segunda-feira, 6 de janeiro de 2014
Desta vez, a sétima arte...
Porque a esperança é a última a morrer, decidi começar o Ano
Novo com uma “saudação” às artes e às ciências. Coube agora a vez à sétima arte
Em tempos tinha visto A separação , um outro filme do mesmo
realizador Gostei imenso de ambos talvez um pouco mais de “A separação”.
A arte e a universalidade de Farhadi
estão, de facto, na obra desde a escrita. Uma escrita intuitiva, onde várias
histórias convergem para uma situação comum. Existe uma grande virtuosidade nos
argumentos de Farhadi: a construção é sempre complexa, mas fluida. Trata-se de
mostrar a dificuldade das relações humanas, das escolhas que se colocam a cada
pessoa e que questionam os nossos valores, as nossas certezas. Conflitos
conjugais, ou até mesmo familiares, pois as crianças têm sempre um lugar
verdadeiro nos filmes de Farhadi. Em Le Passé, a
jovem Lucie é mesmo a chave da história.
As personagens de Farhadi são
frequentemente sujeitas a um dilema moral, mas o cineasta nunca dá uma
resposta, deixa que o espectador julgue, como se pode ver na cena de abertura
de Une Séparation, onde a câmara está no
lugar do juiz (no início do videoclipe abaixo).
A precisão na
escrita encontra-se também na direcção de actores, com quem ensaia várias
semanas até se tornarem nas personagens, e, claro, na realização,
constantemente reinventada e sempre ao serviço da correcção da história e das
personagens. É isso que o cinema de Farhadi tem de universal, mesmo quando se
baseia na realidade iraniana, como era o caso até aqui.
Continuando a falar de cinema iraniano, não posso deixar de citar um outro filme que vi já há anos, O sabor da cereja de Abbas Kiarostami que podem ver na íntegra aqui
No seu livro Quando se apagam as cerejeiras, que já aqui referi, Luís Serrano tem um poema dedicado a este filme. É com esse poema que termino esta mensagem
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Já vi A Seraração de que gostei muito. Agora vou tentar ver, através do seu post, Osabor das Cerejas de outro realizador iraniano, O Passado também espero poder ir ver. São tão boas as referências que tenho dele!!!!!
ResponderEliminarObrigada, Regina.
Um beijo.
Gostei muito dos dois, mas talvez porque vim um na minha TV e o outro no cinema, fiquei com imressões diferentes dos dois. Um é mais agitado, mais violneto em certos aspetos, o outro mais subtil, com olhares mais doces e silêncios mais contidos. Adorei ambos....
ResponderEliminarNunca vi o sabor da cereja....mas vou ver. Obrigada.
Bjinho
Eu talvez tenha gostado mais da separação talvez pela surpresa,pois foi o que vi primeiro e não conhecia nada dos realizador, Mas também acho os dois excelentes
ResponderEliminarUm bj às duas