domingo, 6 de outubro de 2019
Férias e ambiente
Já há muito que os
cientistas vinham alertando para o problema das alterações climáticas, mas uns mais que outros, genericamente todos
fomos “fazendo ouvidos de mercador”. Pela minha parte, têm sido modestos: os
contributos para evitar que o problema se agrave cada vez mais.
Embora tenha reduzido
bastante o consumismo, faça separação do lixos, recicle e reutilize várias coisas, evite o desperdício
(mas isso sempre fiz pois fui educada assim desde criança), reconheço que ,
apesar de ter reduzido o consumo doméstico de água, poderia consumir menos ainda.
Todos temos que fazer alguns sacrifícios
mas, uma vez por outra ainda gosto de me deliciar com um duche longo e ainda
não tenho alguns bons hábitos que muitas pessoas já cultivam. Um deles é
aproveitar a água que sai inicialmente do
chuveiro, ainda pouco quente, para lançar depois na sanita, quando
necessário.
Um dos grandes prazeres que
eu e o meu marido temos, é viajar. Viajámos um pouco pelo mundo, por quatro
continentes e 29 países. Na maior parte destas viagens usámos o avião.
Em 2018, tive problemas de
saúde, pelo que ´fizemos férias apenas na aldeia do meu marido e na minha. Este
ano, tomámos uma decisão que gostaríamos de manter. Vamos ver se conseguimos….Viagens
de avião, apenas ao Brasil, cada três ou quatro anos, para visitar a família.
Assim, em Agosto e como
relatei na mensagem anterior, fomos visitar duas aldeias perto de Ciudad
Rodrigo . No passado fim de semana fomos visitar algumas aldeias de xisto, no
concelho da Lousã. Em temos visitámos
Piódão, aldeia lindíssima na serra do Açor. Ficámos com vontade de visitar as
aldeias de xisto na serra da Lousã, mas só agora concretizámos o projecto
Tínhamos reservado um alojamento
num turismo rural, em Ceira dos Vales- Quintal Além Ribeiro, a 10min da Lousã
Saímos do Porto, de manhã .
Chegámos à Lousã fomos visitar o castelo a 2km de
distância do centro da Lousã, na margem do rio Arouce.
O primeiro documento que refere o topónimo Arouce
(“Arauz”) data de 943 e consiste num contrato entre Zuleima Abaiud e o Abade do
Mosteiro do Lorvão. Nesta altura, Arouce detinha maior importância que a Lousã,
tendo recebido a construção de um castelo e, mais tarde, em 1151, o foral de D.
Afonso Henriques. A data exata da construção do castelo é desconhecida,
apontando-se o século XI como mais provável, aquando das reformas de D.
Sesnando, que também povoou esta vila. Séculos mais tarde, após ter ganho
importância territorial, a Lousã sobrepôs-se à vila de Arouce, e o castelo
passou então a ser conhecido como “Castelo da Lousã”.
Ainda sobre este assunto,
existe uma lenda que situa o castelo ainda no período romano. Terá sido mandado
construir pelo Rei de Conímbriga, Arunce, como local de abrigo para onde
pudesse fugir em caso de ataque à cidade - e nada mais estratégico que um local
escondido e inesperado no meio da Serra da Lousã. Certo dia, aquando de uma
invasão a Conímbriga organizada pelo príncipe cristão Lausus, o Rei parte para
o castelo, levando consigo a sua filha Peralta, que durante a fuga se enamora
do príncipe Lausus. A história acabaria por não ter um final feliz, com a morte
de Arunce e Lausus, e Peralta chorando-os, isolada no castelo. Crê-se que, por
isto, “Lausus” esteja na origem do nome “Lousã” e o rio “Arouce” derive, por
sua vez, de “Arunce”. (NET) https://www.on-coimbra.pt/index.php/pt/patrimonio/item/8-castelo-da-lousa
A vista dali é belíssima cheia de vegetação. Em pleno
outono deve ser de cortar a respiração. Aqui e ali espreitavam já alguns tons avermelhados,
amarelados, acastanhados….
Perto do Castelo existe um conjunto de capelas
(ermidas da Sra da Piedade, uma praia fluvial e o restaurante burgo, famoso pela sua comida, mas é
necessário fazer reserva.
No meio da vegetação, o restaurante
Acabada a visita
regressámos à Lousã para almoçar. No
percurso fotografámos uma capelinha muito interessante (das poucas coisas
interessantes que vimos na vila ).
Tivemos alguma dificuldade
em arranjar onde almoçar pois, segundo os disseram, não existe propriamente um
centro onde seria suposto haver comércio, restauração, etc. Comemos numa
churrascaria uma chanfana que estava boa. Após o almoço decidimos ir procurar
uma pastelaria em busca de uns bolinhos de castanha e mel de que nos tinham
falado. Não havia, pelo que nos limitámos ao café.
Após o café dirigimo-nos ao alojamento que é muito
agradável.
Entre vales arborizados e leiras cultivadas, o sucumbe
serenamente ao murmúrio silencioso do vento entre as árvores e ao correr
contemplativo das águas do rio
Ceira, que lhe banha os pés há já duas centenas e meia de anos.
A casa setecentista (1752) de traça
arquitectónica rústica mas nobre, possui diversas referências
cronológicas que nos transportam ao séc.
XVIII e ao tempo das invasões napoleónicas. https://aldeiasdoxisto.pt/entidade/2930
varanda do quarto e vista geral
O mundo é pequeno…
Quando chegámos fomos
conduzidos ao nosso quarto por uma empregada peruana, de Lima, e foi agradável
conversar um pouco sobre um país que já visitámos. Mas a maior surpresa surgiu
quando chegou a proprietária. Dois anos mais nova que eu, fez todo o liceu em Bragança
. À diferença de idade acresceu eu ter entrado mais cedo que a normalidade dos alunos, pelo que a diferença em termos de
escolaridade foi de 3 anos. Por outro lado a senhora ia e regressava todos os
dias de combóio entre a aldeia e Bragança.
Por tudo isso, nenhuma de nós recordava a outra mas recordámos alguns
professores comuns.
Instalámo-nos e, de seguida,
iniciámos o nosso périplo por algumas aldeias. A conselho da proprietária do
alojamento começámos por Cerdeira. Ali pudemos experimentar os bolinhos de
castanha e mel mas o sabor a mel era tão intenso que ocultava o da castanha.
Não ficámos clientes…
A aldeia é muito bonita mas
hoje vivem ai essencialmente estrangeiros e artesãos.
Após a visita a Cerdeira
visitámos Candal. A aldeia antiga coexiste coma uma parte mais moderna pelo que
não tem o mesmo encanto. A par de estrangeiros e artesãos ainda residem alguns
naturais da zona.
Por fim visitámos o
Talasnal. Tinha grande curiosidade em visitar esta aldeia pois o meu filho
Miguel, quando jovem, durante alguns anos frequentou os campos de
férias do MOCAMFE que continuam a ter lugar ali. Numa lojinha em que entrei os
donos perguntaram-me se não queria provar a especialidade da terra. Respondi “ Já provei mas não apreciei”. Para não
ser desagradável comprei dois, mas apenas os provámos já no alojamento. Afinal estes
eram bolinhos de castanha e amêndoa, una verdadeira delícia Se soubesse teria
experimentado lá e comprado mais…
Creio que foi no Talasnal
que comprei compota de pimento picante. Não sei se será boa mas achei que o meu
filho Miguel e o meu primo “brasileiro”, ligados à cozinha gourmet, devem
gostar….
Ao fim do dia regressámos à
Lousã onde “jantámos”. Pelo caminho fotografámos o Talasnal ao longe...
O meu marido jantou mas, como depois de jantar
regressaríamos ao alojamento, só quis tomar meia de leite e meia torrada ou um
croissant. Por incrível que pareça, só me arranjavam a meia de leite. Não
tinham pão nem croissants, só bolo de fubá. Tomei a meia de leite com uma fatia
pequena de bolo de fubá, que não estava
mau, embora muito longe do bolo de fubá que fazia a minha mãe….
No dia seguinte
regressaríamos ao Porto mas, fazendo uma paragem em Conímbriga, que só tinha
visitado uma vez, quando os meus filhos eram pequenos.
Mas a passagem por Conimbriga fica para a próxima mensagem.
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