segunda-feira, 14 de março de 2016
Guerra....
No
passado sábado decorreu na Figueira da Foz a apresentação de mais
um livro de
Graça
Pires, autora de quem já falei em outras mensagens. Ainda tentei ir;
tinha uma
boleia
de ida mas não de regresso. Não gosto de conduzir, muito em
particular de noite.
Fiz
uma pesquisa sobre a possibilidade de regressar de comboio (Figueira
a Coimbra pela
linha
do Oeste e depois Coimbra Porto na linha do Norte) mas o último
comboio partia da
Figueira
às 18, 09 e a apresentação do livro estava marcada para as 17, 30.
Como
também já referi, não conheço pessoalmente a autora. Tomei
contacto com a sua
poesia
de forma acidental. Quando a Editora Lua de Marfim me propôs a
edição do livro
Quando
o mel escorre nas searas, como o número nove na coleção Meia
Lua,fiz uma
pesquisa
no site da referida editora e dos oito autores já editados, não
conhecia dois:
Graça
Pires e Manuel Madeira.
Mais
uma pesquisa e encontrei (em boa hora) a poesia de Graça Pires.
Adquiri de imediato o seu livro Caderno
de Significados e no dia 25 de Janeiro, deixei aqui uma mensagem
com referência a dois poemas desse livro
Hoje
começo por colocar mais um, belíssimo, postado na sua última mensagem
Guerra
Para
se abrigarem dos ventos contrários
o
abraço dos amigos lhes bastava.
Mas
a guerra cercou-os
e
deixou-lhes no movimento do olhar
uma
pátria ultrajada.
Em
suas bocas pisadas de silêncio
sangram
agora todos os afectos.
Graça
Pires in Caderno de significados, 2013
Selecionei
um outro, postado em 3/9/2015.
Poderão
perdoar a nossa ausência?
Vêm
de todos os lugares, por caminhos
que
fervem sangue e luto.
Aos
milhares, saem dos túneis da noite e do medo.
Não
trazem bandeiras.
Um
ardil cavado na lonjura enjeita-lhes a idade.
E
chegam extenuados, traídos, indefesos.
Procuram
um chão e um abraço.
As
sombras coladas aos muros
são
a morada da esperança que lhes resta.
Poderão
perdoar a nossa ausência?
Todo
o horror da guerra traduzido por Picasso, em Guernica sugeriu-me
o poema que está publicado em "Entre Margens"
Guernica
A
espada de aço quebrada,
presa
a um braço decepado do corpo
a
que a cabeça foi ceifada.
Nos
braços de uma mãe,um
filho exangue.
Nos
tons escuros a morte,ausente
a cor do sangue.
A
memória da dor.
Sob
a espada de aço e
a contrastar com o horror,
jaz
uma flor.
Regina
Gouveia In Entre margens
Termino
com o Quarteto
para o fim dos tempos de Olivier
Messiaen, obra composta e estreada quando Messiaen era prisioneiro de
guerra no campo de Görlitz e Requiem
de Guerra de
Britten.
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Obrigada, amiga pela divulgação e pelo carinho.
ResponderEliminarUm beijo.
Boa partilha
ResponderEliminarBem vindo(a)
ResponderEliminarObrigada
Regina