Se habitualmente a
falta de tempo é a principal razão por que passo muito tempo sem
escrever no blogue, nas últimas semanas, à razão referida
juntou-se uma outra. Mais uma crise das minhas “ites” -rinite,
faringite, laringite, sinusite. Praticamente sem voz durante 15 dias,
começo agora a recuperar mas a tosse não me larga pelo que tenho
dormido muito mal e, consequentemente, sinto-me cansada. Mas não
há mal que sempre dure, nem bem que nunca se acabe, diz o
ditado.
Assim, também tenho
boas notícias.
Já estão on
-line os textos que resultaram do desafio lançado pelos CTT e de que
falei aqui na mensagem de 2016-12-30.
Lá poderão
encontrar o texto da minha neta Marta- O passarinho -e um meu
(Umm,...Umm...). Mas há textos de vários países, muito em
particular do Brasil.
Muitos dos textos
são ilustrados com fotografias, alguns com desenhos e pinturas como
este:
Hecho
casual
Hace algunos años un hecho casual me
acercó a la pintura, y la fotografia ellas
estan vinculada con el alma, y sin buscarlo,
se transformó y se plasma en colores y vivencias
recuperadas…
Por Ida De Vincenzo, que vive na Argentina.
Ao
consultar a página, deparei com a revista digital dos
CTT, que não
conhecia
Ali
encontrei vários textos muito interessantes, de que deixo exemplos:
O poeta que ia ser monge (Daniel Faria)
Um
dos textos chamou-me particularmente a atenção – uma entrevista com
Domingos
Loureiro, de quem já aqui falei várias vezes pois tive o
privilégio de ser “aluna”na escola de pintura UTOPIA
A par dessa entrevista incluo uma outra, mais antiga publicada
aqui
E já que referi o poeta Daniel Faria, termino com dois belíssimos poemas seus
As
mulheres aspiram a casa para dentro dos pulmões
E muitas
transformam-se em árvores cheias de ninhos - digo,
As
mulheres - ainda que as casas apresentem os telhados inclinados
Ao
peso dos pássaros que se abrigam.
É à janela dos filhos
que as mulheres respiram
Sentadas nos degraus olhando para
eles e muitas
Transformam-se em escadas
Muitas
mulheres transformam-se em paisagens
Em árvores cheias de
crianças trepando que se penduram
Nos ramos - no pescoço
das mães - ainda que as árvores irradiem
Cheias de
rebentos
As mulheres aspiram para dentro
E
geram continuamente. Transformam-se em pomares.
Elas
arrumam a casa
Elas põem a mesa
Ao redor do
coração.
in Homens Que São Como Lugares Mal
Situados(1998)
Caminho
sem pés e sem sonhos
só com a respiração e a
cadência
da muda passagem dos sopros
caminho
como um remo que se afunda.
os redemoinhos sorvem as
nuvens e os peixes
para que a elevação e a profundidade
se conjuguem.
avanço sem jugo e ando longe
de
caminhar sobre as águas do céu.
in Explicação das
Árvores e de Outros Animais(1998)
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