Luxuriosas,
as
estrelas crepitam no céu negro.
Voluptuosos,
os ramos das
árvores afagam a escuridão.
Quais garças,
miríades de
sonhos esvoaçam ledos.
Titubeante,
o amor deambula por
entre apaixonados.
Helena ama Demétrio,
que ama Hérnia,
que ama Lisandro.
Errante, a paixão…
Titânia ama um ser
com cabeça de animal.
Duendes e fadas
volteiam por entre a
bruma esquiva.
Gorjeia a poesia.
No ar, o róseo perfume da
madressilva.
A noite estremece.
De flautas e oboés,
refulgem os trinados.
Amores reencontrados…
Flutuam
acordes da marcha nupcial.
Cúmplice, a magia…
Florescem
os sonhos na noite de verão.
Numa esquina do
tempo,
Shakespeare, Mendelson e Chagall.
Subtil, a aurora
desliza noite adentro.
Vénus regressa.
Ao amanhecer,
esvai-se a fantasia.
Balbuciante, o dia…
rumoreja o
bosque, despertando lento
Se…
Dos pulmões do mineiro,
que delida a vida desventrando a terra,
ao suor do ferreiro,
que, moldando o ferro, o corpo cresta,
quanta história contaria se falasse?
o bater sem cor e sem esperança
do homem revoltado com a vida,
o bater daquele apaixonado que, enlevado,
ali depôs uma alegre margarida?
Se esse batente falasse….
Centenária, aquela porta repleta de memórias.
Qual retorta, dela se evolaram por frinchas mal vedadas,
enredos, paixões, amores, traições, alegrias, rancores, segredos,
fragmentos de vidas, em histórias condensadas.
Sem comentários:
Enviar um comentário