Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...
sexta-feira, 9 de fevereiro de 2018
Das dimensões do Universo, às mochilas dos estudantes
Nos
dias 2,9,16 e 23 de janeiro, a RTP passou o Documentário
2077-10
s para o futuro ,
num total de 4 programas que podem ser
vistos aqui ( http://media.rtp.pt/2077/).
Entre
os vários intervenientes no programa contam-se António Guterres,
Sobrinho Simões e o cientista e grande divulgador científico,
Michio Kaku
(https://pt.wikipedia.org/wiki/Michio_Kaku),
Creio
que a 1ª vez que tomei contacto com o cientista/divulgador, foi ao
ler o livro “Para além de Einstein”, edição de 1989.
Ainda
a propósito dos multiuniversos e da teoria das cordas pode
ler-se um artigo muito interessante de Carlos
Fiolhais, publicado em 2012, na Gazeta de Física e
do qual reproduzo um
excerto https://www.spf.pt/magazines/GFIS/109/article/858/pdf
O
físico de cordas Brian Greene, da Universidade de Columbia e autor
de “O Universo Elegante”, comparou, num recente artigo publicado
na Newsweek, a situação actual dos físicos à de Newton, sentado
de baixo da sua macieira. Suponhamos que ele observou a queda das
maçãs e concluiu que certas maçãs, as que viu, caem e outras, as
que não viu, sobem ao céu (onde estão há muito tempo).
Analogamente, não veríamos os outros Universos por estarem para lá
das nossas possibilidades da visão. Embora improvável, há, porém,
a hipótese de o nosso Universo colidir com outros universos do vasto
Multiverso, resultando daí algum sinal observável, como por exemplo
alterações na radiação cósmica de fundo. Mas nada disso se viu
até agora. As ideias das muitas teorias de cordas e dos múltiplos
universos poderão ser mais metafísica do que física, tal como a
teoria das maçãs que sobem ao céu.
A dificuldade em imaginarmos um Universo com mais dimensões, para além das quatro que conhecemos (3 espaciais e uma temporal), pode ser entendida através deste pequeno vídeo “Planolândia”https://www.youtube.com/watch?v=EHXQPu_MOwA
Tal
como o Universo, também a pessoa humana é multidimensional.
O
ser humano é formado por um conjunto de dimensões: orgânica,
biológica, mental, emocional, intelectual, cultural, social,
planetária e espiritual. Nas últimas décadas, por exemplo,
negligenciamos a nossa dimensão planetária e não nos demos conta
dos impactos de nossas ações sobre o meio ambiente. Embora fosse
real, a perspectiva planetária não era percebida. A novidade não é
o que está acontecendo, mas a forma como a gente percebe que está
acontecendo.
A
lógica do mercado reduz tudo a uma só dimensão provocando uma
distorsão lenta e gradual nos conceitos e consequentemente na
perceção das pessoas que passam a buscar a felicidade e a
satisfação em conquistas materiais
A
propósito desta última reflexão permitam-me que conte um episódio
bem revelador desta conceção:
Há
cerca de dois anos, quando chegava à minha aldeia e estando o meu
marido a meter o carro na garagem ( um modesto Honda Jazz com vários
anos), passa uma senhora e comenta com ar espantado:
-
Ah, “inda num tem um mercedes? Agora, cá no povo, já muita gente
tem...
Mudou
a percepção do ser humano a respeito de si mesmo. Essas múltiplas
dimensões sempre existiram, sempre praticamos todas elas, mas não
percebíamos o que estava acontecendo e não nos sentíamos
responsáveis pelos impactos provocados. ”
Um
exemplo paradigmático do desrespeito por essa dimensão planetária
vem-nos do Presidente do país mais poderoso do mundo, para quem nada
mais importa para além do ter e do poder, indo ao ponto de
considerar que o aquecimento global é um mito...
A
esta altura poderá perguntar-se;
-
Que tem isto tudo a ver com as mochilas dos estudantes?
O
excesso de peso das mochilas escolares contribui para a ocorrência
de problemas de saúde de crianças e jovens, designadamente dores
nas costas, alterações na marcha e postura deficiente, conforme
conclusões de diversos estudos, designadamente da OMS.
Entre
os vários fatores que condicionam o peso das mochilas, está o peso
dos manuais escolares.
Para
cada disciplina, o aluno tem, genericamente, mais que um livro ( o
manual propriamente dito, o manual de atividades, os frisos
históricos….) quase todos profusamente ilustrados, muitas vezes
com repetição de exercícios levada à exaustão, informação
irrelevante, etc, etc..
E
porquê toda esta profusão de papel?
Quem
é ou foi professor conhece bem a “competição” entre editoras
quando da escolha dos manuais escolares. E essa competição gera
toda esta multiplicidade de recursos (?).
E
assim, a preocupação com a saúde dos jovens é relegada para 2º
plano.
Mas
há mais, nesta luta pelo lucro. Os professores são aliciados por
uma parafernália de “livros de apoio” para a docência
da respetiva disciplina.
Há
dias, comentando a mensagem A
capacitação dos professores para tomarem decisões,
da autoria de Helena Damião,
postada aqui,( ( http://dererummundi.blogspot.pt/2018/02/a-capacitacao-dos-professores-para.html#comment-form) escrevi:
....a propósito de umas dúvidas que um dos meus netos apresentava
em Ciências Naturais, consultei o manual e vários
complementos de apoio ao professor. Fiquei horrorizada...
Acredito
na boa intenção dos autores, cuja competência não ponho em
dúvida, mas pergunto:
Os
professores são tão incapazes que precisam que lhes apresentem:
-Planificações
a médio prazo, planos de aula, atividades de desenvolvimento, de
recuperação, estruturantes da aprendizagem, para aulas de
substituição,....num total de mais de 250 páginas?
Que
espaço resta para a criatividade do professor? E lembrei-me de
imediato de textos fantásticos de Ruben Alves, enfatizando que cada
professor deve ter "seu jeito" de ensinar.
Pergunto
ainda:
Os
professores estão de tal forma anestesiados (com toda a burocracia
que os envolve) que aceitam este "protecionismo" quase
infantilizante?
Poderia ficar aqui indefinidamente a discutir o problema dos manuais - ou seja, os projectos escolares que de seis em seis anos são produzidos para cada disciplina. Quando comecei a trabalhar na área, só fazíamos um manual, que era uma colectânea de textos com exercícios a propósito. Dava as aulas sem dificuldade, criando materiais anexos da minha lavra, que ia actualizando todos os anos, assim como audiovisuais indispensáveis no ensino de línguas. Una anos mais tarde, os professores exigiram um livro de exercícios para os alunos e tentámos incluí-lo no fim do manual para que os alunos trouxessem tudo para a escola. O ministério proibiu essa prática, alegando que os alunos escreviam nos manuais e estes não podiam passar para os irmãos. Assim sendo passámos a faze-los àparte. Como havia uma leitura extensiva obrigatória, que em geral, era comprada pelos alunos nas livrarias, resolvemos adicionar um livro com textos para leitura extensiva, era leve e grátis. Foi só nos últimos dez anos que se iniciou a produção dum livro do professor, que depois evoluiu para o dossier do professor. No último projecto que fiz em 2012 e 2014 foi-nos exigido pela editora todo um manancial de fichas, testes, planos de aula detalhados, textos auditivos, Powerpoint, links à Internet, exames "fictícios", etc.etc. Escusado será dizer que depois desse trabalho insano, desisti de trabalhar para a editora. Na realidade, nunca acreditei que fosse necessário paternalizar os professores e substituir a sua capacidade criativa. Eu pouco usava as sugestões oferecidas pela minha própria equipa e gostava de diversificar e actualizar nas minhas aulas. Espero que estejas melhor da bursite. Bjo
Ainda voltando aos manuais, creio que, para alguns professores, deve ser ótimo ter a "papa toda feita". Mas, tal como tu, sempre tentei diversificar e fazer as aulas tendo em atenção os alunos que tinha pela frente. Para mim, ensinar Física a um aluno da área de desporto implica estratégias diferentes daquelas que se destinam a alunos que pretendam vir a cursar medicina, engenharia ou artes... Mas enfim...Cada vez ando mais desiludida com a escola, burocratizada à exaustão... Quanto à minha saúde, continuo a fazer exames e mais exames pois agora foi detetado um quisto na coluna... Garantem-me que vou ficar bem e, nessa esperança, vou aguentando Ab Regina
Até 10 de Janeiro de 2010 esteve patente na Casa da Cultura Manuel Lueiro, em O Grove, Galiza, uma exposição de trabalhos de alunos da galeria Utopia .
Participei com os dois trabalhos anexos; no dia da inauguração tive a agradável surpresa de ver que o cartaz (1mx2m) que anuncia a exposição foi construído com a imagem do 2º quadro.
Quadros na exposição em Grove
Imagem que figura no cartaz
cartaz da exposição em Grove
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Livros que publiquei ou em que participei por convite
Há ciência e poesia nas coisas do dia a dia
Tamanho XXS
Quando o mistério se dilui na penumbra
Para mais tarde recordar
Requiem pelo planeta azul
quando o mel escorre nas searas
revista Philos 2017
revista Philos 2014
O bosão do João
Sete Luas
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Terras de cieiro
Entre margens
Pelo sistema solar vamos todos viajar..
Ciência para meninos em poemas pequeninos
Breve história da Química
Era uma vez...
Magnetismo...
Reflexões...
Estórias....
Se eu não fosse....
Um poema para Fiama
Os dias do Amor
Uma viagem para Pasárgada
Cancioneiro Infanto- Juvenil...
Fiat Lux
O amor em visita
A Terra de Duas Línguas II.Antologia de Autores Transmontanos
Por longos dias, longos anos, fui silêncio
antologia
Entre o sono e o sonho
Textos on-line
Estão disponíveis on-line: -Magnetismo Terrestre (livro de poesia) -Reflexões e Interferências (livro de poesia) -Estórias com sabor a nordeste (livro de ficção) -Einstein (poema) -Se eu não fosse professora de Física. Algumas reflexões sobre práticas lectivas(didáctica) -Vou-me embora para Pasárgada (conto)
Como todos nós, feita de pó de estrelas, estou apenas de passagem nesta fantástica viagem desde um passado remoto até um futuro ignoto.
(Para saber mais consultar a página CV)
Poderia ficar aqui indefinidamente a discutir o problema dos manuais - ou seja, os projectos escolares que de seis em seis anos são produzidos para cada disciplina. Quando comecei a trabalhar na área, só fazíamos um manual, que era uma colectânea de textos com exercícios a propósito. Dava as aulas sem dificuldade, criando materiais anexos da minha lavra, que ia actualizando todos os anos, assim como audiovisuais indispensáveis no ensino de línguas. Una anos mais tarde, os professores exigiram um livro de exercícios para os alunos e tentámos incluí-lo no fim do manual para que os alunos trouxessem tudo para a escola. O ministério proibiu essa prática, alegando que os alunos escreviam nos manuais e estes não podiam passar para os irmãos. Assim sendo passámos a faze-los àparte. Como havia uma leitura extensiva obrigatória, que em geral, era comprada pelos alunos nas livrarias, resolvemos adicionar um livro com textos para leitura extensiva, era leve e grátis. Foi só nos últimos dez anos que se iniciou a produção dum livro do professor, que depois evoluiu para o dossier do professor. No último projecto que fiz em 2012 e 2014 foi-nos exigido pela editora todo um manancial de fichas, testes, planos de aula detalhados, textos auditivos, Powerpoint, links à Internet, exames "fictícios", etc.etc. Escusado será dizer que depois desse trabalho insano, desisti de trabalhar para a editora. Na realidade, nunca acreditei que fosse necessário paternalizar os professores e substituir a sua capacidade criativa. Eu pouco usava as sugestões oferecidas pela minha própria equipa e gostava de diversificar e actualizar nas minhas aulas.
ResponderEliminarEspero que estejas melhor da bursite. Bjo
Ainda voltando aos manuais, creio que, para alguns professores, deve ser ótimo ter a "papa toda feita". Mas, tal como tu, sempre tentei diversificar e fazer as aulas tendo em atenção os alunos que tinha pela frente. Para mim, ensinar Física a um aluno da área de desporto implica estratégias diferentes daquelas que se destinam a alunos que pretendam vir a cursar medicina, engenharia ou artes...
ResponderEliminarMas enfim...Cada vez ando mais desiludida com a escola, burocratizada à exaustão...
Quanto à minha saúde, continuo a fazer exames e mais exames pois agora foi detetado um quisto na coluna... Garantem-me que vou ficar bem e, nessa esperança, vou aguentando
Ab
Regina