Oh ! aquele menininho que dizia
"Fessora, eu posso ir lá fora?"
mas apenas ficava um momento
bebendo o vento azul ...
Agora não preciso pedir licença
a ninguém.
lá fora: somente cimento.
O vento não mais me fareja a face
como um cão amigo ...
Mas o azul irreversível persiste em meus olhos.
E foi morrer na gare de Astapovo!
Com certeza sentou-se a um velho banco,
Um desses velhos bancos lustrosos pelo uso
Que existem em todas as estaçõezinhas pobres do mundo
Contra uma parede nua...
Sentou-se ...e sorriu amargamente
Pensando que
Em toda a sua vida Apenas restava de seu a Gloria,
Esse irrisório chocalho cheio de guizos e fitinhas
Coloridas
Nas mãos esclerosadas de um caduco!
E entao a Morte,
Ao vê-lo tao sozinho aquela hora
Na estação deserta,
Julgou que ele estivesse ali a sua espera,
Quando apenas sentara para descansar um pouco!
A morte chegou na sua antiga locomotiva
(Ela sempre chega pontualmente na hora incerta...)
Mas talvez não pensou em nada disso, o grande Velho,
E quem sabe se ate não morreu feliz: ele fugiu...
Ele fugiu de casa...
Ele fugiu de casa aos oitenta anos de idade...
Não são todos que realizam os velhos sonhos da infância!
Que se expressam em verde
Azul
Ocre
Cinza
Zarcão!
Bem-aventurados os músicos...
E os bailarinos
E os mímicos
E os matemáticos...
Cada qual na sua expressão!
Só o poeta é que tem de lidar com a ingrata linguagem alheia..
A impura linguagem dos homens
A seguir a dança húngara nº 5 de Brahms e "As portas de Kairouan" de Paul Klee
Belas escolhas, Regina.
ResponderEliminarUm beijo.
Obrigada Graciete
ResponderEliminarBjs
Regina
O quadro é extraordinário.
ResponderEliminarToquei a dança húngara nº 5 de Brahms, simplificada, quando tinha uns oito anitos. Nunca mais me esqueci dela, embora goste muito da nº 6 também.
Quanto aos poemas, gosto deles mais simples, mas a poesia tem dias:))
Bjo
Eu gosto muito de Mário Quintana. Aí vai um poema seu, mais simples
ResponderEliminarHoje é Outro Dia
Quando abro cada manhã a janela do meu quarto
É como se abrisse o mesmo livro
Numa página nova…
Bjs
Regina
E os poemas da Regina?
ResponderEliminarQuando é lançado o seu novo livro de poemas?
Estou ansiosa que o livro saia.
Também gosto de Mário Quintana, Regina.
Um abraço,
Adelaide