quarta-feira, 26 de março de 2014
Dia Mundial da Água
No passado dia 22 celebrou-se o Dia Mundial da Água
Termino com alguns poemas do meu livro Entre margens
Águas do
rio, fugindo sob o meu olhar cansado, para onde me levais meu vão cuidado?
Camilo Pessanha.
No rio cristalino que corria outrora,
as águas cantavam
enquanto corriam.
O cantar era seu mister, o correr era seu destino.
Agora, no rio que lentamente morre,
a água não corre,
arrasta-se dolente e já não canta, chora.
(…)Já os rios cheios,
com bramidos fundos, num dilúvio d´água vão de mar a monte! (…)Guerra
Junqueiro
Aos montes que os céus rasgam,
vales profundos os fendem.
São leitos de rios escavados, fundos,
águas que bramam demandando o mar.
Nas margens, líquenes, nas fragas, escondem bisontes
que foram esculpidos
em tempos perdidos.
Bebiam das águas, galgavam os montes.
(…) Ó banzas dos rios , gemendo descantes (…) António Nobre
Jovial, fagueiro, por vezes arrebatado, violento,
assim corria o rio, outrora, em sobressalto ou lento.
Barítono, tenor, baixo, soprano, contralto,
cantava árias de amor e de paixão.
Aprisionaram-no. Tentou lutar.
Foi impotente perante a muralha de betão.
Parado, triste, agora já não canta.
Tem um nó na garganta.
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Muito bonitos os seus poemas e tão oportunos agora que se fala tanto em privatizar a água. Mais um crime destes desgovernos que até já querem negociar com um bem que ,incontestavelmente, a todos pertence e que é fundamental para a vida no Planeta.
ResponderEliminarUm beijo.
Este teu poema fez-me chorar....lembrei-me do rio perto de S. João da Pesqueira, que está preso na barragem. Apesar de tudo é lindíisimo, visto do miradouro de S. Salvador do Mundo. Adoro ouvir a água a correr e no Botanico vou sempre fotografar a fontezinha , junto aos nenufares...
ResponderEliminarBem hajas!