quinta-feira, 8 de setembro de 2016
Em terras do Nordeste ….parte 4
Regresso
ao descritivo das férias..
No
dia 17 fomos jantar a casa da Isabel que tinha uma irmã a passar uns
dias com ela. Um dos petiscos eram peixinhos do “rio” pescados no
profundo lago que cobriu a ribeira de Zacarias, (afluente do Sabor),
que ali corria mas no verão quase secava. A pesca e a caça
foram, noutros tempos, hobbies do meu marido pelo que no dia
seguinte lá estávamos nós.
Estava
apenas um pescador, um senhor extremamente simpático. Vivera em
Angola onde casou com uma senhora dos Cerejais, aldeia do concelho
de Alfândega da Fé. Regressou como “retornado”e arranjou
emprego em Valongo onde trabalhou até à reforma. Nessa altura a
mulher quis regressar às origens. Na impossibilidade de arranjar
casa nos Cerejais foram viver para Sambade, onde uma cunhada lhes
cedeu uma casa.
Veio
para o Nordeste a contragosto mas como sempre teve o hobbie da pesca,
participando inclusivamente em vários concursos, passa os seus dias
junto à albufeira. Entusiasmou o meu marido de tal forma que logo
que pôde foi à Adeganha buscar material. O meu cunhado tinha um
arsenal de pesca que daria para muitos pescadores...
Entretanto
chegou o dia 20. Há meses que andava a ser preparado um almoço da
família Gouveia com origens na Parada.
Envolveram-se
profundamente na pesquisa quatro elementos um deles, Manuel António
Gouveia, meu parente como acontece com muitos Gouveias. Vários
elementos da família Ramos (descendentes do avô materno do meu pai)
ao longo dos tempos foram casando com elementos da família Gouveia.
No caso do primo que acabo de referir, a mãe era Ramos, prima
direita do meu pai e o pai era Gouveia. Há até um episódio triste
nesta ligação entre famílias. Uma irmã da minha avó (Ramos) iria
casar com o avô paterno do meu marido (Gouveia). Era, ao que consta,
uma jovem muito bonita. Tinha um problema grave de coração pelo que
o médico receava que o casamento e eventual maternidade lhe
agravassem muito o estado de saúde. Os meus avós paternos ao tempo
viviam no Porto, pelo que os meus bisavós decidiram que a filha
deveria consultar um especialista.
A
cavalo, sentada numa cadeirinha (não sei se aquela que eu herdei da
minha avó),
o melhor meio de transporte que poderiam usar,
levaram-na até a à estação do Pocinho onde apanhou o comboio que
a levaria ao Porto.
E
a este propósito regresso a Ernestina de Rentes de Carvalho que
refere a viagem até ao Pocinho, desde a sua aldeia que dali dista
menos que a minha.
Como
a ida e volta até à estação do Pocinho eram dois dias e duas
noites...(pag 55)
A minha tia avó, de nome Laurinda, não chegou a consultar
o médico pois morreu pouco tempo após a chegada, possivelmente
devido ao cansaço da viagem.
Nas
feiras a tragédia era cantada. Só sei parte da letra mas segundo consta era mais
ou menos assim
Laurindinha,
Laurindinha
de
tão grande formosura
foi
ao Porto para curar-se
e
voltou para a sepultura
Larindinha,
Laurindinha
o
seu mal não tinha cura
Pr´o
prometido na terra
grande
foi a amargura.
Regresso ao Encontro da Família Gouveia
Durante
a sessão de boas vindas foi sendo apresentada a árvore genealógica
desde o início do século XIX até aos dias de hoje. Seguiram-se a
visita guiada e o almoço que contou com a presença da Presidente da
Câmara e marido.
O
convívio durante o almoço foi-se alongando pelo que, findo o mesmo
seguimos para a Parada onde o encontro terminou.
No
encontro estavam duas amigas de infância, se bem que mais novas,
cuja mãe, professora, e prima direita de umas primas minhas,
completou cem anos há pouco tempo.
Sempre
que as filhas vêm à aldeia, faz questão de vir também embora
tenha problemas de mobilidade. Fui visitá-la no fim do encontro. Já
não a via há bastante tempo. Mal me aproximei uma das filhas
perguntou: Mamã, sabes quem é? Respondeu de imediato “É
a Gininha Sousa”.
É
impressionante a lucidez que mantém.
Regresso
ao almoço. Tinha recebido, há uns tempos, um convite para estar
presente no VI Encontro de Escritores Transmontanos, organizado pela
Poética Editora, com autores editados pela mesma . Entre os autores
previstos para fazerem apresentações de livros estava um de
Bragança, o meu amigo de infância António Afonso. Para além desse
estavam António Sá Gué, um autor de Moncorvo e uma autora Raquel Serejo Martins, também transmontana, que não
conhecia. Conversava com a Presidente da Câmara sobre o referido encontro
quando me disse: Já tinha pensado que é pena haver um encontro
de escritores em Alfândega e não estar nenhum escritor da terra a
apresentar um livro. E como desde há algum tempo a Câmara
andava para editar um livro meu,Terras de Cieiro, decidiu
comunicar com a Editora para ver se poderia ser editado até ao
encontro, mas a editora respondeu que não seria possível. No entanto conseguiu-se uma solução de que falarei na próxima mensagem.
Na
2ª feira, 22, a minha ex-aluna Raquel, médica em Bragança e com
quem gosto sempre de me encontrar, aceitando o convite que lhe fizera
apareceu para almoçar, acompanhada pelo namorado. Já no ano
passado estivemos juntas uma vez na Adeganha, outra na Parada. Chegou
com uma série de mimos entre eles um bolo de maçã, muito saboroso. No fim do almoço tentámos visitar o
Santuário de Santo Antão da Barca, a que me referi já várias vezes
Mas
não pudemos lá chegar pois estavam a empedrar os acessos, obra que
deveria estar pronta até ao dia 3, em que iria ter lugar a festa
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário