SOB O MANTO DA NOITE QUE ME COBRE,
NEGRO COMO AS PROFUNDEZAS DE UM POLO A OUTRO,
EU AGRADEÇO A TODOS OS DEUSES
POR MINHA ALMA INVENCÍVEL!
NAS GARRAS FEROZES DAS CIRCUNSTÂNCIAS,
NÃO ME ENCOLHI NEM DERRAMEI MEU PRANTO.
GOLPEADO PELO DESTINO
MINHA CABEÇA SANGRA,
MAS NÃO SE CURVA.
LONGE DESTE LUGAR DE IRA E LÁGRIMAS
SÓ ASSOMA O LOUVOR DAS SOMBRAS
AINDA ASSIM, A AMEAÇA DOS ANOS ME ENCONTRA
E ME ENCONTRARÁ SEMPRE
DESTEMIDO!
POUCO IMPORTA QUÃO ESTREITA SEJA A PORTA
QUÃO PROFUSA EM PUNIÇÕES SEJA A LISTA
SOU O SENHOR DO MEU DESTINO!
SOU O CAPITÃO DA MINHA ALMA!
O poema é referido também neste
vídeo
Nelson Mandela terá dito um dia:
A
morte é inevitável. Quando um homem fez o que considera seu dever para com seu
povo e seu país, pode descansar em paz.
Nelson
Mandela um dos maiores vultos da Humanidade, pode assim descansar em paz
São atribuídas a este HOMEM essencialmente bom, tolerante e corajoso
os excertos que seguem:
Não se é amado porque se é
bom. É-se bom porque se é amado
Aprendi que a coragem não é a
ausência do medo, mas o triunfo sobre ele. O homem corajoso não é aquele que
não sente medo, mas o que vence esse medo.
A educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo
Sonho com o dia em que todos compreenderão
que foram feitos para viverem como irmãos.
(excertos do discurso de posse em 10 de maio de 1994)
"Chegou
o momento de construir".
Hoje, através da nossa
presença aqui e das celebrações que têm lugar noutras partes do nosso país e do
mundo, conferimos glória e esperança à liberdade recém-conquistada.
Da experiência de um extraordinário
desastre humano que durou demais, deve nascer uma sociedade da qual toda a
humanidade se orgulhará.
Os nossos comportamentos diários
como sul-africanos comuns devem dar azo a uma realidade sul-africana que
reforce a crença da humanidade na justiça, fortaleça a sua confiança na nobreza
da alma humana e alente as nossas esperanças de uma vida gloriosa para todos.
Devemos tudo isto a nós próprios e
aos povos do mundo, hoje aqui tão bem representados.
Sem a menor hesitação, digo aos meus
compatriotas que cada um de nós está tão intimamente enraizado no solo deste
belo país como estão as célebres jacarandás de Pretória e as mimosas dobushveld.
De cada vez que tocamos no solo
desta terra, experimentamos uma sensação de renovação pessoal. O clima da nação
muda com as estações.
Uma sensação de alegria e euforia
comove-nos quando a erva se torna verde e as flores desabrocham.
Esta união espiritual e física que
partilhamos com esta pátria comum explica a profunda dor que trazíamos no nosso
coração quando víamos o nosso país despedaçar-se num terrível conflito, quando
o víamos desprezado, proscrito e isolado pelos povos do mundo, precisamente por
se ter tornado a sede universal da perniciosa ideologia e prática do racismo e
da opressão racial.
Nós, o povo sul-africano,
sentimo-nos realizados pelo facto de a humanidade nos ter de novo acolhido no
seu seio; por nós, proscritos até há pouco tempo, termos recebido hoje o
privilégio de acolhermos as nações do mundo no nosso próprio território(...)
(...)Apreciamos sinceramente o papel
desempenhado pelas massas do nosso povo e pelos líderes das suas organizações
democráticas políticas, religiosas, femininas, de juventude, profissionais,
tradicionais e outras para conseguir este desenlace. O meu segundo vice-presidente
o distinto F.W. de Klerk, é um dos mais eminentes.
Chegou o momento de sarar as
feridas.
Chegou o momento de transpor os
abismos que nos dividem.
Chegou o momento de construir.
Conseguimos finalmente a nossa
emancipação política. Comprometemo-nos a libertar todo o nosso povo do
continuado cativeiro da pobreza, das privações, do sofrimento, da discriminação
sexual e de quaisquer outras.
Conseguimos dar os últimos passos em
direção à liberdade em condições de paz relativa. Comprometemo-nos a construir
uma paz completa, justa e duradoura.
Triunfámos no nosso intento de
implantar a esperança no coração de milhões de compatriotas. Assumimos o
compromisso de construir uma sociedade na qual todos os sul-africanos, quer
sejam negros ou brancos, possam caminhar de cabeça erguida, sem receios no
coração, certos do seu inalienável direito a dignidade humana: uma nação
arco-íris, em paz consigo própria e com o mundo(...).
(...)Dedicamos o dia de hoje a todos
os heróis e heroínas deste país e do resto do mundo que se sacrificaram de
diversas formas e deram as suas vidas para que nós pudéssemos ser livres.
Os seus sonhos tornaram-se
realidade. A sua recompensa é a liberdade.
Sinto-me simultaneamente humilde e
elevado pela honra e privilégio que o povo da África do Sul me conferiu ao
eleger-me primeiro Presidente de um governo unido, democrático, não racista e
não sexista.
Mesmo assim, temos consciência de
que o caminho para a liberdade não é fácil.
Sabemos muito bem que nenhum de nós
pode ser bem-sucedido agindo sozinho(...)
Nunca, nunca e nunca mais voltará
esta maravilhosa terra a experimentar a opressão de uns sobre os outros, nem a
sofrer a humilhação de ser a escória do mundo.
Que reine a liberdade.
O sol nunca se porá sobre um tão
glorioso feito humano.
Que Deus abençoe África!
Aos 94 anos, foi homenageado
com uma escultura de aço e concreto que reproduz o seu rosto.
A efígie foi instalada na cidade de Howick, zona rural da África do Sul, no
lugar exato onde Mandela foi preso, pouco depois de fundar o braço armado do
Congresso Nacional Africano (CNA).
Consiste em
50 placas de aço, com 10 metros de altura cada, cortadas a laser e inseridas na
paisagem. Num ponto específico de observação, a visão em perspectiva das
colunas surpreende ao assumir a imagem de Nelson Mandela. O escultor é Marco
Cianfanelli, de Joanesburgo, que estudou Belas-Artes em Wits University.
“A parte frontal da escultura é
um retrato de Mandela com barras verticais que representam sua prisão”, disse Ciafanelli e acrescentando: “Quando
alguém caminha ao longo da escultura, esta irradia um raio de luz, o que
simboliza o levante político de muitas pessoas e a solidariedade.”.
Também através da música se têm prestado homenagens a este HOMEM como neste vídeo e neste outro
Em tempos escrevi o poema que segue.
Deixei-o ficar, sempre com a intenção de o melhorar o que nunca fiz. Apesar disso,
mesmo considerando que é um poema muito pobre, insiro-o aqui como uma modestíssima
homenagem a Mandela
Chamava-se Sidharta.
Deixou tudo e partiu
em busca de um sonho audaz,
quase uma fantasia.
Um mundo diferente,
livre, fraterno, sem segregações,
E o budismo espalhou-se pelo mundo.
Chamavam-lhe Mestre.
Deixou tudo e partiu
em busca de um sonho audaz,
quase uma fantasia.
Um mundo diferente,
livre, fraterno, sem discriminações.
O cristianismo espalhou-se pelo mundo
mas o preço do sonho foi a vida.
Chamava-se Mahatma Gandhi
e tinha um sonho audaz,
quase uma fantasia.
Um mundo diferente,
livre, fraterno, sem qualquer segregação.
O preço do sonho foi a vida,
mas a semente não ficou perdida.
Chamava-se Martin Luther King
e tinha um sonho audaz,
quase uma fantasia.
Um mundo diferente,
livre, fraterno, sem qualquer segregação,
A semente começara a germinar
mas ainda não era o tempo de colher.
O preço do sonho foi, uma vez mais, a vida.
Chama-se
Nelson Mandela
e teve
o mesmo sonho audaz,
quase
uma fantasia.
Liberdade,
igualdade, fraternidade,
respeito
pelos direitos humanos.
A fantasia
que sonhou
é hoje
realidade.
Acabou
o apartheid para os sul
africanos.
Mas ainda há que lançar muita semente à
terra
para exterminar completamente
o ódio, a segregação, a fome, a guerra.
Termino coma outra
frase de Mandela que nos deve fazer refletir face à situação que se vive em
muitas partes do mundo e, infelizmente, também em Portugal
"Ainda há gente que não sabe, quando se levanta, de
onde virá a próxima refeição e há crianças com fome que choram."
Nelson Mandela
Obrigada, Regina.
ResponderEliminarFoi a melhor e mais bonita homenagem que li hoje.
Se há santos na Terra, Mandela foi um deles.
Bjo
Que extraordinária homenagem a NELSON MANDELA!!!
ResponderEliminarEu acho o seu poema muito bonito mas, tal como a Regina diz, "ainda há que lançar muita semente à terra para exterminar completamente o ódio,a segregação, a fome, a guerra".
Que Mandela seja um farol para todos os que lutam por esses objetivos.
Um beijo.
Obrigada a ambas. Acabo de chegar da Casa da Música onde fui assistir à 9ª de Malher num espetáculo de homenagem a Manoel de Oliveira, ali presente. No início fez-se 1 min de silêncio em homenagem a Mandela
ResponderEliminarBjs
Regina