Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


quarta-feira, 10 de janeiro de 2018

Batem leve, levemente....


Ontem, Bragança acordou coberta de neve. O belíssimo espetáculo pode ser visto aqui



Vivi oito anos em Bragança (ali fiz a 4ª classe e os sete anos do Liceu). Recordo, com muita saudade, o belíssimo espetáculo da neve. Mas recordo também o frio intenso de que não tenho saudades…
E de imediato me vem à mente a Balada da Neve de Augusto Gil



Em 2002, no primeiro livro que publiquei(Reflexões e Interferências) com poemas escritos ao longo de vários anos, um deles é dedicado à neve

Neve

A neve é um cristal com padrão hexagonal
De origem molecular, tem átomos de hidrogénio
ligados a oxigénio de uma forma regular.
Em flocos, lembrando enxames, e com o vento a ajudar,
volteia com ademanes antes de no chão pousar.
Transforma-se em branco manto, e é motivo de espanto,
de êxtase, contemplação.
É fonte de inspiração para poetas, pintores,
para amantes sonhadores.
Ela é todas as cores em uma só reunidas,
mas também é mãos doridas em gentes desprotegidas
do frio cruel, cortante, que enregela num instante.
Cobrem-se com velhos trapos, com jornais e com farrapos,
e nós fechamos os olhos a todos estes escolhos.
É cómodo ignorar. É bem mais fácil pensar
nos cristais hexagonais e na neve dos postais.
2002

Quando entrei para a Faculdade, ouvia-se muita música francesa: Charles Aznavour, Sacha Distel , Yves Montand , Édith Piaff, Gilbert Bécaud , Jacques Brell, Adamo e tantos outros...

De  Adamo  deixo “Tombe la neige...




Termino com outro poema meu, este de 2016, acompanhado De “Vento de Inverno “ de Chopin e de uma obra de Sisley que, juntamente com muitas outras obras podem ver aqui http://deniseludwig.blogspot.pt/2013/06/arte-em-pinturas-da-estacao-de-inverno.html

           Árvores desnudas dançam, lânguidas,
nas telas nevadas de Sisley.
Sopram os ventos de inverno
de Chopin.

https://www.youtube.com/watch?v=Zsks5L2QPO0






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