quinta-feira, 21 de março de 2019
De regresso ao blogue...
Já há mês e meio que não escrevo
no blogue. Após mais de um ano com problemas de saúde, fui retomando,
lentamente, algumas atividades, na escrita, na pintura e na produção de
adereços.
Um dos poemas que escrevi foi publicado no blog “Contos das Esrelas” (https://contosdasestrelas.blogs.sapo.pt/poema-va-pensiero-por-regina-50169)
Outrora, cruzavam os mares barcos
negreiros apinhados de gente
espoliada de tudo- dignidade, crença,
família, nome, terra.
Na bagagem levavam apenas revolta e
saudade.
Oh mia patria, sì bella e perduta!....
Não imaginavam para onde iam, não sabiam
por que razão partiam.
Esperavam-nos o tronco, as minas, os
engenhos, a violência,
a discriminação, a mais desumana
crueldade.
Di Sionne le torri atterrate …
Hoje, outro mar, outros barcos,
igualmente apinhados de gente.
Fogem da violência, do terror, do medo,
da fome, da guerra,
Levam na bagagem a esperança de uma vida
decente.
O simile di Solima ai fati, traggi un
suono di crudo lamento…
Por vezes cúmplices, tempestades, ventos
indómitos,
mar revolto e sobranceiro, ondas
altivas, poderosas,
tragam, vorazes, barcos e vidas, num
repente.
Arpa d'or dei fatidici vati, perché muta
dal salice pendi?
Hoje, como outrora, Neptuno, Poseidon,
Éolo e outros deuses mais,
não importa a heteronímia, assistem
impassíveis a toda a ignomínia.
Hoje, como outrora, indiferentes à
brutalidade e ao horror,
homens oprimem outros homens sem o
mínimo pudor.
Efémero poder…. Extinguir-se-á na
inevitável hora da partida.
Va pensiero sull'ale dorate.…
Qual bálsamo, a música de Verdi
permanecerá dulcificando a vida.
Na pintura, fiz algumas “experiências”.
Numa mensagem que postei em 11 de novembro, fiz referência
a uma pintora que não conhecia, Zaia Oliveira. “Inspirada”em alguns trabalhos seus, fiz uma séria
de trabalhos, aproveitando caixas de ovos.
No "tríptico" as molduras são caixas de cartão
No que se refere aos adereços, fiz alguns colares, inspirada nuns que vi
na Loja da Universidade do Porto (Alumni), na "Praça dos Leões"e que achei muito giros.
Como agora saio menos, os dias são mais rotineiros. Quase todos os dias estou com netos que por vezes almoçam, lancham...e estou a retomar o "ritual" de almoçarmos todos juntos ao domingo.Três vezes por semana vou ao ginásio, onde faço aulas de reabilitação física e postural, nado e faço hidroterapia (a única terapia que tem resultado no tratamento do meu problema da anca).
Tenho lido, visto alguns filmes no canal Hollywood e ouvido música. Por vezes tenho tocado no meu ukulele ...
No passado fim de semana fui a Trás-os_montes onde já não ia há bastante tempo.
Deixo duas fotos, uma na minha aldeia e outra no quintal da casa do meu marido que está a ser cultivado por um senhor lá da aldeia.
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Folgp em saber que estás melhor, pois para ti ,saúde é trabalho, mesmo que só manual!! Tb penso muito neste mundo tão cruel e que tantas interrogações me levanta. Como acreditar num Deus que permite estes dramas?
ResponderEliminarHá pessoas e pessoas....há os privilegiados e os negligenciados...não sei muito bem como explicar tantas dúvidas que me vêm ao espírito. Acabei de ler ontem um livro espectacular da Michelle Obama, um exemplo de como se pode triunfar seguindo parâmetros diferentes daqueles que em geral se seguem. O livro e os vários programas no Youtube em que ela fala deram-me uma perspectiva nova sobre o que se deve fazer na educação. Infelizmente, já estou arredada há dez anos da gente nova e só os meus netos é que podem beneficiar do que aprendi.
A minha filha esteve internada três meses em Leeds e fui passar o Natal lá com ela. Foi um período muito duro e inquietante, mas ela está cá gora há dois meses e parece feliz. Assim seja...
Nada tenho pintado, mas o meu atelier está cheio de quadros e caixinhas e outras coisas que ofereço. É o meu "hole", onde tenho quase tudo o que amo.
Vejo algumas séries na Netflix, sobretudo documentários reais que são os que mais me atraem.
Essas fotos do campo fazem-me ansias de sair...
Tenho escrito no blogue, mas ninguem responde. :)
Um beijo
Obrigada pela visita.
ResponderEliminar"Como acreditar num Deus que permite estes dramas?" Tornei-me agnóstica há muito, precisamente por colocar a mim mesma essa questão. Quando vejo o drama em Moçambique (falo neste por ser o mais atual) penso sempre que os meus problemas não são nada quando comparados com dramas como esse e tantos outros, que afetam tantas pessoas, muito em particular as crianças inocentes.
Fico satisfeita em saber da recuperação da tua filha mas já tínhamos "conversado" sobre isso quando referiste a recaída no teu blogue. Para ela um grande beijinho.
Quanto às respostas no blogue, as pessoas preferem as redes sociais, de que eu não sou fã...
Ab
Regina