sexta-feira, 25 de março de 2011
De Cantanhede a Izeda passando por Bragança
No âmbito das actividades levadas a cabo para promover a leitura, a convite de várias escolas fui a Cantanhede (dia 21) e a Vila Pouca de Aguiar(dia 23). De Vila Pouca segui directamente para a Bragança (dia 24) e dali a Izeda (dia 25) donde regressei a meio da tarde. Em todas as escolas a alegria das crianças, desde o pré-primário até ao 3º ciclo e a afabilidade de professores e funcionários. A acrescentar a tudo isto, a ida a Bragança é sempre um regresso à infância e adolescência que ali passei. A escola primária onde fiz a quarta classe, já não o é, e o Liceu Emídio Garcia mudou-se… No seu lugar a Biblioteca Municipal. Foi a convite da Biblioteca, em coordenação com as respectivas escolas, que visitei Bragança e Izeda, sempre acompanhada pela respectiva Bibliotecária, uma senhora encantadora.
Fiquei alojada no Hotel Tulipa, um hotel muito simpático e bem perto da casa onde morei os oito anos que vivi na cidade. Da Bragança de hoje só conheço o centro, que fui rever. Passeei um pouco pelo Praça da Sé e pelas ruas circundantes, numa espécie de viagem ao passado. Estive com amigos e matei algumas saudades.
Fui a duas escolas e, em quatro sessões, estive com mais de trezentos alunos. Os professores temiam pelo comportamento de alguns mas, talvez por se sentirem na presença de uma conterrânea, portaram-se de modo exemplar. Para além da minha apresentação houve inúmeras apresentações dos alunos, todas elas com qualidade. Nalguns casos a qualidade foi mesmo excepcional.
Em algumas apresentações os alunos leram poemas acompanhados de música, que tocavam sob a orientação do Professor de Música. Enquanto tocavam, iam passando numa tela imagens alusivas, e com muita qualidade.
Na selecção das músicas, pareciam adivinhar os meus gostos. Uma ária de Bach, e a canção Barco Negro que aqui deixo na voz de Amália Rodrigues
Destaco Bragança pela razão afectiva e não só, mas em todas as escolas alunos, professores e funcionários, me surpreenderam pela positiva.
O empenho dos alunos revela muito empenho dos professores e, mais uma vez, me indigno com o modo como a tutela os tem tratado de uns tempos a esta parte, e com a iniquidade de certas avaliações, que não premeiam o trabalho desenvolvido, mas a subserviência demonstrada .
Mas voltemos às visitas. Tenho ainda poucos documentos. Ficaram de me enviar fotos mas ainda as não tenho. Deixo, no entanto, um filme com uma entrevista para uma estação local de televisão, dois trabalhos colectivos que me foram entregues por alunos, e um livro editado pela Câmara Municipal, um conto colectivo escrito e ilustrado por alunos, sob a orientação de professores e que, gentilmente, me foi oferecido pela Coordenadora da Biblioteca.
Em Izeda, a referida Bibliotecária e eu fomos tomar café a um cafezinho da terra, pertencente a um casal de pessoas simples mas muito afáveis. Faziam anos, ambos. Ele 73 e ela 71. Ele é analfabeto e ela aprendeu a ler, já adulta , porque o marido a incentivou a fazê-lo. Que bonito casal…
Estas viagens são cansativas mas altamente compensadores pelo lado humano .
Fiquei alojada no Hotel Tulipa, um hotel muito simpático e bem perto da casa onde morei os oito anos que vivi na cidade. Da Bragança de hoje só conheço o centro, que fui rever. Passeei um pouco pelo Praça da Sé e pelas ruas circundantes, numa espécie de viagem ao passado. Estive com amigos e matei algumas saudades.
Fui a duas escolas e, em quatro sessões, estive com mais de trezentos alunos. Os professores temiam pelo comportamento de alguns mas, talvez por se sentirem na presença de uma conterrânea, portaram-se de modo exemplar. Para além da minha apresentação houve inúmeras apresentações dos alunos, todas elas com qualidade. Nalguns casos a qualidade foi mesmo excepcional.
Em algumas apresentações os alunos leram poemas acompanhados de música, que tocavam sob a orientação do Professor de Música. Enquanto tocavam, iam passando numa tela imagens alusivas, e com muita qualidade.
Na selecção das músicas, pareciam adivinhar os meus gostos. Uma ária de Bach, e a canção Barco Negro que aqui deixo na voz de Amália Rodrigues
Destaco Bragança pela razão afectiva e não só, mas em todas as escolas alunos, professores e funcionários, me surpreenderam pela positiva.
O empenho dos alunos revela muito empenho dos professores e, mais uma vez, me indigno com o modo como a tutela os tem tratado de uns tempos a esta parte, e com a iniquidade de certas avaliações, que não premeiam o trabalho desenvolvido, mas a subserviência demonstrada .
Mas voltemos às visitas. Tenho ainda poucos documentos. Ficaram de me enviar fotos mas ainda as não tenho. Deixo, no entanto, um filme com uma entrevista para uma estação local de televisão, dois trabalhos colectivos que me foram entregues por alunos, e um livro editado pela Câmara Municipal, um conto colectivo escrito e ilustrado por alunos, sob a orientação de professores e que, gentilmente, me foi oferecido pela Coordenadora da Biblioteca.
Em Izeda, a referida Bibliotecária e eu fomos tomar café a um cafezinho da terra, pertencente a um casal de pessoas simples mas muito afáveis. Faziam anos, ambos. Ele 73 e ela 71. Ele é analfabeto e ela aprendeu a ler, já adulta , porque o marido a incentivou a fazê-lo. Que bonito casal…
Estas viagens são cansativas mas altamente compensadores pelo lado humano .
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Admiro a tua generosidade e pedalada, Regina, mas sei bem que sem isso te sentirias muito frustrada, pois tens qualidades para dar e vender:))
ResponderEliminarAinda bem que há alunos desses e escolas com projectos válidos e interessantes. Pena que os media , que tanto tempo dedicam a política ou ao futebol, não tenham programas sobre educação e mesmo sobre escolas. Ninguém sabe o que de maravilhoso lá se faz. É chocante.
A UP fez 100 anos e não houve um programa nem sequer telejornal que mencionasse a efeméride.
Desculpa o meu desabafo, mas sinto que este país não é para velhos, nem para novos, nem assim-assim...:)
Bjo
Tens toda a razão. Este país é um país adiado.Inferno para quase todos e paraíso para uma minoria de corruptos.
ResponderEliminarAb
Regina
Olá Regina
ResponderEliminarEste país é realmente para meia dúzia de corruptos. Mas tem tantas potencialdades!!
As crianças que a Regina encontrou por essas terras do interior mostram bem o que de inaproveitado existe por este Pais fora. O que é preciso é uma viragem para o futuro e um aproveitamento das capacidades de um Povo tão maltratado, não esquecendo quem , como a Regina, dá tanto de si,mostrando- nos que não estamos destinados a uma estagnação por incompetência.
Eu acho, e a Regina bem o demonstra, que se somos um Povo ignorante é por falta de apoio e esquecimento imperdoável dos poderosos.
Não me canso de reafirmar a minha amizade e consideração por si.
Um grande beijo.
Olá Graciete
ResponderEliminarCom que então tem um blogue e não diz nada?
Não sei como fui lá parar. Obrigada pela distinção com que me honrou ao citar-me como
uma das autoras preferidas no que respeita à poesia
Quanto à viragem, acabo de deixar expresso no blogue aquilo que penso no momento
Bjs
Regina
Fiquei contente Regina por ter encontrado o meu blogue. Mas ele é muito político e portanto mais limitativo, mas não incompatível com o seu que acho de grande nível.
ResponderEliminarÉ através deste meu blogue que lanço cá para fora a raiva que me consome pelas calúnias e injustiças de que somos vítimas,cumprindo também o objectivo de homenagear pessoas e ideais que admiro.
Um beijo grande Regina.