Bem-vindo, bienvenido, bienvenu, benvenuto, welcome....


Silêncio cósmico

Pudera eu regressar ao silêncio infinito,

ao cosmos de onde vim.

No espaço interestelar, vazio, negro, frio,

havia de soltar um grito bem profundo

e assim exorcizar todas as dores do mundo.

Regina Gouveia

NOVO BLOGUE

Retomei o blogue que já não usava há anos.

https://reflexoeseinterferncias.blogspot.com/

Dedico-o essencialmente aos mais novos mas todos serão bem vindos, muito em particular pais, avós, encarregados de educação, educadores ...


quarta-feira, 26 de abril de 2017

Eventos....

No passado dia 22 de abril, tal como tinha anunciado, fiz a apresentação o livro Da espera ao instante....o infinito, de J. Bernardino Lopes e de seu filho Pedro do Couto Lopes.
Bernardino Lopes é Professor Associado na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro.
Pedro Couto Lopes, artista plástico, vive e trabalha no Reino Unido

A apresentação teve lugar na Fundação Escultor José Rodrigues, Rua da Fábrica Social, Porto, onde está patente uma exposição coletiva de vários jovens, entre eles Pedro do Couto Lopes
J.Bernardino Lopes licenciou-se em Física, na Universidade do Porto e passou pelo Ensino Secundário onde, em 83-84, tive o privilégio de ser sua orientadora de estágio.Professor muito empenhado, passado pouco tempo fez Mestrado na Universidade de Aveiro, na área da Física Educacional.  Posteriormente passou a fazer parte do corpo docente da UTAD, onde é Professor Associado com Agregação em Ciências Exatas, sempre ligado a projetos de investigação, nomeadamente na formação de professores na referida área. Tive oportunidade de trabalhar em vários desses projetos pelo que a nossa relação, que é desde há muito uma relação de amizade, não se esgotou no estágio.
Estive presente no seu casamento e quando Pedro do Couto Lopes, o filho mais velho, nasceu, muito carinhosamente, foram a minha casa apresentar-mo.
Em Setembro de 2014, José Bernardino Lopes e Pedro Couto Lopes desafiaram a nossa imaginação com as aventuras de Mimi e Fifi, em “O bico Azul, uma viagem por onde os nosso olhos não podem ver” a que fiz referência neste blogue onde escrevi:

Na minha leitura, a viagem de Mimi e Fifi pode ter sido inspirada no mundo fantástico da Física Moderna, com espaço e tempo interligados, com deformações do espaço-tempo (responsáveis pelo movimento dos  corpos no cosmos), com "Wormhole" (“buracos de minhoca”) e vários  outros conceitos muito complexos, mas com os quais a Física Moderna, tal como a Clássica,  nos fascina.

Cerca de dois anos depois, surge esta nova aventura dos irmãos Mimi e Fifi em “Da espera ao instante….o infinito “.

Russell Stannard, físico de altas partículas que foi Vice- Presidente do Instituto de Física do Reino Unido, escreveu uma trilogia (a trilogia do tio Alberto) para crianças e jovens de todas as idades, em que a jovem Gedanken, pela mão do tio Alberto, parte para a exploração de um mundo maravilhoso onde nada é o que parece…
O mesmo acontece com Mimi e Fifi, pela mão da tia Mariana, nesta nova narrativa de Bernardino, em que mais uma vez emergem o físico, o investigador, o humanista, o poeta.
E as imagens de Pedro do Couto Lopes entram em simbiose perfeita com a narrativa de Bernardino.

Li esta aventura com um prazer enorme e ao ler senti-me acompanhada nomeadamente por Saint-Exupéry (em o Principezinho), por Russel Stannard (na triologia do tio Alberto) por António Gedeão (em Pedra Filosofal) e por Alberto Caeiro de que deixo o excerto que segue:

(...)O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de, vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto (...), 

O evento proporcionou-me ainda algumas surpresas muito agradáveis. 
Como cheguei cedo deambulei pelo espaço e apercebi-me da existência de umas oficinas de pintura para crianças que, gratuitamente, têm lugar todos os sábados de tarde. A minha neta mais nova adoraria ir, mas aos sábados de tarde tem escutismo. Não sei se já aqui referi que  há uns meses manifestou vontade de ser escuteira. Anda entusiasmadíssima. Já esteve num acampamento e no próximo fim de semana vai estar noutro. Como não é batizada nem frequentou a catequese, vai ter que "regularizar" estas situações, mas reagiu dizendo:- Tudo bem, eu quero ser escuteira.  

Continuando com as surpresas,...
Entre a assistência estava uma amiga que foi minha colega de estagio e que já não via há bastante tempo. Foi um enorme prazer revê-la. 
Mas a maior surpresa ocorreu quando se aproximou de mim um senhor, perguntando se lecionara no Alexandre Herculano.
-Então creio que fui seu aluno no 7ºano (atual 11º), numa turma de estágio. Era muito novinha e continua  magrinha.
Admiti que se referia ao meu estágio e chamei a minha colega dizendo:
-Este senhor foi nosso aluno quando éramos estagiárias. 
De  imediato ele  ripostou:
-Não  era estagiária. Era a orientadora de estágio.



 O meu ex-aluno, a esposa(de vermelho), a minha amiga e eu
Na verdade comecei a orientar estágio com 26 anos mas na altura tinha um ar muito jovem. Esse ar jovem ocasionou alguns episódios com alguma graça, dos quais destaco dois. O primeiro ocorreu em  Junho de 67, no Liceu Sá de Miranda em Braga. Eu lecionara no Liceu de Barcelos, que era uma secção do Sá de Miranda. Na época de exames fomos todos destacados para ali prestar serviços de exame. Logo no primeiro dia teria que dar apoio aos exames de Trabalhos Práticos(TP), não sei se de Física se de Química. Ao chegar à Escola dirigi-me ao funcionário, disse ao que ia e ele indicou-me os Laboratórios que ficavam junto ao recreio.  Como cheguei muito cedo, fiquei à porta a aguardar. Quando o professor chegou perguntou-me: 
-O que está a fazer aqui?
Respondi que ia para o exame de TP.
-Aqui é só para rapazes. Terá que ir para o Liceu Feminino. Apresse-se caso contrário não chega a tempo
Quando lhe disse que era professora pediu-me desculpa e disse:
-Com esse ar, nunca imaginaria que  já é professora. Pensei que vinha de algum colégio, para prestar provas.

Em Outubro fui colocada precisamente no Liceu Sá de Miranda e ocorreu o segundo episódio.
Logo após a reunião geral, fui chamada à Reitoria. O Reitor, um senhor muito delicado, disse-me: 
-Eu pensava entregar-lhe as turmas de 7ºano (atual 11º)  mas estou com algum receio. 
Respondi que poderia ficar tranquilo pois se eu tivesse alguma dúvida, de imediato recorreria à Faculdade de Ciências aqui no Porto, onde me tinha licenciado.
-O problema não é  esse. Decorre do facto da sua idade não ser muito diferente da dos alunos.
Achei que isso para mim não seria problema e de facto não foi.


Aproveito esta mensagem para anunciar o concerto de Primavera da Teclarte (escola que dois netos e eu frequentamos) e que terá lugar no próximo sábado, às 21h,30 min, na Igreja de Lordelo



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