terça-feira, 11 de fevereiro de 2014
Entrei em 2014 com o pé errado?
Não sou minimamente supersticiosa nem tão pouco o eram meu
pai nem minha mãe, brasileira de alma e
coração. Nos primeiros anos de liceu,
muitas das minhas colegas, sempre
que havia teste, tinham a preocupação de
entrar na sala de aula com o pé direito. Nunca tal me preocupou.
Também era habitual perguntarem-me no início das aulas do 2º
período letivo: Entraste no novo ano com
o pé direito? Ainda hoje não sei como
se entra num ano com o pé direito e por isso, terei eventualmente entrado em
2014 com o pé esquerdo...
Efetivamente, uma série de pequenos contratempos tem
afetado o meu dia a dia. Desde há muito que, de vez em quando devo extrair uns
sinais que, embora do foro oncológico têm uma perigosidade quase nula. Mas, logo
que detetados, devem ser extraídos. É algo já quase “rotineiro”. No dia 31 de
Dezembro foram extraídos mais dois. Usei pela
primeira vez o serviço de dermatologia do Hospital de Santo António, onde tive
um atendimento “5 estrelas”. Os curativos posteriores, durante cerca de 18
dias, foram feitos no Centro de Saúde S. João, o “meu” centro de saúde, onde,
como já aqui referi em tempos, sempre tive um atendimento excecional. Tudo
correu lindamente mas dois dias após tirar os pontos, uma das cicatrizes, na
região lombar, abriu. Sem ser médica percebi que, provavelmente a causa da
rotura teria a ver com a minha ainda razoável flexibilidade que me leva a
abusar de me dobrar, etc, etc. O maior aborrecimento daqui decorrente foi o ter
que estar um mês ( ainda está a decorrer) à espera da nova cicatrização que tem
que ser feita por granulação ou segunda intenção (são estes os termos técnicos)
que é um processo lento.
Porventura o mais inconveniente para mim foi ter que deixar
de ir ao ginásio durante mais um mês ( felizmente o Holmes Place, para processos
que decorram entre um e dois meses não
cobra as mensalidades respetivas, desde que se apresente o atestado médico).
Mas os contratempos não se ficaram por aqui. Há cerca de 15
dias tive mais uma crise de tosse, dor de garganta, afonia. Desde os meus 11
anos que estes episódios ocorrem e ao longo da minha vida consultei vários médicos
que me enviavam para outros que por sua vez me enviavam para outros, etc,etc,etc.
Assim passei por especialidades como otorrinolaringologia, alergologia, gastro-enterologia,
pneumologia, endocrinoligia... Decidi nunca mais tratar do assunto mas, no Verão
de 2011,tive em Trás-os Montes algo que levou o médico do centro de saúde a
aconselhar-me a consulta a um otorrinolaringologista, por supor que se tinha
tratado de um episódio de síndrome de Ménière. Foi-me aconselhado um
especialista do HPP e marquei consulta. No dia da mesma estava eu com mais uma
crise de garganta, com febre alta, etc. Pensei não ir à consulta mas à última
hora decidi: vou mais uma vez e agora será
definitivamente a última , tentar descobrir a causa do problema que me aflige há tantos anos. Talvez por ter
ido em crise, o médico detetou um “herpético glótico” ou seja, aftas na glote. Fiz
um tratamento intensivo e durante dois anos não tive qualquer problema, embora
tivesse sido avisada de que em qualquer altura poderia reaparecer.
Dizia eu que há cerca de 15 dias tive mais uma crise de
tosse, dor de garganta, afonia. Imaginei que era o tal “herpético glótico” e
marquei consulta para a passada 4ª feira. Na segunda feira imediatamente anterior acordei com um terrível dor de entes. Vista de "urgência" ao dentista que após radiografar, disse. Essa dor não é do dente mas sim duma possível infecção na cavidade bucal. Na quarta feira a laringoscopia feita pelo otorrino mostrou que a glote estava
completamente limpa mas pela rinoscopia o médico concluiu que estava com
sinusite(problema que nunca tinha tido) bilateral aguda, daí a tal dor no dente... e é essa sinusite que me tem retida na
cama há já alguns dias, medicada com antibióticos e não só....Deveria ter atacado
mais cedo mas não imaginei que fosse algo de novo.
Mas se estes episódios me poderiam levar a acreditar que
entrara em 2014 com o pé errado(????) outros houve que me levariam a pensar o
contrário, desde logo a entrada para o CPO que aqui já referi ( e a cujos
ensaios não tenho podido ir...) . Também estes dias de inatividade permitiram que
lesse muito ( eu adoro ler). Comecei por ler o último livro que me tinham oferecido, A sentinela de Richard Zimler. Depois
decidi reler alguns livros de Mia Couto, os 3 últimos que adquiri: O Outro Pé da Sereia; Venenos
de Deus, Remédios do Diabo; Jesusalém, este último, para mim, um dos melhores do autor.
Deixo
um breve excerto desse livro na voz do autor
Já em 2014 fui a duas escolas do Agrupamento de Escolas de Canidelo (eram para ter sido três mas a minha saúde ainda não permitiu a terceira) e vim de lá encantada. Mas isso será tema para outra mensagem
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Olá Regina
ResponderEliminarDesejo muito que melhore rapidamente e não posso deixar de constatar que, até em momentos menos bons, como o do seu estado de saúde atual, a Regina não deixa de ser a pessoa ativa , dinâmica interessada em aumentar a sua grande cultura e ainda a trazer-nos pérolas como aquele bocadinho do Jesusalém do Mia Couto, que eu também já li.
Um grande abraço.
Obrigada Graciete. Embora o meu mal "seja pouco e bem gemido" como diz o ditado,é bom saber que os amigos estão connosco. Um grande abraço
ResponderEliminarRegina
Não fazia ideia de que estavas doente, falei contigo há bem pouco tempo, nada me disseste. Nunca me preocupei nada com sinais - tenho imensos- e agora fiquei preocupada com a deteção de algum melanoma. Fujo dos médicos como o diabo da cruz.
ResponderEliminarAcho que precisavas de descansar também, mas não por essas razões. Tb gostei imenso de Jesusalem. Esse Zimler apaixonou-se pelo Porto e vive cá há uns 16 anos, vi um video com uma entrevista dele.
Desejo-te as melhoras do fundo do coração. Os teus netos devem estar muito tristes, se forem como os meus :).
Bjinhos
Obrigada Virgínia.
ResponderEliminarComo, felizmente, é raro estar doente, esta prisão à cama deprime-me mas não há mal que sempre dure...
Ab
Regina