas montanhas...que saudades...tenho de voltar a esses países onde neva sempre. O problema é os aviões, já tive alguns!!
ResponderEliminarBjinho