quinta-feira, 14 de março de 2013
De novo pelas escolas...
No passado dia 7, quinta feira, após o meu serviço de
voluntariado no H. de Santo António, fui para o meu Nordeste de onde regressei
no domingo. Na segunda feira desloquei-me de novo a Trás-os-Montes, a convite do
Agrupamento de Escolas de Ribeira de Pena. Saí na camioneta das 7 h da manhã e
em Vila Real aguardava-me uma colega que me levou para Ribeira de Pena. Aí fiz
três apresentações.
Cheguei cansada mas a experiência foi, para mim, muito gratificante.
O Agrupamento engloba as escolas de Ribeira de Pena e as de Cerva pelo que segui para
Cerva, onde dormi. De Ribeira de Pena para Cerva fui com a professora Melita Machado, responsável
pelo polo da Biblioteca Escolar que ali
criou. Já quando lecionava em
Mondim de Basto me tinha convidado para ir à respetiva escola, pelo
que já conhecia o seu entusiasmo e envolvimento em diversas atividades com os
alunos.
No dia seguinte fiz também
três apresentações em Cerva.
Quer em Ribeira de Pena quer em Cerva, os professores
tinham trabalhado com os alunos textos de três
dos meus livros : Ciência para meninos em
poemas pequeninos( com os meninos do pré-primário), Era uma vez ...Ciência e poesia no reino da
fantasia ( com o 1º ciclo), e Pelo sistema solar vamos todos viajar( com
o 2º ciclo). Os alunos, de acordo com
as diferentes idades, produziram textos, desenhos, maquetas e outros
trabalhos que estavam expostos ao longo
de corredores, salas, etc. Para além disso fizeram apresentações, pequenas
encenações, espetáculos coreografados, etc.
Foi notória a preparação minuciosa das várias apresentações
feitas. Registo também o aspecto muito cuidado de
todos os espaços
O carinho com que todos me receberam foi fantástico pelo que
deixo aqui expresso o meu agradecimento. Ficaram de me enviar algumas fotos. Entretanto deixo já um texto que um aluno, cujo sonho é ser poeta , escreveu, leu e fez questão de me oferecer.
Antes da abertura do IP4, quando nos deslocávamos para o “meu Nordeste” e a fim de fugir à estrada do Marão, íamos ter a vila
Real passando por Guimarães, Fafe, Vila Pouca de Aguiar . No caminho avistávamos
Ribeira de Pena, pelo que uma das vezes
resolvemos visitar a vila. Cerva conhecia-a apenas através de textos de Camilo e
pela descrição que a minha colega e amiga, Isabel Machado, me fazia da sua
terra. Desta vez fui conhecer Cerva “pela mão” de uma irmã da Isabel, precisamente
a professora Melita que me levou de Ribeira de Pena a Cerva e que foi sempre de
uma enorme gentileza, tal como a sua mãe que vive em Cerva e que em tempos eu já conhecera, através da Isabel.
Estava muito frio e chovia bastante pelo que não pudemos
desfrutar das belíssimas paisagens que rodeiam o lugar. Deixo no entanto algumas
imagens de um panfleto turístico que trouxe do hotel onde fiquei alojada.
De Cerva regressei ao Porto. Saímos de Cerva juntamente com a Rita e a Beatriz (filhas
da Melita, alunas do 1º ciclo em Cerva e
que, consequentemente, também participaram entusiasticamente nas atividades levadas a cabo pela sua escola )
supostamente em direção a Guimarães onde eu apanharia o comboio. Mas não foi
assim. A colega fez questão de me trazer a casa.
No dia seguinte, quarta feira, às 9,30 o “meu editor” veio buscar-me
para me levar a Ermesinde onde, a propósito do livro Breve História da Química,
fiz duas intervenções, uma de manhã e outra de tarde, abrangendo assim todos os
alunos de 8 º ano. Também aqui fui muito bem recebida por todos, nomeadamente a Professora Bibliotecária, uma colega extrordinariamente afável. Fui entrevistada e brindada com
intervenções dos alunos que tinham estudado a obra num trabalho
pluridisciplinar, desenvolvido essencialmente nas áreas de Português e Física/Química. A sessão da manhã correu
muito bem; de tarde a par de alunos muito interessados, houve dois ou três elementos
que estiveram menos bem mas de qualquer modo gostei muito de estar na escola onde aliás
já me tinha deslocado no ano letivo anterior.
E sob pena de me repetir, sempre que me confronto com estas situações não
posso deixar de manifestar a minha admiração pelos professores que,
sobrecarregados com inúmeras tarefas, algumas sem sentido, ainda se envolvem
entusiasticamente em diversas atividades com os alunos.
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Ribeira de Pena, passei lá muitas e muitas vezes na estrada do Porto a Chaves, em 1977-79. Era um ermo e nem sequer tinha gasolina, uma vez faltou-nos e tivémos de ir ao Arco de Baúlhe buscar. Parecia um presépio à noite iluminada.
ResponderEliminarFantºastico haver actividades destas para alunos pequeninos, despertar-lhes a criatividade e o interesse pela poesia, pintura e ciência. Nunca mais se vão esquecer com certeza.
Admiro a tua saúde e capacidade de entrega.
Continua....:)
Bjinho
Tão lindo tudo o que faz, Regina. Com tanto entusiasmo e amor!!! Bem sabe como a admiro por essa dádiva constante. Quero também manifestar a minha admiração pelos professores que, sem condições e tão maltratados, dedicam muito da sua vida e conhecimentos a preparar um futuro para os seus alunos.
ResponderEliminarUm beijo grande, Regina.
Obrigada às duas mas para mim, aposentada, é fácil disponibilizar tempo para fazer algo de que tanto gosto. Com muitos professores é diferente. Não existe o mínimo respeito por parte do sistema. Diziam-me há dias que há já professores em condições dramáticas. Colocados longe, a ter que se deslocar entre escolas ( neste momento há professores que trabalham em mais que uma escola do mesmo agrupamento, por vezes com distâncias consideráveis entre elas), sem disporem de transportes eficazes o que obriga a usar o seu automóvel com os custos a isso inerentes (combustível, portagens, desgaste), a ter que sair de casa muito cedo e a regressar muito tarde, por vezes presos em inúmeras reuniões sem qualquer interesse, a ter que deixar os filhos em amas e afins, etc, etc, etc
ResponderEliminarE infelizmente não há ninguém de bom senso que consiga travar esta loucura. Que grande decepção, Sr. Ministro Nuno Crato...