No
passado dia 22 de abril, tal como tinha anunciado, fiz a apresentação
o livro Da espera ao instante....o infinito, de J.
Bernardino Lopes e de seu filho Pedro do Couto Lopes.
Bernardino
Lopes é Professor Associado na Universidade de Trás-os-Montes e
Alto Douro.
Pedro Couto Lopes, artista plástico, vive e
trabalha no Reino Unido
A
apresentação teve lugar na Fundação Escultor José Rodrigues, Rua
da Fábrica Social, Porto, onde está patente uma exposição coletiva
de vários jovens, entre eles Pedro do Couto Lopes
J.Bernardino
Lopes licenciou-se em Física, na Universidade do
Porto e passou pelo Ensino Secundário onde, em
83-84, tive o privilégio de ser sua orientadora de
estágio.Professor muito empenhado, passado pouco tempo fez
Mestrado na Universidade de Aveiro, na área da Física
Educacional. Posteriormente passou a fazer parte do corpo
docente da UTAD, onde é Professor Associado com Agregação em
Ciências Exatas, sempre ligado a projetos de
investigação, nomeadamente na formação de professores
na referida área. Tive oportunidade de trabalhar em vários
desses projetos pelo que a nossa relação, que é desde há muito
uma relação de amizade, não se esgotou no estágio.
Estive
presente no seu casamento e quando Pedro do Couto Lopes,
o filho mais velho, nasceu, muito carinhosamente, foram
a minha casa apresentar-mo.
Em
Setembro de 2014, José Bernardino Lopes e Pedro Couto Lopes
desafiaram a nossa imaginação com as aventuras de Mimi e Fifi, em
“O bico Azul, uma viagem por onde os
nosso olhos não podem ver” a que fiz referência neste
blogue onde escrevi:
Na
minha leitura, a viagem de Mimi e Fifi pode ter sido inspirada no
mundo fantástico da Física Moderna, com espaço e tempo
interligados, com deformações do espaço-tempo (responsáveis pelo
movimento dos corpos no cosmos), com "Wormhole"
(“buracos de minhoca”) e vários outros conceitos muito
complexos, mas com os quais a Física Moderna, tal como a Clássica,
nos fascina.
Cerca
de dois anos depois, surge esta nova aventura dos irmãos Mimi e Fifi
em “Da espera ao instante….o infinito “.
Russell
Stannard, físico de altas partículas que foi Vice- Presidente do
Instituto de Física do Reino Unido, escreveu uma trilogia (a
trilogia do tio Alberto) para crianças e jovens de todas as idades,
em que a jovem Gedanken, pela mão do tio Alberto, parte para a
exploração de um mundo maravilhoso onde nada é o que parece…
O
mesmo acontece com Mimi e Fifi, pela mão da tia Mariana, nesta nova
narrativa de Bernardino, em que mais uma vez emergem o físico, o
investigador, o humanista, o poeta.
E
as imagens de Pedro do Couto Lopes entram em simbiose perfeita com a
narrativa de Bernardino.
Li
esta aventura com um prazer enorme e ao ler senti-me acompanhada
nomeadamente por Saint-Exupéry (em o Principezinho), por Russel
Stannard (na triologia do tio Alberto) por António Gedeão (em Pedra
Filosofal) e por Alberto Caeiro de que deixo o excerto que segue:
(...)O
meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar
pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E
de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada
momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto (...),
O
evento proporcionou-me ainda algumas surpresas muito agradáveis.
Como
cheguei cedo deambulei pelo espaço e apercebi-me da existência de
umas oficinas de pintura para crianças que, gratuitamente, têm
lugar todos os sábados de tarde. A minha neta mais nova adoraria ir, mas aos sábados de tarde tem escutismo. Não sei se já aqui referi
que há uns meses manifestou vontade de ser escuteira. Anda
entusiasmadíssima. Já esteve num acampamento e no próximo fim de
semana vai estar noutro. Como não é batizada nem frequentou a
catequese, vai ter que "regularizar" estas situações, mas
reagiu dizendo:- Tudo bem, eu quero ser escuteira.
Continuando
com as surpresas,...
Entre
a assistência estava uma amiga que foi minha colega de estagio e que
já não via há bastante tempo. Foi um enorme prazer revê-la.
Mas
a maior surpresa ocorreu quando se aproximou de mim um senhor, perguntando se lecionara no Alexandre Herculano.
-Então
creio que fui seu aluno no 7ºano (atual 11º), numa turma de
estágio. Era muito novinha e continua magrinha.
Admiti
que se referia ao meu estágio e chamei a minha colega dizendo:
-Este
senhor foi nosso aluno quando éramos estagiárias.
De imediato ele ripostou:
-Não era estagiária. Era a orientadora de estágio.
O meu ex-aluno, a esposa(de vermelho), a minha amiga e eu
Na
verdade comecei a orientar estágio com 26 anos mas na altura tinha
um ar muito jovem. Esse ar jovem ocasionou alguns episódios com
alguma graça, dos quais destaco dois. O primeiro ocorreu em Junho
de 67, no Liceu Sá de Miranda em Braga. Eu lecionara no Liceu de
Barcelos, que era uma secção do Sá de Miranda. Na época de exames
fomos todos destacados para ali prestar serviços de exame. Logo no
primeiro dia teria que dar apoio aos exames de Trabalhos
Práticos(TP), não sei se de Física se de Química. Ao chegar à
Escola dirigi-me ao funcionário, disse ao que ia e ele indicou-me os
Laboratórios que ficavam junto ao recreio. Como cheguei muito
cedo, fiquei à porta a aguardar. Quando o professor chegou
perguntou-me:
-O
que está a fazer aqui?
Respondi
que ia para o exame de TP.
-Aqui
é só para rapazes. Terá que ir para o Liceu Feminino. Apresse-se
caso contrário não chega a tempo
Quando
lhe disse que era professora pediu-me desculpa e disse:
-Com
esse ar, nunca imaginaria que já é professora. Pensei que
vinha de algum colégio, para prestar provas.
Em Outubro fui colocada
precisamente no Liceu Sá de Miranda e ocorreu o segundo episódio.
Logo
após a reunião geral, fui chamada à Reitoria. O Reitor, um senhor
muito delicado, disse-me:
-Eu pensava entregar-lhe as turmas de 7ºano (atual 11º) mas
estou com algum receio.
Respondi que poderia ficar tranquilo pois se
eu tivesse alguma dúvida, de imediato recorreria à Faculdade de
Ciências aqui no Porto, onde me tinha licenciado.
-O
problema não é esse. Decorre do facto da sua idade não ser
muito diferente da dos alunos.
Achei
que isso para mim não seria problema e de facto não foi.
Aproveito esta mensagem para anunciar o concerto de Primavera da Teclarte (escola que dois netos e eu frequentamos) e que terá lugar no próximo sábado, às 21h,30 min, na Igreja de Lordelo
Sem comentários:
Enviar um comentário