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Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


segunda-feira, 6 de julho de 2020

O Fado do Plástico-cont




que referi na mensagem anterior. “O Fado do Plástico”, podem ver  um “post” dedicado a Amália Rodrigues, onde se inclui O Senhor Extraterrestre


E já que estamos a falar de extraterrestres e ambiente, vou colocar mais um  texto do meu livro “Era uma vez,,Ciência e Poesia no Reino da Fantasia (2006,2008, 2013), já referido na mensagem anterior

Era uma vez ….um planeta      
Era uma vez  uma nave espacial,  era branca e tinha riscas pretas,
viajava pelo espaço sideral,  entre estrelas, planetas e cometas.
Era uma vez um extraterrestre,  vindo do espaço celeste
e que, há muito, na nave viajava. Tinha um ar estranho, bizarro,
pequeno era o seu tamanho e todo ele gingava.
Tinha umas grossas melenas e usava duas antenas que ao vento estremeciam.
Os olhos mais pareciam os faróis de um autocarro.
Aterrara  num lugar, junto a um imenso mar. Era uma praia dourada,
banhada por  um mar manso  sempre em  recuo e avanço.
De início não viu mais nada. Foi então  que, de repente,  
surgiu bem à sua frente um menino sorridente  com uns olhos cor do céu
que, segundo a mãe dizia, constantemente vivia no reino da fantasia.
Ao ver o extraterrestre todo ele estremeceu.
Mas o extraterrestre, que vinha do espaço sideral,
explicou ao menino que não lhe queria fazer mal.
Contou-lhe então o que vira na sua longa viagem.
Já tinha visto cometas  e estrelas aos milhões, bem  cintilantes.
Uma era o Sol à volta do qual giravam,  
alguns perto, outros distantes, oito distintos planetas.
Um deles, azul safira,  era tão lindo de ver
que logo o extraterrestre decidiu ali descer.
Fez então  uma aterragem e assim pousou na Terra cujo nome não sabia.
Foi o menino quem o esclareceu, o tal menino de olhos cor do céu
e que,  segundo a mãe dizia,   constantemente vivia no reino da fantasia.
Fizeram boa amizade  e, em pouco mais de  um segundo,
o menino embarcou na sua nave. Lá foram o menino e o extraterrestre
que tinha grossas melenas  e usava duas antenas.
Foram dar a volta ao mundo.
Viram uma montanha coberta de neve e, com cuidado, pousaram ao de leve.
Dos ramos das árvores a neve pendia e a paisagem, tão bela, até entontecia.
Tudo era sereno, tudo era tranquilo, apenas avistaram
um gamo e um esquiloque na neve brincavam.
Na dita montanha, já quase no cimo,
nascia um fio de água que era muito fino.
Enquanto descia, engrossava o fio até se tornar num imenso rio.
Salgueiros nas margens davam sombra calma
e  peixes de prata  que na água saltavam,  eram, do rio, a alma.
Era um belo rio muito cristalino que corria ,
corria para o seu destino lá longe no mar.  
E a nave sempre, sempre,  a vaguear
levando o menino e o extraterrestre de aspecto bizarro
cujos olhos lembravam  faróis de autocarro.
Passaram por florestas densas e por planícies extensas,
por cidades com largas avenidas e por aldeias, em montanhas perdidas.  
Viram navios no mar e aviões pelo ar.
Viram o deserto, de dunas  coberto, era muito belo mas com pouca vida.
Só viram camelos numa caravana bastante comprida.
Viram na savana tigres, elefantes, pacatas girafas de pescoços gigantes
e também um leão. Aves aos milhares cruzavam os ares,
cobras e lagartos, rastejavam no chão.  
Passaram por prados cobertos de flores e de  borboletas de múltiplas cores.
Num imenso charco as rãs coaxavame flores de nenúfar,
por cima boiavam. O céu era sempre um céu diferente
mas de rara beleza,  ora azul safira, ora azul turquesa,  
ora muito escuro,ora acinzentado,  isento de nuvens ou muito nublado.
Por vezes cortava-o um arco de cor, era o arco - íris com o seu esplendor.
E a nave lá ia, nos céus vagueava levando o menino
e o extraterrestre que ao andar gingava.
Viram o sol nascente, viram o sol poente, uma maravilha sempre diferente.
Viram,  estremunhada,  a lua acordar  e vaidosa a mirar-se  num lago espelhada.
Mas o extraterrestre tinha que voltar, a hora da partida já estava a chegar.
O extraterrestre de tamanho pequeno, num voo sereno rumou ao destino
levando na nave o dito menino.
Regressaram à praia de onde haviam partido
e já com saudades do que haviam vivido. Era a despedida.
Dos olhos do menino que eram cor do céu,  
uma lágrima tímida pelo rosto escorreu
e no extraterrestre tremiam, tremiam,  
as grossas melenas e as duas antenas.
Muito emocionado, pegou numa delas,  deu-a ao menino.
Quando ouvires um  hino que vem das estrelas, sabes que sou eu.
Comunica comigo.
Então o menino foi à beira mar,  encontrou uma alga da cor do luar,
deu-a ao amigo.
Mesmo à despedida , o extraterrestre  disse para o menino:
Na minha vida  fiz muitas viagens e nunca tinha visto tão belas paisagens. Este é o planeta mais belo que eu vi e sabes porquê?
Tem água, tem ar, que permitem a vida.
Se estragam a água, se estragam o ar um dia o planeta
vai-se transformar  na terra do nada, uma terra perdida  onde nada se vê.
Tu que és um menino e que vais crescer
cuida do planeta, antes que comece a desfalecer.
Deram um abraço, muito apertadinho e o extraterrestre lá partiu sozinho
na nave redonda, branca às riscas pretas,
em busca de estrelas e  de outros planetas.  


2 comentários:

  1. sera que hà mesmo pois ja foi dito tanta coisa mas bo seja la como for adorei a musica adoro esta artista que ja nao esta entre nos mas que nos deixou a sua riqueza as suas musicas bjs

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  2. Uma voz sem igual...
    Obrigada pela visita

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