
responsável pelas comemorações.

Ontem, dia 27, decorreu um almoço convívio de antigos alunos extensivo a professores e que juntou mais de trezentas pessoas.
Fui e levei comigo uma professora catedrática da Faculdade de Farmácia, já jubilada, ainda minha familiar. Foi aluna da escola no ano em que a mesma foi transferida para o recém construído Liceu, nos anos 50. Ali encontrou várias colegas desse tempo.
Mas havia pessoas bem mais idosas como duas senhoras ( 92 e 94 anos) que foram alunas ainda em instalações anteriores.
À atuação da orquestra seguiu-se um tempo de tertúlia, também aqui distribuído por dois espaços:
até 1970 no auditório grande e após 1970 no auditório pequeno. Pediram-me para fazer uma intervenção em jeito de testemunho. Fiz uma intervenção breve referindo-ma à minha vivência na escola desde 81 a 2006, com um ano sabático de interrupção, pelo meio.
Quando ali cheguei em 81, a escola era muito fechada a qualquer prática mais inovadora. Vinda do Alexandre Herculano, muitas vezes lamentei a mudança.
Ali, logo no meu ano de estágio, em 1969/1970, propus ao metodólogo, com quem muito aprendi, fazer uma aula de grupo. Disse-me: Faça, mas se correr mal a responsabilidade fica totalmente do seu lado.
Correu bem...A partir daí e nos anos que se seguiram fazia aulas de grupo com alguma frequência e ia utilizando estratégias cada vez mais diversificadas, sem sentir restrições a essas práticas, até porque em 72 comecei a orientar estágio, o que me dava uma grande grau de liberdade.
Quando a minha boa amiga Dra Flávia Mota, à época no Conselho Diretivo da Escola, me propôs ir para o Carolina, pus como condição a possibilidade de dispor de uma sala com mesas para poder fazer trabalho de grupo com os alunos, condição que foi aceite.
Quando precisei de dar o primeiro teste, e tal como fazia no Alexandre Herculano sem qualquer problema, pedi a uma colega a troca da sala por uma com carteiras. Respondeu-me com um ar irónico
Não quis uma sala com mesas? Agora aguente...
Alguns anos mais tarde a sala não seria impeditivo pois passei a elaborar testes diferentes, com possibilidade de consulta, para os quais de nada adiantava copiar pelo vizinho. Mas isso foi mais tarde quando a escola já tinha um grau de abertura diferente...
Finda a tertúlia tirámos uma foto de conjunto mas começou a chover e tivemos que "debandar",
Apenas encontrei três alunos e um estagiário que tinham manifestado a vontade de me reverem. Soube que o meu ex-aluno Luís Filipe Cunha andou à minha procura pois gostaria muito de estar comigo mas, com muita pena nossa, não nos encontrámos.
Quase a terminar não posso deixar de felicitar a Comissão Organizadora das comemorações deste Centenário. Sei também que outros elementos, não pertencentes à Comissão têm colaborado, dando o seu melhor.
Mal grado o desrespeito que a tutela e a sociedade têm vindo a mostrar para com os professores há, pelo país fora, muitos professores que se empenham com entusiasmo nesta missão belíssima de ser professor (veja-se o exemplo da maestrina citada no início)
E ao refletir sobre isto cito Luís Sepúlveda