Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...
domingo, 25 de novembro de 2018
Associações...
Lembro-me que, nos finais dosanos
70 quando planeávamos a nossa primeira Borba, Estremoz e Vila Viçosa, recuei aos
meus tempos de Liceu, em Bragança. Não posso precisar em qual das disciplinas,
Geografia ou Ciências Naturais, ouvi falar em minas de mármore e calcário em Portugal.
Recordo os nomes de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, Pero Pinheiro e Santo Adrião.
A estas últimas, em Vimioso, foi programada uma visita de estudo que não chegou
a realizar-se.
A Pero Pinheiro fui uma vez com uns tios meus, que moravam no Gradil, e
soube que no convento de Mafra tinha sido usado o calcário da região, a pedra
Lioz
Em 1962, tomei pela primeira vez contacto com a poesia de António Gedeão.
Gostei tanto que tratei logo de comprar o seu livro Poesias completas. Ali,
entre os vários poemas, todos eles belíssimos, fui encontrar o da pedra Lioz, o
calcário de Pero Pinheiro, que iria ser usado na construção do convento de Mafra
Poema da Pedra Lioz Álvaro Gois,Rui Mamede, filhos de António Brandão, naturais de Catanhede, pedreiros de profissão, de sombrias cataduras como bisontes lendários, modelam ternas figuras na lentidão dos calcários. Ali, no esconso
recanto, só o túmulo, e mais nada, suspenso no roxo pranto de uma fresta geminada. Mas no silêncio da nave, como um cinzel que batuca, soa sempre um truca…truca… lento, pausado, suave, truca, truca, truca, truca, sob a abóbada romântica, como um cinzel que batuca numa insistência satânica: truca, truca, truca, truca, truca, truca, truca, truca. Álvaro Gois,Rui Mamede, filhos de António Brandão, naturais de Cantanhede, ambos vivos ali estão, truca, truca, truca, truca, vestidos de sunobeco e acocorados no chão, truca, truca, truca, truca. No friso, largo de um palmo, que dá volta a toda a arca, um cristo, de gesto calmo, assiste ao chegar da barca. Homens de vária feição, barrigudos e contentes, mostram, no riso dos dentes o gozo da salvação. Anjinhos de longas vestes, e cabelo aos caracóis, tocam pífaros celestes, entre cometas e sóis. Mulheres e homens, sem paz, esgaseados de remorsos, desistem de fazer esforços, entregam-se a Satanás. Fixando a pedra,
mirando-a, quanto mais o olhar se educa, mais se estende o
truca…truca… que enche a nave,
transbordando-a, truca, truca, truca, truca truca, truca, truca, truca. No desmedido caixão, grande sonhor ali jaz. Pupilo de Satanás? Alma pura, de eleição? Dom Afonso ou Dom João? Para o caso tanto faz. Gedeão, A. Poesias Completas, 1965 A Pero Pinheiro iria
encontrar referência em Memorial do Convento, que li pela primeira vez em 1982
mas que já reli e reli…
Retomo a visita a Borba, Estremoz e Vila Viçosa
Da visita, guardo como recordação um boneco de Estremoz e um cinzeiro comprado
em Vila Viçosa
Adicionar legenda
Nessa altura e porque o meu marido é arquiteto, já eu sabia da importância
dos mármores portugueses, nomeadamente o verde viana, de Viana do Alentejo e os
mármores rosa e branco de Estremoz.
As diferentes cores que o mármore, rocha proveniente da metamorfização
do calcário, pode apresentar dependem essencialmente dos elementos químicos que entram na composição dos feldspatos.
Muito poucas rochas têm tantas utilizações como o mármore. Pela sua beleza é usado na arquitetura e na
escultura mas, pelas suas propriedades químicas, é também utilizado em produtos farmacêuticos
e agrícolas.
Pietà de Michelangelo TajMahal
Já no tempos dos gregos e
romanos se usava o mármore, nomeadamente em estatuária como é o caso da Vénus de Milo séc ii dC.
Aliás,a história da
exploração do mármore no Alentejo, vem desde os tempos dos romanos, tendo já sido encontrada uma zona de extração daquela época, ou seja,
"com dois mil anos de história",
Eis as associações que surgiram a
propósito da minha primeira visita a terras alentejanas, nomeadamente a Borba.
Provavelmente, durante muito tempo,
iremos associar Borba à trágica derrocada da estrada 255.
Em homenagem às vítimas da tragédia e
porque falei no memorial de Convento, onde é referido Domenico Scarlatti, termino
com um Kirie do compositor
Tem toda a razão. Onde se lê, fui encontrar o da pedra Lioz, o mármore de Pero Pinheiro, deve ler-se o calcário de Pero Pinheiro. Vou corrigir o texto. Obrigada
Até 10 de Janeiro de 2010 esteve patente na Casa da Cultura Manuel Lueiro, em O Grove, Galiza, uma exposição de trabalhos de alunos da galeria Utopia .
Participei com os dois trabalhos anexos; no dia da inauguração tive a agradável surpresa de ver que o cartaz (1mx2m) que anuncia a exposição foi construído com a imagem do 2º quadro.
Quadros na exposição em Grove
Imagem que figura no cartaz
cartaz da exposição em Grove
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Há ciência e poesia nas coisas do dia a dia
Tamanho XXS
Quando o mistério se dilui na penumbra
Para mais tarde recordar
Requiem pelo planeta azul
quando o mel escorre nas searas
revista Philos 2017
revista Philos 2014
O bosão do João
Sete Luas
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Terras de cieiro
Entre margens
Pelo sistema solar vamos todos viajar..
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Breve história da Química
Era uma vez...
Magnetismo...
Reflexões...
Estórias....
Se eu não fosse....
Um poema para Fiama
Os dias do Amor
Uma viagem para Pasárgada
Cancioneiro Infanto- Juvenil...
Fiat Lux
O amor em visita
A Terra de Duas Línguas II.Antologia de Autores Transmontanos
Por longos dias, longos anos, fui silêncio
antologia
Entre o sono e o sonho
Textos on-line
Estão disponíveis on-line: -Magnetismo Terrestre (livro de poesia) -Reflexões e Interferências (livro de poesia) -Estórias com sabor a nordeste (livro de ficção) -Einstein (poema) -Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobre práticas lectivas(didáctica) -Vou-me embora para Pasárgada (conto)
Como todos nós, feita de pó de estrelas, estou apenas de passagem nesta fantástica viagem desde um passado remoto até um futuro ignoto.
(Para saber mais consultar a página CV)
Errado! A Pedra de Lioz NÃO é um mármore mas sim um
ResponderEliminarCALCÁRIO!
Tem toda a razão. Onde se lê, fui encontrar o da pedra Lioz, o mármore de Pero Pinheiro, deve ler-se o calcário de Pero Pinheiro. Vou corrigir o texto. Obrigada
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