terça-feira, 10 de dezembro de 2013
Gustav Mahler
A
passagem do século XIX para o XX foi marcada por mudanças substanciais na
cultura, ciências e artes da Europa. A era das vanguardas artísticas, que
tornou as artes plásticas independentes da necessidade de representação fiel da
natureza, abriu espaço para o cubismo com Picasso e o surrealismo com Dalí; o
simbolismo na literatura tomou lugar da tradição romântica de descrições
minuciosas e abriu espaço para metáforas poéticas, subjetivas; James Clerk
Maxwell, Max Planck e Albert Einstein revolucionam a física com modelos de
comportamento atômico que ultrapassavam a mecânica newtoniana, e o mundo
conheceu a relatividade do espaço e do tempo; Sigmund Freud descobre a
importância fundamental da psiquê em nossas vidas, o sutil limite entre o consciente
e o inconsciente, inaugurando a psicologia como ciência; os irmãos Lumière
inventam o cinema e George Eastman faz da fotografia uma arte popular; Gottlieb
Daimler e Karl Benz inventam o automóvel.
Dentro de tão rico cenário, a música também gerou representantes destas
profundas transformações de consciência, tendo como porta-voz o compositor
austríaco Gustav Mahler (1860-1911), uma das personalidades mais marcantes e
influentes do cenário musical europeu na virada do século
A mensagem de hoje é dedicada a Mahler. Na passada 6ª feira assisti na Casa
da Música, a um concerto comemorativo
dos 105 anos de Manoel de Oliveira, que estava presente. Foi apresentada a 9ª sinfonia de Mahler.
A Nona Sinfonia é(...)uma obra extremamente compensadora: A liberdade
exterior e interior que Mahler experimentou nesta fase permitiu –lhe olhar a música
de maneira totalmente nova e explorar novos horizontes. Uma narrativa de
subjetividade ímpar, absolutamente poética, permeada por combinações sutis e
geniais de timbres diversos, ritmo dissolvido (no primeiro e no último
movimento), harmonias etéreas, e ainda retomando temas de todas as suas
sinfonias precedentes, de maneira implícita, mas como que fazendo um grande
balanço da sua obra. O último movimento é uma reafirmação do final da canção
da Terra, mas só instrumental. O maestro Bruno Walter via, neste movimento, o
último finale que Mahler completou, "uma atmosfera de transfiguração,
apoiada pela singular transição entre o lamento da despedida e a visão radiante
do Paraíso".
Entretanto tinham-me oferecido dois convites para o dia
seguinte, também na Casa da Música, às 18h. O concerto era o mesmo mas fui pois não ia perder a oportunidade de ouvir novamente a 9ª de Mahler..
Como referi, o concerto de sexta feira foi dedicado a Manoel
de Oliveira.
Aqui deixo um texto do catálogo, da autoria de José Luis
Borges Coelho
E a terminar, um filme de Manoel de Oliveira ,
um documentário sobre a cidade do Porto através das aguarelas do pintor António
Cruz, de que deixo algumas imagens
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Que extraordinário post. Tantas e tão belas homenagens! A Manoel de Oliveira, à música, particularmente a Mahler, ao cinema e à sua ligação com a música, à pintura, à arte de uma maneira geral
ResponderEliminare até a José Luís Borges Coelho com a
apresentação do texto relativo ao concerto comemorativo dos 105 anos de Manoel de Oliveira.
Parabéns, Regina.
Um grande abraço.
Obrigada Graciete.
ResponderEliminarEm 75, fiz parte de uma comissão de gestão no Alexandre Herculano, cujo presidente era o Zé Luis B.Coelho e um dos elementos, o Mário David Soares, do SPN., Uma experiência muito interessante..
Ab
Regina