Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


segunda-feira, 12 de outubro de 2020

Após mais um longo interregno

 

Foi há já três meses que escrevi a última mensagem.

Geralmente vou em meados de julho para Trás-os-Montes onde costumo ficar até setembro, dividindo este período de férias em duas partes, uma delas passada na aldeia “do meu marido” (concelho de Moncorvo) e a outra na “minha” aldeia(concelho de Alfândega da Fé)  É nessa aldeia que costumo passar a 2ª parte porque  a 25 de julho há ali uma festa, de que fugimos sempre  a” sete pés”. Uma música (música???) infernal com um nível sonoro ensurdecedor, “conspurca” de tal forma o ambiente, que permanecer ali durante o período da festa, só por masoquismo…    Mas há quem goste. Como é possível ?

Pois bem, este ano, “graças” à COVID, não houve festa pelo que tínhamos previsto passar todo o tempo nessa aldeia( meio mês de julho e todo o agosto), embora com algumas “visitas “à outra.

Uma série de imprevistos levou a que só fôssemos para Trás-os- Montes a 2 de agosto embora tenhamos ” regressado” no dia 7 para festejar o aniversário do meu filho Miguel.

Logo na primeira semana. decidimos ir passar um dia à outra aldeia.  À hora de almoço sentiu-se um cheiro a queimado. Espreitando para o exterior já se via algum fumo e, passado pouco tempo, ouviam-se vozes e a passagem apressada dos gados, acompanhados dos pastores que anunciavam : O fogo já chega ali ao alto. Apercebemo-nos que se tratava de um incêndio. Já há dois anos tinha acontecido algo semelhante, pelo que almoçámos rapidamente, metemos tudo no carro e partimos. Ao chegar ao alto, já as chamas eram bem visíveis para o lado direito da estrada. Como pretendíamos seguira para a esquerda, a GNR, que já controlava a passagem de viaturas, deixou-nos passar. Foi um dos incêndios na zona de Moncorvo, muito reportado pelos vários canais de televisão e que afetou essencialmente as aldeias de Estevais, Cardanha e Adeganha, precisamente a aldeia do meu marido.

Podem ver-se várias imagens em https://www.google.com/search?q=inc%C3%AAndio+Adeganha&sxsrf=ALeKk02ORkfTsvomnhEtEgK23hkJdIbWLA:1602333676979&source=lnms&tbm=isch&sa=X&ved=2ahUKEwig1YKNhqrsAhWQDxQKHbjXAW4Q_AUoAnoECAsQBA&biw=1366&bih=625#imgrc=3qpi0evH1NCCbM

 


Mantivemo-nos em contacto telefónico com pessoas da aldeia. Foi uma noite de terror…

A após o aniversário do Miguel,  regressámos à Parada  Passados uns dias regressámos à Adeganha. Em redor, uma paisagem desoladora. Mesmo à entrada da povoação, completamente ardido  o único amendoal que o mau marido ainda mantinha,

E a propósito de incêndios deixo  o poema “Denúncia” publicado em Antologia Natureza, 2018-2019, escrito  quando da terrível vaga de incêndios em 2017

 

Denúncia

Símbolo da paz,

erguia-se, centenária, no chão agreste,

o tronco esculpido pelo tempo,

a rama de prata oscilando ao vento.

As drupas negras, de penosa apanha,

sangravam azeite,

deleite  na mesa  e luz na candeia.

Árvore lendária,

Tito Lívio citou-a na história de Roma, 

referiu-a Homero na Odisseia.

Frondosa,

dulcificou muitas tardes cálidas  de verão,

derramando no chão a sombra amena,

convite a sonhos tranquilos, a leituras serenas.

Quantos ali se acolheram ao longo dos tempos?

Gélidos invernos, verões escaldantes,

inclementes chuvas, furiosos ventos,

a tudo resistiu, com seu porte altivo.

Agora, qual viúva vestida de preto,

denunciando um mundo desvalido,

ergue o esqueleto no chão enegrecido.

Gouveia, R, 2017

 

Quando pensava terminar a minha mensagem , uma amiga telefonou-me. Estava de visita a uma aldeia de que eu nunca ouvira falar- Pia do Urso. Ao pesquisar na NET encontrei outros lugares muito interessantes. Alguns  já conheço,  outros não . De entre estes , nunca  ouvira falar em Val de Poldros e em Pia do Urso.  Deixo alguns vídeos

Vale de Poldros


https://www.youtube.com/watch?v=a6B_sjip7IY

https://ncultura.pt/vale-de-poldros-a-aldeia-dos-hobbits-portuguesa/

https://viagens.sapo.pt/viajar/viajar-portugal/artigos/vale-de-poldros-a-aldeia-portuguesa-dos-hobbits-onde-so-vive-uma-pessoa

 Pia do Urso


https://www.youtube.com/watch?v=828eKNvK2Fw

 https://ncultura.pt/pia-do-urso-batalha/

 

Sistelo


https://www.youtube.com/watch?v=HPvy_MgPYiY

(Passadiços do Vez)


https://www.youtube.com/watch?v=UJA4c55WIcA

E com estas  sugestões, resta-nos aguardar  que a COVID vá e não volte...

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