Hoje estive
na escola de Couto Mineiro do Pejão, onde tem estado a decorrer uma feira do
livro.
Foram duas
sessões com o auditório cheio. Na primeira sessão fui “brindada” por uma
representação do 1º ato de Breve História da Química, por jovens de 8ºano. Ensaiados
por uma professora que dinamiza o teatro na escola e que também interveio
durante a apresentação, os alunos estiveram muito bem apesar do pouco tempo que
tiveram para ensaiar. Ainda nesta sessão um jovem que protagonizou a figura de
Lavoisier foi entrevistado de forma “muito profissional” por uma colega. Na
segunda sessão já não existiram estes momentos, por incompatibilidade de
horários de professores e alunos. Em ambas as sessões fui descrevendo
sucintamente a obra ao mesmo tempo que fazia algumas experiências. Apesar de
estarem presentes várias turmas por sessão,
as sessões não correram mal. Dispersos pelas paredes do auditório
estavam textos construídos pelos alunos tendo por base dois poemas meus que
aqui deixo, bem como uma pequena amostra dos trabalhos dos alunos.
Falavam-nos de
heróis e de vilões,
e eram sempre os outros os vilões.
Contavam-nos
batalhas e traições,
falavam de
epopeias, de façanhas,
de guerras
desiguais, mesmo assim ganhas.
A meio da lição,
já eu montava no
meu alazão
e uma vezes era
D. João,
outras vezes D. Sebastião
ou D. Fernando,
morto em Fez,
ou então, D
Filipa, a linda Inês,
o Decepado,
sempre com a bandeira,
ou ainda Brites,
a famosa padeira.
Cresci e desde
então não mais sonhei
usar a
espada, guerrear, ser realeza.
Passei a
confrontar-me com a certeza
que um belo dia
nada mais serei
que
molécula, átomo ou ião,
mistura de cinza com poeira
provavelmente pisada no chão.
In Reflexões e Interferências
Teia
Com as recordações da minha infância
fui tecendo, dia a dia, enredada teia.
O cheiro do azeite no lagar
e no Outono a fermentar o mosto,
o céu estrelado, o luar de Agosto,
as cores da Primavera e as do Outono,
o vermelho das papoilas, dos medronhos,
o branco das flores de amendoeira,
o sabor das amoras de silva ou de amoreira,
as histórias contadas à lareira,
o som da chuva, da neve, do
granizo,
na escacha da amêndoa, o som do riso,
o rumorejar do rio no fundo da ladeira,
o piar da coruja, o bramir do vento,
são imagens que preenchem os meus sonhos
e assim invadem o meu pensamento,
enredando-o na emaranhada teia
que até hoje a
minha vida prende
por um fio, que
tanto se contrai como distende.
In Magnetismo
Terrestre
Findas as
apresentações almocei na escola. O almoço foi preparado e servido por alunos do
Curso Profissional de restauração. Um bom almoço pelo qual felicitei os
jovens que, ao longo de toda a refeição, se mostraram
muito envolvidos no seu trabalho e preocupados em mostrar o seu profissionalismo.
Regressei a
casa feliz com mais este encontro com professores e alunos.
Na Net fui
pesquisar algo sobre as minas do Pejão de que ouvi falar quando estudante e
a que me referi várias vezes como
professora, nomeadamente nas várias visitas que fiz com alunos à central térmica
da Tapada do Outeiro. Como recordação dessas minas e em homenagem a tantos
mineiros que ali trabalharam deixo vídeos sobre as minas do Pejão: vídeo 1 e vídeo 2.
Deixo também uma imagem que a propósito do trabalho mineiro encontrei na NET e de que não consegui identificar o autor
Lido as seis da manhã....
ResponderEliminarComo deve ser:))
Continuas a tua senda em busca de mais devotos da Química, da Poesia e de tudo mais....
Bem hajas por seres assim.
Bjo
Belo trabalho o seu, Regina, que aqui é bem evidenciado pela colaboração excelente daqueles meninos de regiões tão desfavoecidas.
ResponderEliminarContinuemos a esperar que os tempos acabarão por dar o verdadeiro valor aos que tanto sofrem.
Um beijo.