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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

A fotografia de Sebastião Salgado



Quem não viu já a foto de  Joceli Borges, que aos cinco anos foi retratada por  Sebastião Salgado quando, ao lado dos pais, peregrinava pelo interior do Paraná em busca de um lote de terra?



A foto foi capa do  livro Terra  que surgiu em 1997 quando o fotógrafo Sebastião Salgado, José Saramago e Chico Buarque decidiram  relembrar o massacre de Eldorado dos Carajás, em que dezanove integrantes do MST foram brutalmente assassinados pela polícia.

As fotos de Salgado retratam de forma realista os assentamentos e a vida dos trabalhadores rurais. A introdução, a cargo de Saramago, é dura. Lembra as promessas não cumpridas do governo brasileiro pela reforma agrária.
Entre as canções de Chico, duas exclusivas: Levantados do Chão( também título de um belíssimo livro de José Saramagoe Assentamento, que narra o sentimento de um migrante ao perceber que a cidade grande “não mora” mais nele 
Assentamento cuja letra deixo a seguir é, para mim, uma das canções mais bonitas de Chico Buarque, o meu “cantautor” preferido

Quando eu morrer, que me enterrem na
beira do chapadão
contente com minha terra
cansado de tanta guerra
crescido de coração

Zanza daqui Zanza pra acolá
Fim de feira, periferia afora
A cidade não mora mais em mim
Francisco, Serafim
Vamos embora
Ver o capim
Ver o baobá
Vamos ver a campina quando flora
A piracema, rios contravim
Binho, Bel, Bia, Quim
Vamos embora
Quando eu morrer
Cansado de guerra
Morro de bem
Com a minha terra:
Cana, caqui
Inhame, abóbora
Onde só vento se semeava outrora
Amplidão, nação, sertão sem fim
Ó Manuel, Miguilim
Vamos embora
Na sequência do texto anterior, dois vídeos em que Sebastião Salgado nos narra um pouco do seu percurso de vida e cinco vídeos com uma entrevista conduzida por Jô Soares a Sebastião Salgado , José Saramago e Chico Buarque, a propósito do livro Terra

 A  finalizar,  a voz de Chico Buarque em Vida e morte severina, citada na entrevista, a  voz de Zélia Barbosa em Pau de arara e algumas fotos de Sebastião Salgado que podem ver aqui




3 comentários:

  1. Obrigada Regina por mais um tão belo post.
    Ao lê-lo recordei com muita saudade aqueles tempos tão distantes em que a juventude se reunia ouvindo música(O pau de arara era uma das eleitas),
    discutindo filmes, conversando, e também cantando e
    dançando, mas sempre com os olhos postos num futuro diferente.Essas companhias e o fermento que já trazia de casa ajudaram-me a ser o que sou hoje.

    Quanto a Sebastião Salgado apenas digo, tal como ele preconizava, que quem vê uma exposição dele sai de lá uma pessoa diferente. Um grande beijo.

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  2. Tenho um livro já com 40 anos que o meu pai me ofereceu. Sempre gostei da fotografia a p&b, embora não fotografe caras, nem pessoas em geral. Fotografar a miséria é sempre deixar um documento e um valioso espólio para os vndouros.
    Bjo

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  3. Obrigada a ambas.
    Na pesquisa para esta mensagem acabei por recordar algumas coisas interessantes como o "heterónimo" Julinho da Adelaide que Chico Buarque chegou a usar para ludibriar a censura, como ele conta num dos vídeos que coloquei
    Ab
    Regina

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