“Quando se Apagam as Cerejeiras”, título do mais recente livro de poesia de Luís Serrano – e que com ele se celebram 50 anos de vida literária do autor – é uma belíssima metáfora cuja amplitude reflecte um discurso que, na sua globalidade, aflora sobretudo acentos crepusculares. Não é, pois, por acaso que este corpo textual se constrói a partir de elegias a poetas que marcaram o nosso tempo (Manuel Amaral, Eugénio de Andrade, Fernando Assis Pacheco, com explícitas referências a Rilke, por exemplo) ou da representação de obras artísticas, com predilecção pela pintura ou escultura mas na maior parte dos casos pela música, de que o requiem constitui composição privilegiada pelas emoções que alguns exemplos ilustres não podem deixar de transmitir, tornando-se assim matéria de poesia.
Para além do anteriormente referido, também o cinema emerge em alguns poemas, como por exemplo em em "O vale Abraão, de Manoel de Oliveira" ou "O sabor da cereja, de Abbas Kiarostami" que "inspirou" o título do livro.
Após a apresentação, a que se seguiu um Porto de honra, aproveitei para ver a exposição "A preto e branco " de Carlos Reis (ilustrador do livro) que pode ser vista até 30 de Junho.
Conheci Carlos Reis em 1969 (eu leccionava então no Sá de Miranda em Braga); não tornara a falar com ele nem mesmo quando foi professor de Desenho do meu filho Nuno (no seu 12º ano) que no 10º e 11º ano teve como professora Luísa Gonçalves, mulher de Carlos Reis e com quem nunca tinha falado embora tenha visto já algumas exposições quer de um quer de outro.
E já que falo de exposições, aproveito para referir que na minha visita à Fábrica Social , Fundação José Rodrigues, para além das cascatas, pude ver a "Exposição de Gravura - A Oficina, a Técnica e o Impressor" de Tomás Dias . A exposição que consta de gravuras de vários artistas, alguns muito consagrados outros menos pode ser vista até ao próximo dia 30.
Também já fui à Fábrica Social, não este ano, mas como não sabia bem onde era, resolvi ir a pé . Apanhei um calor e um cansaço terríveis mas gostei.
ResponderEliminarNão conheço o livro mas fica a ideia porque ainda há dias andei à procura de uma novidade para oferecer e não encontrei. Também posso não ter procurado muito.
Um beijo.
Mais uma vez Regina
ResponderEliminarTenho tenrado enviar-lhe um mail, mas recebo sempre uma indicação de que ele não é recebido. Terei o endereço errado?
Ontem ouvi o Professor Francisco(?) Carvalho, filho de Rómulo de Carvalho,num debate sobre a Paz ,e fiquei encantada com a fluência dele e tudo quanto disse. Gostava de partilhar consigo a alegria que senti por ver como o génio se transmitiu. Num mail diria mais coisas. Aqui o espaço é mais limitado, mas não consigo.
Mais um beijo.