quinta-feira, 26 de julho de 2012
Centenário de Jorge Amado
Os
primeiros livros que adquiri de Jorge Amado, teria eu vinte e poucos anos, foram
“Mar Morto” e “Jubiabá”
edições unibolso, publicadas por Livros
do Brasil. Na altura o dinheiro não dava
para maiores voos.
Mais
tarde adquiri muitos outros pois, entre os meus escritores favoritos ( e tenho
vários) encontra-se Jorge Amado. Duas das obras de que mais gosto são Teresa Batista
cansada de guerra e Capitães da areia
Em S. Paulo,
no Museu da língua Portuguesa, que tive oportunidade de visitar nesta minha última
viagem ao Brasil, da qual dei testemunho aqui no blogue há cerca de mês e meio, esteve patente até 22 de julho, uma exposição dedicada ao escritor, um dos mais
prestigiados escritores brasileiros. O autor de "Gabriela, Cravo e
Canela" nasceu a 10 de agosto de 1912 e faleceu a 6 de agosto de 2001.
A exposição,
em parceria com a Fundação Casa de Jorge Amado, segue para o Museu de Arte
Moderna da Bahia e, ainda este ano, para oito capitais, entre as quais Recife,
Rio de Janeiro e Brasília, além de Buenos Aires, a capital
argentina.
Entretanto,
em Portugal, e no âmbito das comemorações do aniversário de nascimento do
escritor, estreia dia 19 nos cinemas o filme "Capitães da Areia" -
baseado na sua obra homónima-, da realizadora Cecília Amado.
Gostaria
de escrever uma mensagem maior mas ultimamente tenho tido o tempo muito
ocupado e amanhã parto para a aldeia. Mas deixo-vos com este dois vídeos sobre o autor e a sua obra
segunda-feira, 23 de julho de 2012
Professor Sérgio Ramos
Não conheço o professor Sérgio Ramos
mas sei que recebeu o galardão de
Educador Pré-Universitário do Ano, concedido pelo Institute of Electrical and
Electronic Engineers (IEEE). A notícia foi publicada em Ciência Hoje
Para ele os meus sinceros
parabéns
domingo, 22 de julho de 2012
O flagelo dos incêndios.
Mais uma
vez, aí está o flagelo dos incêndios. E o futuro parece cada vez mais assustador conforme estudo referido em
mensagem colocada a 22 de Julho em Ciência Hoje
Mas se as condições climatéricas têm uma grande influência neste drama, há outras razões que não podem ser esquecidas e que vão da negligência , pura e simples, a uma malvadez sem limites
Em 2005,pôde ler-se -se no DN o texto que segue
Incêndios e incendiários
A evidência salta aos olhos o País está a arder porque alguém quer que ele arda. Ou melhor, porque muita gente quer que ele arda. Há uma verdadeira indústria dos incêndios em Portugal. Há muita gente a beneficiar, directa ou indirectamente, da terra queimada. José Gomes Ferreira, subdirector de Informação da SIC
Esta “repugnante indústria” progride, por um lado pela ganância desmedida que não olha a meios para atingir os fins e, por outro, porque é fácil recrutar incendiários. Segundo um estudo da PJ, os poucos incendiários que confessaram o crime por razões financeiras falaram em quantias muito baixas.
Do referido estudo resultou um perfil do incendiário português. Segundo os dados recolhidos por uma equipa do Instituto Superior da Policia Judiciária, 70% dos incendiários têm em geral 20 a 35 anos, são solteiros ou viúvos, estão desempregados e têm baixos índices de escolaridade
Daí que eu insira aqui, de novo, uma frase que coloquei há dias, atribuída a Nelson Mandela:
A educação é a mais poderosa arma,
pela qual se pode mudar o mundo.
Termino com um quadro famoso de Turner ,que testemunhou e
recriou o Incêndio das Câmaras dos Lordes e dos Comuns em 1834
sábado, 21 de julho de 2012
Dia do Amigo...
Ontem doi o Dia do Amigo.
Não sabia
que existe um Dia do Amigo. Soube-o, por acaso, através de dois dos blogues que
incluí nos meus favoritos: De Rerum Natura e Letra Pequena.
No primeiro podemos ler um belíssimo poema de Vinícius
de Morais que eu usei numa pequena colectânea de textos sobre a amizade que organizei
em 2005,Ano Internacional da Física, em que se comemorou o centenário do “Annus
mirabilis”, 1905.
Nesse ano
Einstein publicou quatro brilhantes artigos, entre eles um sobre relatividade restrita
e outro sobre o efeito foto elétrico, trabalho pelo qual lhe viria a ser atribuído
o prémio Nobel da Física em 1921.
Para mim,
2005 foi também “um ano miraculoso”. Recebi dois primeiros prémios em concursos
de poesia, o Prémio Rómulo de Carvalho e
fui agraciada com a Comenda da Instrução Pública, por sugestão da Sociedade Portuguesa
de Física. Quando recebi um telefonema a dizer que teria que ir a Lisboa para
uma sessão na presença do Sr. Presidente da República (à data, Jorge Sampaio), mesmo
sem imaginar que iria ser agraciada, pensei que era uma brincadeira do meu amigo
Ricardo Mota, perito em pregar partidas. Nunca imaginara tal situação. Foi para
mim uma grande honra, eventualmente imerecida, que teve apenas um senão. Para os meus pais, muito em especial para a minha mãe,
teria sido um motivo de enorme contentamento. Infelizmente já ambos tinham falecido.
Tudo isto começou a propósito dos Dia dos Amigo. É que na sequência do que anteriormente referi, um grupo de amigos decidiu, sem eu saber, promover um almoço em Alfândega da Fé que teve lugar no dia 8/4/2006. Quando decidiram tomar tal iniciativa falaram com o meu marido, por isso ele estava a par do acontecimento. Eu só soube quando, em determinado dia, me comunicou que dali a dois dias teríamos que ir a Trás-os-Montes, expondo então as razões da ida.
Tudo isto começou a propósito dos Dia dos Amigo. É que na sequência do que anteriormente referi, um grupo de amigos decidiu, sem eu saber, promover um almoço em Alfândega da Fé que teve lugar no dia 8/4/2006. Quando decidiram tomar tal iniciativa falaram com o meu marido, por isso ele estava a par do acontecimento. Eu só soube quando, em determinado dia, me comunicou que dali a dois dias teríamos que ir a Trás-os-Montes, expondo então as razões da ida.
Disse-me
o número de pessoas previstas, residentes em vários pontos do país, e fiquei espantada pois não supunha ter tantos e tão bons amigos.
Pensei
que teria que fazer algo que pudesse mostrar, embora de uma forma muito modesta,
quanto o gesto me tinha tocado.Surgiu-me a ideia da colectânea.
Fiz uma para cada um dos participantes. Só cerca de um ano mais tarde
ingressaria na Utopia, para ter aulas de pintura com o Mestre Domingos Loureiro,
mas uns tempos antes tinha, como autodidata, feito uns trabalhos com pintura e colagem e foi com um desses trabalhos que fiz
a capa.
Os textos incluídos foram os que seguem, tendo o primeiro, de minha
autoria, sido escrito para o evento
Amizade
Como um rio, o tempo flui
arrastando consigo múltiplas memórias.
Algumas dissolve-as na voragem
e assim se desvanecem e em exponencial decrescem
tendendo para o nada.
Memórias há, porém, que o tempo não dilui,
antes sedimenta na passagem.
São as ausências que o não são porque, presentes,
têm o travo amargo doce da saudade;
são as presenças, que o são mesmo que ausentes,
dando real sentido à amizade.
(Regina Gouveia)
A gente só
conhece bem as coisas que cativou, disse a raposa…..Se queres um amigo,
cativa-me.
( Saint-Exupéry)
A AMIZADE duplica as alegrias e divide as tristezas.
(Francis Bacon)
A AMIZADE é como os títulos honoríficos; quanto mais velha, mais
preciosa.
(W Goethe)
A AMIZADE é como a sombra na tarde - cresce até com o ocaso da vida.
(La Fontaine)
Amigos
Tenho amigos que não sabem
o quanto são
meus amigos.
Não percebem o amor que lhes devoto
Não percebem o amor que lhes devoto
e a absoluta
necessidade que tenho deles.
A amizade é um sentimento mais nobre
A amizade é um sentimento mais nobre
do que o amor,
eis que permite que o objecto dela se divida em outros afectos, enquanto o amor
tem intrínseco
o ciúme,
que não admite
a rivalidade.
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
E eu poderia suportar, embora não sem dor,
que tivessem
morrido todos os meus amores,
mas
enlouqueceria se morressem
todos os meus
amigos!
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro,
Até mesmo aqueles que não percebem o quanto são meus amigos e o quanto minha vida depende de suas existências...
A alguns deles não procuro,
basta-me saber
que eles existem.
Esta mera condição me encoraja
Esta mera condição me encoraja
a seguir em
frente pela vida.
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
Mas, porque não os procuro com assiduidade,
não lhes posso
dizer o quanto gosto deles.
Eles não iriam
acreditar.
Muitos deles estão lendo esta crónica
Muitos deles estão lendo esta crónica
e não sabem que
estão incluídos
na sagrada
relação de meus amigos.
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
Mas é delicioso que eu saiba e sinta que os adoro, embora não declare e não os procure.
E às vezes, quando os procuro,
noto que eles
não tem noção
de como me são
necessários,
de como são
indispensáveis ao meu equilíbrio vital, porque eles fazem parte do mundo
que eu,
tremulamente, construí
e se tornaram
alicerces do meu encanto pela vida.
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam,
Se um deles morrer, eu ficarei torto para um lado.
Se todos eles morrerem, eu desabo!
Por isso é que, sem que eles saibam,
eu rezo pela
vida deles.
E me envergonho, porque essa minha prece
E me envergonho, porque essa minha prece
é, em síntese,
dirigida ao meu bem estar.
Ela é, talvez,
fruto do meu egoísmo.
Por vezes, mergulho em pensamentos
Por vezes, mergulho em pensamentos
sobre alguns
deles.
Quando viajo
Quando viajo
e fico diante
de lugares maravilhosos,
cai-me alguma
lágrima
por não estarem
junto de mim,
compartilhando
daquele prazer...
Se alguma coisa me consome e me envelhece
Se alguma coisa me consome e me envelhece
é que a roda
furiosa da vida não me permite ter sempre ao meu lado, morando comigo,
andando comigo,
falando comigo, vivendo comigo, todos os meus amigos, e, principalmente
os que só
desconfiam
ou talvez nunca
vão saber que são meus amigos!
A gente não faz amigos, reconhece-os.
(Vinícius de Moraes)
A gente não faz amigos, reconhece-os.
(Vinícius de Moraes)
Procura-se um amigo
Não precisa ser homem,
basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar
e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de
pássaros, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter
amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor..
Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar
segredo sem se sacrificar.
Não é preciso que seja de
primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido
enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem
que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de
perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso
deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objectivo deve ser o de
amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos
solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.
Procura-se um amigo para
gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba
conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações
de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que
se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos
sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de
caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar
no capim.
Precisa-se de um amigo que
diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um
amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver
debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros
sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de
que ainda se vive.
(Vinicius de Moraes)
Traz Outro Amigo Também
Amigo
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Maior que o pensamento
Por essa estrada amigo vem
Não percas tempo que o vento
É meu amigo também
Em terras
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
Em todas as fronteiras
Seja benvindo quem vier por bem
Se alguém houver que não queira
Trá-lo contigo também
Aqueles
Aqueles que ficaram
(Em toda a parte todo o mundo tem)
Em sonhos me visitaram
Traz outro amigo também
(José Afonso)
Um amigo
Há
uma casa no olhar de um amigo.
Nela entramos sacudindo a chuva.
Deixamos no cabide o casaco
fumegando ainda dos incêndios do dia.
Nas fontes e nos jardins das palavras que
trazemos
o amigo ergue o cálice e o verão das
sementes.
Então abre as janelas das mãos para que
cantem
a claridade, a água e as pontes da sua
voz
onde dançam os mais árduos esplendores.
Um amigo somos nós, atravessando o olhar
e os véus de linho sobre o rosto da vida
nas tardes de relâmpagos e exílios,
onde a ira nómada da cidade
arde como um cego em busca de luz.
(Eduardo
Bettencourt Pinto)
Amizade
ao longo
Passam lentos os dias
e muitas vezes estivemos sós.
mas depois há momentos felizes
para existir em amizade.
Olhai, somos nós.
…………………………………………………………………
No entanto calai-vos.
Quero dizer-vos algo. Quero apenas dizer
que estamos todos juntos. às vezes, ao
falar, alguém esquece o seu braço sobre
meu e eu
ainda que esteja calado dou graças,
porque existe paz nos corpos e em nós.
Quero dizer-vos como todos trouxemos
nossas vidas para aqui, para contá-las.
Por muito tempo, uns com os outros, a um canto falámos, tantos meses que nos
conhecemos bem,
e na lembrança o júbilo é igual à
tristeza.
Para nós
a dor é terna.
Ai o tempo! Já tudo se compreende.
(Jaime
Gil de Biedma)
Carta
aos amigos
Mando-vos estes sabores
construídos na terra onde nasci.
E se mais não vos envio é porque eu mesmo
já não sei inventar outros amores
mal ou bem consentidos nos horizontes desta
vida que pouco a pouco construí
Agarrai-lhe o cheiro
que tem os odores da minha insatisfação
Segurai-lhe o gosto que guarda a memória
da minha paixão.
Fazei o que no tempo melhor vos convier
mas não deixeis perder este sonho
curtido em dias e noites a fio
à roda de uma mesa qualquer.
Não deixeis morrer a alma
da voz que nos anima
cá por dentro ao desafio
pela vida que queremos vencer.
Como se o despontar de um novo dia
fosse apenas outro querer…
Como se a revolta interior
gritada contra toda a maldade
que nos traz o sofrimento
fosse apenas o livro aberto e puro
de tudo quanto está por escrever.
Mas que fique a sede da verdade
e da tolerância e do entendimento
de que sós andamos para trás
nesta terra que não merece fingimento
e nos pede simplesmente
que juntos aprendamos a crescer!
(Francisco
José Lopes)
A propósito deste evento, Francisco José
Lopes, natural de Alfândega da Fé, autor do último poema, escreveu uma mensagem
no seu blogue http://resistente.3e.com.pt/.
Infelizmente o blogue foi corrompido e não foi possível recuperar as mensagens
anteriores a 2009. Como a guardei coloco
alguns excertos.
Regina Gouveia – em torno de uma Comenda e de um Prémio, com a amizade no coração
(…) Em 2005 foi distinguida com o prémio Rómulo de Carvalho
instituído pela Sociedade Portuguesa de Física (…) Foi-lhe igualmente atribuída a Comenda da
Ordem da Instrução Pública pelo Presidente da República Jorge Sampaio.
No dia 8 de Abril, um grupo de familiares e amigos sentou-se à mesa com Regina Gouveia num restaurante de Alfândega da Fé. O pretexto foi dar-lhe os parabéns por aquelas honrosas distinções, mas o motivo foi transmitir-lhe a amizade e a consideração que muita gente tem por ela. Foi, de facto, um excelente momento de convívio e amizade, no qual não faltou sequer o canto de um dos temas mais paradigmáticos da música de José Afonso, “Traz outro amigo também”. Aliás, bem de acordo com a sua forma de estar na vida, foi Regina Gouveia quem acabou por surpreender todos os presentes com uma “prenda” muito especial: um pequeno conjunto de poemas de vários autores que falam de amigos e de amizade, começando exactamente por um da sua autoria e onde naturalmente se incluía o texto/música já mencionado de José Afonso.
No dia 8 de Abril, um grupo de familiares e amigos sentou-se à mesa com Regina Gouveia num restaurante de Alfândega da Fé. O pretexto foi dar-lhe os parabéns por aquelas honrosas distinções, mas o motivo foi transmitir-lhe a amizade e a consideração que muita gente tem por ela. Foi, de facto, um excelente momento de convívio e amizade, no qual não faltou sequer o canto de um dos temas mais paradigmáticos da música de José Afonso, “Traz outro amigo também”. Aliás, bem de acordo com a sua forma de estar na vida, foi Regina Gouveia quem acabou por surpreender todos os presentes com uma “prenda” muito especial: um pequeno conjunto de poemas de vários autores que falam de amigos e de amizade, começando exactamente por um da sua autoria e onde naturalmente se incluía o texto/música já mencionado de José Afonso.
A finalizar deixo quatro de entre as muitas fotos tiradas.
E tudo isto a propósito do Dia do Amigo…
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Mandela day
Nelson Mandela completou hoje 94 anos
Esta meu texto pretende ser uma homenagem, modestíssima, é óbvio,
a um HOMEM tão GRANDE…
Encontrei aqui uma
referência curiosa, publicada já em 2010
Invictus é um pequeno poema do poeta Inglês William Ernest Henley (1849-1903). Foi escrito em 1875 e publicado pela
primeira vez em 1888.
Nelson Mandela, citou-o como fonte de inspiração durante o seu tempo na prisão.
Nelson Mandela, citou-o como fonte de inspiração durante o seu tempo na prisão.
Abaixo, em tradução livre do citado blog
Do avesso desta noite que me encobre,
Preta como a cova, do começo ao fim,
Eu agradeço a quaisquer deuses que existam,
Pela minha alma inconquistável.
Na garra cruel desta circunstância,
Não estremeci, nem gritei em voz alta.
Sob a pancada do acaso,
Minha cabeça está ensanguentada, mas não curvada.
Além deste lugar de ira e lágrimas
Avulta apenas o horror das sombras.
E apesar da ameaça dos anos,
Encontra-me, e me encontrará destemido.
Não importa quão estreito o portal,
Quão carregada de punições a lista,
Sou o mestre do meu destino:
Sou o capitão da minha alma.
Encontrei também o desenho abaixo e um vídeo com o poema anterior
Pintura de nelson mandela, "hand of africa", 2003
Termino com uma frase de
que gosto muito, atribuída a Mandela
A educação é a mais poderosa arma,
pela qual se pode mudar o mundo
Da "crise"ao bosão de Higgs
No último
número da revista As Artes entre as Letras, no seu artigo de abertura,
Nassalete
Miranda faz uma reflexão muito interessante sobre “a nossa crise”.
Como podem ver ali são referidas as habilitações de “doutores”
e “engenheiros” conseguidas em cursos
intensivos de fins de semana e equivalências.
A este
propósito sugiro também um texto de Deana Barroqueiro
Regressemos
ao texto de Nassalete Miranda e à reflexão final …
De resto, esperança!. A “partícula
de Deus”, bosão de Higgs, ou vice-versa , já está aí para criar mentes
brilhantes que vejam o óbvio…
E a propósito
do bosão de Higgs …
Estive 10 dias na aldeia por causa de umas obras de conservação na casa que ali tenho, herança dos meus pais.
Ainda comecei a elaborar um texto sobre os últimos avanços no que se refere à descoberta do bosão de Higgs mas não consegui arranjar tempo para o concluir. Seguem agora, embora com atraso, algumas referências, nomeadamente dois vídeos, com abordagens muito simples mas interessantes
E
finalmente, porque ciência e poesia podem (devem?) andar de mão dadas, sugiro
este vídeo
Termino
com um poema meu que, creio, já aqui deixei em outra mensagem.
Bosão de Higgs
Existirá desde o primeiro momento
ainda sem espaço, ainda sem tempo,
sem quando, nem onde,
em que o tudo era simplesmente o nada?
Afinal, a massa de onde é que provém?
É este, em essência, o segredo que, cioso, esconde,
mau grado o empenho de toda a ciência.
Cioso, acanhado,
ainda sem espaço, ainda sem tempo,
sem quando, nem onde,
em que o tudo era simplesmente o nada?
Afinal, a massa de onde é que provém?
É este, em essência, o segredo que, cioso, esconde,
mau grado o empenho de toda a ciência.
Cioso, acanhado,
quiçá temeroso de um qualquer depois,
ainda mais terrível do que eme cê dois
na bomba de Hiroshima
O bosão de Higgs existirá ou não?
Eis a questão.
ainda mais terrível do que eme cê dois
na bomba de Hiroshima
O bosão de Higgs existirá ou não?
Eis a questão.
quarta-feira, 4 de julho de 2012
Netos...
Hoje
incluo este texto cuja "autoria" desconheço e que me foi enviado por e-mail.
E a propósito
de avós e netos descobri na NET a pintura, Avó e neto, dum autor português E.M.
Outras obras
deste autor, como as que deixo a seguir, podem ser vistas aqui
A última fez-me lembrar um quadro (acrílico sobre tela) que pintei em 2009, numa fase a que o meu professor ( Domingos Loureiro), por graça, chamava a fase das arquiteturas
terça-feira, 3 de julho de 2012
Douro sublimado
"O Doiro sublimado. O prodígio de uma paisagem que
deixa de o ser à força de se desmedir. Não é um panorama que os olhos
contemplam: é um excesso da natureza. Socalcos que são passadas de homens
titânicos a subir as encostas, volumes, cores e modulações que nenhum escultor,
pintor ou músico podem traduzir, horizontes dilatados para além dos limiares
plausíveis da visão. Um universo virginal, como se tivesse acabado de nascer, e
já eterno pela harmonia, pela serenidade, pelo silêncio que nem o rio se atreve
a quebrar, ora a sumir-se furtivo por detrás dos montes, ora pasmado lá no
fundo a reflectir o seu próprio assombro. Um poema geológico. A beleza
absoluta."
Miguel Torga in "Diário
XII"
É este o Douro que se apresenta com todo
os seu esplendor, nestas imagens da Quinta do Crasto
É este o Douro que Miguel Torga sublima
através dos seus poemas, não menos sublimes...
DOURO
Cai o sol nas ramadas.
O sol, esse Van Gogh desumano...
E telas amarelas,calcinadas,
Fremem nos olhos como um desengano.
A cor da vida foi além de mais!
Lume e poeira, sem que o verde possa
Refrescar os craveiros e os tendais
De uma paisagem mais secreta e nossa.
Apenas uma fímbria namorada,
Vermelha e roxa, se desenha ao fundo
O mosto de uma eterna madrugada
Que vem do incêndio refrescar o mundo.
Cai o sol nas ramadas.
O sol, esse Van Gogh desumano...
E telas amarelas,calcinadas,
Fremem nos olhos como um desengano.
A cor da vida foi além de mais!
Lume e poeira, sem que o verde possa
Refrescar os craveiros e os tendais
De uma paisagem mais secreta e nossa.
Apenas uma fímbria namorada,
Vermelha e roxa, se desenha ao fundo
O mosto de uma eterna madrugada
Que vem do incêndio refrescar o mundo.
DOIRO
Suor, rio, doçura.
(No princípio era o homem ...)
De cachão em cachão,
O mosto vai correndo
No seu leito de pedra.
Correndo e reflectindo
A bifronte paisagem marginal.
Correndo como corre
Um doirado caudal
De sofrimento.
Correndo, sem saber
Se avança ou se recua.
Correndo, sem correr,
O desespero nunca desagua ...
DOIRO
Corre, caudal sagrado,
Na dura gratidão dos homens e dos montes!
Vem de longe e vai longe a tua inquietação...
Corre, magoado,
De cachão em cachão,
A refractar olímpicos socalcos
De doçura
Quente.
E deixa na paisagem calcinada
A imagem desenhada
Dum verso de Frescura
Penitente
São Leonardo da Galafura
À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.
À proa dum navio de penedos,
A navegar num doce mar de mosto,
Capitão no seu posto
De comando,
S. Leonardo vai sulcando
As ondas
Da eternidade,
Sem pressa de chegar ao seu destino.
Ancorado e feliz no cais humano,
É num antecipado desengano
Que ruma em direcção ao cais divino.
Lá não terá
socalcos
Nem vinhedos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.
Nem vinhedos
Na menina dos olhos deslumbrados;
Doiros desaguados
Serão charcos de luz
Envelhecida;
Rasos, todos os montes
Deixarão prolongar os horizontes
Até onde se extinga a cor da vida.
Por isso, é
devagar que se aproxima
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!
Da bem-aventurança.
É lentamente que o rabelo avança
Debaixo dos seus pés de marinheiro.
E cada hora a mais que gasta no caminho
É um sorvo a mais de cheiro
A terra e a rosmaninho!
Termino com o Rio Douro de Dórdio Gomes
segunda-feira, 2 de julho de 2012
Com crianças, uma vez mais
No passado sábado foi
inaugurada a VII Feira do Livro da Maia (programa anexo)
30– SÁBADO
16:00– Inauguração
17:00– Encontro/Apresentação – Percurso: da descoberta à escrita de Ana
Maria Costa
Público-alvo: comunidade em geral
21.30h – Conferência (Clube UNESCO da Maia) – Notáveis da Maia:
Guilhermina Suggia e Eurico Thomaz de Lima por Victor Dias (Maestro dos
Pequenos Cantores e crítico musical)
Público-alvo: comunidade em geral
1– DOMINGO
17.00h – Oficina - Canções para bebés por Ana Carneiro
Público-alvo: crianças dos 0 aos 2 anos
21.30h – Teatro de Robertos - Namorar à carreira pelos formandos da ação
de formação “Construção e manipulação de bonifrates”
Público-alvo: comunidade em geral
2 – SEGUNDA
16.30h – Encontro/ Apresentação – “Breve história da Química” de Regina
Gouveia
Público-alvo: Infantojuvenil
21.30h – Tertúlia – “Amor de perdição”, 150 anos depois… por José
Augusto Maia Marques e Joaquim Jorge Silva
Público-alvo: comunidade em geral
3– TERÇA
16.30h – Hora do conto – Brincar com as palavras, de Luísa Ducla Soares
por Filipe Neves e Miguel Azevedo (Biblioteca Municipal da Maia)
Público-alvo: Infantil
21.30h – Sessão de contos – Histórias pequenas para pessoas grandes por
Filipe Neves e Miguel Azevedo (Biblioteca Municipal da Maia)
Público-alvo: comunidade em geral
4 – QUARTA
16.30h – Oficina – Ilustração com Sónia Borges.
Público-alvo: Infantojuvenil
21.30h – Poesia e canto - Tertúlia poética e Tuna Universidade Sénior -
Instituto Cultural da Maia
Público-alvo: comunidade em geral
5– QUINTA
16.30h – Teatro de fantoches – Robertices de Luísa Dacosta por Filipe
Neves, Joana Cardoso e Miguel Azevedo (Biblioteca Municipal da Maia)
Público-alvo: Infantojuvenil
21.30h – Encontro/ Apresentação - A gestação da chuva de Hélder Reis e
Ruy Silva
Público-alvo: comunidade em geral
6– SEXTA
16.30h – Oficina - Jogo dramático por Filipe Neves (Biblioteca Municipal
da Maia)
Público-alvo: Infantojuvenil
21.30h – Sessão de contos – Histórias pequenas para pessoas grandes por
Filipe Neves e Miguel Azevedo (Biblioteca Municipal da Maia)
Público-alvo: comunidade em geral
7 – SÁBADO
17.00h – Encontro/ Apresentação - A gatinha, a princesa e o bebé de
Paula Gonçalves da Silva
Público-alvo: Infantojuvenil
21.30h – Dramatização – O rei e a estrela de Vanda Furtardo Marques pelo
Grupo de Teatro Três Pancadas
Público-alvo: comunidade em geral
8 – DOMINGO
19.00h – Oficina – Construção de marionetas varas por Liliana Aguiar
(Museu Municipal Maia)
21.30h – Dramatização – Arte em retalhos por Pé no Charco Teatro Oficina
de Vermoim com encenação de Mário Sá
9 – SEGUNDA
21.30h – Conferência (Clube UNESCO da Maia) - Notáveis
da Maia: Gonçalo Mendes da Maia por Luís Amaral (Faculdade de Letras da
Universidade do Porto)
Hoje, dia
2, conforme o programa, estive com crianças de nível pré-escolar que participam
em actividades promovidas pela Câmara da Maia. Como a sessão era aberta ao
público em geral, estiveram outras crianças e adultos.
Estava
anunciada a Breve História da Química, mas tratando-se de crianças tão
pequenas, foquei apenas a magia da Química, com experiências muito simples.
Depois
falei um pouquinho nos outros livros, mais acessíveis ao nível etário em causa
e fiz mais algumas experiências. Terminámos cantando um texto meu que nem sequer está
publicado mas que costumo cantar com as crianças pequenas, adaptando-o a uma música
infantil muito conhecida
A lua no céu está tão redondinha,
mas que maravilha, mas que
maravilha, mas que maravilha …
Apareceu além no cimo do monte.
Vou lá apanhá-la e fica a ser
minha e fica a ser minha
Não sou egoísta. Ponho-a na janela
para poder ser vista
por quem passar defronte, por quem
passar defronte
Mas agora penso, se a tiro do céu,
jamais por lá brilha. a lua tão
bela, a lua tão bela
prefiro que fique no céu a brilhar
Não a vou buscar. Não a vou buscar.
Não a vou buscar.
Uma das
crianças que assistia tinha concluído o 3º ano e era muito participativa tendo colocado várias questões.
O mesmo aconteceu com uma jovem do 7 º ano de escolaridade que estava a
trabalhar na feira do livro (grande exemplo…) e assistiu à sessão.
No final
veio cumprimentar-me uma conterrânea (do concelho de Alfândega da Fé) que eu não
conhecia, mas de quem já ouvira falar dado que também escreve. Ao ver o meu nome
anunciado fez questão de estar presente e de se dar a conhecer. Obrigada
Lourdes Graça
E já que
falei de crianças não resisto a colocar um texto da escritora Rachel de Queiroz ,
alusivo aos netos
Da autora,
pouco conhecida em Portugal, tenho um livro muito interessante, Memorial de Maria Moura , que me foi
oferecido por um primo brasileiro. Obrigada Abílio…
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