Após 10 dias quebro o silêncio, motivado por
algumas deslocações e não só...
No dia 15 fui para Setúbal, onde no dia 16 foi apresentado
Entre margens
A apresentação foi integrada na atribuição dos prémios do
XVIII
Concurso de Poesia e do VIII Concurso de Poesia Comunidade Escola
O júri das provas foi constituído pelos poetas Vítor Cintra,
Regina Gouveia e Paulo Afonso Ramos, este último também representante da
editora Lua de Marfim.
Na sessão de entrega de prémios foi apresentado o livro de
poesia “Entre Margens”, de Regina Gouveia, uma edição da Lua de Marfim que
resulta do primeiro lugar atribuído à escritora na edição de 2012 da prova
destinada a adultos.
Na viagem para Setúbal o Intercidades não foi direto, como acontece por vezes.
Mudei de comboio no Oriente e a meu lado sentou-se uma
senhora, já de certa idade, cheia de tralhas, malas, sacos, que dispôs a
seus pés, ao colo, em cima da mesa rebatível, no corredor.. Comentou que não era
aquele o seu lugar mas ficou por ali. Quando anunciaram que a próxima estação
seria Pinhal Novo, onde eu teria que sair para apanhar o comboio urbano par
Setúbal, pedi à senhora para me libertar o espaço a fim de eu poder passar.
Como estava ao telemóvel fazia tudo lentamente só com uma mão. Entretanto o
comboio parou e eu continuava impedida de sair. Quando por fim me libertou o
espaço (só com uma mão porque a outra segurava o telemóvel) fui a correr pelo
corredor, caí e fiquei com um braço e um joelho danificados.
Valeu-me um jovem que me ajudou a levantar e me levou até à
gare arriscando-se a perder ele o comboio.
Ainda tenho dores e
ando com dificuldade. No próximo dia 3 irei a um ortopedista para
analisar “os estragos”.
Mas tirando o incidente, a minha estada em Setúbal foi, como
sempre, muito agradável. Fiquei em casa da minha amiga de infância Lourdes
Sendas e juntou-se a nós a Isabel, uma amiga e ainda familiar minha, de quem
falei já numa mensagem colocada no Verão de 2012. Demos um belíssimo passeio
pela serra Arrábida e no dia 18 regressámos no carro da Isabel que vive
habitualmente em França mas que, tal
como a Lourdes, em tempos viveu no Porto (fez parte do grupo de teatro pé de vento), cidade que já não visitava há
muitos anos. No dia 19 fui com ambas rever lugares conhecidos e mostrar-lhes
outros. Saímos de manhã. Fomos ao mercado do Bom Sucesso e ao Centro Português
de Fotografia.
Aqui visitámos uma exposição belíssima, embora
chocante, de Gervásio
Sanches.
A exposição está ordenada de forma cronológica,
através de um percurso articulado em cinco grandes blocos temáticos: América
Latina, Balcãs, África, Vidas minadas e Desaparecidos.
Além disso, a mostra inclui oito murais
distintos, com aproximadamente 100 retratos de pessoas diretamente afetadas por
algumas das realidades documentadas por Gervasio Sánchez: vítimas de mutilações
e ex-meninos-soldados, ambos em Serra Leoa, e vítimas de minas antipessoais e
familiares de pessoas desaparecidas em diversos países do mundo De
seguida fomos ao Palacete dos Viscondes
de Balsemão onde visitámos uma exposição muito interessante, Pinturas
Acromáticas de
António Fercundini e o banco de
materiais. Dali seguimos para a loja do Luís
Buchinho na Rua José Falcão.
Sobre António Fercundini não havia no espaço qualquer
informação biográfica nem ninguém ali nos soube informar. Pesquisando na NET
encontrei o site colocado acima
Almoçámos no “Piolho” que frequentávamos quando estudantes.
A Isabel, perante o espanto do empregado, pediu caldo verde e papas de
sarrabulho pois queria matar saudades dos respetivos sabores.
Após o almoço fomos visitar o “Passeio dos Clérigos”,
entrámos em algumas lojas e depois
descemos a rua até aos Loios. No caminho entrámos numa loja que tinha várias
malhas, algumas da marca Sidney, a preços muito convidativos. A Isabel fez
algumas compras por achar que em França seria impensável ter aqueles preços.
Dos Loios fomos visitar a área restaurada junto ao Passeio
das Cardosas, que tem gerado alguma
controvérsia.
Por fim regressámos a casa. Havia muito mais para ver mas os
dias pequenos acabam depressa...
No dia seguinte as duas partiram para Trás-os-Montes.
Entre as três, muitos pontos em comum nomeadamente uma
grande paixão pelo Porto...
No passeio perdi o meu relógio que me estava uma pouco largo, mas de que gostava muito. Já revisitei todos os espaços por onde andámos mas não o reencontrei.
A mensagem já vai longa. Termino-a com
Porto Sentido e
o porto aqui tão
perto
Reginamiga = Regina+amiga (*)
ResponderEliminarFaz-me bem ler uma "reportagem" de viajem ou não fosse eu jornalista, dizem que reformado. Falso: um jornalista nunca se reforma... :-):-) :-)
De tudo o que deixas expresso o que mais me tocou foram os "estragos" [a expressão é tua (**)] r a perda do relógio...
E, claro, a matrona carregada de tralhas diversas que tiveste a desdita de encontrar. Pior seria se tivesse sido o Imóvel de Belém, o Passos de Coelho, o Paulinho das Panelas e outros que tais; não escorregarias: ,vomitavas. Pelo menos, eu fazia-o
Setúbal é uma terrrra muito simpática, com a Luísa Todi, o Elmano Sadino e os salmonetes grrrelhados. E não esquecerrr o seu Vitórrrria.
Na minha Travessa não há viagens de comboio, mas poderá haver. Basta que queiras ser minha colaboradora: Uma pessoa que escreve tão bem tem sempre lugar lá no meu espaço. Pensa e avança. Não pago um cêntimo, é a maldita da crise e a desgraçada austeridade e autoridade..
Mas talvez a Maria Merkel Luís ou o Moedas ou outros da mesma fornada te dispensem uns cents. Só em impostos já entraram mais de dois mil milhões
Qjs = queijinhos = beijinhos
_______
(*) Componho assim todos os nomes da malta da blogosfera;
(**)Trato por tu todo o pessoal; sempre são 72 anos...se não gostares apita
Caro HAF
ResponderEliminarFoi com surpresa e prazer que li o teu comentário. Concordo que ter por companheira de viagem a senhora das tralhas foi um mal menor quando comparado com as terríveis hipóteses que sugeres. De qualquer modo creio que seriam altamente improváveis. Não imagino tais senhores a viajar em intercidades e muito menos em classe turística. Obrigada pelo convite para escrever . Já visitei o teu blogue e já o coloquei nos meus favoritos
Ab
Regina
Magnífica reportagem, Regina. Lamentável foi o seu problema à saída do comboio motivado pela senhora das tralhas. Quanto ao passeio das Cardosas concordo muito com o que li até porque a Anni Gmther já nos tinha falado sobre isso.
ResponderEliminarUm beijo e sempre, sempre a minha admiração.
Obrigada Graciete pelas suas palavras.Um grande bj
ResponderEliminarRegina