Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...
terça-feira, 25 de julho de 2017
Florença
Chegámos
a Florença, a cidade que de há muito desejava visitar
E
na minha mente ecoava o Poema para Galileu de António Gedeão
Estou
olhando o teu retrato, meu velho pisano,
aquele
teu retrato que toda a gente conhece,
em
que a tua bela cabeça desabrocha e floresce
sobre
um modesto cabeção de pano.
Aquele
retrato da Galeria dos Ofícios da tua velha Florença.
(Não,
não, Galileo! Eu não disse Santo Ofício.
Disse
Galeria dos Ofícios.)
Aquele
retrato da Galeria dos Ofícios da requintada Florença.
Lembras-te?
A Ponte Vecchio, a Loggia, a Piazza della Signoria…
Eu
sei… eu sei…
As
margens doces do Arno às horas pardas da melancolia.
Ai
que saudade, Galileo Galilei!
Olha.
Sabes? Lá em Florença
está
guardado um dedo da tua mão direita num relicário.
Palavra
de honra que está! As voltas que o mundo dá!
Se
calhar até há gente que pensa que entraste no calendário.
Eu
queria agradecer-te, Galileo,
a
inteligência das coisas que me deste.
Eu,
e quantos milhões de homens como eu
a
quem tu esclareceste,
ia
jurar- que disparate, Galileo!
-
e jurava a pés juntos e apostava a cabeça
sem
a menor hesitação-
que
os corpos caem tanto mais depressa
quanto
mais pesados são.
Pois
não é evidente, Galileo?
Quem
acredita que um penedo caia
com
a mesma rapidez que um botão de camisa ou que um seixo da praia?
Esta
era a inteligência que Deus nos deu.
Estava
agora a lembrar-me, Galileo,
daquela
cena em que tu estavas sentado num escabelo e tinhas à tua frente
um
friso de homens doutos, hirtos, de toga e de capelo a olharem-te
severamente.
Estavam
todos a ralhar contigo,
que
parecia impossível que um homem da tua idadee da tua condição,
se
tivesse tornado num perigo para a Humanidade e para a Civilização.
Tu,
embaraçado e comprometido, em silêncio mordiscavas os lábios,
e
percorrias, cheio de piedade,
os
rostos impenetráveis daquela fila de sábios.
Teus
olhos habituados à observação dos satélites e das estrelas,
desceram
lá das suas alturas
e
poisaram, como aves aturdidas- parece-me que estou a vê-las -,
nas
faces grávidas daquelas reverendíssimas criaturas.
E
tu foste dizendo a tudo que sim, que sim senhor, que era tudo tal
qual
conforme
suas eminências desejavam,
e
dirias que o Sol era quadrado e a Lua pentagonal
e
que os astros bailavam e entoavam
à
meia-noite louvores à harmonia universal.
E
juraste que nunca mais repetirias
nem
a ti mesmo, na própria intimidade do teu pensamento, livre e calma,
aquelas
abomináveis heresias que ensinavas e descrevias
para
eterna perdição da tua alma.
Ai
Galileo!
Mal
sabem os teus doutos juízes, grandes senhores deste pequeno mundo
que
assim mesmo, empertigados nos seus cadeirões de braços,
andavam
a correr e a rolar pelos espaços
à
razão de trinta quilómetros por segundo.
Tu
é que sabias, Galileo Galilei.
Por
isso eram teus olhos misericordiosos,
por
isso era teu coração cheio de piedade,
piedade
pelos homens que não precisam de sofrer, homens ditosos
a
quem Deus dispensou de buscar a verdade.
Por
isso estoicamente, mansamente, resististe a todas as torturas,
a
todas as angústias, a todos os contratempos,
enquanto
eles, do alto incessível das suas alturas,
foram
caindo, caindo, caindo, caindo, caindo sempre,
e
sempre, ininterruptamente,
na
razão directa do quadrado dos tempos.
Aqui na voz de Mário Viegas
Durante
a visita guiada vimos a a
Ponte Vecchio sobre o Arno, a Loggia, a Piazza della Signoria, a
Galeria dos Ofícios.... A Galileu, nem
uma só referência…
Dirigi-me
à guia:
Tem
a noção da importância de Galileu para a mudança de paradigma
das ciências? Admiro quase com veneração as obras de Giotto ou
Miguel Ãngelo mas Galileu, que viveu em Florença grande parte da
sua vida, é tão importante ou mais que qualquer um deles. Como
explicar que não haja uma referência, mesmo que breve, a um dos
grandes génios da Humanidade?
Respondeu-me
que não está previsto nos seus programas mas que até existe em
Florença,um museu com o seu nome, dedicado à Ciência. Fomos
procurá-lo. Lá está junto à Galeria dos Oficios. Eu e a minha
amiga fomos visitá-lo. No caminho encontrámos uma lápide Liceo
Galieo, num edifício já bastante degradado
Contrariamente
ao que acontecia nos monumentos incluídos no programa, não havia
filas para entrar no Museu. Adorámos.
Deixo imagens de Florença e de alguma peças belíssimas do museu bem como um vídeo retirado da NET
Liceo Galileo
Ponte Vechio
Galeria do Ofícios
Piazza della Signoria
Peças do Museu Busto de Galileu
Dedos indicador e maior
telescópios
Balança para pesar pessoas
Original do livro "Diálogo sobre as duas ciências"
Até 10 de Janeiro de 2010 esteve patente na Casa da Cultura Manuel Lueiro, em O Grove, Galiza, uma exposição de trabalhos de alunos da galeria Utopia .
Participei com os dois trabalhos anexos; no dia da inauguração tive a agradável surpresa de ver que o cartaz (1mx2m) que anuncia a exposição foi construído com a imagem do 2º quadro.
Quadros na exposição em Grove
Imagem que figura no cartaz
cartaz da exposição em Grove
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Há ciência e poesia nas coisas do dia a dia
Tamanho XXS
Quando o mistério se dilui na penumbra
Para mais tarde recordar
Requiem pelo planeta azul
quando o mel escorre nas searas
revista Philos 2017
revista Philos 2014
O bosão do João
Sete Luas
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Terras de cieiro
Entre margens
Pelo sistema solar vamos todos viajar..
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Breve história da Química
Era uma vez...
Magnetismo...
Reflexões...
Estórias....
Se eu não fosse....
Um poema para Fiama
Os dias do Amor
Uma viagem para Pasárgada
Cancioneiro Infanto- Juvenil...
Fiat Lux
O amor em visita
A Terra de Duas Línguas II.Antologia de Autores Transmontanos
Por longos dias, longos anos, fui silêncio
antologia
Entre o sono e o sonho
Textos on-line
Estão disponíveis on-line: -Magnetismo Terrestre (livro de poesia) -Reflexões e Interferências (livro de poesia) -Estórias com sabor a nordeste (livro de ficção) -Einstein (poema) -Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobre práticas lectivas(didáctica) -Vou-me embora para Pasárgada (conto)
Como todos nós, feita de pó de estrelas, estou apenas de passagem nesta fantástica viagem desde um passado remoto até um futuro ignoto.
(Para saber mais consultar a página CV)
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