segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014
Sons do espaço
Sabemos que o som não se propaga no vácuo, mesmo “virtual”
como o dos cosmos. Mas isso não significa que não haja vibrações
eletromagnéticas que podem ser captadas por antenas especiais. Depois..
Hoje, no blogue De Rerum Natura, António Piedade, com a sua
linguagem sempre poética, colocou uma mensagem de que deixo um excerto
A uma distância de mais de 100 vezes a
distância da Terra ao Sol (a Voyager 1, a mais de 125 esta distância, até já
saiu do nosso Sistema Solar e navega em direcção às estrelas) as duas sondas
continuam a enviar dados novos todas as semanas. Este mar de informação
inspirou o físico Domenico Vicinanza, também com formação em música, a tratar
os dados enviados pelas sondas através de uma técnica conhecida por
“sonificação” de dados (resultante do projecto Géant,
uma rede de dados europeia de alta velocidade, que liga 50 milhões de
utilizadores de mais de 10 000 instituições de investigação e ensino em 40
países). Consiste a técnica em transformar grande quantidade de dados, de uma
proveniência específica, em som audível, e é cada vez mais utilizada para
descobrir padrões e regularidades que, de outra forma, não seriam facilmente
detectáveis. Permite encontrar a agulha no palheiro, encontrar ordem onde antes
só havia o caos aparente.
No caso que aqui nos
interessa, Vicinanza começou por seleccionar 320 mil dados enviados nos últimos
36 anos por cada uma das duas sondas Voyager. Esses dados correspondem a
medições da contagem de protões realizadas, de hora a hora, pelos detectores de
raios cósmicos de cada sonda. Os dados de cada uma das Voyager sobre o ambiente
cósmico foram, a seguir, transformados em duas melodias. Por fim, o cientista
músico atribuiu à melodia vinda de cada sonda uma textura instrumental
distinta: um piano para uma, e cordas para a outra. No final, juntou-as e
obteve um dueto que ilustra em cerca de 5 minutos (pode ouvi-la aqui) 36 anos de raios cósmicos detectados pelas
Voyager em simultâneo.
Espantosamente,
a peça obtida, qual relato sonoro do espaço sideral, oferece-nos um dueto
musical de padrões harmoniosos assim tornados audíveis para usufruto da nossa
sensibilidade, numa revelação artística da ordem cósmica do Universo.
Este impressionante
wallpaper do espaço mostra a forma dramática e a cor da Nebulosa do Anel,
também conhecida como Messier 57.
Do ponto de vista da
Terra, a nebulosa parece uma forma elíptica simples, com um limite
desgrenhado.
No entanto, novas observações
a partir da combinação de dados terrestres existentes com novos dados do
Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostram que a nebulosa tem o formato de
uma rosquinha distorcida.
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Extraordinário, Regina. Eu já tinha lido um artigo sobre a transformação em música de todas essas informações. Mas não tinha ainda ouvido a melodia.
ResponderEliminarOuvir o Universo é algo de fantástico.
Um beijo.