Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


terça-feira, 21 de dezembro de 2021

 Noticias breves

Não contava retomar tão cedo o blogue mas hoje recebi uma antologia sobre a natureza, que compila trabalhos de vários países( Polónia, Luxemburgo, Brasil, Japão, USA, Reino Unido, Roménia, Bõsnia, Suécia, Ìndia ,Moçambique, India, PortugaL,.)

   

Na s páginas 56, 57, tem um poema meu   que trancrevo mais adiante.

No blog "Contos das Estrelas", são lançados vários desafios. Em 2021, ainda antes dos meus problemas de sáude que referi na postagem anterior,  foi lançdo mais um desafio, a nível internacional,  ao  qual concorri. 

Concurso Literário- "Natureza 2020-2021"-O Universo Nossa casa

por talesforlove, em 27.12.20

Estamos de regresso com a Edição 2020-2021 do Concurso Literário Natureza. Vivemos tempos diferentes, que nos obrigam a rever a nossa forma habitual de nos posicionarmos perante a vida. O lado positivo, é aquele que sempre interessou a este Concurso e é-o especialmente hoje: dia em que começou o processo de vacinação em Portugal, contra a Covid-19!

O convite é semelhante ao feito o ano passado:

Concurso Literário - "Natureza 2018-2019" - O Universo Nossa Casa - Contos das Estrelas (sapo.pt)

https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/concurso-literario-natureza-2018-2019-47274


Convida-se à escrita de um poema ou conto breve tendo como principal fonte de inspiração a Natureza. Em toda a sua beleza e força, como sinal de esperança e crença num 2021 cheio de Paz e Felicidade. Também a Natureza do Universo, é digna de um poema ou conto, tal qual em edições anteriores!

O tema dos micro plásticos e o tema da poluição atmosférica, são aqueles que mais nos chamaram a atenção este ano. Por exemplo, ao reparar um eletrodoméstico, poderá alterar o volume de resíduos que vão acabar a poluir o ambiente e assim evitar que o plástico se degrade sem controlo, até formar pó e ser absorvido pelos organismos vivos. Igualmente, se se deslocar mais vezes nas proximidades da sua habituação e a pé, poderá também reduzir a libertação de fumo na atmosfera. Adicionalmente, uma apresentação em Power Point com um fundo escuro e sobre ele letras claras, irá permitir um consumo inferior de energia elétrica, a qual, ainda hoje, é maioritariamente produzida com fontes de energia não renováveis, se olharmos para o conjunto do planeta.

 O Regulamento para 2020-2021 é o seguinte (segue-se o regulamento...)


Enviei um poema que foi selecionado e que transcrevo a seguir


Lágrimas de sereia  (Regina Gouveia)

(…)As sereias leves dos cabelos roxos Que têm olhos vagos e ausentes 

  E  verdes como os olhos de videntes.                          Sophia de Mello Breyner Andersen



                    As sereias leves dos cabelos roxos

                    róseos, azuis ou de brancura alvar,

                   dançavam, lascivas, nas águas domar
                   
                   Lembravam medusas.
                    
                   Inspiravam poetas.

                   
                   Dos seus olhos vagos e ausentes

                   se, porventura, lágrimas corriam,

                   com as águas do mar se confundiam.

                   Sereias, quais musas,

                   inspiravam poetas

.
                   Talvez seus olhos verdes, de videntes,

                   previssem desgraças que rondavam o mar-

                   “Mermaid tears”, que nunca iriam chorar.

                   Lágrimas rudes, obtusas,

                   que não inspiram poetas.

    
                  "Plasticuas  maritimus", espécie invasora.

Quando incautos humanos a criaram 

                     provavelmente não imaginaram

                     sequelas escusas

                     que não inspiram poetas. 


                    Pérfidas, "falsas medusas" infestam o mar

ostentando as coresa mais diversas.

Tartarugas ingénuas, pelo mar dispersas

ingerem-nas confusas.

Choram os poetas.

 

Plâncton "Errante", alimentas seres marinhos

de protozoários "insignificantes" 

a raias, golfinhos e baleias gigantes.

A nenhum te recusas.

Cantam-te os poetas 


                     Pródigo, a maior fonte de oxigénio do planeta,

                     tu, minúsculo plâncton, tão generoso,

                    infiltrado por um inimigo poderoso-

                    esférulas intrusas.

                    Choram os poetas.


                    Em que mares nadarão hoje as sereias

                    que enlouqueciam os marinheiros com seu canto?

                    Em que mares lembrarão medusas,

                    com seus cabelos longos e olhares de quebranto?

                    Em que mares recordarão tempos de glória?

                    Quiçá em mares de lágrimas, do seu sentido pranto.


Renovo os meus votos de Feliz Natal



segunda-feira, 20 de dezembro de 2021

Vem aí o Natal

Passaram já oito meses sobre a minha última postagem.  Tão longa ausência deveu-se a uma série de problemas. A pandemia tem tornado morosos muitos serviços (e não só), nomeadamente os tribunais. O processo de  separação do meu filho mais novo  durou largos meses, o que causou muito stress em todos nós, muito em particular nos meus netos. Felizmente acabou com a guarda partilhada, pelo que continuamos a estar com eles com regularidade. A par deste problema, em Novembro de 2020, a mulher do meu filho mais velho foi internada com um problema de saúde grave, do qual ainda não recuperou totalmente. Os dois problemas juntos levaram-me a um esgotamento e, como se isso não bastasse, tive uma reação violenta à  1ª dose da vacina da Astrazeneca. Tinha muitas dores,  nomeadamente nas articulações, perdi o equilíbrio, só conseguia andar arrastando os pés, tinha uma sensação permanente de um cansaço enorme, emagreci muito e perdi grande parte da memória. Este último  sintoma fez-me entrar em pânico, dado que a minha mãe ficou com Alzheimer aos 58 anos. Felizmente não foi Alzheimer. Mas tenho feito vários tratamentos em várias áreas- otorrino, por causa do equilíbrio, neurologia, reumatologia, medicina interna... Felizmente já recuperei totalmente da falta de equilíbrio e já faço caminhadas sem problemas. Já engordei um pouco. Ainda não recuperei totalmente a memória ma, lentamente,  vou melhorando dia a dia. Arrisquei fazer a 2ª dose da vacina e não tive qualquer reação. No passado dis 8 levei a 3ª dose e passados 3 dias tive alguns sintomas idênticos aos que tive na primeira dose, mas felizmente forem muito menos intensos e duraram apenas alguma horas.

Explicada a minha longa ausência, deixo uma mensagem de Natal. Espero voltar em breve.





sábado, 10 de abril de 2021

Foi a Páscoa possível...

 Como referi na mensagem anterior,  uma série de situações complicadas tem "enevoado" o nosso  dia a dia, desde os confinamentos deprimentes, embora necessários, a problemas de saúde e não só...Mesmo assim conseguimos reunir-nos com  filhos, nora e os quatro netos. Numa mesa os avós, noutra o meu filho mais velho, a minha nora e os filhos e na outra o meu filho mais novo com os filhos. O dia permitiu que almoçássemos no terraço . A meio da tarde apareceram os pais da minha nora 


Foi uma Páscoa mais tranquila mas agradável num dia primaveril

Na véspera tinha sido o aniversário da minha neta mais velha que fez questão de preparar tudo, juntamente com o irmão (aqui uma imagem da mesa com as sobremesas...)


Também no dia 29 foi o nosso 52º aniversário de casamento. Passámo-lo apenas os dois, dado que em breve iríamos estar todos juntos. A foto revela a nossa habilidade para tirar selfies...


A propósito dos dias primaveris deixo imagens do meu quintal com flores a desabrochar, a quase todas sem "pedigree" 
 
Da primeira flor de cebolinho que desabrochou até ao tufo de flores

Glicínia no pátio do meu filho        "Framboesas" floridas 

 
Flores de borragem (planta comestível), de tangerineira e de laranjeira

      

Deixei para o fum duas rosas, uma rosa de  jardim, a primeira que despontou e uma rosa de raposa (flor selvagem efémera mas muito bonita)


Abençoada natureza celebrada com  música (Vivaldi), pintura (Van Gogh) e poesia (Augusto Branco)



Colhe a alegria das flores da Primavera
e brinca feliz enquanto é tempo.
Sempre haverá os dias em que chegará o Inverno
e não terás o perfume das flores, 
nem o Sol,
nem a vivacidade das cores. Augusto Branco


quinta-feira, 1 de abril de 2021

Feliz Páscoa

 O último ano tem sido terrível para todos nós. No meu caso, para além da pandemia, com toda a tristeza a ela associada, nomeadamente o afastamento de entes queridos, outros problemas na família, inclusivamente problemas graves de saúde, têm conseguido minar a minha alegria de viver. Mas é preciso acreditar....

E é com este canto de esperança que desejo a todos uma Feliz Páscoa



quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Natal de 2020

                                                          
Dois mil e vinte, ano da pandemia.

  O violoncelista Yo-Yo Ma prossegue

     Idealizando um mundo diferente

       Semeando, ao som de Bach, a utopia

  Ma difunde valores éticos, humanos

        Imbuindo-os em acordes primorosos

            Libertados com talento do seu “cello”.

E

     Vai disseminando, dia após dia

         Ideais permeados de amor e de esperança 

           Num mundo mais solidário, assim mais belo

              Talvez um novo mundo possa agora renascer

                 Emergindo das negras cinzas deste pesadelo


Desejo a todos o "Melhor Natal Possível"


domingo, 22 de novembro de 2020

A extinção dos humanos não extinguirá a Terra....

Pensamos que somos os donos do mundo mas estamos muito enganados...



Os animais estão a desaparecer a um ritmo centenas de vezes mais acentuado do que o normal, sobretudo devido à perda de habitat. A sua maior ameaça: humanos.

Grande parte dos animais que aqui mostramos fazem parte das mais de 28.000 espécies de animais e plantas que a União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN) afirma estarem em perigo de extinção. Mas, na realidade, este número é muito mais elevado. Em 1964, a UICN estabeleceu uma “lista vermelha” para as espécies ameaçadas e começou a compilar dados recolhidos pelo mundo inteiro. Esta lista tornou-se no banco de dados global mais proeminente sobre as ameaças sofridas pela vida selvagem – e uma ferramenta essencial para as políticas de conservação. Porém, das mais de 1.500 milhões de espécies de animais, e mais de 300.000 espécies de plantas, a UICN só conseguiu avaliar cerca de 106.000 espécies – já descritas e nomeadas por cientistas. Esta estimativa, acreditam os cientistas, não representa sequer 25% da realidade. O relatório publicado recentemente na Plataforma Intergovernamental sobre Biodiversidade e Serviços Ecossistémicos, sobre a crise na biodiversidade, estimava que esta extinção ameaça perto de 1 milhão de espécies animais e vegetais, conhecidas e desconhecidas. …


https://www.natgeo.pt/animais/2019/09/o-que-perdemos-com-extincao-animal



 Scherzo

 Do quark à galáxia, por entre a matéria escura,

no Cosmos infinito

estará disseminada uma memória futura.

Talvez nessa memória esteja lavrada a história

dum outro universo, simples mas diverso,

pleno de música, de riso, de cor,

sem ódio, sem guerra, sem dor.

Essa memória futura, algures no espaço- tempo,

terá, porventura,  acordes de um  scherzo lento.

Regina Gouveia in Entre margens, editora Lua de marfim, 2013



Sigo assim, frio, pequeno, como à margem de um rio do qual não ouso medir o tamanho (…)  Franz Kappus.

 Na imensidão do Universo,

movem-se estrelas  em invisíveis rios.

Cada estrela desses rios

é menos que um grão de areia

num imenso deserto.

Somos infinitamente pequenos,

por muito que nos exaltemos.

Regina Gouveia in Entre margens, editora Lua de marfim, 2013





sexta-feira, 20 de novembro de 2020

Do egocentrismo extremo à solidariedade sem limites

Os confinamentos a que a COVID obriga, que muitos parecem não entender e alguns parecem apostados em violar, é uma medida muito dura, a que os vários países do mundo estão a recorrer por não terem encontrado, até hoje, uma medida mais eficaz para conter a pandemia. 

Os “espetadores de bancada” protestam por vezes de forma violenta, mas não apontam alternativas credíveis. Não me move qualquer intenção de defender as medidas governamentais. Felizmente não tenho nenhum vínculo partidário pelo que posso, com isenção, defender ou refutar ideias, vindas de qualquer quadrante democrático, desde que entenda que são as possíveis, no momento.

Entendo que, do ponto de vista da economia, o confinamento é terrível. Mas também reconheço que o egocentrismo de alguns, apostados em violar as mais elementares normas de proteção, tem sido o grande responsável por esta propagação voraz.

Também entendo que, do ponto de vista psicológico, estes confinamentos afetam muito as pessoas, muito em particular as idosas, que se vêm afastadas da família, que os tenta proteger através do isolamento. Em minha casa, era norma reunir ao fim de semana, no mínimo dez familiares (filhos, netos…)Tudo isso está em “stand by” (não se sabe por quanto tempo) o que me deprime, por vezes. A última mensagem foi escrita num momento mais depressivo. Hoje, contraponho com o “reverso da medalha”

Recebi, há dias, o mail que segue e que nos faz sentir muito pequeninos perante tanta generosidade e solidariedade, mas também  desafia os nossos sentimentos mais nobres

(caso haja dificultar em visualizar, basta (clicar" em Recarregar)

Ao ver este vídeo, não posso deixar de me referir ao Iron Brothers, que já referi aqui uma vez, e que é  também um hino de amor. O Miguel e o Pedro, principais protagonistas dos vídeos que seguem, são netos de uma prima minha.




 https://www.youtube.com/watch?v=imA77j83A5o

Há já vários anos,  escrevi um poema a pensar no Pedro. Como na altura não tinha ainda nenhuma poesia publicada, e consequentemente nenhum feed-back sobre a minha escrita, não o dei a conhecer a ninguém. Uns anos mais tarde, já com poesia publicada, uma amiga e ainda familiar, ligada à educação especial, pediu-me um poema sobre a “diferença”.  Hoje, coloco-o aqui em homenagem ao Pedro, que já não é menino ….


Menino diferente, tal como os demais

pois não há no mundo dois meninos iguais.

E cada diferença exige atenção.

Vem comigo. Vem.

Dá-me a tua mão, menino diferente

Juntos, de mão dadas, sigamos em frente

Vamos mais além

Em troca, peço-te um sorriso.

Menino diferente, nada mais preciso

 Regina Gouveia, não publicado