segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Do reino de Oz ao arco-íris...
Hoje, ao ouvir mais uma vez uma obra de que gosto muito, a Sinfonia Fantástica de Berlioz, lembrei-me de um poema, Reino de Oz, que faz parte de um projecto que gostaria de editar , Poemas no espaço-tempo.
Pessoalmente acho que este projecto, a concretizar-se, seria o meu melhor livro de poesia, mas sou suspeita….Mas se a poesia eventualmente não merece ser publicada( por princípio não “alinho” em edições de autor) valeria pelo prefácio, da autoria de Carlos Vaz, escritor que muito admiro
Aqui deixo o poema, o prefácio do projecto do livro, um excerto da Sinfonia Fantástica e outro de o Feiticeiro de Oz (somewhere over the rainbow)
Reino de Oz
Era a luz do luar que a noite adoçava,
uma luz argêntea que o espaço varria,
era a fantasia dos sons de Berlioz
numa sinfonia que no ar pairava,
era o rodopiar de inúmeras memórias
em redor de quiméricas histórias,
perdidas algures na bruma do tempo,
era o pensamento com asas de vento
partindo em busca do reino de Oz
Regina Gouveia
PREFÁCIO
Telescópio Vocabular
O estudo da poesia como um instrumento de observação
Encontrei, pela primeira vez, os versos de Regina Gouveia no espaço de uma livraria movimentada do Porto. Procuro habitualmente nestes lugares de despejo e, ao mesmo tempo, de encontro, onde os livros se situam perfilados na ordem dos dias, pequenas tabuinhas de carbono com que me dou à leitura. Na arqueologia de autores, aconteceu o primeiro movimento de legente por páginas folheadas um pouco ao calha, “como quem joga aos dados”, numa obra intitulada Magnetismo Terrestre . Desde então, tornei-me um apreciador das palavras de Regina.
Vejo o legente como um mineiro que nas paredes e prateleiras de uma livraria procura uma pedra valiosíssima para observar primorosamente. Na actividade mineira dessa tarde, achei-me, pela primeira vez, num encontro de afecto com a poesia da autora. Mas, se há livros que de facto são obras ímpares pela sua beleza e forma de entrega ao leitor, o que terá realmente feito dessa obra uma pedra única? A haver uma resposta, ela é incerta como a escrita, mas talvez seja pelo facto de ter observado, nos seus textos, um caminho que me é caro, a correcta linhagem da literatura com a ciência.
Uma autora da minha afeição, Agustina Bessa-Luís , evidenciou recentemente que o correcto caminho que a literatura terá de tomar, para não desaparecer nem cair no desgaste temático, é procurar juntar-se à ciência, principalmente quando se refere à “ciência do caos”, uma vez que o próprio caminho literário é, por vários motivos, a fomentação do caos, o espaço absoluto que toma parte do universo .
É já um facto certo que, na literatura portuguesa, vários foram os autores que aproximaram a sua oficina literária à ciência. Sobre o assunto já muito se tem dito e os estudos andam por aí. Por isso, o que realmente importa é sobretudo verificar não tanto o que Regina faz de igual, mas antes quais as novas “experiências pensadas”, trazidas pela autora para o novo caminho da “ciência poética”, na literatura contemporânea portuguesa. Antes de mais, é certo que a Regina é uma autora singular, cujo exemplo marca a literatura que continua a resistir à união clara da escrita com a ciência. Ao ler as suas obras verifiquei que, ao contrário dos outros autores de “experiências pensadas”, a autora não procura ficcionar, educar, ou exorcizar o conhecimento científico através da literatura, mas antes dar-lhe a paradoxal correcta incerteza das palavras, através do seu conhecimento da poesia criadora da ciência.
Na obscuridade que envolve todo o começo da oficina literária, poucos são os textos que procuram, com clareza, evidenciar o verdadeiro significado para que foi construído. Na obra “Poemas no Espaço e no Tempo”, que agora se segue, o legente não se inscreve na ambiguidade da compreensão, por sua vez, a sua afeição essencial como leitor é conduzida pelos versos, numa espécie de contrato de leitura previamente poetizado. O apelo do texto vem do espaço absoluto literário, engendrado por um “tempo elíptico” que em cada verso se estende na locomoção da memória para o infinito. E assim tudo começa, de forma clara e precisa, com a verdadeira origem da criação e da escrita. Nos poemas que se seguem ao vórtice, esmiúça-se o verso até à combustão inicial das palavras, para aí “exorcizar todas as dores do mundo”. A partir do novelo poético, a reminiscência do poema, tal como o do cosmos, faz-se no desenrolar de uma linha circular que se alonga, dando um rosto e corpo ao tempo, que já é aqui a própria linha dos versos que se enchem de memórias. Mas voltemos ao princípio: antes do “efeito”, a “causa”, o nanossegundo da criação, e a poesia funciona assim, como uma espécie de telescópio na procura das origens anteriores às palavras agora gastas (curiosa ligação com Eugénio de Andrade evidenciada ao longo destes poemas), aí nesse lugar da criação primordial da língua as palavras são outras, carregadas de pureza, cheias de coisas por serem ditas: No início eram palavras/ perfumadas que nem rosas/ Com o tempo foram perdendo o perfume,/ ficaram desbotadas, /a planta estiolou. De facto, a poesia é usada por Regina como um instrumento de observação para perscrutar as origens vocabulares do cosmos, onde as verdadeiras palavras vivem livres, no silêncio branco e denso, antes da memória que delineia o tempo em permanente interferência e difracção. Ora, segundo o “Princípio da Incerteza”, sendo a observação portadora de dúvida, gerada de indivíduo para indivíduo, por mais que a autora procure este princípio criador e original da palavra, o mesmo confunde-se sempre no jogo incerto da memória temporal, onde o sinal persiste distorcido/ por entre a realidade e a ficção.
A procura do mutismo criador é, em toda a obra, um princípio de locomoção do próprio poema. Temos, desta forma, o silêncio colorido de uma recordação, o da difracção, e o silêncio negro, o do absoluto. Curioso é ainda o constante avanço do tempo através da anamnese, quer diluindo quer sedimentando-a. A experiência corruptora do vestígio cria a erosão das palavras, carregadas de sinais amontoados ao longo do tempo, pintando-as com a luz que dá a cor ao poema, enquanto que nas origens das galáxias vocabulares, apenas coexistia a pureza do nada absoluto, a matéria negra que poema procura encontrar.
Curioso ainda é que, para suportar a fugacidade do tempo, resta apenas a apreensão do espaço. Assim, a arte funciona como uma espécie de mentira da humanidade face ao tempo, por que ela é a apreensão de um espaço, um recorte temporal, fora do seu próprio instante. Ora, pela arte viaja-se, não no tempo, mas no espaço, e deste modo se transfiguram os lugares oníricos do Homem: para as bailarinas de Degas o momento angular/ e a sua conversão só fazem sentido pela fixação perene à tela. Pelo contrário, ao bailado que toma o espaço de Degas, opõe-se o bailado do cosmos que se move, em rodopio, pelos salões do tempo. As palavras são, assim, filhas do tempo e do espaço, evoluindo algumas como “cristais” outras “punhais”.
Os vocábulos chegam-nos desde o nanossegundo da criação, que a memória vai corrompendo através das dicotómicas formas de coexistir, assim, as antíteses entram no próprio bailado gerado pelas incertezas: a diversidade/unidade; retracção/refracção; implícita/explícita, trato/retrato, desdobrar/comprimir, encolher/estender, e no uso inteligente das antíteses gera-se o movimento do poema, dando-lhe vida literária, na constante permuta de jogos incertos entre a experiência científica e a literária. Entre elas fica o observador que usa o poema como um instrumento de observação que permite desenvolver a capacidade dos olhos humanos para observar e analisar palavras longínquas.
No encontro do legente com os versos de Regina, a palavra ganha uma virtuosidade incomparável, em relação às restantes artes e até à própria incerteza da ciência. O poema não ensaia o espaço “virtual” da arte, mas é antes portadora da diacronia e da sincronia do instante. A palavra destes poemas vem de trás, do vernáculo das formas que existiam antes do próprio espaço, antes do cosmos se revelar em forma de expansão. Na procura dessa linguagem, do original rosto das palavras, na serenidade do cosmos irrompe a equação poética dos versos de Poemas no Espaço e Tempo: E eis que, sem mote, sem tema,/ veemente, impulsivo, irrompe o poema, poemas esses que surgem num lugar transfigurado, fora do tempo objectivo, aquilo que em ciência se pode chamar de “espaço aberto”.
Por fim, a singularidade da obra de Regina Gouveia reside essencialmente nesta agudeza com que a mesma procura apurar a visão do seu leitor, por isso, na obra que agora começa, a poesia será essencialmente um instrumento de observação, um telescópio, por onde o legente poderá observar as estrelas vocabulares, e é este o contributo e a singularidade da obra da autora na história da literatura portuguesa
Carlos Vaz
E dado que neste blogue também se fala de ciência, não podemos deixar de falar de Newton, um dos físicos mais famosos de todos os tempos, que viveu na Inglaterra de 1642 a 1727. Newton estudou a decomposição da luz através de um prisma e explicou o espectro de cores obtido, admitindo que a luz branca é uma mistura de diferentes cores que se separam quando a luz atravessa o prisma (ou as gotas de água quando ocorre o arco-íris) . Em 1820, Keats, um importante poeta inglês, indignado com o facto de haver explicação natural para um fenómeno tão belo e envolto em misticismo, acusou Newton de destruir a "poesia do arco-íris".
Mas a Natureza fica sempre mais bela quanto melhor compreendida.
Richard Dawkins, cientista da Universiddae de Oxford e grande divulgador científico, no seu livro Decompondo o Arco-Íris refere:
O sentimento de respeitoso deslumbramento que a ciência nos pode oferecer é uma das experiências mais notáveis da mente humana. É uma profunda paixão estética que tem o seu lugar entre o melhor que a música e a poesia podem proporcionar
E a propósito do arco-íris incluo aquio duas obras de Turner
Contrariando Keats, termino com Álvaro Campos
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso
Pessoalmente acho que este projecto, a concretizar-se, seria o meu melhor livro de poesia, mas sou suspeita….Mas se a poesia eventualmente não merece ser publicada( por princípio não “alinho” em edições de autor) valeria pelo prefácio, da autoria de Carlos Vaz, escritor que muito admiro
Aqui deixo o poema, o prefácio do projecto do livro, um excerto da Sinfonia Fantástica e outro de o Feiticeiro de Oz (somewhere over the rainbow)
Reino de Oz
Era a luz do luar que a noite adoçava,
uma luz argêntea que o espaço varria,
era a fantasia dos sons de Berlioz
numa sinfonia que no ar pairava,
era o rodopiar de inúmeras memórias
em redor de quiméricas histórias,
perdidas algures na bruma do tempo,
era o pensamento com asas de vento
partindo em busca do reino de Oz
Regina Gouveia
PREFÁCIO
Telescópio Vocabular
O estudo da poesia como um instrumento de observação
Encontrei, pela primeira vez, os versos de Regina Gouveia no espaço de uma livraria movimentada do Porto. Procuro habitualmente nestes lugares de despejo e, ao mesmo tempo, de encontro, onde os livros se situam perfilados na ordem dos dias, pequenas tabuinhas de carbono com que me dou à leitura. Na arqueologia de autores, aconteceu o primeiro movimento de legente por páginas folheadas um pouco ao calha, “como quem joga aos dados”, numa obra intitulada Magnetismo Terrestre . Desde então, tornei-me um apreciador das palavras de Regina.
Vejo o legente como um mineiro que nas paredes e prateleiras de uma livraria procura uma pedra valiosíssima para observar primorosamente. Na actividade mineira dessa tarde, achei-me, pela primeira vez, num encontro de afecto com a poesia da autora. Mas, se há livros que de facto são obras ímpares pela sua beleza e forma de entrega ao leitor, o que terá realmente feito dessa obra uma pedra única? A haver uma resposta, ela é incerta como a escrita, mas talvez seja pelo facto de ter observado, nos seus textos, um caminho que me é caro, a correcta linhagem da literatura com a ciência.
Uma autora da minha afeição, Agustina Bessa-Luís , evidenciou recentemente que o correcto caminho que a literatura terá de tomar, para não desaparecer nem cair no desgaste temático, é procurar juntar-se à ciência, principalmente quando se refere à “ciência do caos”, uma vez que o próprio caminho literário é, por vários motivos, a fomentação do caos, o espaço absoluto que toma parte do universo .
É já um facto certo que, na literatura portuguesa, vários foram os autores que aproximaram a sua oficina literária à ciência. Sobre o assunto já muito se tem dito e os estudos andam por aí. Por isso, o que realmente importa é sobretudo verificar não tanto o que Regina faz de igual, mas antes quais as novas “experiências pensadas”, trazidas pela autora para o novo caminho da “ciência poética”, na literatura contemporânea portuguesa. Antes de mais, é certo que a Regina é uma autora singular, cujo exemplo marca a literatura que continua a resistir à união clara da escrita com a ciência. Ao ler as suas obras verifiquei que, ao contrário dos outros autores de “experiências pensadas”, a autora não procura ficcionar, educar, ou exorcizar o conhecimento científico através da literatura, mas antes dar-lhe a paradoxal correcta incerteza das palavras, através do seu conhecimento da poesia criadora da ciência.
Na obscuridade que envolve todo o começo da oficina literária, poucos são os textos que procuram, com clareza, evidenciar o verdadeiro significado para que foi construído. Na obra “Poemas no Espaço e no Tempo”, que agora se segue, o legente não se inscreve na ambiguidade da compreensão, por sua vez, a sua afeição essencial como leitor é conduzida pelos versos, numa espécie de contrato de leitura previamente poetizado. O apelo do texto vem do espaço absoluto literário, engendrado por um “tempo elíptico” que em cada verso se estende na locomoção da memória para o infinito. E assim tudo começa, de forma clara e precisa, com a verdadeira origem da criação e da escrita. Nos poemas que se seguem ao vórtice, esmiúça-se o verso até à combustão inicial das palavras, para aí “exorcizar todas as dores do mundo”. A partir do novelo poético, a reminiscência do poema, tal como o do cosmos, faz-se no desenrolar de uma linha circular que se alonga, dando um rosto e corpo ao tempo, que já é aqui a própria linha dos versos que se enchem de memórias. Mas voltemos ao princípio: antes do “efeito”, a “causa”, o nanossegundo da criação, e a poesia funciona assim, como uma espécie de telescópio na procura das origens anteriores às palavras agora gastas (curiosa ligação com Eugénio de Andrade evidenciada ao longo destes poemas), aí nesse lugar da criação primordial da língua as palavras são outras, carregadas de pureza, cheias de coisas por serem ditas: No início eram palavras/ perfumadas que nem rosas/ Com o tempo foram perdendo o perfume,/ ficaram desbotadas, /a planta estiolou. De facto, a poesia é usada por Regina como um instrumento de observação para perscrutar as origens vocabulares do cosmos, onde as verdadeiras palavras vivem livres, no silêncio branco e denso, antes da memória que delineia o tempo em permanente interferência e difracção. Ora, segundo o “Princípio da Incerteza”, sendo a observação portadora de dúvida, gerada de indivíduo para indivíduo, por mais que a autora procure este princípio criador e original da palavra, o mesmo confunde-se sempre no jogo incerto da memória temporal, onde o sinal persiste distorcido/ por entre a realidade e a ficção.
A procura do mutismo criador é, em toda a obra, um princípio de locomoção do próprio poema. Temos, desta forma, o silêncio colorido de uma recordação, o da difracção, e o silêncio negro, o do absoluto. Curioso é ainda o constante avanço do tempo através da anamnese, quer diluindo quer sedimentando-a. A experiência corruptora do vestígio cria a erosão das palavras, carregadas de sinais amontoados ao longo do tempo, pintando-as com a luz que dá a cor ao poema, enquanto que nas origens das galáxias vocabulares, apenas coexistia a pureza do nada absoluto, a matéria negra que poema procura encontrar.
Curioso ainda é que, para suportar a fugacidade do tempo, resta apenas a apreensão do espaço. Assim, a arte funciona como uma espécie de mentira da humanidade face ao tempo, por que ela é a apreensão de um espaço, um recorte temporal, fora do seu próprio instante. Ora, pela arte viaja-se, não no tempo, mas no espaço, e deste modo se transfiguram os lugares oníricos do Homem: para as bailarinas de Degas o momento angular/ e a sua conversão só fazem sentido pela fixação perene à tela. Pelo contrário, ao bailado que toma o espaço de Degas, opõe-se o bailado do cosmos que se move, em rodopio, pelos salões do tempo. As palavras são, assim, filhas do tempo e do espaço, evoluindo algumas como “cristais” outras “punhais”.
Os vocábulos chegam-nos desde o nanossegundo da criação, que a memória vai corrompendo através das dicotómicas formas de coexistir, assim, as antíteses entram no próprio bailado gerado pelas incertezas: a diversidade/unidade; retracção/refracção; implícita/explícita, trato/retrato, desdobrar/comprimir, encolher/estender, e no uso inteligente das antíteses gera-se o movimento do poema, dando-lhe vida literária, na constante permuta de jogos incertos entre a experiência científica e a literária. Entre elas fica o observador que usa o poema como um instrumento de observação que permite desenvolver a capacidade dos olhos humanos para observar e analisar palavras longínquas.
No encontro do legente com os versos de Regina, a palavra ganha uma virtuosidade incomparável, em relação às restantes artes e até à própria incerteza da ciência. O poema não ensaia o espaço “virtual” da arte, mas é antes portadora da diacronia e da sincronia do instante. A palavra destes poemas vem de trás, do vernáculo das formas que existiam antes do próprio espaço, antes do cosmos se revelar em forma de expansão. Na procura dessa linguagem, do original rosto das palavras, na serenidade do cosmos irrompe a equação poética dos versos de Poemas no Espaço e Tempo: E eis que, sem mote, sem tema,/ veemente, impulsivo, irrompe o poema, poemas esses que surgem num lugar transfigurado, fora do tempo objectivo, aquilo que em ciência se pode chamar de “espaço aberto”.
Por fim, a singularidade da obra de Regina Gouveia reside essencialmente nesta agudeza com que a mesma procura apurar a visão do seu leitor, por isso, na obra que agora começa, a poesia será essencialmente um instrumento de observação, um telescópio, por onde o legente poderá observar as estrelas vocabulares, e é este o contributo e a singularidade da obra da autora na história da literatura portuguesa
Carlos Vaz
E dado que neste blogue também se fala de ciência, não podemos deixar de falar de Newton, um dos físicos mais famosos de todos os tempos, que viveu na Inglaterra de 1642 a 1727. Newton estudou a decomposição da luz através de um prisma e explicou o espectro de cores obtido, admitindo que a luz branca é uma mistura de diferentes cores que se separam quando a luz atravessa o prisma (ou as gotas de água quando ocorre o arco-íris) . Em 1820, Keats, um importante poeta inglês, indignado com o facto de haver explicação natural para um fenómeno tão belo e envolto em misticismo, acusou Newton de destruir a "poesia do arco-íris".
Mas a Natureza fica sempre mais bela quanto melhor compreendida.
Richard Dawkins, cientista da Universiddae de Oxford e grande divulgador científico, no seu livro Decompondo o Arco-Íris refere:
O sentimento de respeitoso deslumbramento que a ciência nos pode oferecer é uma das experiências mais notáveis da mente humana. É uma profunda paixão estética que tem o seu lugar entre o melhor que a música e a poesia podem proporcionar
E a propósito do arco-íris incluo aquio duas obras de Turner
Contrariando Keats, termino com Álvaro Campos
O binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso
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Como sempre um belo post.
ResponderEliminarRealmente muitas pessoas não dão pela beleza da Ciência, mas acho que com o tempo tudo irá melhorar. Já temos muitos investigadores jovens a fazer um belo trabalho,inclusive aqui no ISEP.
Gostei do seu poema. Fez-me lembrar Ary dos Santos. Oxalá consiga publicar o seu novo livro de Poesia,porque consigo a Arte e a Ciência convivem muito bem.
Um beijo.
Obrigada Graciete.
ResponderEliminarPor lapso não coloquei o prefácio (agora já está)
Bjs
Regina
O feiticeiro de Oz sempre teve um lugar muito especial na minha vida. comecei a le-lo com 6 anos e segundo dizem as minhas irmãs, li-o umas seis vezes seguidas!
ResponderEliminarJá vi o filme várias vezes , inclusivé, na Casa da Música com a Orquestra do Porto a tocar o soundtrack.
Da Sinfonia Fantastica já falei no meu blogue.
Quanto ao teu livro, espero que não fique pelo prefácio, pois promete ser mais um bestseller:))
Abraço
Achei muito bom o prefácio ao seu livro. Mas a autora também o merece.
ResponderEliminarUm beijo.